quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Agora escolha

Com avanços e recuos, o governo mantém a intenção de cortar nos subsídios de desemprego mais baixos e no rendimento social de inserção, prosseguindo a obra de desmantelamento social que está inscrita em programas de ajustamento no quadro de sistemas monetários rígidos e em última instância incompatíveis com a democracia. Trata-se, no fundo, da austeridade realmente existente depois da fraude eleitoral das gorduras. Trata-se do mesmo governo que criou um assistencialista plano de emergência social tão emergente que ficou reduzido a dois milhões de euros executados este ano (em 200 milhões previstos). As políticas para pobres são sempre pobres políticas e mais ainda neste contexto. Mota Soares, em resposta às críticas, mandou dizer ao Negócios “que apresentou alternativas que facilitem o regresso mercado de trabalho”. Realmente só apresentou uma: é o vai trabalhar, malandro, já várias vezes ensaiado nas políticas públicas. Trata-se sempre de aumentar a desprotecção social, num contexto de desemprego de massas, para tentar multiplicar as chamadas transacções desesperadas, tornando a força de trabalho numa mercadoria cada vez mais barata e descartável, por um lado, e condenado sectores inteiros à dependência da frágil e ineficaz caridade, garantindo que não se gasta tudo em vinho, por outro. Realmente, pior do que ser explorado só mesmo não o ser: trata-se da utopia liberal das novas “leis dos pobres” com toda a violência de estruturas que só consentem estas escolhas não consentidas. Não se habituem.

2 comentários:

Anónimo disse...

uma década (1974-1984), o peso da dívida cresce
abruptamente (de 14,2% para 51,4% do PIBpm), enquanto o
“Estado” cresce em grande parte pelo aumento de
vencimentos dos funcionários públicos e a implementação
de uma maior cobertura de prestações de segurança social
para os trabalhadores (de 21,6% para 41,3% do PIBpm). O
problema obviamente não é o crescimento da despesa do
“Estado”, mas as receitas serem sistematicamente inferiores
às despesas.
Quando o Fundo Monetário Internacional (FMI) é chamado a
intervir, a solvabilidade do Estado estava ameaçada. As
medidas são drásticas – desvalorização cambial,
privatizações, redução do défice e da dívida pública – e o
período de 1984 a 1989 é o único período em que de forma
sustentada (mais de três anos consecutivos) o peso no
PIBpm, quer da despesa efectiva quer da despesa primária,
se reduz (cerca de 7,5 p.p. em cinco anos). De realçar,
contudo, que parte dessa consolidação se deve a receitas
extraordinárias (privatizações) que permitem reduzir os
encargos com a dívida pública.
De 1989 até ao presente, a tendência tem sido de
aumento do peso do Estado e, dados os défices
orçamentais, o peso da dívida só se reduziu (de 1995 a
1999) em grande parte devido a receitas de privatizações
que, de 1995 a 1999, represen taram 7,4% do PIBpm.
Mesmo os défices orça mentais registados teriam sido
maiores não fossem as receitas de privatizações (pelo
efeito nos juros)....

Anónimo disse...

uma década (1974-1984), o peso da dívida cresce
abruptamente (de 14,2% para 51,4% do PIBpm),

e não havia nem metade da GATUNAGEM que há hoje.
Isto é conversa de economistas da treta! Este país está cheio de gatunos, há p`raí muitos BPN.
O que isto precisa é de uma limpeza com sóda cáustica é como quem diz guilhotina !