terça-feira, 18 de outubro de 2011

O mais deprimente deste OE é saber que é demasiado optimista

Há muito por onde pegar, mas ficam estas duas notas iniciais:

1- Com os nosso principais mercados exportadores estagnados (Alemanha) ou em contracção (Espanha), o Governo prevê um aumento das exportações de 4,8%;

2- Em 2011, o produto contrai 1,9% e o desemprego cresce 1,5 pontos percentuais, mas em 2012 o produto cai 2,8% e o desemprego só aumenta 1 ponto percentual (o governo deve estar a prever emigração maciça).

Lá para Abril, se entretanto o céu não cair sobre as nossas cabeças, temos novo pacote de austeridade.

6 comentários:

meirelesportuense disse...

Em 2012 só têm emprego os trabalhadores Liberais e os Patrões, logo!

Confuso disse...

Ora bem, vamos a uma liçäo de Matemática: diferença entre pontos percentuais e percentagem!!!

O PIB contrai 2% ou 2 pontos percentuais?

O desemprego aumenta 1,5% ou 1,5 pontos percentuais? É que se for 1,5p%ais isso quer dizer que o aumento é de... 10%!!! Tal como quando o IVA aumentou 2p%ais isso quis dizer que aumentou 10%!!!

Pormenores? Eu direi porMAIORES! É que confundindo um povo que é "analfabeto matematical" trocando % por p%ais o Governo doura a pílula, perdäo... o supositório e o pessoal até acha que "afinal nem é tudo täo mal como a Esquerda diz"!!!!!!!!!!!

Nuno teles disse...

Confuso,

Tem toda a razão. Corrigido.

Obrigado,

Nuno Teles

João Carlos Graça disse...

Bem lembrado, Nuno. Tenho eu próprio sublinhado várias vezes que o decréscimo previsto do PIB configura ainda assim demasiado optimismo. E isso ocorre precisamente via exportações. Assumindo que elas crescem, tudo o mais sai significativamente atenuado: decréscimo do PIB e crescimento do desemprego.
Importante é sublinhar que a CADA país europeu se vende esta banha da cobra: "vais exportar mais e importar menos, está bem?"
Claro que, dada a estrutura do comércio externo dos países europeus (que é sobretudo um comércio intra-europeu), isto é uma pura e simples impossibilidade lógica. Os gregos que o digam, com 7 e picos de encolhimento num ano, e não 2 e picos.
Mas não importa, claro. O que é preciso é que os otários vão continuando a "comprar" a própria conversa. So much for honesty...

Maquiavel disse...

JCG, para a léria do "vais exportar mais e importar menos, está bem?" funcionar teria de haver para começar uma especializaçäo, começando pelo sector agrícola. Produzem-se tomates na Finländia em estufas que säo atentado ambientais a todos os níveis (energia, etc.)... como se näo os houvesses naturalmente ensolarados (e saborosos) em Portugal. Mas quando se discutem as quotas de produçäo o representante finlandês defende o indefensável, e o português... coça a micose.

Monoculturas näo säo soluçäo, pois näo, mas há muito tomate bom e barato em Portugal que vai para esterco porque näo é consumido.

O que (ainda) vai safando os gregos é... o turismo! Näo se podem produzir as estäncias mediterränicas no Norte! Em Portugal... destrói-se o que se tem, com barragens inúteis a tapar paisagens idílicas (Linha do Tua), arrancando linhas férreas (que turista é suicida a querer conduzir em Portugal), enchendo os passeios de carros (mesmo nas zonas históricas), betonizando àreas protegidas (Tróia, Ria Formosa)...

Que fazer para aumentar o PIB português nestas circunstäncias? Primeiro reduzi-lo em 10 ou 20%. E é isso que o PPC está a tentar...

Pedro disse...

Abril? Porra, que optimismo!