segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Menos Estado, tanta ou mais despesa

Como é que um Estado mais pequeno nos pode sair tão caro ou ainda mais do que outro um pouco maior e mais produtivo? Subcontratando, subcontratando, subcontratando sempre.

O Publico (8 Set. 2008, p7) explica: «Vários hospitais públicos recorrem a empresas privadas que cobram valores muito altos por hora. Há médicos que ganham 2500 euros numa urgência de 24 horas num hospital público quando contratados por empresas privadas, e alguns deles pertencem mesmo ao quadro do estabelecimento onde fazem o 'banco'».

Se calhar, se formos a ver, na realidade o que há é empresas que cobram isso ao hospital contratante sem que o médico contratado sonhe sequer com o montante que o intermediário obteve com a venda dos seus serviços.

Mas neste caso o Ministério responsável vê nisto um problema a resolver e «quer limitar contratações caras de médicos». E que tal reconhecer que o problema existe em todo o Estado fazendo da vontade do Ministério da Saúde exemplo?

4 comentários:

Pedro Fontela disse...

Até se começarem a analisar e a pôr nomes nos interesses políticos e privados dos ministros que fizeram as adjudicações, nas direcções que foram nomeadas e nos funcionários do ministério da Saúde encarregues de vigiar a situação estamos a ter uma conversa inutil. O problema em Portugal é a ninguém poder apontar o dedo a ninguém.

Mais uma vez a culpa morre solteira e seguimos todos alegremente para o próximo despacho ministrial/empresarial.

O Puma disse...

É sempre lamentável a gestão incompetente uma coisa é certa é preciso chamar nomes às coisa.Este governo na peugada do anterior gere mal a coisa pública,isto é tem complexos em relação ao interesse público - é estrábico,
não faz a diferença.

Pedro Fontela disse...

Puma,

Em muitos casos vai além da incompetência mas se alguém for só tido como incompetente (em vez de nepotista ou corrupto) evita uma avalição dos seus negócios e bens e provavelmente uma acusação criminal.

Anónimo disse...

E não é só no sector Estado que se tem verificado que a sub-contratação não corta custos, mas que pelo o contrário os aumenta. Reduzir OPEX através da sub-contratação não é redução de custos, mas sim engenharia financeira.

Essa constatação também tem circulado entre as multinacionais de tele-comunicações, que têm sub-contratado tudo o podiam desde que a bolha especulativa das TTII rebentou em 2000.

Senão vejamos: um especialista do quadro que vença 2000€ por dia tem um sentimento de pertença à empresa, trabalhando com o brio que só o sentimento de pertença pode dar e fica na empresa o tempo suficiente para o investimento em formação que a empresa nele faz ter retorno. Um especialista sub-contratado aufere 500€ por dia e tem de se familiarizar permanentemente com projectos e empresas com os quais nada tem a ver e em áreas de competência completamente díspares, tendo de pagar do seu bolso a sua própria formação e ferramentas de trabalho. Várias multinacionais de telecomunicações já se deram conta de qual deles sai mais caro.

Como resultado, essas mesmas multinacionais procedem agora ao "in-sourcing" (re-contratam para os quadros da empresa os serviços que tinham "out-sourced" a terceiros).