terça-feira, 16 de setembro de 2008

Economistas antigos e modernos, filosofia e hegemonia

Silva Lopes, em Agosto de 2007, numa entrevista a Helena Garrido: «Sou um economista antigo, vejo as regulações que tínhamos e que hoje já não existem e fico um bocado preocupado». A história financeira internacional das últimas décadas numa frase.

O actual ministro das finanças, um economista «moderno», disse hoje: «Creio que há um ano atrás todos esperávamos que esta situação e a incerteza que daí decorria se pudesse desvanecer mais rapidamente» (esquerda). O «todos» ilustra bem o consenso neoliberal dos fóruns europeus que o ministro frequenta. Enfim, o que se desvanece rapidamente são mesmo as ideias económicas dominantes entre o Ministério das Finanças e o Banco de Portugal. As suas prescrições ortodoxas não servem para nada agora. Construir «mercados flexíveis» e reduzir o défice, os dois objectivos centrais do OE de 2008, foram a medida de toda a complacência governamental.

É cada vez mais claro que só uma vigorosa política económica keynesiana pode salvar a situação. Esta tem de ser acompanhada, como sempre se defendeu no melhor desta tradição económica, pelo restabelecimento de mecanismos públicos de controlo e de comando que reconfigurem os mercados financeiros e limitem o alcance do «casino». Isto é tarefa para reformas estruturais à escala nacional e internacional. Haja força política.

Entretanto, Barack Obama afirmou ontem que a crise é o resultado de «uma filosofia económica errada». Uma filosofia que contribuiu para destruir as «regulações que tínhamos e que hoje já não existem» e desta forma para gerar padrões, cada vez mais visíveis, de desigualdade e de ineficiência.

Soube que vai ser criado um instituto de investigação Milton Friedman na Universidade de Chicago, financiado por centenas de milhões de dólares de empresas e de milionários. Os que beneficiaram com as suas ideias «libertárias» não esquecem. Acreditam que a hegemonia intelectual se pode comprar. Pode ser que desta vez se enganem. Pode ser.

19 comentários:

Anónimo disse...

Do meu ponto de vista, quer que haja Instituto quer que não, e com independência dos milhões de investimento nele (que serão muitos certamente), a sobrevivência e a imposição dos modos friedmannianos está garantida. Veja-se o que foram capazes de fazer quando não havia Instituto, com os famosos Chicago Boys no cenário de Chile e na Argentina, e observe-se a deriva que estão a ter os factos no problema boliviano, até o ponto de os líderes do UNASUR terem reagido defendendo a sua soberania em defendendo a boliviana. Temos é que ter a segurança de que a hegemonia filosófica que Obama cita como errada, por mais errada que seja, vai estar acima muito tempo ainda. Com efeito, dificilmente vão aceitar a transformação do paradigma, nem sequer face a um keynesianismo vigoroso, nem muito menos que inclua dispositivos reais de regulamentação das actividades de produção/consumo com o alvo posto na preservação do planeta: seria tanto como dizer que eles iriam questionar a conceituação mesma do progresso. E acho que isso não o vão fazer.

Filipe Melo Sousa disse...

A regulação faz coisas extraordinárias: 80% da massa monetária mundial depende dos caprichos de dois iluminados. Quando fazem um disparate são biliões de pessoas que pagam as favas. Conclusão: mais poderes reguladores para que o Bernanke e o Trichet possam reparar os disparates que fazem.

Anónimo disse...

"Whether the New Deal was responsible for the recovery, or whether it slowed the recovery, has been disputed"

Mais Keynes?
Portugal tem suportado um longo e contínuo "Agricultural Adjustment Act" - já não é possível produzir menos (veja o enorme peso dos produtos alimentares nas importações) nem subsidiar mais a não produção (agora arranca-se a vinha).
Nestes últimos anos, Portugal tem sido sujeito a um intenso "Economy Act" - basta contabilizar a diminuição real dos salários do funcionalismo público e a penalização das pensões com mais impostos.
Até um particular "Emergency Banking Act" foi levado a cabo com a tomada do BCP pela administração e pelo capital público da CGD.
Só falta mesmo o programazinho "Public Works Administration" já todo preparadinho para sair com o NAL e o TGV.

Eu diria que chega de Keynes! E chega também dos disparates do nosso Hooverzito de meia tijela homónimo do filósofo, que tal como o outro também tem o seu ineficiente programazito de "economic modernization".

Anónimo disse...

Ah! Quase me esquecia: veja também a nova emigração portuguesa... e leia (se ainda não fez) As Vinhas da Ira - para perceber o ponto de vista dos que nada entendem de Keynes ou Friedman, mas têm que existir todos os dias e já não conseguem.
As teorias seriam quase todas muito bonitas se não tivessem que ser postas em prática.

formiga bargante disse...

Apenas um pequeno contributo para uma mais "fina" e concreta percepção da situação a que nos conduziram as actuais políticas económicas:

..."That situation set the stage for deep losses for all the countless investors and other entities that had entered into A.I.G.’s swap contracts. Of the $441 billion in credit default swaps that A.I.G. listed at midyear, more than three-quarters were held by European banks."...

Link:http://www.nytimes.com/2008/09/17/business/17insure.html?pagewanted=2&_r=1&hp

Atrevo-me a recomendar uma leitura muita atenta deste artigo para "sentirmos", com números, que este não é um problema americano, mas global.

Já agora, e por mera curiosidade, qual será a exposição da banca portuguesa aos "swaps"?

Pedro Sá disse...

Ou se calhar as diferenças salariais menores existentes há 10 anos não correspondiam a uma distinção efectiva.

Ou se calhar a lei da oferta e da procura assim o exigiu.

Ao contrário temos o nosso sector público, onde um técnico superior em regra não chega a ganhar o dobro de um administrativo...quando no mínimo deveria ganhar umas três vezes mais.

Até me arrisco a dizer que os salários dos técnicos superiores do Estado são mantidos artificialmente baixos para manter os salários dos administrativos artificialmente altos. Um ROUBO !

Pedro Sá disse...

Apenas para receber os comentários posteriores no e-mail.

F. Penim Redondo disse...

A crise dos bancos americanos relançou um debate muito em voga nos últimos tempos: o estado contra o mercado ou, noutra formulação, o socialismo contra o liberalismo.

Esta falsa dicotomia, como tentaremos demonstrar em próxima oportunidade, nasceu provavelmente como sequela do “socialismo real”, ele próprio um estatismo que, embora falhado, marcou indelevelmente várias gerações de militantes de esquerda mais ou menos ortodoxos.

Outra causa provável de se ter instalado esta dicotomia passa pela existência nas sociedades ocidentais de um número enorme de “funcionários públicos” que são, aliás, dos estratos mais aguerridos no plano sindical. É possível que se vejam, até para auto-defesa, como uma espécie de novo proletariado que liderará a passagem a uma nova “sociedade sem exploradores nem explorados”.

Em qualquer dos casos esta falsa dicotomia entre o estado e o mercado mascara a verdadeira questão, o anseio legítimo por um novo modo de produção e a inexistência de propostas concretas para o conseguir. Toda a energia da esquerda tem sido canalizada para a “tomada do poder” como se o controle do aparelho do Estado garantisse o sucesso da “transformação socialista”.

É esse equívoco “socialismo”, que o Estado por si nunca produzirá, que se oculta em toda a vozearia que se reacendeu com pretexto nas falências dos bancos americanos. Pelo caminho que as coisas estão a seguir ainda teríamos que concluir, se aceitássemos as teses em voga sobre as “nacionalizações” na América, que Bush se transformara numa espécie de Chavéz.

Em vez de perseguir pistas falsas, à esquerda compete forjar novas formas de produzir e distribuir em sociedade. Ganhar e organizar as “forças populares” para essa transformação em vez de ficar à espera que o mítico Estado a imponha (mesmo contra a vontade do povo ?) de cima para baixo.

João Dias disse...

A caixa do Ladrões tem sempre umas pérolas de escrita e retórica, e às quais eu me contraponho, cedendo à minha fraqueza de não resistir a desmentir o que é facilmente desmentível.

"Toda a energia da esquerda tem sido canalizada para a “tomada do poder” como se o controle do aparelho do Estado garantisse o sucesso da “transformação socialista”."

Apesar de toda a transformação neoliberal ser feita à conta do aparelho do Estado, ou seja, o facto inegável das políticas públicas veiculadas pelos "visionários cegos" do mercado conduzirem ao fortalecimento das estruturas financeiras e consequente contracção do valor do trabalho, o meu caro quer que acreditemos que não existe "garantia de transformação social a partir do Estado".

É só olhar para o modelo que pretendemos combater para perceber o quão falso é o que acabou de escrever, se a Escola de Chicago, se os ideólogos do mercado sem limites fizeram a sua aproximação cerrada ao aparelho do Estado...então com certeza deviam estar loucos e falharam, ao pensarem que no Estado estava a chave para a transformação social que pretendiam.

Já agora olhemos aos factos, está no fim do post um singelo gráfico que mostra a discrepância entre os aumentos de rendimentos entre cargos de chefia (Chief Executive Officer), salário minímo (neste caso houve uma diminuição) e salário de trabalhador. Ora este gráfico só mostra que a desigualdade se agravou, mas ela já existia, portanto as coisas estão "apenas" a ficar mais graves do que eram. E isto é parte dos problemas sociais.

Será que tão difícil perceber que este modelo de mercado não é um modelo de mobilidade social? Com a financeirização do mercado este factor agrava-se, repare-se que nos mercados financeiros o poder de atrair dinheiro é feito pelo dinheiro, quem tem posses económicas é quem tem a possibilidade e a facilidade de atrair mais dinheiro para si. A quem é que a sociedade pede menos responsabilidade social? Ás empresas (sociedades de responsabilidade limitada Lda.). Quem é que pode atrair dinheiro sem riscos e com margens de lucro seguras? Os bancos (não caiam no erro de confundir a falência dos bancos com a falência dos seus proprietários, seria um erro demasiado básico)
A quem é a que a empresa responde? Aos accionistas (não responde aos trabalhadores, paga com atraso e deslocaliza sem penalizações).

Resumindo, a sociedade desresponsabiliza, facilita e investe em quem tem capacidade financeira, porquê? Desresponsabiliza porque "não pode" afugentar investimento, facilita porque precisa de dar as condições para estas possam investir e investe para dar um "empurrãozinho" para que as empresas dinamizem a economia e criem postos de trabalho.

Ora a solução é a mudança de paradigma, à sociedade não interessa financiar empresas que não sejam responsáveis, logo todo e qualquer investimento da sociedade numa empresa tem de ter uma garantia de troca de qualidade. Não há razão para ter medo em pedir responsabilidades às empresas, se as empresas reagirem mal às exigências de responsabilidade então é porque elas de facto não são capazes de cumprir compromissos, é porque de facto não iriam dar o justo retorno à sociedade. Não se pedem responsabilidades aos trabalhadores? Não é normal pedir isso mesmo? Não há razão válida para que as empresas não sejam responsabilizadas, existe um sistema dual injusto, existe uma justiça para quem o seu capital é o trabalho e outra para quem o seu capital é o capital em si.

E voltamos ao Estado, para qualquer transformação social democrática é o Estado o agente, não podemos assistir à erosão da sociedade esperando que o caos, a descrença leve à transformação social, porque se aí chegássemos então já era tarde demais. Paradoxalmente ao que possa dizer a direita troglodita a função da esquerda é credibilizar o mercado, e para tal tem de o reformular porque o actual não é credível. Se o mercado aceita o Estado para viabilizar investimentos, vai ter de perceber que isso tem contrapartidas, e que as empresas, assim como todos os cidadãos têm responsabilidades a cumprir, e o exercício das relações económicas tem regras, só falta a alguns agentes económicos cumprirem a parte deles.

Na minha óptica existe uma abordagem simples aos problemas, primeiro seguimos a escola de Keynes, regulamos as instituições e as suas relações comerciais, se mesmo assim existir um desrespeito à lei o Estado assume o controlo e a responsabilidade de transformar a economia em fonte de redistribuição justa dos rendimentos do trabalho.

F. Penim Redondo disse...

Caro João Dias,

obrigado pelo tempo que perdeu comigo.

não me vou alongar neste momento mas apenas mostrar que a sua argumentação tem um erro de base.

Diz o João:

"Apesar de toda a transformação neoliberal ser feita à conta do aparelho do Estado, ou seja, o facto inegável das políticas públicas veiculadas pelos "visionários cegos" do mercado conduzirem ao fortalecimento das estruturas financeiras e consequente contracção do valor do trabalho, o meu caro quer que acreditemos que não existe "garantia de transformação social a partir do Estado".

Qual é então o erro ?

É que os detentores do poder económico, e do poder do Estado já agora, não fazem transformações no sentido que eu refiro porque não precisam.

As transformações que eu refiro destinavam-se precisamente a retirar o poder económico aqueles que agora o detêm.

Eles são os donos do sistema actual, nós é que gostaríamos de ter uma sociedade de outro tipo. O problema é que não sabemos de que tipo (o João também não sabe pois não ?).

A imensa China foi, provavelmente, o cenário onde uma “nova economia” teria mais “condições subjectivas” para se realizar: um país imenso, com centenas de milhões que não tinham nada para perder, com hábitos de disciplina e frugalidade, com tradições de poder central forte, com fraca probabilidade de interferências ideológicas externas dadas as diferenças culturais e de idioma, etc, etc.
No entanto, para salvar milhões da miséria,teve que se socorrer dos mecanismos capitalistas. O PCC está, no fio da navalha,a usar o potencial gigantesco do seu mercado e o seu monopólio do Estado para jogar um complicadíssimo jogo com os grandes potentados económicos.
Uma coisa é certa, não está, pelo menos para já, a construir qualquer tipo de socialismo.
Pode estar até a comprometer essa possibilidade.

O problema, a contradição insanável, lá como cá, é que não se pode ao mesmo tempo estar económicamente dependente dos capitalistas e querer ditar-lhes ordens.

João Dias disse...

"Eles são os donos do sistema actual, nós é que gostaríamos de ter uma sociedade de outro tipo. O problema é que não sabemos de que tipo (o João também não sabe pois não ?)."

Antes demais, que fique claro que eu sei que tipo de sociedade quero, sei também que a sociedade em que vivemos é o oposto do que eu ambiciono, uma farsa só sustentável com camadas imensas de desinformação, sobre-informação e ignorância.

Mais uma vez o meu caro engana-se, já aqui falei sobre o assunto e volto a fazê-lo, a sociedade e as suas relações de interdependência fazem com que não existe essa hegemonia que tão bem serve os intentos da sua argumentação. Isto porque, como já tinha mencionado no comentário anterior, existe o capital do trabalho, sobre qual você faz tábua rasa, acontece que a sociedade sem esse capital não funciona. Por essa mesma razão é que o poder económico tanto receia os movimentos sociais organizados, os sindicatos, porque eles trabalham com o capital do trabalho e fazem perceber aos trabalhadores o verdadeiro valor desse capital.
Além disso, existe a vontade democrática, o poder legitimado pelas urnas, quer se queira quer não, se a maioria de um país decidir nacionalizar os sectores vitais da economia...meu caro, qual poder económico qual carapuça, o poder económico volta a estar nos cidadãos e sujeito ao escrutínio democrático. Isto que acabei de dizer, e que é realidade em alguns países sul-americanos, desmente por completo a sua teoria de que "Toda a energia da esquerda tem sido canalizada para a “tomada do poder” como se o controle do aparelho do Estado garantisse o sucesso da “transformação socialista”."

A transformação social passa por aí mesmo, criar a noção na sociedade de que tem o poder do trabalho e embora o mercado o tente desvalorizar, ele é o maior dos valores e sem ele não há poder económico que resista.

"O problema, a contradição insanável, lá como cá, é que não se pode ao mesmo tempo estar económicamente dependente dos capitalistas e querer ditar-lhes ordens."

Mas quem é que quer estar dependente dos capitalistas? Falamos de mais Estado, em mais democracia e você fala de querer estar dependente dos capitalistas. Por acaso não estará a falar sozinho, consigo mesmo?

Há aqui um vício algo constante de retratar uma realidade à medida dos seus argumentos, só que a realidade é o que é.

F. Penim Redondo disse...

Caro João Dias,

não sei que idade tem mas, para quem "viveu" a URSS de Brejnev e China de Mao, as nacionalizações não auguram nada de bom. Isso para mim é uma coisa do século XIX e nós estamos na era das "mercadorias virtuais" e do "trabalho não-repetitivo".

Parece esquecer que o Estado se manifesta, na prática, pela acção dos orgãos eleitos e pelo "interesse público" que eles definem. O George Bush é tanto "Estado" como o Chavez ou a Angela Merkel.

Já agora uma pergunta cínica: se as pessoas podem ser levadas a eleger um governante progressista, se conseguem ter essa clarividência, porque não começam por se organizar profissionalmente fora do quadro das empresas capitalistas, castigando com o seu inegável poder os desmandos da exploração ?

João Dias disse...

Que a história provou que as nacionalizações podem ser um instrumento de tirania isso é mais que óbvio, não tenho utopias de perfeccionismo. Neste momento vivemos a tirania do "mercado livre", que não o é como todos sabemos.

Mas sabe que o sector das águas é público, sabe que existe o serviço nacional de saúde que é público...se já existem sectores estratégicos que são públicos (não precisam de ser nacionalizados porque já o são), eu pergunto-lhe:
Afinal já vivemos em tirania?

"nós estamos na era das "mercadorias virtuais" e do "trabalho não-repetitivo". "

Ai não há trabalho repetitivo nas empresas...humm, olhe deve ser da minha idade, mas ia jurar que já vi isso em empresas de ponta. Olhe ia jurar que até vi isso em empresas que usam sistemas de visão artificial, mas sabe como é, isto da idade não perdoa.

"Parece esquecer que o Estado se manifesta, na prática, pela acção dos orgãos eleitos e pelo "interesse público" que eles definem. O George Bush é tanto "Estado" como o Chavez ou a Angela Merkel."

Mas não tenha dúvidas, Chavez, Merkel e Bush são tanto "Estado" uns como os outros, são representantes legítimos da vontade popular. Agora, é bastante diferente escolher um desses 3, e perceberá com certeza que quem os elegeu tinha visões muito diferentes daquilo que deve ser o papel do Estado, porque Estado são todos, agora a tipologia e actuação de cada um é um assunto completamente diferente. Não acredito que você não consiga distinguir a diferença entre um Estado gerido por Chavez e outro por Bush...os dois representam o Estado, agora o Estado não é indiciossiável da maneira como actua o seu líder.

"Já agora uma pergunta cínica: se as pessoas podem ser levadas a eleger um governante progressista, se conseguem ter essa clarividência, porque não começam por se organizar profissionalmente fora do quadro das empresas capitalistas, castigando com o seu inegável poder os desmandos da exploração ?"

E podem mesmo, você sabe o que são sindicatos??? Conhece as organizações não governativas, tipo cooperativas??? Sabia que a produção intelectual vem na sua maioria de universidades públicas??? Sabe que Universidades públicas montam variados sistemas integrados tecnológicos para empresas???
Se calhar, anda é muito distraído...

Agora eu devolvo-lhe a pergunta: centros públicos de formação profissional formam quadros qualificados, porque é que os "capitalistas" não esquecem os problemas de ter assalariados e fazem eles tudo sozinhos nas empresas? Está a ver, também sei fazer perguntas cínicas.

F. Penim Redondo disse...

Caro João Dias,

não quero ser deselegante mas deixe-me dizer-lhe que ainda não percebeu o que eu defendo. Há muitas maneiras de tentar "matar as mesmas pulgas".

Por isso continua a argumentar com um adversário que não existe, garanto-lhe.

De qualquer forma foi um prazer conversar consigo. Até à próxima.

João Dias disse...

Caro Penim Redondo:

Essas tentativas de induzir considerações subliminares sobre o meu intelecto são me indiferentes, mesmo que feitas com elegância ou sem ela. Agora independentemente de você querer ou não o mesmo que eu, isso honestamente não era o que estava em debate. Eu discutia consigo precisamente os meios para "matar as pulgas".

Eu acho que o Estado é um meio viável para a transformação social e o meu caro acha que não, eu tentei argumentar de modo a demonstrar que isso não era um ponto de vista mas sim uma realidade factual.

Você abusa de um raciocínio preconceituoso que induz que toda a transformação socialista no Estado só pode ser imposta.

"Ganhar e organizar as “forças populares” para essa transformação em vez de ficar à espera que o mítico Estado a imponha (mesmo contra a vontade do povo ?) de cima para baixo."

Eu sou social democrata, acredito na transformação socialista pela via democrática, o meu caro quer fazer crer que essa transformação feita no Estado é intrinsecamente anti-democrática. Portanto, não ando a combater adversários imaginários, estou expor os preconceitos e vícios do seu raciocínio.

Pedro Sá disse...

O quê ? O João Dias social-democrata ? Um extremista destes ? LOL !

João Dias disse...

Pedro Sá:

Não me diga que sociais democratas são os do PSD?

Social democracia

Perceba uma coisa, eu sou social democrata sem contextualizações históricas, sou textualmente social democrata. Ou seja, socialista e democrata.

Pedro Sá disse...

Oh si cariño.

João Dias disse...

Ainda bem que é do seu agrado.