terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Os trabalhadores pagam a crise

Não surpreende, mas os números do INE, noticiados aqui por Sérgio Anibal do Público, confirmam como o ajustamento da economia nacional está a ser feita à custa dos salários. O rendimento líquido médio dos trabalhadores por conta de outrem foi de 720 euros em 2007. Um aumento de um euro face a 2006. Isto em termos nominais. Se descontarmos a taxa de inflação, o rendimento médio dos trabalhadores diminuiu. Por outro lado, os lucros das 500 maiores empresas nacionais não financeiras, responsáveis por 60% do PIB, aumentaram 41% no ano de 2006 (ainda não há dados para 2007). Este duplo movimento não é só trágico do ponto de vista da repartição da riqueza nacional. Mostra também como os salários baixos continuam a ser a aposta competitiva dos nossos empresários.

3 comentários:

Pedro Sá disse...

A primeira frase é a incorrecta no post. A questão não tem nada a ver com ajustamentos económicos...eu diria que antes tivesse...

L. Rodrigues disse...

Dá vontade de pintar nas paredes,
"Os ricos que fazem as crises."

LA disse...

Pelos vistos estas 500 empresas que são responsáveis por 61,1% do PIB empregam apenas 6% dos trabalhadores nacionais! Quer dizer que os outros 94% dos trabalhadores produzem apenas 38,8% do PIB, talvez seja por isso que não recebem muito!
Gostava de saber quanto aumentou o salário dos tais 6%, será que foi 41%?
Realmente, não percebo onde é que anda a crise, mesmo que só estas 500 tenham tido esta subida nos lucros e as outras tivessem mandido, já não era mau, talvez o dinheiro ande mesmo mal distribuído.
Eu sou um leigo, não percebo nada disto, é só curiosidade minha sobre o assunto.