terça-feira, 2 de setembro de 2025

Miss Universo - Ser português


Confesso que desconhecia por completo, não tendo sequer alguma vez ouvido falar da banda. Até ao concerto num jardim de Albufeira, em noite de ventos fortes, no final do querido mês de agosto. Soube apenas, a caminho do local, que um dos músicos, Afonso Branco, era neto de um gigante (que isso não afete, num sentido ou noutro, pensei).

A primeira reação foi de surpresa, pelo inesperado da viagem - assim me pareceu - a sonoridades dos anos 80, trazendo à memória uma magnífica e saudosa banda que, como outras, as periferias votam ao desconhecimento. Noutros temas, um certo exercício de rock sinfónico, sofisticado e de execução apurada. Talvez o vento, e a qualidade acústica bem conseguida para um jardim ao ar livre, também me tenham levado a recordar isto.

Não se pense, contudo, que se trata de um projeto revivalista. Longe disso. O que resulta é a soma de influências e escolhas, que criam identidade própria e um registo novo, cruzando espaços e ambientes, numa combinação e alternância, por exemplo, entre ritmos e sons de música africana e matizes mais urbanos e sombrios. E também, claro, com a influência assumida, mais percetível em alguns temas e letras, do avô gigante.

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