«A crise pandémica com que fomos surpreendidos está a atuar como um poderoso revelador [das] vulnerabilidades preexistentes e, ao mesmo tempo, num contexto marcado pela incerteza, a dar indicações quanto a direções de reconfiguração institucional e estrutural capazes de reparar as linhas de fissura de um modelo de desenvolvimento que se tem vindo a revelar insustentável. Caracterizar essas vulnerabilidades na forma que assumem em Portugal, e retirar desse exercício indicações tendentes a robustecer as respostas imediatas (de emergência) e mediatas, estruturais e institucionais é o propósito deste livro. No imediato é indispensável um foco abrangente e direcionado nas respostas de emergência ao impacto socioeconómico da pandemia, mas tal imperativo não pode secundarizar abordagens que, partindo de um enquadramento retrospetivo, fundamentem opções políticas (e de políticas) orientadas para o robustecimento das instituições e das estruturas.»
Manuel Carvalho da Silva
«As consequências socioeconómicas da pandemia COVID-19 não configuram uma simples tradução de um perigo natural que a todos afeta, mas sim o resultado de um conjunto de riscos socialmente construídos e potenciados. Mesmo quando têm origens naturais, os riscos manifestam-se na esfera social, económica e política assimetricamente. (...) Para além do diagnóstico das vulnerabilidades estruturais que afetam a sociedade portuguesa e a colocam numa situação particularmente frágil no atual contexto, promove-se neste livro uma reflexão crítica em torno das políticas emergenciais adoptadas e apontam-se caminhos de política pública que possam contribuir para o robustecimento do tecido económico, a melhoria da qualidade do emprego e a redução das desigualdades.»
José Castro Caldas, Ana Alves da Silva e Frederico Cantante
Leitura essencial para os tempos de pandemia que estamos a atravessar, o mais recente estudo do CoLABOR analisa «As consequências socioeconómicas da Covid-19 e a sua desigual distribuição», numa versão ebook de acesso gratuito. Se a avaliação dos impactos do surto pandémico propriamente dito - sobretudo nas atividades, no emprego e nos rendimentos - não descura o reconhecimento da importância e do peso das fragilidades pré-existentes, também as respostas - de emergência e as mais estruturantes - são objeto de um olhar crítico e exigente, que analisa os riscos de um keynesianismo de exceção e discute a capacidade de estabelecer, a partir das interpelações profundas que a crise coloca, as mudanças que conduzam a uma economia e uma sociedade mais decentes e menos desiguais.
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6 comentários:
Tudo se resume à velha luta de classes, mesmo a pandemia e o aquecimento global.
O modelo económico extracionista e expansionista, criado pela burguesia não tem limites, nem no respeito pela vida humana, nem no respeito pelo planeta.
Vejam o exemplo do musk: recebe milhões do estado americano, para produzir carros elétricos na china, porque, supostamente, são ambientalmente sustentáveis, mas depois despeja toneladas de carbono na atmosfera, em golpes publicitários.
Como dizia Marx, o capitalismo tem uma lógica compreensível e aceite pela maioria, mas funciona sobre uma base corrupta.
Essa é o grande obstáculo para a mudança...
Provavelmente não será ainda desta que vem a cabal descrição da sociedade pós-capitalista, mas a criação e desenvolvimento das 'estruturas' que a virão a reger seguramente serão amplamente contempladas.
João Ferreira Pimentel está nervoso e agastado? Não consegue dar uma para a caixa? Tudo se resume à luta de classes, mesmo a pandemia?
Só memo um tipo com este grau de sabedoria saloia para dizer estas e as bacoradas que se seguiram
João Pimentel Ferreira do alto do seu esconderijo a ver se passa entre os pingos da piscina do seu ministro holandês
E nem sequer consegue acertar com citações. Agora até com frases do Groucho, truncadas e idiotas
Vê-se que jose está preocupado.
Agora quer uma pitonisa que lhe sossegue os calafrios e lhe acalme os tremores
Mas confessemos que chega a ser patética a sua impotência para defender a trampa deste modelo de sociedade em que se expandem uns tantos porno-ricos
Tão tão tão clarinho
Afogados em estruturas, pletóricos de análises e estudos, assoberbados de planos gerados por quem nem toma iniciativas nem mobiliza capitais, provavelmente o país prosseguirá o assinalável rumo de atingir um elevado nível de perfeição na inconsequência.
Perfeição? Isso é coisa da treta de outras eras bem negras, em que nos vendiam as tretas de exposições do mundo português para impingir ideologia de trampa
Tão inconsequente como A quem só resta isto para bramar contra o debate e o conhecimento
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