quarta-feira, 3 de julho de 2019

Todas as palavras

Quer ter uma opinião sobre o que se passa no SNS? Leia esta entrevista do médico João Proença, presidente da FNAM!
"A situação grave e insustentável que se passa no serviço público de saúde, com a carreira médica, com a gestão desorganizada, programada através da gestão empresarial e dos contratos individuais de trabalho que destroem completamente o espírito de equipa. Para trabalho igual, salário desigual. Os quadros foram fechados para que tudo estivesse ao serviço de um mercado de serviços privados. Até a lei que diz que se as pessoas ao fim de três meses não tiverem consultas ou cirurgias têm um cheque e vão onde querem. Isto é claramente tirar o dinheiro do Estado e dar aos privados."
Leiam o resto. Às vezes, é preciso dizer todas as palavras porque há pessoas que não entendem.

6 comentários:

Paulo Guerra disse...

Como se o outsourcing mafioso só acontecesse no SNS e como se isso fosse de hoje. Infelizmente. Eu gostava de saber, por exemplo, qual foi a poupança da CML com António Costa que só não privatizou os serviços em que ninguém pegou. A poupança e já agora a satisfação dos munícipes. Mas alguém acredita que canalhada que nem sabe o que anda a fazer - além de que são explorados até à medula todos os dias e no que isso representa de menos para a economia no geral, quer em receita quer em consumo - podem produzir o mesmo que profissionais altamente especializados com vários anos de casa? Não obstante vivemos num país em que malhar na função pública foi sempre moda. Quando estou convencido que em muitas áreas hoje são precisos practicamente o dobro dos funcionários públicos.

Jose disse...

«gestão empresarial e dos contratos individuais de trabalho que destroem completamente o espírito de equipa»
Nada como a molhada a caminhar com carreiras que correm com o tempo. Isso sim, isso é que uma equipa em movimento.

Anónimo disse...

A origem do problema está na dualidade do mercado de trabalho, e no regime de segurança social. É mais barato, e portanto é a opção logica de um Estado falido. Em 2012 o estado pedia emprestado todos os anos 20 mil milhões emprestados, hoje deverá pedir uns 3 mil milhões o que é apenas parcialmente compensado pelo aumento de impostos. Então os serviços públicos, saúde incluída vão ser muito fracos. A culpa é de quem como o Primeiro Ministro mente descaradamente todos os dias sobre a real situação do País não levando a sociedade a fazer opções. E existem sempre uns quaisquer Berardos para quem deitar as culpas...

José Peixoto disse...

Os "josés" ou nunca trabalharam, ou são mentecaptos ou apenas criados com funções de escribas!
Num hospital, porque estamos a falar de SNS e de hospitais/centros de saúde, ninguém trata ninguém sozinho, são equipas, com funções distintas mas equipas. O médico pode ser excepcional mas se os enfermeiros não estiverem lá, de pouco servirá a sua excepcionalidade. E quem fala em enfermeiros, fala nos médicos de outras especialidades que são chamados para tratar "aquele doente". E todos eles precisam dos auxiliares, que são os trabalhadores que limpam e desinfectam as camas, que levam os deontes às instalações sanitárias ou aos diversos serviços onde tenham que efectuar exames complementares. Portanto, os "josés" que do alto da sua cátedra de "achismo" vomitam sentenças, ao menos compreendam em primeiro lugar do que é que se está a falar, estudem as "cadeias" de trabalho, saibam por-se no lugar dos outros, ao invés de continuarem a "mamar" à sombra do "achismo" tão bem pago pelos donos desta treta toda!
Por outro lado, as carreiras hospitalares tinham exames para ascenderem às diversas categorias. Agora que as carreiras se foram. os directores clinicos são de escolha das administrações, o que quer dizer de amizade política ou outra. O que não quer dizer que sejam incompetentes, apenas que estão lá como capatazes da administração e não como técnicos reconhecidos pelos seus pares!
Os "josés" aprendam a falar com as pessoas, no caso com os que trabalham no SNS e aprendam alguma coisa. Se é que são disso capazes!

Paulo Guerra disse...

Ninguém odeia mais o trabalho à jorna, nas suas mais variadas modalidades que eu. Mas qualquer cidadão minimamente informado sabe que o grande problema do SNS hoje é uma sub-orçamentação quase crónica. Que nem sequer cabe na lei de bases. Saibamos ser inteligentes por favor.

Jose disse...

José Peixoto, estou deslumbrado com a visão que me proporcionou do que seja o trabalho em equipa.
Com anos de experiência na indústria transformadora só me faltavam as suas inanidades para saber o que é uma equipa de trabalho e quais as exigências de um qualquer processo.

O que não refere é o que a 'gestão empresarial' tem de contributo negativo para o caso e, como sempre trabalhei a recibos verdes, porque é que isso me haveria de impedir de participar ou liderar equipas.

O que esconde, é essa sua esquerdalha 'cultura dos coitadinhos', em que todo aquele que não tenha trabalho 'com direitos' ou tenha uma chefia que não esteja condicionada por um detalhado regulamento, fica imprestável para o trabalho acometido de uma qualquer prostração de injustiçado.
Não há paciência...