sábado, 27 de julho de 2019
Há quem tenha saudades dos exames a la Crato
A recente notícia assinada por Clara Viana, no Público, que dá conta do «escândalo» de ter saído no Exame de Português do 12º um excerto de «Os Lusíadas» que não constava do programa da disciplina, é bem reveladora da persistência, entre nós, de uma conceção limitada e empobrecedora da educação e do ensino.
Achar-se que um exame se deve restringir aos conteúdos concretos abordados durante as aulas, evitando tudo o que possa ir além da simples memorização e da reprodução estática de matérias lecionadas é recusar que a aprendizagem deve sobretudo visar o desenvolvimento da capacidade para compreender, interpretar, relacionar e resolver novas situações e novos problemas, com os conhecimentos e as competências adquiridas. Isto é, que o principal objetivo do processo de ensino e aprendizagem é, fundamentalmente, o de ensinar a pensar.
Fez portanto bem o IAVE em assinalar de novo, na resposta ao Público, a alteração em curso do modelo de elaboração dos exames, mais orientado para «avaliar a capacidade dos alunos de demonstrar “capacidades de interpretação” em vez de mera reprodução de conhecimentos». Isto é, de romper com uma conceção de ensino essencialmente centrada no treino da memorização, da qual Nuno Crato foi um dos maiores expoentes, e que conduziu à sobrevalorização dos exames e à subordinação perversa dos processos de ensino e aprendizagem à sua realização.
Adenda: Esta «notícia», adequada à silly season, trouxe-me à memória o insólito método de avaliação adotado, no final dos anos oitenta, por um docente de uma prestigiada universidade portuguesa, responsável por uma cadeira de pedagogia, frequentada por alunos de diversos cursos (História, Geografia, Filosofia, Línguas e Literaturas, etc.). Como numa espécie de construção lego, os exames eram elaborados a partir de uma bateria imutável de questões previamente constituída. Aos temas tratados nas aulas correspondiam, nas provas, as respetivas questões.
Conhecendo o método, que se repetia ano após ano - e o universo de perguntas possíveis - os alunos tratavam de levar para o exame as respostas já redigidas a todas as questões (partilhadas por alunos de anos anteriores), dedicando o tempo da prova a transcrever as respostas certas na ordem certa para as folhas timbradas da Faculdade. O mistério, que ninguém tinha contudo propriamente interesse em desvendar, era o de saber como diacho se «produziam», naquelas condições, as diferentes classificações obtidas pelos alunos.
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24 comentários:
Educação para ensinar a pensar ?
Assim como dão aqui o exemplo insultando e censurando quem tenha um ponto de vista alternative, como vocês fazem comigo ?
Só falta dizer que a esquerda educa para a democracia - assim como a censura que exercem sempre que podem, como nesta caixa de comentários.
Pobre pedro aonio pimentel ferreira.
Não contente com o seu trajecto de manipulador desonesto, agora temos direito a estas vitimizações invertebradas.
Parece ou não aquele tubarão do PSD que, depois de a sua rede de perfis falsos ter sido desmascarada, ainda veio insultar quem já insultava,num gesto de oficiante beato, sem escrúpulos nem vergonha
Estas vitimizações do troll europeísta pedro aonio pimentel ferreira só me fazem lembrar aquela ópera de Puccini, em que a protagonista, Mimi, que é suposta estar a morrer de tuberculose, mantém uma bela voz e um excelente fôlego alguns minutos antes de "morrer". LOL
https://www.youtube.com/watch?v=B4EPQlQpTl0
Palra muito o pedro aonio pimentel ferreira para quem está a ser censurado. LOL
E o homem do lápis azul só pode ser incompetente, senão censurava também estas denúncias de censura.
Censura "de verdade" é isto:
https://spanishrevolution.org/whatsapp-censura-a-podemos-a-solo-cinco-dias-de-las-elecciones/
S.T.
Esta 'unidade na acção' entre o Cuco e o ST é das mais comoventes manifestações do espírito de esquerda. Quanto ao pensamento, é matéria para os miúdos se treinarem para os mistérios da fé.
O cientismo tosco é uma das características fundadoras do progressismo.
Assim, aquilo que escassamente se encontra em adultos - a disponibilidade para pensar, a capacidade de interpretar um texto (mormente se poético) - é o foco no ensino de jovens desprovidos de uma qualquer prática acumulada nas múltiplas vicissitudes da vida.
Uma só coerência se exprime nessa atitude: o desprezo pelo real e o montar utopias e desvarios como o sinal mais evidente de uma redenção progressista; que faz de lerdos supostos génios.
"Unidade de acção e comoventes manifestações"
Uma pequena amostra do pensamento profundo de quem a assina?
Depois verificamos que estamos perante uma farsa. Os mistério da fé oferecidos a "miúdos" é a síntese perfeita da idiotice argumentativa a que se chegou
Tenta-se evitar o uso da palavra senilidade, mas perante esta bafienta e impotente auto-ode às múmias paralíticas, a palavra surge quase que involuntariamente
As perguntas não se devem limitar ao que é ensinado nas aulas. Mas não podemos ensinar alhos e perguntar bugalhos.
Diz a tradição que Newton começou a esboçar a teoria da gravidade quando lhe caiu uma maçã na cabeça. Para elaborar a teoria teve de inventar o calculo diferencial. Posso dizer que uma ação levou à outra, não posso é deixar cair uma maçã na cabeça de um aluno e ficar à espera que ele me resolva equações diferenciais. Posso, se não perceber nada de equações diferenciais e quiser fazer parecer que ensinei.
O que temos neste momento são pseudo-pedagogos que em vez de ensinarem dizem que dão ferramentas par o aluno "aprender a aprender". Como se fosse possível ensinar sem ensinar conteúdos. Depois diz-se que os alunos falham porque não foram "ensinados a aprender", não porque eles não sabem rever os exames.
O Iave teve um ano para elaborar os exames, só este ano falhou em três exames. Seguidamente vai gastar um mês a inventar desculpas para os exames mal feitos.
O ódio ao pensamento científico faz parte do ADN duma direita trauliteira e imemorial
"Cientismo tosco" proclama aí em cima alguém, que anda às voltas com um cuco e a memória materna.
Esclarecedor
Há mais:
"Ensinar o povo português a ler e escrever, para tomar conhecimento das doutrinas corrosivas de panfletários sem escrúpulos ou das facécias malcheirosas que no seu beco escuro vomita todos os dias qualquer garoto da vida airada, ou das mentiras criminosas dos foliculários políticos - é inadmissível. Logo, concluo eu: para a péssima educação que possui e para a natureza de instrução que lhe vão dar, o povo português já sabe de mais (…) Um dos factores principais da criminalidade é a instrução". Assim escreve no jornal "A Voz", em 1932 alfredo pimenta, salazarista dos quatro custados."
O salazarista alfredo pimenta tem afinidades com outro salazarento personagem ( agora em versão oculta) de nickname jose que não há muito , em pleno consulado de Passos Coelho, proclamava alto e bom som:
"bem fez Salazar, enquanto a História esteve do lado dele, de aplicar o princípio à comunada!"
Os princípios educativos com toda a certeza. Veja-se como o fraseado imbecil e extremista de pimenta sobre a Educação, se converte agora todo catita em " desprezo pelo real e o montar utopias e desvarios como o sinal mais evidente de uma redenção progressista"
Lapidar
Volta pedro aonio pimentel ferreira com a história da maçã e de Newton.
Numa de pseudo-pedagogo a fazer pedagogia tipo Crato. De quem era admirador confesso e subserviente peão
Desapareceram as idiotices à "pedro" , desmontadas sem qualquer remédio.
Volta o seu criador, com este discurso verdadeiramente ideológico em defesa do Cratismo. É mesmo para isso que ele cá está
E mais outra resposta censurada.
A esquerda gosta mesmo de brilhar.
Digam lá. O ST e o troll dos insultos, provavelmente a mesma pessoa, são mesmo do staff do blog não são ?
Por um lado insultam por outro censuram.
É esta porcaria a esquerda "moderada".
Obrigadinho por deixarem cair a máscara de "defensores da liberdade". Agora já sei o que vocês valem.
O método de ensino do Pedro Pimentel Ferreira é assim atirar maçãs à cabeça dos alunos para fazer parecer que ensinou?
Este tipo é um aldrabão.
O 'ensinar a pensar' preenche o imaginário dos que vivem pela fé de que o pensamento criará um 'homem novo'. Porque sempre é esta a motivação que, subliminarmente, preside a uma permanente recusa de enfrentar as evidência de uma experiência pedagógica com milénios.
Adicione-se-lhe o facto de terem uma tal tarefa a cargo de uma classe eivada de mal-formados, de mal-educados professores, para a qual nunca que lhes passa pela cabeça assegurarem-se que sabem pensar.
Fazer do 'ensinar a pensar' uma novidade no ensino é uma daquelas pesporrências progressistas, que deve ser lida como 'ensinar a pensar no que conduza à sua ideologia'. E essa aproximação seguramente a quererão fazer pelo que agora identificam como um requisito do 'ensinar a pensar': uma componente lúdica no ensino, algo que dê prazer em nele pensar, porque se conhece ou porque se houve falar. Não tardará que sejam os noticiários e os decretos do governo a serem matéria de debate, na consolidação do corretês que definem como cidadania e que arduamente lutam porque empeste toda a comunicação social. Aquelas velharias das disciplinas de Filosofia, História, Geografia, não servem para fazer pensar. Quem quiser saber vai ao Google ou ao Youtube.
Quanto ao 'homem novo' as religiões, mais prudentes e mais sábias, atêm-se a que só a fé e o auxílio de forças divinas viabilizará a aproximação a um tal ser místico, o qual só declaram alcançável num mundo para lá da morte.
Mais uma vez o modus operandi de pedro aonio pimentel ferreira aí em cima exposto
A versão trauliteira do dito cujo encarnada no nickname "pedro". Uma miséria de discurso, género mafioso contratado para a arruaça e o insulto. Há que atacar por todos os meios este blog e os seus autores. Uma figurinha como "pedro" serve às mil maravilhas para os intuitos político-ideológicos de pedro aonio pimentel ferreira
Depois temos a versão tipo dandy pedante das avenidas novas, aí encarnada por um anónimo das 00 e 24. Um pseudo-crato a passar como pedagogo e a investir também contra um "vocês", os pseudo-pedagogos. Seja lá o que isso for.
Surge uma hipótese no horizonte. Fica para depois
José revolta-se contra o “ ensinar a pensar.”
Percebe-se.
Afinal é da mesma criação de Alfredo pimenta
E subscreveu a espantosa observação salazarista que bastava ler, contar e escrever
A experiência pedagógica defendida por José é o saber baseado no bom senso
Está escrito pelo próprio e assinado como tal.
Essa coisa do saber baseado na experiência e na verificação é algo que lhe provoca náuseas e que estimula a sua condição de prócere do conhecimento à Alfredo pimenta
O ADN da direita trauliteira tem de facto um ódio de morte ao pensamento cientifico
O preenchimento do imaginário de José está limitado a isto
Faz lembrar a velha frase de Gramsci sobre o velho e o que ainda não nasceu. Frase curiosa que motivou algumas fortes gargalhadas pela incapacidade de José a compreender, quando tomou aqui conhecimento com ela
Incapacidade para aprender?
Os discursos “ lúcidos e claros” de Salazar que lhe decoram as paredes, bastam- lhe. Isso e as revistas que traduzem a Dolce vita dos porno-ricos
Adivinha-se José com os olhos em alvo, a folhear as revistas que lhe trazem o belo, daquela forma milenar com que as elites corruptas e corrompidas se endeusam a si próprias
A mediocridade também passa por aqui.
Adicione-se uma classe eivada de mal formados, de mal educados, retratada aqui pelo próprio José
Ao homem dito novo prefere o homem das cavernas. O troglodita. O boçal. O banqueiro mafioso e o sangue azul dos vampiros que vivem da parasitagem. E os néscios e luzidios e pútridos grandes saqueadores do trabalho alheio
Veja-se como lhe causa urticária que os noticiários sejam alvo de crítica fundamentada e lúcida, que desmascare uma midia que serve o interesse dos porno-ricos e a ignorância idiota defendida pelo lixo salazarento
Veja-se também como, depois de ter elogiado as revistas que retratam os porno-ricos, agora se atira a disciplinas como a Geografia, a História, a Filosofia
Fazem pensar. Ensinam a pensar
É isso não pode ser.
Já o dizia o Alfredo pimenta.
Já o diz este jose
Veja-se a aproximação também com os bolsonaros, mais o ensino eivado de ideologia. Não o diz, mas pressente-se ali o exorcismo do ““marxismo cultural” com que os idiotas extremistas nos presenteiam hoje, nas suas palavras de ordem de canalha à solta
Onde também não está isento a apelo â religião, daquela prudente e sábia
Qualquer dia temos José convertido em evangelista, daqueles à Bolsonaro. Chorando e rezando, enquanto queima mais um indígena local
Para Angola e em força agora convertido em quê?
Fazer do 'ensinar a pensar' uma novidade no ensino é uma daquelas pesporrências progressistas, que deve ser lida como 'ensinar a pensar no que conduza à sua ideologia'.
O ódio que esta gente tem a que o ensino também ensine a pensar ...
Uma questão ideológica pois claro, porque isto de por as pessoas a pensar é um acto profundamente revolucionário.
Como o atesta um tal Pimenta. E agora o josé
A pesporrencia e o culto da ignorância para o povéu, sempre foram imagens de marca duma direita salazarenta e bolsonarista
(É evidente que o Sol gira à volta da Terra, dizia o mestre do ensino baseado no senso comum..)
Faz bem o LdB em dar todo o espaço ao lídimo representante do pensamento esquerdalho.
Subserviente do dogma, rasteiro e monótono.
O jose parece que não percebe ou não percebe mesmo?
O LdB é um espaço plural, que se destaca por uma outra visão da economia política.
Se jose se sente impotente para defender as tretas que debita, que o assuma
E deixe de fazer esta milonga um pouco idiota, insultuosa (para o Blog) e choramingas, para tentar justificar as suas atoardas e a sua incapacidade para as sustentar
Retomando o artigo que gerou esta discórdia, vamos relembrar que o conceito de Poesia está intimamente ligado ao conceito do Pensamento.
Cada excerto dos Lusiadas é trabalhado exaustivamente nas aulas, e estudantes candidatos ao ensino superior são obrigados a estudar horas sem fim, todas as suas particularidades. Não vamos ser hipócritas e esquecer, nem por um segundo, que infelizmente o sistema educacional público Português está construído no "mérito". Estes alunos tinham o direito a um Exame que refetisse o que foi ensinado durante todo o ano, já basta estes exames terem critérios de pensamentos pré-defenidos.
Com isto não me entrego a caminhos tortos de ideias concebidas de um sistema que deve ser apralpado para ceder a conhecimentos adquiridos exclusivamente pela exaustidão do estudo, ou decorados ao último minuto... Apenas cabe-me na minha mais singular ignorância, admitir que num exame concebido para avaliar a performance de replicar os conhecimentos adquiridos durante o ano deveriam ser colocados materiais a que os alunos realmente tiveram acesso.
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