Sem querer abusar do uso de sondagens, dir-se-ia que os partidos que apoiam o governo representam três quintos das intenções de voto, contra dois quintos da Direita.
E, apesar disso, o governo decidiu patrocinar um diálogo com a Direita para rever a Lei de Bases da Saúde, dando-lhe um destaque e eficácia que nem o sector privado tem no terreno, nem a Constituição da República Portuguesa lhe concede abertamente.
Após uma proposta de clarificação da Lei de Bases da Saúde, apresentada pelo dirigente do Bloco de Esquerda João Semedo e pelo fundador do Serviço Nacional de Saúde (SNS) António Arnaut, no sentido de blindar o SNS da predação privada - que tem penetrado graças a décadas de suborçamentação e desarticulação do SNS e até por uma ADSE pública que financia a actividade privada - o governo decidiu equilibrar essa iniciativa dando uma mão precisamente ao sector privado.
"Convidámos a doutora Maria de Belém Roseira para que constitua uma comissão, nos critérios que ela própria definirá, e que possa acolher todas as sensibilidades da sociedade portuguesa", anunciou o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, no Parlamento. Ora, Maria de Belém Roseira é muito mais do que uma polémica ex-ministra socialista da Saúde - Maria de Belém Roseira é actualmente consultora do grupo privado Luz Saúde (sucedânea da Espírito Santo Saúde) e desde 2006, além de integrar o Conselho Consultivo da Luz Saúde, foi consultora da Euromedics e Merck, duas empresas com interesses diretos no setor da Saúde.
Objectivo: Conseguir "consenso alargado" tendo em vista um "pacto orçamental" - o que quer que seja que isto queira dizer... - que permita preparar um plano para a saúde para "mais do que uma legislatura".
Ou seja, encontrar um meio termo, uma bissetriz, entre a defesa do sector público (supostamente no Governo e nos partidos que o apoiam) e as pretensões privadas. O problema de uma estratégia como essa é que, quando se começa a regatear tapetes, acaba-se por comprar algum. E a dúvida será por que preço.
Claro que o presidente da República, no seu objectivo político - nunca declarado na campanha eleitoral - de conseguir um bloco político central, já aplaudiu a iniciativa e alargou-a, contribuindo para forçar essa porta que deveria estar bem clarificada em prol da defesa do SNS, tal como prevê a Constituição que Marcelo Rebelo de Sousa prometeu fazer cumprir. Não as suas ideias: a Constituição.
"Desde que assumi funções tenho dito que, embora haja um pacto implícito, não declarado, em que os vários partidos aceitam a realidade da saúde em muitos aspetos sem os confrontos ideológicos de outros tempos, era desejável haver uma convergência explícita, expressa, assumida”. “Como disse aqui, agora mesmo, porventura não é fácil, não tem sido fácil haver este tipo de compromissos, mas não é razão para eu não deixar de o defender”, sublinhou.
Pergunta feita ao PR: Mas o
sector de saúde público não tem perdido terreno para o privado?
Resposta do PR: “O que vale a pena é olhar para o sistema todo, olhando para realidade da sociedade portuguesa neste momento” em que Portugal não está em crise.
Ou seja, um presidente da República bem alinhado com o argumentário da Direita que sempre exigiu ser tratada como um parceiro ao nível do público, recebendo financiamentos do Estado, sob o lema "pensem nos utentes e não em quem presta Saúde".
É isto que está em jogo. E esperemos só que esta abertura do Governo ao sector privado não seja uma moeda de troca para a pacificação de Marcelo Rebelo de Sousa em relação ao governo.
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26 comentários:
Boa malha
Muito preocupante!
Está ameaçado o crescimento do carreirismo na função pública num dos ramos com mais poder de expansão.
Perdem-se também oportunidades de o Estado fazer largo uso dos seus abundantes recursos em novos investimentos num sector onde permanentemente surgem novas tecnologias.
E pior que tudo, aumenta o potencial de financiamento do privado ao público em dívidas a fornecedores e outros malefícios do privado que sempre procuram ter lucro, esse mal maior que paga impostos e envergonha o défice público.
Melhor seria aumentar a dívida, investir no público, tornar inactivos os investimentos privados (como se fez nas escolas) e cantar loas aos amanhãs idiotas.
O Sr. Jose não perde uma. Agora até ironiza com os trabalhadores. Homem diga logo que está aqui para defender os capitalistas porque os trabalhadores são uns calões que nem o salario merecem e poupa muita tinta nessas verborreias.
O das 10:58 sabe nada do que eu penso dos trabalhadores, mas logo vem com o choradinho dos coitadinhos sempre injustiçados, sempre vítimas dos capitalistas, os tadinhos!
O que me interessa aqui é denunciar este primado do público que para alguns justifica toda a asneira e todo o irrealismo. E quem vier atrás que feche a porta!
Esse gráfico apresenta um certo nível de manipulação:
-- se é verdade que ambos os partidos da direita caem, o PSD cai muito mais que o CDS.
-- e se é verdade que o total da Geringonça sobe, essa soma oculta que a esquerda mantém os valores eleitorais, e só o PS (centro) sobe.
A troca de eleitores é portanto muito óbvia, é do PSD para a abstenção, e da abstenção para o PS, e sem que os eleitorados se toquem, pois isso do "centro" político é um gambuzino.
Do meu ponto de vista, mais wishful thinking que outra coisa, o BE só poderá subir no dia em que se comprometer em entrar no governo (e engolir um ou outro sapo, como deixar de ser o partido do fundionário público, e passar a ser o partido de todos os trabalhadores, que é um sapo que se for bem engolido, só trará benefícios à dimensão do partido), dando a prova final de que abandonou o radicalismo.
Prova disso foi a subida de 4% para 10% em 2015, em 1 mês, depois da Catarina dizer que estava disponível para negociar com o PS. Se for mais além nessa abertura, passa de 10 para 16%, ou mais, consoante os resultados dessa negociação.
E se o fizer, vergando o PS a aceitar mudar maus hábitos de décadas (PPP, ajustes diretos, nomeações de boys e girls, etc), então aí sim subirão ambos, e muito.
Essa "Geringonça 2.0" ganhará ainda outra coisa: o eleitorado descontente terá no PCP um escape à esquerda (para além do PAN ao centro), em vez de ir para a abstenção, e dessa forma a queda desta direita-radical será ainda mais abismal.
Herr jose
Mas...mas...mas...tanta treta desperdiçada quando há dias teve o supremo mimo de dizer que aos bancos não se dava nada.
Um choradinho terrível em prol dos bancos. E agora todo este vomitado contra quem trabalha?
"E esperemos só que esta abertura do Governo ao sector privado não seja uma moeda de troca para a pacificação de Marcelo Rebelo de Sousa em relação ao governo."
Não, não é. É mesmo a moeda de transferência de rendas para os privados e de desinvestimento no público assumidos. O ministro para o fazer foi escolhido a dedo. Esta intenção já estava nos planos do PS, bem como a de voltar a mexer na TSU, mesmo depois da monumental recusa mostrada nas ruas no tempo do pafistas. As mexidas na TSU não passaram, circunstancialmente, pelo ressabiamento de Passos com a solução governativa.
Votem no PS a dormir e acordam com metade do que resta do Estado Social privatizado e o dos afectos para os afectados pela desgraça a bater palmas. Ele quer lá saber da Constituição para alguma coisa quando toca a neoliberalizar.
Mas enquanto herr jose faz o seu papel de servidor fiel dos mercados, deixa vários rabos de palha:
Uma é andar a cantar hossanas aos lucros. Como a sociedade que defende, ele vive para o lucro e nada mais que o lucro. O lucro uberalles, seja no tempo do idolatrado Salazar, seja no tempo do amado Schauble De resto esta estória toda serve para tomar o pulso a estas coisas. Patente a defesa dos grandes tubarões e dos grandes vampiros, já que só se aumenta a taxa de lucro esmagando os pequenos que estão ao lado. E diminuindo os salários.
E apesar da imagem despertar a fúria no dito cujo, o imaginário clássico destes grandes abutres casa bem com a realidade. Grandes, néscios, luzidios pançudos, sentados em cima dos lucros pelos quais se babam e onanizam.
E sobre um" dos ramos com mais poder de expansão", o da saúde, a saque pelo privado...veja-se como não se veda, ficando neste estado. Como dizia o outro traste neoliberal, quem quer saúde paga-a
(Quanto aos lucros pagarem impostos ...herr jose está esquecido do seu apelo à fuga fiscal desses mesmos lucros para os bordéis tributários. Intrépido este jose que defendia o direito da canalha fugir assim das suas obrigações fiscais)
Mas há outro descuido de jose quando este tem o topete de falar nos colégios privados.
Mostra que ainda não lhe passou o tormento de ver meia dúzia de patrões de colégios privados verem o acesso às rendas de que viviam serem vedados. As centenas de comentários que postou por não sei quantos blogs, de camisola amarela vestida, protestando violenta e raivosamente contra o fim de tal saque ao erário público. Nessa altura "esquecia-se" da dívida e dava saltos disparatados a favor dos parasitas e do ensino baseado no "senso comum". O conhecimento científico deixava-o apavorado. Tal como aliás sucedia com salazar
Eram (são) os "investimentos" à moda do privado. A viver de rendas e procurando aquilo que é o alfa e o omega destas coisas: o lucro., nada mais que o lucro, ainda e sempre o lucro
Canta loas jose ao passado criminoso em que meia dúzia de tipos eram os donos de Portugal . Se eram idiotas não parece já que se encheram ( e enchem) tanto que rebentavam (rebentam) pelos poros.
Agora que eram (são) verdadeiros vampiros , comendo tudo à sua volta e grasnando pelo lucro, lucro , lucro...
Caro J. R. de Almeida, "algo se vai passar", decerto: provavelmente vai-se passar muito, muito tempo antes que a dita comissão produza (se produzir) resultados significativos. Nada de substancial é de esperar antes do fim desta legislatura, politicamente marcada pela necessidade que o PS teve (finalmente!) de negociar acordos à esquerda para poder governar, após a séria derrota eleitoral que sofreu. Sem essa necessidade, não teria acontecido a Geringonça PS/BE/PCP/PEV e, muito provavelmente, estaríamos agora a lamentar mais uma governação PS muito parecida com as anteriores, independentemente de serem governações do PS sozinho ou em coligação com um partido à sua direita.
António Costa espera conquistar, pelo menos, uma maioria relativa no parlamento que resultar das próximas eleições legislativas, para que o PS volte a governar da forma a que nos habituou, sem compromissos de vulto com os partidos à sua esquerda. É que os compromissos à esquerda - tornados imprescindíveis na atípica legislatura em curso - inevitavelmente colidem com compromissos do PS que vêm de longe e que os dirigentes do partido não têm vontade política de abandonar:
- Compromissos "europeus", associados às regras da UE e do euro, bem como aos "consensos" entre as famílias políticas europeias a que PS e PSD/CDS pertencem;
- Compromissos "em sede de concertação social", que sempre privilegiam as confederações patronais (à CIP, nomeadamente, é concedido uma espécie de poder de veto) e marginalizam a CGTP;
- Compromissos com grandes interesses económico-financeiros privados.
Eleitoralmente falando, António Costa tem hoje bons motivos para estar optimista: o PS subiu claramente dos 32.3% nas legislativas de 2015 para cerca de 39.5% (em média) nas sondagens deste mês, já depois da demissão de Passos Coelho; e os partidos à sua esquerda desceram dos 18.4% conjuntamente obtidos em 2015 (BE com 10.19%, PCP/PEV com 8.25%) para cerca de 16.5% (BE com 8.7%, PCP/PEV com 7.8%), para já não falar da descida, ainda maior, do PSD/CDS.
Enfim, vale a pena recordar que o Sistema Nacional de Saúde era referido no Art. nº 64 da Constituição da República Portuguesa, aprovada em Abril de 1976 com o voto contra do CDS (as modificações que este artigo sofreu em posteriores revisões constitucionais não são inocentes). Vale a pena recordar também a Lei do Sistema Nacional de Saúde (Lei n.º 56/79) aprovada na Assembleia da República em Setembro de 1979, nos bons velhos tempos do governo de M. L. Pintasilgo, com os votos a favor do PS, do PCP e da UDP e com votos contra do PSD e do CDS (https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/369864/details/normal?p_p_auth=oBj76bu3).
A. Correia
"dir-se-ia que os partidos que apoiam o governo representam três quintos das intenções de voto, contra dois quintos da Direita."
Não será o contrário?
Percebe-se o sentido do humor do Anónimo das 01:22. O apoio da Esquerda ao governo não é cego e nesta matéria em concreto (Saúde) as contas do apoio devem ser 4/5 contra 1/5.
A direita está desejosa de poder abocanhar ainda mais um pilar essencial do Estado social e o PS ali está disponível para repartir o saque, redigido pela batuta da inenarrável ex-candidata Maria de Belém. Um nojo.
É arriscado definir estratégias políticas essencialmente com base em sondagens, sobretudo se estas são conduzidas e divulgadas anos antes da data presumível das legislativas seguintes: as empresas de sondagens não precisam de ter especiais preocupações de rigor quando ainda falta muito tempo para o "teste da realidade" e, não sendo politicamente independentes, podem mesmo dedicar-se a manipular a coisa - por vezes conjuntamente, numa espécie de "jogo de espelhos" - para influenciar dirigentes políticos e cidadãos eleitores que as tomem demasiado a sério. É preferível começar por analisar os comportamentos dos partidos ao longo dos anos, a forma como o sistema mediático interagiu com os partidos - com as ditas sondagens pelo meio - e os resultados verificados em sucessivas eleições.
Desde o início do século, as percentagens do PS e do BE andaram para cima e para baixo em eleições legislativas, num impressionante sobe-e-desce:
- O PS subiu para 45.05 % em 2005 (conquistando a maioria absoluta), desceu para 36.55 % em 2009 (pelo que teve de se contentar com uma maioria relativa), continuou a descer até 28.06 % em 2011 (perdendo a maioria para a direita); e voltou a subir em 2015 - depois de quatro penosos anos de governação PSD/CDS - mas sem ir além de 32.31 %, pelo que Costa, sem ter atingido sequer uma maioria relativa, só conseguiu chegar ao cargo de primeiro-ministro depois de negociadas as "posições conjuntas" que definem a Geringonça.
- O BE subiu para 6.38 % em 2005, continuou a subir até 9.82 % em 2009, desceu abruptamente para 5.17 % em 2011 e voltou a subir em 2015, atingindo 10.19 % (a sua melhor percentagem de sempre, mas com menos eleitores que em 2009).
Quanto ao PCP/PEV, a percentagem de votos em eleições legislativas - que não passou de 6.97 % em 2002 - subiu sempre de eleição para eleição: 7.56 % em 2005; 7.86 % em 2009; 7.91 % em 2011; 8.25 % em 2015. Esta teimosa subida de percentagem traduziu-se por um acréscimo de 1.28 pontos percentuais ao fim de uma dúzia de anos; apesar de ser um subida ligeira, num eleitorado essencialmente estável, incomoda muita gente que profetizava (mais ou menos convictamente) e desejava (mais ou menos ardentemente) um declínio dos comunistas e seus aliados.
A. Correia
A lógica é um tabu de esquerda, coisa reacionária:
- Os bancos têm dono? Sim, os bancos têm dono.
- Pode o banco ficar mais rico sem que os donos enriqueçam? Não, enriquecendo os bancos enriquecem os donos dos bancos.
- Algum dono de banco ficou mais rico com dinheiro DADO pelo Estado ao bancos? Não.
Logo, o Estado não deu dinheiro aos bancos.
Difícil? Muito difícil se se tratar de um esquerdalho.
No mais dos comentários só se conclui o que se sabe desde sempre: a geringonça trabalha com um objectivo único: angariar votos para a cambada geringonça.
O estado não deu dinheiro aos bancos afiança em quase jeito de histérico, um tipo que andou a pregar os terratenentes banqueiros
E no meio do seu desnorte desculpabilizador dos banqueiros, no meio das suas contas de merceeiro que faz, até invoca a lógica e os tabus.
O coitado ensandeceu. O coitado ensandeceu ou apenas está a vender-nos gato por lebre. O coitado ensandeceu ou está a vender-nos gato por lebre ou está a pensar que os demais são parvos. O coitado ensandeceu ou está a vender-nos gato por lebre ou está a pensar que os demais são parvos ou está a mostrar involuntariamente como funcionam estes crápulas dos banqueiros apoiados por esta espécie de consultores financeiros.
Ou quase tudo junto. Ou tudo junto mesmo
É francamente confrangedor assistirmos a esta espécie de silogismos da trampa para nos impingir uma ideia. É francamente merecedor de comiseração quem assim se presta a tais exercícios idiotas para nos vender a estoriazinha dos coitadinhos dos pobres banqueiros a quem nunca lhes dão nada
Todo este paleio vergonhoso e despudorado,quase que pornográfico nos seus considerandos e propósitos é desfeito em fanicos não só pelo senso comum e pelo conhecimento científico, como também pela opinião publicada, pela opinião pública e pelos próprios banqueiros quando têm que estender a mão ao erário público
Vejamos esta indigência aflitiva
-Os bancos têm dono?
Pergunta um pouco idiota mas que serve para fazer fumaça, ou seja para entreter o pagode
-Pode o banco ficar mais rico sem que os donos enriqueçam?
Pergunta já não idiota porque esconde aquilo que se quer ocultar e que devia ser revelado pela pergunta que verdadeiramente tem interesse. A saber. Pode o banco ficar mais pobre e os donos enriquecerem?
E a resposta é um sim inequívoco. Como o mostra a quantidade enorme de falências fraudulentas e as negociatas bancárias que este tipo quer esconder.
Pelo que o idiota "Não, enriquecendo os bancos enriquecem os donos dos bancos" tem como objectivo ocultar a realidade factual: enriquecendo os donos dos bancos, os bancos podem empobrecer ( e até falir)
Começamos a ver a autêntica trampa desta lógica boçal, perdão, patronal
A patetice pretensamente lógica continua, revelando a falta que faz um conhecimento científico estruturado. Ou a simples decência.Ou honestidade.Ou todas estas coisas e mais algumas
Continua ele nesta tentativa mirabolante de construir silogismos à patrão deste jaez:
"- Algum dono de banco ficou mais rico com dinheiro DADO pelo Estado ao bancos? "
De forma apressada, sem qualquer esquema lógico que o demonstre, apressa-se quem assim faz esta pergunta idiota a responder com um rotundo "Não".
Engana-se. Ou quer enganar-nos a nós. O estado farta-se de oferecer alcavalas aos ditos cujos, donos de bancos. Desde perdões fiscais a muito baixa tributação fiscal até coisas bem mais vergonhosas. Já lá iremos.
Depois daquela pergunta singela sobre o enriquecimento de algum dono de banco com o dinheiro dado pelo estado ( aprecie-se o"dado" assim berrado, como que a sugerir que isso do "dado" só conta se em metal sonante e com comparecência da comunicação social) o que faz então este tipo para provar a sua "lógica" presente?
Esta conclusão demente:
"Logo, o Estado não deu dinheiro aos bancos".
Confessemos que não sabemos o que admirar mais. Se a idiotia da lógica presente. Se a desfaçatez do sujeito que a faz. Se o desespero que este patenteia. Se a senilidade que se lhe adivinha
Quer dizer.
A actividade predatória de banqueiros sem escrúpulos permitiu enriquecer ( e de que maneira) esta cambada. Os milhares de milhões de euros de lucros anunciados assim o atestam
Quando começa a revelar-se em que moldes se processou a sua riqueza, quando se começa a ver que tudo isto corresponde ao modus faciendi do Capital, o que quer este jose que se faça?
Que os prejuízos da banca sejam socializados ( para "impedir um mal maior" ) embora os lucros já tenham sido devorados pela corja.
E atenção, isto não é dar dinheiro aos bancos. E atenção que isto não é enriquecer os banqueiros.Eles já estão podres de ricos. E só são apanhados quando a sua actividade se torna directamente criminosa. Entretanto cobrir-lhes as fraudes e créditos mal parados à custa do erário público é uma obrigação do estado. Que não se lembra de ir buscar o dinheiro aos banqueiros responsáveis por tais "actividades empresariais" na economia dita de mercado.Nem aos seus consultores financeiros e restante parasitagem que viveram e vivem da especulação financeira e das jogatanas de casino
https://www.dn.pt/portugal/interior/portugueses-ja-deram-13-mil-milhoes-para-salvar-bancos-4948381.html
http://visao.sapo.pt/actualidade/economia/2017-02-19-Saiba-quanto-ja-lhe-custou-salvar-os-bancos
Como esta cambada enriquece à custa do empobrecimento das suas próprias empresas:
«As cotadas nacionais abriram os cordões à bolsa este ano para pagar dividendos. Mas essa maior generosidade foi um dos factores que levaram a um aumento da dívida líquida dos primeiros seis meses do ano. Subiu mais de 8%, aumentando em mais de 2.000 milhões de euros para 26.300 milhões, tendo em conta as 14 empresas do PSI-20 que já prestaram as informações financeiras. (…) Distribuíram cerca de 2.200 milhões de euros, mais 20% que no ano anterior. E isso pesou na evolução da dívida.»
Sim, endividam-se para pagar mais dividendos, mais remuneração aos accionistas, aos donos do capital. Ou seja, pagam um volume de dividendos superior aos lucros arrecadados. Onde aconteceu isso? Com «gestores de topo» e «empresas modelo».
Um aumento dos dividendos superior ao aumento dos lucros! Não querem esmolas, aumentos indexados à taxa de inflação ou da evolução do IAS. Não! Mais 20% nos dividendos. Por extenso: vinte por cento!"
Para onde terão ido os 78 mil milhões de euros que o Estado Português, com a assinatura do PS, PSD e CDS, contraiu como dívida e sobre a qual todos pagaremos os juros e as consequências políticas. Sim, os juros e as consequências políticas. Que o credor, neste caso, não se limitou a emprestar o dinheiro e exigir o pagamento do capital e dos juros. Foi muito além disso e exigiu o cumprimento de um programa político anti-democrático, anti-popular e anti-nacional, baseado naquilo a que chamam "austeridade".
Mas umas contas simples fazem-nos perceber que o "empréstimo" não entrou nas nossas contas. Vejamos, o PIB contraiu cerca de 6% entre 2011 e 2014, o que equivale a cerca de 10 mil milhões de euros produzidos a menos em Portugal. Uma quantia semelhante desapareceu dos gastos do Estado com Educação, Saúde, Cultura, Prestações Sociais e investimento público. Ou seja, o orçamento do Estado diminuiu em proporção com a queda do PIB, sem consumir verbas adicionais, ou seja, não entrou dinheiro no sistema. Para onde foram então os 78 mil milhões?
Ao mesmo tempo, entre 2011 e 2015, a dívida pública aumentou 50 mil milhões de euros e as despesas anuais com juros da dívida aumentaram de 4 300 milhões para 8 500 milhões. Nesse mesmo período, a Banca conseguiu eliminar 30 mil milhões de euros de imparidades com recurso a dívida garantida pelo Estado.
A "crise das dívidas soberanas" não passa de uma crise da banca, por ter usado o dinheiro dos depositantes como manancial para os negócios de banqueiros empreendedores e aventureiros. Aquilo a que chamam "austeridade" não é mais do que o Estado a ser chamado a pagar os buracos deixados na banca, porque os bancos se tornaram "demasiado grandes para falir". O problema é que também são "demasiados grandes para resgatar". Como tal, é preciso cortar nas despesas do Estado para assegurar que existem suficientes "almofadas" para a banca. Quanto dos 78 mil milhões que o Estado português contraiu de dívida junto da troika ocupante foram para os bancos?
"já é estranho e mais estranho ainda é o facto de terem sido precisamente estes os titulares de cargos públicos a assumir publicamente posições de defesa do Grupo Espírito Santo e do Banco Espírito Santo. Cavaco Silva, Maria Luís Albuquerque, Passos Coelho fizeram parte do cortejo de figurões que vieram a público dizer que o BES era um banco sólido. O Banco de Portugal, através de Carlos Costa, seu Governador, também se atravessou e, na véspera do colapso do BES, ainda emitiu um comunicado oficial a dizer que o Banco estava bom para investimentos privados.
...Durante toda a intervenção da troika estrangeira em Portugal, Miguel Frasquilho, director de um departamento do BES, participava nas reuniões à porta fechada entre a Comissão Parlamentar de Acompanhamento do Programa da troika, pelo Grupo Parlamentar do PSD. Poucos meses antes de o caso BES vir a público, mas já depois de se saber internamente que as contas da ESI estavam falsificadas, curiosamente, Miguel Frasquilho abandona o parlamento para se colocar como Presidente do AICEP - isso sucede em Abril.
Pela mesma altura andava Ricardo Salgado a mandar cartas para quem pudesse estender a corda ao império do Espírito Santo. Arnault, José Luís, ex-ministro de Durão Barroso, deputado e dirigente do PSD fez o que pôde. Durão Barroso já tinha tido um cargo indecifrável no BES - com carro, motorista e remuneração não se sabe para quê, nem a título de quê - e agora Arnault, advogado escolhido pela Goldman Sachs para altos cargos no Banco, faz um jeito e consegue um empréstimo para o BES de 680 milhões de euros.
Arnault que alinhou pelo diapasão de Cavaco Silva ao afirmar que "Ricardo Salgado deixou um banco robusto, com capital e credibilidade."
"O banco estava ligado à máquina há muito tempo. Ricardo Salgado disse na Comissão de Inquérito que nunca o Grupo teve relações privilegiadas com o poder político, mas que se orgulhava de ter formado muitos quadros para a política e de ter recrutado na política quadros muito capazes.
Claro que uns foram para a política promovidos pelo BES, apoiados e financiados, desde cedo, depois de serviços prestados ao Banco. Outros foram para ao BES por terem usado o cargo político ao serviço do Banco. Cavaco foi o candidato a Presidente da República que mais simpatia recebeu sob a forma de euros, aos milhares, dos membros da família Espírito Santo e não se fez rogado quando se tratou de os justificar vindo a público dizer que o investimento no aumento de capital do BES era seguro. Não era seguro, mas os milhares de euros que a candidatura de Cavaco recebera já estavam seguros numa conta qualquer.
A falsificação das contas da ESI tem sido o centro das atenções porque é a única forma que encontram para colocar o problema num acto, num momento, numa pessoa, ou num conjunto delas. No entanto, a falsificação das contas é um pormenor no quadro geral: o BES era um reservatório de capital (dos depositantes) para financiar uma família que desviava milhões para créditos e remunerações a si mesma e aos seus lacaios. Isso não começou em 2008, altura em que supostamente se inicia a ocultação de passivo da ESI.
E todos nos lembramos de que foi pela mão destes banqueiros que a troika entrou em Portugal, recordamos como os governos se curvaram ao longo dos tempos ao magnânimo exemplo de empreendedorismo de Salgado, modelo de patrão e de visionário, levando a cada canto do mundo a bandeira de Portugal. Também recordamos o quanto lucraram com a dívida pública portuguesa e falta apurar quanto desse lucro foi directamente para os off-shores e para as holdings da família, numa burla cuja origem não é a maldade da mafia familiar, mas a natureza de um estado capitalista corrupto, de um sistema financeiro privado hegemónico que controla o Estado na sombra, escondido por detrás da democracia de fachada."
Cotejem-se agora todos estes dados com os aleluias em forma de "lógica" destrambelhada e idiota deste Jose...
2+2=4 ?
Sim, na base 10.
Se na base esquerdalha é o que fôr conveniente na hora.
Por favor.
Algum respeito pela inteligência dos demais. Algum decoro. Alguma coragem, que diabo.
Depois da borreguice da afirmação que aos bancos nunca se deu nada, temos agora esta manifesta prova de uma fuga acobardada e silente, sobre a desmontagem dos por demais idiotas "silogismos" montados por Jose.
Onde estão agora a lógica e o tabu de esquerda e o pode o banco ficar mais rico sem que os donos enriqueçam e o mais rico com dinheiro DADO e o Estado não deu dinheiro aos bancos?
Arrumados idiota e covardemente num 2+2 na base 10 mais a conveniência na hora.
Tão sumptuosamente revelador
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