Se a discussão na generalidade do Orçamento de Estado (OE) para 2017 mostrou alguma coisa foi um PSD e um CDS completamente perdidos.
Ontem João Almeida (CDS) e Montenegro (PSD), hoje Maria Luís Albuquerque (PSD) e Telmo Correia (CDS), vieram defender uma tese obstrusa. Este orçamento, tal como o de 2010, é de austeridade. E como tal, o Governo arrisca-se a levar o país à bancarrota. Bancarrota essa que teve de ser salva com uma austeridade ainda mais profunda, a que PSD e CDS se viram obrigados a aplicar, mas que deixou o país a crescer quando largaram o Governo para a esquerda, esquerda essa que agora se arrisca a dar tudo a perder com mais austeridade e com mais reposições de rendimentos...
Faz algum sentido? Não faz, à luz de quem defende a austeridade. Aí, é a verdadeira barafunda mental.
Mas há uma lógica. A austeridade de 2010 (socialista, imposta pela UE) piorou as contas públicas e foi recessiva, o que levou os mercados - sem a rede comunitária - a rebentar com as taxas de juro, algo que colocaria qualquer país em bancarrota. A austeridade de 2011-2013 (PSD/CDS e troika) afundou ainda mais o país, a ponto de ter de ser aliviada desde 2013 até 2015, até pela intervenção do TC. E essa interrupção da austeridade teve frutos. E a atenuação da austeridade, agora acentuada pela esquerda, terá melhores resultados ainda.
O exercício orçamental tem, contudo, um pecado original. A sua vantagem é - e bem! - que o BE e do PCP estejam apostados em fazer o caminho com o PS - até como forma de o convencer - até ao limite da possível aplicação do Tratado Orçamental (TO), antes que os serviços públicos se degradem inevitavelmente. Só por isso, não é possível ir mais depressa na desarticulação da austeridade.
Essa é, porém, uma rua estreita. Se a UE não evoluir, chegará um momento em que os três partidos terão de pensar – de preferência em conjunto, sob pena de a direita se ficar a rir – o que se fará a seguir. E não vai ser fácil.
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
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16 comentários:
A austeridade que se justifica sempre tem um sentido de saída.
A austeridade que não sabe para onde vai, é tão só estupidez ou mais provavelmente puro oportunismo.
O plano da Geringonça para 2017 é pagar as promessas que os puseram no poder e ganhar as autárquicas.
Daí para a frente entregam-se ao destino...Mistérios da Fé!
Não vai ser fácil fazerem o exercício juntos e não vai ser fácil o que se seguirá, convém que se assuma. Porque a escolha entre o que existe e o que se seguirá será sempre entre Cila e Caríbdis. E só ouço críticas ao presente, sem que se pense no futuro e como podem ser mitigadas as consequências de uma decisão portentosa, que poderá destruir a Economia Portuguesa. E se isso acontecer, o risco não será apenas o regresso em força da Direita, mas também o fim da própria Democracia.
Eis um comentário extremamente revelador por parte do das 21 e 14.
Sem o querer, confirma aquilo que tem vindo sempre a negar. E o que o confirma é tão só uma coisa maldita para quem tem toda a fé e quer toda a concentração de Capital no grande patronato:
A existência de facto da luta de classes.
Até há pouco tempo ouvíamos a todo o momento (e com a amplificação própria da manipulação desavergonhada), que não havia alternativa ao processo austeritário desencadeado pela besta negra neoliberal.
Agora parece que há "duas" austeridades: uma boa e outra má. Uma que sabe por onde vai e a outra que não sabe. E a que não sabe por onde vai é "tão só estupidez" ou mais "provavelmente puro oportunismo" .
Estamos no reino da miséria intelectual e da degradação argumentativa. Adivinhe-se quem aponta o lado para onde se deve ir. Ou quem define o que é estupidez ou puro oportunismo?
Poderemos dizer que o caminho que o mesmo sujeito considera que sabe por onde vai, ( "o bom") é o caminho que defende os da sua classe.
O governo que fez recuar o PIB mais de 5,5 pontos percentuais, que levou a um recuo brutal do investimento público e privado, que concretizou uma imemorável destruição de emprego e que procedeu a uma gigantesca política de concentração da riqueza, a que se chamou política de austeridade. Que foi precisamente um governo que usou o défice como desculpa para impor as medidas mais negativas, sem sequer cumprir os seus próprios objectivos. Uma governação durante a qual as dívidas, pública e externa, se situavam entre as maiores do mundo.
Isto enquanto foram disponibilizados à banca privada milhões de euros de recursos públicos, desviados 7 a 9 mil milhões de euros por ano para pagamento dos juros da dívida pública, concedidos largos milhares de euros de apoios e benefícios fiscais ao grande capital e se desenvolviam os negócios dos contratos SWAP e das Parcerias Público Privadas. Aliás, foi precisamente o pretexto da falta de dinheiro que justificou a venda ao desbarato de empresas públicas, a degradação dos serviços públicos e o corte nos rendimentos"
Numa modesta contribuição para o reforço de tal "caminho bom" o sujeito das 21 e 14 não teve pruridos em gritar até à exaustão pelo direito de meia-dúzia de patrões de colégios privados continuarem a viver de rendas, sangrando o erário público. Tal como outrora fez o mesmo pelo "direito" ao não pagamento de impostos por parte dum mafioso de nome António Borges.
Políticas de classe, com marcas de classe
Hoje soubemos mais uma herança do processo austeritário então em curso:
Portugueses “perderam” três anos de vida saudável. Mulheres estão pior
"É um dado que está a intrigar e a preocupar os especialistas: os portugueses “perderam” cerca de três anos de esperança de vida saudável em 2014 face ao ano anterior, fenómeno que os responsáveis da Direcção-Geral da Saúde (DGS) vão investigar para tentar perceber o que aconteceu.
As mulheres foram as mais afectadas por esta espécie de hecatombe estatística: aos 65 anos (e estamos a falar de médias, claro), podiam esperar viver apenas mais 5,6 anos sem incapacidades, enquanto aos homens aguardava-os um cenário mais desafogado - 6,9 anos sem doença ou limitações de longa duração. São os dados mais recentes do Eurostat (gabinete de estatísticas da União Europeia) que encheram de surpresa e de consternação os responsáveis da DGS".
Nada que preocupe quem invoca os mistérios da fé e os caminhos do destino. A piscina que tem no seu quintal é o garante duma actividade física saudável e o que ganha por uma tarde de "trabalho", correspondente ao salário mínimo nas suas suas palavras, permite o pecúlio a salvaguardar num offshore dum colega amigo
Há que lutar para a perpetuação desta qualidade de vida: da dele e da dos que vêm reduzida assim a sua.
"Como a direita pensa" e como quer que nós pensemos.
A questão das promessas e do seu cumprimento é uma questão fulcral. A direita e a extrema-direita sabem que são minoritárias. Se todos os que são explorados tomassem consciência dos mecanismos que condicionam a sua condição de vida, quantas vezes infra-humana, seria o princípio do fim desta sociedade iníqua.
O respeito pelas promessas é algo que preocupa de per si. Tem sempre que se arranjar justificações para a sua violação posterior. Exemplo concreto e detalhado deste gesto é o de Passos Coelho em 2011 e anos seguintes.
Mas o medo da opinião dos povos passa também por aqui. Como os povos podem ir atrás das"promessas eleitorais dos outros" e podem não saber por onde devem ir, que se coloque em causa os processos de auscultação a massas tão ígnaras. E para manter os caminhos da fé e do destino de tão indisciplinadas massas há que garantir quando necessário o ultrapassar de tão perigosos escolhos.
Foi o que aconteceu no Chile, com Pinochet e com o boys de chicago.
Pormenor delicioso.
Da "reversão dos resultados eleitorais" em 2015, dos "palhaços", do "golpe desonesto" da "batota" proclamados com ódio, desatino e raiva, passámos agora para " as promessas que os puseram no poder".
O reconhecimento que a histeria era fundada no medo de perda do poder da governança e da perda do comboio de alta velocidade, em direcção ao abismo austeritário, apenas para benefício de uns poucos.
Mas também o desvendar da farsa e que todo o discurso da direita e da direita-extrema no período pós-eleitoral se baseava na fraude e na pesporrência anti-democrática.
Que caiem como um castelo de cartas podre à medida que se dá mais corda para o enforcado se enforcar
Por que no te callas e me dizes para onde vai a geringonça?
A nenhures....
Sempre a reza do que foi e do que seria se não fosse.
A geringonça vai cumprir as promessas à clientela, e depois?
Onde o crescimento? Onde a confiança? Onde o crédito?
Mais uns discursos trinados e relinchados, mais uns insultos à Direita que herdou a última bancarrota, e depois? Qual é o plano?
" as promessas que os puseram no poder"
Houve quem lhe chamasse 'acordos' mas mais não foi que promessas a troco de votos.
Lá se vão havendo com alguns atrasos e desvios...
Cuco, que enfadonho modo de dize as mesmas asneiras em tão extensa prosa.
A geringonça não faz mais que distribuir e diminuir a pouca riqueza existente.
O Costa diz que vai passar um dia por semana a dizer a todo o potencial investidor que vale muito a pena ser patrão neste país.
Uma porra de um governo da esquerda pode andar por aí a dizer tais coisas?
E aos indigentes que o apoiam, a rosnar baixinho e a mandar umas baforadas progressistas de vez em quando, tanto basta para contentar imbecis esquerdalhos?
Onde já se viu semelhante pouca vergonha?
Uma imagem: a puta sai do lupanar em busca de clientes enquanto nele mantém uns chulos dispostos a depenar os clientes que apareçam.
Abstenho-me, por momentâneo recato democrático, de associar personalidades ao sentido desta imagem.
Herr jose tresloucou.
E ei-lo a investir naquela linguagem de prostíbulo aprendido sabe-se lá em que reminiscência pessoal ou familiar.
Daí quem sabe, a tecla nos cucos
Mas porquê esta linguagem género e vou citar:"a puta sai do lupanar em busca de clientes enquanto nele mantém uns chulos dispostos a depenar os clientes que apareçam"?.
Porquê esta inquietação prenhe de raiva descabelada?
Pelo incómodo de ser confrontado com a sua própria admissão da existência de luta de classes?
Veja-se o patético que é vir um sujeito com uma linguagem patibular, aprendida sabe-se lá onde, tentar contrapor a realidade da governação trauliteira que foi enterrada nas últimas eleições legislativas com a realidade actual.
Sem haver motivos para festa, a comparação entre o governo de Passos e o actual é enorme.
E mais uma vez (involuntariamente?) o sujeito malcriado, armado em jagunço do meio, só tem a dizer que "Costa diz que vai passar um dia por semana" e "umas baforadas progressistas"
O mais do resto é asneiredo, concreto e metafórico, cheio de "porras, imbecis, indigentes, puta, lupanar, clientes, chulos"
E agora, serenamente, é comparar com os "feitos" apresentados aí em cima pela governança neoliberal.
O desmascarar dum "servidor" tem estes feitos. Faz perder a cabeça a alguns dos alvos.
Particularmente bem apanhada é a contradição aí em cima exposta entre o anteriormente dito sobre os resultados eleitorais e o que hoje se diz sobre os mesmos.
Exige-se ao menos um mínimo de coerência. Mas quem sabe, fazendo justiça ao palavreado usado pelo sujeito em causa, parece que também aqui não há a menor dose de dignidade.
Parece que desta vez o barco de herr Jose foi ao fundo, não é mesmo herr jose?
Para onde vai a geringonça?
Para qq sitio bem longe da governaçao sinistra de Passos e Portas.
O resto é apenas a democracia a funcionar para estupor das cabeças ocas da aristocracia decadente, a cair da tripeça e das páginas da História
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