Perante o novo Presidente Trump, Rui Tavares, no seu twitter, voltou a apelar a uma entidade organicamente inexistente – “a esquerda global” – para que deixe de pensar que as eleições nos EUA foram sobre a “economia”, ou seja, sobre as relações sociais de provisão que determinam grande parte do que as pessoas vão ser e fazer com as suas, e nas suas, vidas.
Em linha com os seus escritos recentes, Tavares prefere continuar a enquadrar o debate como uma luta, pretensamente cultural, entre “cosmopolitismo e nacionalismo”, ou seja, entre termos vazios à partida e logo passíveis de múltiplas declinações. É como se cultura política e economia política fossem coisas, que estivessem em compartimentos separados e até estanques. Não é fácil encontrar melhor método para continuar o desastre.
De facto, e como Bernie Sanders nos indica (o grande se de um partido democrata, cujas elites do poder têm pesadas responsabilidades na eleição de Trump), a esquerda só tem futuro se activar e mobilizar um sentimento nacional e popular anti-elitista, canalizando-o para as questões centrais da economia política, de resto carregadas de implicações culturais: da desigualdade ao emprego com direitos, garantidos por sindicatos combativos, passando pela desfinanceirização e pela desglobalização económica. E tem de usar estes processos como as bases materiais para reimaginar e reinstituir uma comunidade política bem mais igualitária, o que obviamente pressupõe, pelo menos implicitamente e eu acho que isto até tem de se tornar culturalmente explícito, uma definição de fronteiras e uma certa ideia de segurança. Segurança sobretudo social e fronteiras sobretudo económicas, claro. Quem define o tipo de fronteiras e o tipo de segurança ganha em tempos de justificada e assimétrica insegurança.
Usando os termos de um útil livro, acabado de sair, uma análise histórica das raízes dos populismos transatlânticos, de onde as crises económicas não estão obviamente ausentes da explicação, podemos dizer que há uma lógica populista das direitas e uma das esquerdas. A primeira é, como diz John Judis, “triádica”, ou seja, procura mobilizar os de baixo contra os de cima, sendo que os de cima são também acusados de proteger um terceiro grupo, o mais em baixo de todos, tantas vezes o das minorias. A segunda é “diádica”, ou seja, procura simplesmente forjar uma identidade popular mais inclusiva contra os de cima; e isto em nome da instituição de regras que transfiram recursos de cima para baixo, em vez de os continuarem a transferir de baixo para cima; recursos num sentido amplo, incluindo poderes, capacidades, etc.; regras que pressupõem estados nacionais com uma mão esquerda forte, claro.
Trump é o populismo triádico, vencedor por agora, de resto contra a previsão do próprio Judis. Este sabe o suficiente sobre as tradições políticas norte-americanas para não o chamar de fascista. Sanders foi e é a promessa do populismo diádico nos EUA. Podia ter derrotado o primeiro. Não repitamos o erro noutros lados: quem define e mobiliza a vontade colectiva nacional e popular ganha. Pensar que Clinton, uma pouco recomendável operacional dos “novos democratas”, do imperialismo neoliberal, encarnava algo de promissor neste campo foi um erro, de resto facilitado pelo injusto sistema político norte-americano. Entretanto, ouçam Sanders: não se faz política insultando parte da base eleitoral potencial do adversário, reduzindo-a a um bando de “deploráveis” racistas; isto se a queremos conquistar. Mas anda por aí muita gente à esquerda a achar que partes das classes trabalhadoras podem e devem ser abandonadas às direitas.
Esta esquerda dita “global” está condenada. Esta esquerda, que quer continuar aliada aos liberais de todos os partidos, que é parte do neoliberalismo, na realidade, tenha disso consciência ou não, é parte do nosso problema. Basta pensar que deste lado a sua solução cosmopolita instintiva, perante Trump, é aprofundar a UE e salvar o Euro, os melhores seguros de vida das extremas-direitas. Disto faz parte o ensaio em curso para uma espécie de nacionalismo europeu, agressivo e russófobo, como já antes fez parte o intervencionismo dito humanitário, que destruiu, entre outros, o Estado na Líbia. Felizmente, a maioria da esquerda portuguesa que não desiste sabe mais e melhor do que isto: patriotismo democrático e anti-imperialista, a base para um verdadeiro internacionalismo.
Voltando ao passado e ao outro lado, imaginem que, em 1932, Roosevelt tinha apostado na salvação do cosmopolita padrão-ouro, a versão dessa altura de uma moeda mundial. Já agora, e voltando ao presente e a este lado, como é que se diz temos mesmo de trocar umas ideias sobre a terra em francês?
20 comentários:
Sou apoiante do Livre e como tal tenho isto a dizer: estaremos melhor se conseguirmos fazer da UE uma coisa que sirva todos. Se isso não for possível tarde ou cedo teremos de sair mas, entretanto, se nem os mercados se auto-regulam não vai ser a UE que se vai concertar sozinha. É preciso acreditar e lutar enquanto for possível. É isso que o Rui Tavares faz, e bem.
"Trump é o populismo triádico, vencedor por agora..."
Certo João, as forças progressistas têm que estar preparadas quando a população norte-americana perceber que Trump apenas lhes oferece banalidades (quem nem são novas) e que Trump não vai conseguir melhorar as suas vidas, pelo menos não acredito...
Por agora, a russofobia das elites norte-americanas vai acalmar por uns tempos, o intensificar das agressões verbais por parte de Clinton e os media aos russos metia medo!! Esta esquerda neoliberal consegue ser pior que muitos neocons!!
Só há dois pequenos problemas com esta narrativa. Em primeiro lugar, não foram, felizmente, os votos da classe operária que deram a Trump a sua maioria, assim como não foi a maioria dos eleitores trabalhistas e sim sobretudo os conservadores que apoiaram o Brexit no Reino Unido. Veja este artigo, se quiser acreditar nele, claro: https://www.theguardian.com/us-news/2016/nov/09/white-voters-victory-donald-trump-exit-polls. Em segundo lugar, como bem diz Paul Mason na mesma edição do Guardian, quem quiser 'reconectar' com tal maioria de votantes tem que completar a frase e dizer como vai fazê-lo, isto é, adotando os seus valores, em que se inclui, muito naturalmente, essa ideia de fronteira e de segurança de que o João Rodrigues fala (e ainda bem que a assume claramente, ao contrário do que é costume). Só que no dia em que a Esquerda abandonar o trinómio da Liberdade, Igualdade e Fraternidade para 'reconectar' com a maioria e nesse processo abandonar as minorias que procuram algo tão simples como a Igualdade de Direitos, deixa de ser Esquerda e passa a ser um émulo da Extrema-Direita (que também defende políticas sociais e intervenção keynesiana na Economia, mas só para os 'seus' cidadãos). Não misture nunca Nacionalismo com a Esquerda, que na Europa felizmente se livrou dele no sec. XIX (tirando a deriva estalinista posterior, claro está). Mesmo os movimentos nacionais de libertação anti-colonial do sec. XX, de que fala de forma tão empolgada, quando assumiram o poder acabaram normalmente por se transformar em despotismos... Como em Angola, ou na Venezuela, se quer exemplos recentes...
O João Rodrigues tem toda a razão: quando implicitamente afirma que no tempo em que a esquerda se dizia internacionalista, mais não fazia que servir a terra russa e o seu imperialismo congénito.
O território da esquerda é o da autarcia igualitária, berçário do ‘homem novo’, confinada a fronteiras bem afinadas economicamente e em tudo o mais.
O exercício impossível é aliar essa corretíssima análise a qualquer visão económica que integre os mecanismos em acção na economia mundial e que asseguram o desenvolvimento tecnológico e o crescimento da riqueza.
Como invoca o treteiro Bateira aí acima “…voltar à política das Nações o que, aliás, não exclui a cooperação e a amizade entre essas mesmas Nações.”, que é uma daquelas evidências que o Trump seguramente subscreve a seguir a dizer ‘antes demais para nós, e sempre’.
A irritação plasmada na forma como herr jose insulta quem não lhe bebe as águas.
"Treteiro"?
Pensará herr jose que está em casa ou que está nos antros de que é manifesto perito?
Um excelente comentário de João Rodrigues.
Testemunhado por uma testemunha improvável
O das 18 e 47 mostra-se impotente e tem que reconhecer a correctíssima análise de JR
Uma espécie de pulsão cobarde ao ditado que diz: Junta-se a eles se não os consegues vencer?
Isso de certeza, embora seja mais certeira a confirmação plena dum poema de António Aleixo:
"P'ra mentira ser segura e atingir profundidade, tem que trazer à mistura qualquer coisa de verdade"
E à admissão da "correctissima análise" envereda depois pela manipulação, mistificação e aldrabice.
Testemunho maior da impotência argumentativa mas também marca irrefutável da crispação e da irritação do das 18 e 47 é o que ele debita a seguir:
-"quando implicitamente afirma que no tempo em que a esquerda se dizia internacionalista, mais não fazia que servir a terra russa e o seu imperialismo congénito"
Não há nenhuma afirmação implícita. Lê-se e relê-se o texto de JR e o que encontramos é água cristalina e não estas baboseiras em jeito de fuga para os braços da Rússia a ver se pega
Velha estratégia ensinada nos meados do século passado e bem aprendida pelo sujeito em causa.
Passou-lhe ao pobre coitado esta frase límpida de JR:
"Felizmente, a maioria da esquerda portuguesa que não desiste sabe mais e melhor do que isto: patriotismo democrático e anti-imperialista, a base para um verdadeiro internacionalismo".
Mas a manipulação grosseira continua na forma deste pequeno pedaço:
"O exercício impossível é aliar essa corretíssima análise a qualquer visão económica que integre os mecanismos em acção na economia mundial..."
"Esqueceu-se" mais uma vez do texto de JR:
"É como se cultura política e economia política fossem coisas, que estivessem em compartimentos separados e até estanques"
insistindo mais uma vez na constante do "não há alternativa" agora com o álibi do "desenvolvimento tecnológico".
E rasurando estas coisas tão simples que devem soar-lhe como autênticas bofetadas:
"a esquerda só tem futuro se activar e mobilizar um sentimento nacional e popular anti-elitista, canalizando-o para as questões centrais da economia política, de resto carregadas de implicações culturais: da desigualdade ao emprego com direitos, garantidos por sindicatos combativos, passando pela desfinanceirização e pela desglobalização económica".
A confirmação do desmoronar do mito do sonho americano e a sua tomada de consciência por parte de amplas massas dos americanos. Aqui tão perto. E a "visão económica que assegura o desenvolvimento tecnológico e o crescimento da riqueza" a revelar-se em todo o seu ridículo e a cair com o fragor dos axiomas neoliberais em fase crepuscular, de propaganda vazia e oca.
Quanto ao "crescimento da riqueza" b«nem vale a pena perder tempo com tal slogan. Viu-se que a riqueza cresceu para o bolso de meia dúzia de tipos e que a pobreza se tem espalhado como mancha de óleo pela restante população. O próprio sujeito que invoca tal crescimento defendeu e defende tal concentração da riqueza e a teoria do pingo dos mais ricos para os mais pobres.
Agora vem falar no crescimento da riqueza. Na exacta medida em que surgiu ao lado de Passos Coelho a clamar pelo necessário empobrecimento do país.
Duma forma assaz cobarde, porque não o diz no post de Jorge Bateira, o sujeito das 18 e 47 envereda finalmente por uma linguagem encriptada:‘antes demais para nós, e sempre’.
Associa-a a Trump. O que, ou denota uma patetice digna de comiseração ou um conhecimento mais profundo do fraseado do vencedor das eleições, que só os seus mais íntimos estão a par...
Confessemos que é penoso ver estes esforços quase senis e tolos só para tentar beliscar uma frase inquestionável:
“…voltar à política das Nações o que, aliás, não exclui a cooperação e a amizade entre essas mesmas Nações.”
Jaime santos parece que representa , quiçá involuntariamente, o exemplo paradigmático de muito do denunciado por João Rodrigues aqui, nestas páginas dos Ladrões.
Não é por nada que pisa e repisa no mesmo tema, esgotado e sem saída, das alternativas europeístas que se desmoronam a cada dia que passa. Oscilando entre a sobranceria e a mistificação.
Repare-se como retorna ao Brexit sempre e de cada vez. Longe vão os tempos em que apostrofava quem tinha votado no Brexit como aliado incondicional da extrema-direita. Desmascarada tal tese, confrontado com factos e dados, agora "contenta-se com o acima exposto. E substitui a "classe operária " pelos "trabalhistas" forma assaz interessante de continuar a meter a cabeça na areia
Porque a cabeça continua no seu sítio...ou seja na areia
Duma forma surpreendente JR dá por antecipação a resposta devida a uma inquietação posterior de JS.
Diz este: "Em primeiro lugar, não foram, felizmente, os votos da classe operária que deram a Trump a sua maioria.
Responde, antecipando-se JR, pela voz de Sanders:
"não se faz política insultando parte da base eleitoral potencial do adversário, reduzindo-a a um bando de “deploráveis” racistas; isto se a queremos conquistar. Mas anda por aí muita gente à esquerda a achar que partes das classes trabalhadoras podem e devem ser abandonadas às direitas"
Lapidar
A esquerdalhada que se diz senhora da doutrina da universal salvação, não vai além de acabar entrincheirada em redutos nacionais com vagos assomos de amizades e cooperações transfronteiriças.
Os que clamam dos males do sentimento da propriedade individual, acabam aquartelados no sentimento da 'minha terra' para definir o âmbito da realização da sua doutrina.
"Há algo de podre no reino ..."
Infelizmente JS continua duma forma infeliz:
"...fronteira e de segurança de que o João Rodrigues fala (e ainda bem que a assume claramente, ao contrário do que é costume).
E infeliz porque faz tábua rasa ( ignorância ou má-fé?) do pensamento já expresso por JR sobre o tema da segurança sobretudo social e fronteiras sobretudo económicas.
Exactamente o oposto do defendido quantas vezes aqui por JS.
Mas o pior está para vir, num discurso confuso e sem ponta por onde se lhe pegue em que duma forma perfeitamente a desproposito fala nos ideais da Revolução Francesa e no 'reconectar' com a maioria e no abandonar as minorias e no deixar de ser Esquerda e no passar a ser um émulo da Extrema-Direita.
Tanto fraseado oco e sem substância não alicerçado pelos termos usados na discussão.
Tanta hipocrisia nesta invocação do legado da Revolução Francesa quando a mesmo Revolução foi desta forma criticado pelo mesmo JS e desta forma assaz ...perturbadora
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2016/06/uma-modesta-proposta-euro-liberal.html
Que comentário mais idiota a deste José
Há mesmo algo de podre no reino da Dinamarca (para completar a frase e não a deixar prisioneira nos pruridos ideológicos).
O que raio é isto?:
-"A esquerdalhada que se diz senhora da doutrina da universal salvação"
Ai sim? A senhora da doutrina?
-"não vai além de acabar entrincheirada em redutos nacionais com vagos assomos de amizades e cooperações transfronteiriças"
Redutos de amizade? Nas trincheiras? A assomar vagamente?
-"Os que clamam dos males do sentimento da propriedade individual"
Males do sentimento? Cada vez melhor.
-" acabam aquartelados no sentimento da 'minha terra' para definir o âmbito da realização da sua doutrina".
Dos males do sentimento ao sentimento da terra de quem pospõe estas chinesices
Eis o que resta duma testemunha (improvável) da qualidade do post de João Rodrigues
Um post muito bom.
Quanto ao titânico combate que Rui Tavares vislumbra entre cosmopolitismo e nacionalismo, ele explica-se facilmente. A "esquerda" do Senhor Rui Tavares só conseguiu eleger essa suposta luta como o seu mais querido programa de festas uma vez cometido (por ela) o bárbaro assassinato - na Jugoslávia, no Iraque, no Afeganistão, na Líbia - do conceito e da "praxis" do internacionalismo de cariz marxista.
Para a "esquerda" de Rui Tavares dois grupos feministas da 3ª vaga, um das Ilhas Vanuatu e outro do interior da Escócia, terão mais em comum entre si do que terão em comum com os restantes cidadãos e cidadãs das suas respetivas realidades culturais, geográficas e políticas. O que nos leva a uma curiosa conclusão: se tivermos em consideração o postulado tatcheriano de que "não existem sociedades, só existem indivíduos", teremos forçosamente de ver na "esquerda" de Rui Tavares o aliado tácito do hiperliberalismo neoconservador. Com efeito, é na "esquerda identitária" que a nova/velha ordem global belicista e neoimperialista encontra um dos seus mais eficazes instrumentos de destruição dos tecidos sociais nacionais, pois é ela que leva a efeito o trabalho de sapa da atomização das sociedades em grupelhos identitários, grupelhos esses que se degradarão em entidades cada vez mais diminutas e histericamente impotentes.
Se os paradoxos por aí ficassem, não seria nada mau, mas a coisa não se fica por aí. Aprofundamento europeu? Acaso não se terá a "esquerda" do Senhor Rui Tavares apercebido de que a esse "aprofundamento" correspondeu um efetivo alargamento que colocou dentro do redil europeu ( o que quer dizer o mesmo que dentro do redil da NATO) uma série de países onde o nacionalismo de génese neofascista e neonazi é cada vez mais virulento sem que com isso essa tal UE das democracias se preocupe por aí além? E, já que falamos de paradoxos, nessa dialética cosmopolitismo/nacionalismo onde colocaremos nós a indisfarçada simpatia da "esquerda" do Senhor Rui Tavares pelos virulentos nacionalismos secessionistas basco e catalão? Há para essa "esquerda" nacionalismos secessionistas bons (o basco e o catalão) e nacionalismos secessionistas maus (o italiano da Liga Norte) ou serão os dois primeiros nacionalismos nacionalismos "cosmopolitas" e o terceiro deles um nacionalismo tacanhamente "regionalista"?
Concluindo, a "esquerda" identitária e hedonista do Senhor Rui Tavares, presa no labirinto das suas próprias contradições, é um oximoro político completamente esgotado: as reviravoltas retóricas nunca ajudaram à emancipação das massas nem, tão pouco, trouxeram algum tipo de solução aos seus reais problemas. É só paleio, e o paleio não mata a fome nem dá emprego.
Muito bem articulado o argumento do das 22:41!
Só esquece nomear um pressuposto da análise: a existência de um império que sustente a praxis marxista e lhe dê sentido.
Bem sei que a Rússia executa essa praxis sem se invocar de marxista, mas subliminarmente essa ficção sustenta o argumento.
Resumidamente deve entender-se que a libertação dos povos de ditaduras e regimes tirânicos deve realizar-se quando estejam preparados para ingressar na órbita marxista ( como a Rússia não o propõe e é ela própria um regime tirânico...a eternização da situação não comove o verdadeiro marxista, que esperem!).
Tudo vem ao caso de que o visado preza «essa tal UE das democracias» onde por definição de democracia a identidade individual é um direito identitário muito adverso à plena realização dos afamados conceitos e praxis marxistas da verdadeira, da autêntica, da única esquerda!
Herr jose ensandeceu.
E na ensanduiche ei-lo a tentar fazer passar a Róssia como marxista.
De forma sublininar entenda-se
Soberana idiotice
Foi a coisas como estas que os grandes patrões pagaram como um patrão perito?
Como sempre, Herr José leu naquilo que escrevi aquilo que quis ler, ou seja: leu o que não estava lá. O facto de eu zurzir forte e feio nas cabriolas retórico-práticas da suposta esquerda do Senhor Rui Tavares não faz de mim um homem de direita e muito menos de mim faz (Abrenúncio, Satanás!!!) um seu companheiro de jornada, meu prezadíssimo Herr José.
Deve ser a primeira vez que o nosso excelentíssimo comentador afirmou concordar com algo que eu aqui tenha articulado, mas, mesmo nessa concordância, meteu ele o pé na argola.
Meu caro anónimo das 16:47: para um martelo tudo o que existe no mundo são pregos; para Herr José tudo o que proteste a sua independência face à Nação Verdadeiramente Indispensável fede a bolchevismo que tresanda. É assim que o nosso inteligente analista consegue ver na conservadora Federação Russa uma URSS renascida. Para Herr José o sinal mais evidente de comunagem impenitente é o orgulho nacional de quem se não verga à vontade dos supostos patrões do Planeta Terra.
Um prazer reve-lo, caro anónimo das 21 e 02
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