quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Mais ideias, poucas contas

Maria Luís Albuquerque anuncia que o PSD vai apresentar propostas de reforma da Segurança Social. Já não seria sem tempo se fosse verdade.

É porque de cada vez que o PSD anuncia que está pronto para discutir reformas, acaba embrulhado em propostas que não têm qualquer adesão à realidade e que são tão caras que ninguém sabe quem as pagará... Nem mesmo o PSD!

Proposta 1: Redução da TSU para os empregadores
Foi em 2011, estava a troika a entrar. O "negociador" Eduardo Catroga anunciava que "o Pedro" (Passos Coelho) tinha a proposta muito bem estudada. Era só reduzir a TSU e aumentar o IVA... Para já, em 4 pontos percentuais (de 23,75 para 19,75%) e depois mais 4 pontos (de 19,75 para 15,75%). Mas bastava fazer uma conta simples (que nem Passos nem Catroga fizeram) para perceber que o impacto financeiro nas contas da Segurança Social era de tal ordem que o IVA teria de subir imenso. A proposta foi chumbada por uma equipa interministerial e do Banco de Portugal.

Proposta 2: Redução da TSU patronal e aumentar a dos trabalhadores
Foi em 2012. Os trabalhadores sofriam um corte de 7% nos salários e os patrões recebiam-no sob a forma de redução da TSU de 23,75 para 18%. Foi chumbada na rua e até pelo patronato!!

Proposta 3: Introdução do plafonamento
Foi em 2011. Dizia o programa do Governo (pág.97): "Iniciar um processo de revisão do sistema público da Segurança Social de forma a introduzir-lhe sustentabilidade intergeracional e a capacidade voluntária de escolha das gerações mais novas na sua carreira contributiva" e, claro está, o plafonamento: "Estudar a introdução para as gerações mais novas de um limite superior salarial para efeito de contribuição". Viram alguma coisa? Contas? Estudos?

Proposta 4: plafonamento e contas individuais
Foi em 2015. O programa eleitoral da coligação PSD/CDS punha "um pé na porta" para a criação de contas individuais, disfarçadas de informação ao beneficiário denominada "Caderneta de Aforro para a reforma" (ver pág. 35). E voltava a insistir no plafonamento para os mais jovens. Para solidariedade intergeracional era brilhante!

Proposta 5: Ainda não se sabe, há-de surgir dentro de dias...
2016. Entretanto, ouça-se a ex-ministra Maria Luís Albuquerque na entrevista:


O que propõe o PSD?
A capacidade da oposição de determinar um ambiente de confiança é, obviamente, mais limitada porque não é a oposição que toma as decisões [mas já foram Governo e tão-pouco o fizeram!]. O que vamos apresentar são algumas propostas, mas de carácter estruturante [leia-se redondas], que pretendem precisamente dar melhores perspectivas de futuro [futuro segundo o PSD: algo que nunca se atinge porque vivemos o eterno presente]. Queremos dar um conjunto de ideias [Ideias?! Leia-se declarações de princípios] que possam ajudar a preparar um futuro melhor porque aquilo que mais nos preocupa é precisamente o facto de os instrumentos fundamentais da governação não permitirem ter essa expectativa de que o futuro vai ser melhor.

São mais reformas do que medidas concretas? [Pois...]
Serão concretas, mas que não têm de ter uma tradução de custo orçamental imediato. [Claro!!! Tão fácil assim... O PSD nunca apresenta contas e quando o faz engana-se...]
(...)

O problema da sustentabilidade da segurança social não é mais um problema da falta de crescimento económico do que outra coisa... [Lá está...]

A questão da segurança social tem muito a ver com uma perspectiva de mais longo prazo e com questões demográficas [Claro, para quem destruiu mais de 300 mil postos de trabalho e expulsou 200 mil activos do país...]. Temos de ter um sistema que não só assegure os direitos e dê tranquilidade aos actuais pensionistas, mas também dê garantias àqueles que já estão hoje a descontar ou aqueles que estão a chegar ao mercado de trabalho. [Não há melhor garantia do que lhes prometer descontar menos para o sistema público...] É fundamental dar estas perspectivas de confiança para evitar comportamentos que tornem a segurança social ainda mais frágil. [Mas tornar mais frágil foi sempre o que propostas do PSD fizeram, ao nunca se apresentar a forma de financiamento das suas ideias que, na sua generalidade, reduzem o volume de contribuições do sistema...]

Por tudo isto, estou cheio de curiosidade de ver as ideias do PSD! Mas, por favor, quantifiquem...

16 comentários:

mario gualter rodrigues pinto disse...

São as melodias de sempre do PSD, que não nos leva a lado nenhum. Morrem sempre à nascença por falta de ética e consistência politica para aprovação de tais decisões. A politica económica financeira que a direita sempre fez, foi queimar e destruir tudo o que a esquerda construiu para aumentar os lucros e bens dos donos disto tudo........

Anónimo disse...

a agenda do costume. não desistem de exterminar o estado social, transformando-o em negociata privada à qual recorriam os que podem, e os outros - a canalha - ficariam entregues ao assistencialismo.

Jose disse...

Mais um episódio da saga: A geringonça mede-se pelo que se imagina que seria se não fosse.

mig_L disse...

é enternecedor o amor que o Jose tem por este blogue.

Jose disse...

Para que não se diga que não trato da substância do assunto, adianto a minha proposta de reforma da SS:
a) Todo o reformado vê a sua reforma recalculada pelas regras hoje em vigor para os trabalhadores em início de carreira, com correcção monetária e o mais que seja critério objectivo.
b) Os valores acima do montante assim calculado, são distribuídos em escalões denominados 'mamas' e que são calculados em percentagem b/a.
c) Feito um cálculo de sustentabilidade coerente e sem sofismas esquerdalhos, as mamas são reduzidas a um único escalão que garanta a sustentabilidade das pensões.
d) Determina-se concomitantemente uma pensão mínima de subsistência para garantir que as reformas mais baixas cumpram esse limite.

A partir daí, arvoramos o sacrossanto princípio da igualdade como alguma coisa que não é inteiramente uma farsa de vigaristas a lutarem pela sua mama.

Anónimo disse...

Herr jose e a geringonça
Pelo que se imagina o que foi e o que é.

Certo herr jose?

(Para quando algo de substantivo, em vez deste "serviço civico" perpétuo e vazio, paupérrimo e a espumar?)

António Pedro Pereira disse...

José:
E qual é o tamanho da tua mama?
Para passares os dias a vomitar insanidades no LdB só podes ter una mama muito grande.
Imbecil!

António Pedro Pereira disse...

José:
E qual é o tamanho da tua mama?
Para passares os dias no LdB a vomitar insanidades só podes ter uma mama muito grande.
Imbecil!

Anónimo disse...

Não serve.

As mamas com que herr jose anda a pregar servem-lhe entre as orelhas.Mas esta pesporrência de sacristão é imprópria para um diálogo civilizado.Pelo que ao lado das "mamas" pode meter a "sustentabilidade coerente e sem sofismas esquerdalhos". Como um ramalhete próprio dum que anda a fazer detsa forma o seu "serviço cívico" em funções de "perito"

Herr jose defendeu de forma histérica e acintosa o roubo das pensões (e dos salários já agora). Herr jose entretanto defende que os sacrossantos produtos do lucro e da rapina sejam colocados a salvo em offshores.
A canção de herr jose não serve.

Quanto à farsa de vigarista a lutar pela sua mama...é preferível não dar resposta a esta espécie de reza. Preferível deixar estes recados próprios de trauliteiro velho de estrebaria como se de auto-críticas se tratassem.

Anónimo disse...

Herr jose também deveria ver taxado todo o produto das suas peritagens de acordo com as regras em vigor no presente, contabilizando o seu património imobiliário e o dinheiro oculto nos offshores

E avaliada a proveniência dos fundos com que as entidades patronais pagavam ao seu perito, o patrão jose.

Com correcção monetária e o mais que seja critério objectivo.

Anónimo disse...

zezinho, quem 'mama' e continua a mamar são os seus amigos - que têm o fofo nome de 'accionistas' disto e daquilo. e esses de esquerda têm zero. e vão mamando, falindo bancos, vivendo esses sim do 'dinheiro dos outros' - e não o socialismo.

mas bem sabemos - quando é para o negócio, como vemos pelo sr. paulo portas da sua criação, o maduro e o tio zé eduardo são uns tipos porreiraços.

Anónimo disse...

Para que não se diga que a substância do assunto fica escondida debaixo do entulho mediático de "jose", aqui fica uma leitura objectiva, concreta e coerente sobre a Segurança Social

"Como Garantir a Sustentabilidade da Segurança Social e da CGA" de Eugénio Rosa

Bem longe e bem mais limpa do que a proposta aí avençada em cima. Que resumidamente consta do seguinte:
"Todo o reformado é recalculado nas regras em correcção monetária e o mais que seja nas denominados 'mamas' de sustentabilidade sem sofismas esquerdalhos. As mamas são assim reduzidas a pensões,com subsistência para garantir o sacrossanto da farsa de vigaristas a lutarem pela mama."


Jose disse...

Manelzinho, seu cretino de rara sensibilidade social.
Imagina tu que andam a trabalhar na AR para me darem 10 euritos para eu ir de férias para o Algarve em Setembro!
Quanto à minha mama, não sei qual é, mas gostava de saber.

Jose disse...

O das 16:15 está em dificuldades para abandalhar a minha reforma!
É justa, é igualitária, é intergeracional e...e aí é grave problema...tira as mamas aos abrilescos!!!

Anónimo disse...

Parece que herr jose engoliu as suas próprias mamas, perdão, palavras.

Esquecido está da sua proposta sobre a Segurança Social e da sua ode às mamas, perdão, às regras em vigor.
Naquele seu modo de ser, revelador da boçalidade que atravessa o nosso tecido patronal, ei-lo a crismar os demais de "cretinos".

Provavelmente por tais dons é que aquele "tecido " o terá escolhido como perito. E pago como os patrões costumam pagar...com o dinheiro dos outros

Anónimo disse...

Parece que aí em cima alguém está preocupado com os dez euros que lhe querem somar à sua "reforma".
E naquele seu jeito néscio de pedante gorduroso, tem até o desplante de gozar não só com a quantia em causa, como também com as férias, o seu local e o tempo destas.
Para coisas deste quilate dez euros a mais ou a menos não são nada. Para coisas assim o sentido de justiça varia na razão directa do produto do saque que pode assegurar-

Daí as mamas e o seu agastamento por não lhe levarem a sério a reforma das suas mamas. Que por mistério divino ainda anda à procura.

Justo, igualitário e intergeracional....será taxar devidamente os lucros obtidos pelos grandes interesses económicos, taxar as rendas indevidas e confiscar os roubos organizados dos banqueiros e dos donos disto tudo. E com efeitos retroactivos.Tirando tambéma as mamas aos que mostram assim o seu ódio a Abril.