António Nóvoa (Jornal de Negócios)
«Do ponto de vista intelectual, não se compreende como alguém consegue defender dois erros seguidos sem pestanejos: o de ter ido para além da troika, em 2012, e agora, para cobrir esse erro, o de ir para além de tudo o que ainda mexe. O Governo quer reduzir o consumo e o emprego e, em consequência, reduz a confiança e o investimento, e agrava novamente o défice e a dívida. Allô!?»
Pedro Lains, «Interessantemente...»
Pedro Adão e Silva (Fórum TSF)
«Pena que o documento esteja cheio de propostas inconstitucionais, (...) de falsificações grosseiras da realidade, (...) de afirmações risíveis pela sua total descontextualização, (...) assim como de contradições e conclusões abusivas e infundamentadas. (...) Ideologia travestida de parecer técnico, diz-se. Também, claro. Mas sobretudo incompetência e desonestidade. De quem o fez, de quem o avaliza e de quem o não denuncia.»
Fernanda Câncio, «No fundo do fundo»
6 comentários:
Certo, é verdade, mas é, se a troika procura a morte de todos os não produtivos com o concurso das classes desgovernantes?
AntonioGil (Galiza)
E dessa concordância toda emerge o quê? Um colóquio para professores universitários? Um contra-relatório para ser lido pelos mesmos professores e assistentes? Uma revolucionária petição? Por favor digam-nos já que ninguém aguenta o suspense.
O relatório do FMI baseia-se com frequência em dados errados e/ou desactualizados. E todavia, são esses números que justificam as propostas apresentadas, o que evidencia um desconhecimento gritante da realidade portuguesa. Por regra, o relatório coloca Portugal acima da média europeia (em salários, número de professores, etc.), mas os números em que se baseia para o fazer são totalmente inverosímeis. Veja-se esta constatação, por exemplo: "In addition, salaries in education are above the OECD average, particularly for the high end of the compensation scale, with a premium of 25 percent relative to the OECD average pay
for primary school teachers, 11 percent for secondary school teachers, and 15 percent
for university professors. Portugal was the country with the fourth-largest increase in
teachers’ salaries among OECD countries between 2005 and 2010 (Figure 2.4)". Na nota nº 20, para a qual remete a (espantosa!) afirmação supracitada, podemos ler: "(...) These figures DO NOT TAKE INTO ACCOUNT (destaque meu) the latest measures taken by the authorities in 2011–2012, i.e., the average reduction of 5 percent on public-sector salaries and the elimination of the 14th monthly pay".
OU SEJA: a nota em causa invalida totalmente os números usados no parágrafo que para ela remete, bem como as conclusões deles retiradas.
Isto é absolutamente inaceitável! É incompetência? É má-fé? É, seguramente, inaceitável. Pergunta-se: O Governo não sabe que estes dados falseiam a realidade portuguesa? Acho isto fiável? Ou está a agitar esta bandeira absurda para lhe ser mais fácil legitimar, depois, os novos cortes que pretende fazer? Mas que critérios usa, afinal? Nada disto é sério.
"...o que nós esperávamos do Governo Português era que fizesse relatórios para reforçar a sua posição e a sua capacidade negocial junto do FMI".
Allô!? O Pedro Adão e Silva deve ser assim um bocadichito a modos que a atirar para o atrasado mental, não? É que, se não é, pelo menos parece. E em política...
Allô!?
"Frases" certissimas e lapidares.
O que mais assusta é o silêncio (mas não dos inocentes) , PS.
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