quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Quem é que parte o CoCo a rir?

Na bancarrotocracia, o Estado assume encargos com fundos de pensões de bancos incapazes de garantir o que quer que seja, apesar de ainda patrocinarem a performativa linha sobre a falência da segurança social pública. Na bancarrotocracia, o Estado injecta capital nos bancos, através da criação de um instrumento híbrido, obrigação eventualmente convertível em acção, CoCos, feito à medida para evitar o horror do controlo público directo, embora possa ser só para adiar o impensável que pode tornar-se inevitável. Na bancarrotocracia parece que CoCos podem significar uma poupança de mais de 400 milhões de euros para os bancos em encargos fiscais, mostrando que quem sabe, sabe. Entretanto, diz-se que Gaspar usa o inglês como língua de trabalho nas reuniões do Terreiro do Paço. A denúncia terá partido de Fernando Ulrich. Não percebo de que se queixa: Contigent Convertible (bond) é CoCo, o inglês é a língua da finança e é para para a finança que se governa neste tempo. Não foi você que pediu uma intervenção externa?

3 comentários:

Anónimo disse...

Dar-lhes com um gato morto no focinho até ele miar era o remédio para tirar a risada estes dois sujeitinhos.

Samuel Cardoso disse...

Este Vítor Gaspar é mesmo idiota por vocação. Uma coisa é ter diferenças ideológicas com ele, que tenho: vender empresas públicas em sectores fundamentais da economia, dar dezenas de milhares de milhões à banca (que, aliás, vai contra o seu querido "laisser faire"), atacar economicamente o povo português como não se via desde o 25 de Abril. Agora, pôr em causa um património alienável como a língua portuguesa, não admito. Se não tem orgulho na língua, vá-se embora. Mas Portugal precisa de quem gosta dele e não de quem tenha vergonha da própria língua. Vá-se embora.

A F-P disse...

Bond = empréstimo (contrato c/ juro, prazo; mtas variantes)
Convertible = convertível em p ex accções, p ex do banco emissor
Contingent = valor da acção, pré-estabelecido no contrato, em que o empréstimo se transforma em acções
(Def: acção é dono - da empresa - bond é credor)
Vantagem mais evidente = impostos: enquanto bonds, a empresa (banco) tem dívida, paga menos; acções/lucros s/ estas, pagam impostos.
Outra vantagem = o bond é sempre uma dívida; a acção pode valer mais, menos... ou nada, caso a empresa /banco falir.
(Não admira eles rirem c/ tanto gosto!)
Abaixo: 4 links (vai estudar, Relvas!).
http://lexicon.ft.com/Term?term=cocos
http://www.investopedia.com/terms/c/contingentconvertible.asp#axzz23pAzrPsf
http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2055825
http://www.bis.org/publ/bcbs165/stbdmpalez.pdf