sexta-feira, 8 de julho de 2011

Para quê?

Prefiro uma crise em 'v', afundar rápido para depois começar a subir, que uma crise que não tem 'v', é só um dos lados, é um plano inclinado.

João Duque

Continua a demonstração de fé na espontânea “reviravolta dos mercados”. Face a uma inane ideologia neoliberal, especializada em ocultar a realidade com metáforas cínicas e em promover políticas que destroem as bases económicas de uma sociedade civilizada, mas que incrivelmente continua a deter um quase monopólio do “debate” público, resta-me recuar quase dois anos e recuperar, por exemplo, a sensatez keynesiana do José Maria: “A ideia de que depois da tempestade vem a bonança e depois da recessão a expansão serve de sedativo. Não admira que seja tão repetida pelos capitães deste enorme Titanic que insistem em ficar no posto a repisar os velhos hábitos, apesar de todos sabermos (eles incluídos) que são responsáveis pelo desastre.”

6 comentários:

L. Rodrigues disse...

Esta da crise em V lembra-me a anedota do pescador maneta. Que dizia que tinha apanhado um peixe "deste tamanho", e erguia o braço direito, como se tivesse esquerdo.

kamarada Spartakus disse...

o problema está na leitura que essa gente toda pratica:

http://blaguedeesquerda.blogspot.com/2011/07/o-ultimo-best-seller-dos-neo-indignados.html

Carlos Albuquerque disse...

"A ideia de que depois da tempestade vem a bonança e depois da recessão a expansão serve de sedativo."

Mas isto não se aplica exactamente a quem defende a saída do euro?

Anónimo disse...

Como sabem a Economia não é uma ciência exacta, mas antes social. E quando um economista faz a sua previsão tem por de traz uma escola de pensamento económico, este é o aspecto que não é dito a quando das análises que são feitas.
A realidade é dinâmica não estática, por isso as previsões raramente acertarem. Ser liberal por cá é visto como algo depreciativo, mas ser liberal é acreditar que o mercado resolverá as coisas, e assim acontecerá se existir regulação e que a assimetria de informação entre agentes será a menor humanamente possível, e isto já ocorreu no pós guerra a quando do maior período de desenvolvimento da sociedade humana até à data, com a desregulação encetada por Greenspan viemos parar onde estamos.
Mas o que incomoda muito os ditos de esquerda, é que sempre que o comunismo e socialismo foi posto em prática só trouxe miséria à humanidade.

Ana Paula Fitas disse...

Caro João Rodrigues,
Fiz link. Obrigado.
Abraço.

Tomás Guevara disse...

"Mas o que incomoda muito os ditos de esquerda, é que sempre que o comunismo e socialismo foi posto em prática só trouxe miséria à humanidade."
Os ditos de esquerda é uma expressão assaz curiosa.A rainha D.Isabel diria:São rosas senhor.O anónimo dirá:São ditos de esquerda ...Não se sabe se os ditos não são de esquerda ou se se pretende apagar pura e simplesmente a esquerda do mapa (logo também a direita)
Mas se a afirmação do anónimo sobre a economia me parece exacta,já não se percebe aquele triste salto para uma apologia tão envergonhada do "liberal".E aí o caso escorrega também pela confusão e pelo desconhecimento(surpreendente?) dos conceitos e das coisas.
O último parágrafo é a confirmação disto mesmo.Pobreza confrangedora a finalizar um texto que inicialmente prometia mais.
Comunismo posto em prática?É preciso estudar um pouco mais seriamente e não emprenhar pelos noticiários televisivos ou pelas leituras do reader`s digest