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O negócio é bom para os bancos, diz a The Economist, porque lhes permite desde já embolsar algum dinheiro, evitar perdas imediatas de grande dimensão, que podem bem ser da ordem dos 50%, e receber juros atractivos. Para a Grécia, pelo contrário, o plano é pouco atractivo porque “não faz nada para reduzir o fardo da dívida e pode complicar uma eventual reestruturação” a sério, embora as agências de notação e a Comissão discutam agora se um plano deste tipo configura ou não um “incumprimento selectivo”. As palavras são importantes também em economia política.
Seja como for, continuamos no domínio da real ajuda cooperativa, mais ou menos sofisticada dadas as circunstâncias políticas e económicas, aos bancos, mascarando a crise sistémica com centro nos bancos, em que Yanis Varoufakis tem insistido, e da fictícia “ajuda” à Grécia através de empréstimos usurários, de austeridade punitiva e de formas de controlo político de tipo neo-colonial. Um plano neoliberal, um plano definido pelos grandes interesses financeiros, que, tal como os planos que desenharam o euro ou os mercados financeiros liberalizados, vai acabar mal.
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