quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

CDS's há muitos

Na última hora o preço dos CDS (Credit Default Swaps) - um seguro transaccionável, cujo preço serve de medida para o risco de não pagamento - do Reino Unido ultrapassou o de Portugal. Estes preços dos mercados financeiros valem o que valem, ou seja, muito pouco, já que estão sujeitos às avaliações das fantásticas agências de notação e a uma formidável especulação financeira. Foi este tipo de contrato que, provavelmente, fez ruir a AIG (maior seguradora americana), depois da falência do Lehman Brothers.

No entanto, já que os "economistas de água cristalinas" nacionais fetichizam estes preços enquanto indicador de sustentabilidade, gostava de saber se concordam com o Financial Times quando este afirma que, além do futebol, também somos aparentemente melhores no risco de falência nacional. A resposta pode sempre ser a de Nogueira Leite: "Os mercados andam distraídos". Afinal, não funcionam assim tão bem...

3 comentários:

Anónimo disse...

Então, de forma construtiva, que outros indicadores sugere?

Nuno teles disse...

Mais sobre CDS, agências de notação e alternativas:

http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2009/05/da-teoria-practica.html

http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2009/01/o-opaco-preo-da-liberalizao-financeira.html

Luís disse...

I. estou com sono; mas n vou deixar de comentar esta dos CDS. (é coisa q se coma?);

II. o facto de este fabulásticos contratos financeiros terem levado à falência da AIG em nada acrescenta sobre o seu mérito ou desmérito intrínseco. é o mesmo q dizer q as máquinas de costura levaram à falência a OLIVA, por isso as máquinas de costura valem o que valem.

III. eu acho o pessoal daqui, idólatras privados do capitalismo. deliciam-se, rõem e voltam a roear as suas mais adónidas noções fetichistas e depois porque publicam na "Science" já acham que já estão a fazer crítica. ficamo-nos pelo esforço.

IV. os senhores parecem o rapaz aqui de casa, que sem nunca ter levantado um quilhão da cadeira já conseguiu que o orçamento de estado lhe transferisse 1600 euros mensais, e isto para ter o rabo sentado o dia todo na respectiva repartição. é óbvio que tudo está bem; lá passa pela cabeça destes gajos que o Estado possa abrir falência, que os aforradores institucionais um dia acordem de mau humor e fechem a torneira ao Sócrates? SERIA O PAÍS SURREAL PARA TODOS OS ACUMULADORES PRIVADOS: do V. Constâcio ao mais recente manga de alpaca licenciado que entrou para os quadros do Estado (em sentido lato - que come à mesa do orçamento).

V. por isso os senhores continuam na sua adoração fetichista e na fingida contra-crítica ao capitalismo "especulador"; claro q os mercados andam distraídos e andaram-no até a borrada do subprime lhes explodir nas mãos; quem é leitor assíduo do FT e afins sabe que os próximos insolventes já se perfilam há muito: depois dos pobres americanos, os projectos megalómanos das economias emergentes, e a orgia despesista da periferia europeia;

VI. a realidade por vezes é demasiado dura para que se pense com o mínimo de senso, preferem-se por isso os conceitos tomados de empréstimos ao economicismo burguês, e no capitalismo "o porta moedas ainda é o seu princípio da realidade quotidiana"!