quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Escutem bem os desmentidos!
Paulo Pedroso disse ontem em entrevista: "Não tenho nada contra o Bloco Central" em caso de maioria relativa do PS. A declaração de Pedroso é, no entanto, menos reveladora do que a formulação dos desmentidos que se seguiram:
José Lello considerou especulativas estas declarações. Mas o que é especulativo é a ideia de que o PS poderá não ter maioria absoluta. Sobre a disponibilidade para um Bloco Central, José Lello não diz nada.
Mas bem mais claro foi Vital Moreira:
"A fórmula de governo deve ser uma questão pós-eleitoral, não pré-eleitoral". Ou seja, primeiro conta-se os votos, depois conta-se o plano. Vital Moreira acha que os eleitores socialistas não precisam de saber se o PS se vai aliar à direita depois das eleições, em caso de maioria relativa.
Aliás, Vital Moreira vai mais longe quando afirma que "admitir nesta fase do campeonato um governo de "bloco central" constitui uma inestimável ajuda à ofensiva do PCP e do BE contra o PS." (bold de VM)
Portanto, nesta fase do campeonato, o que é preciso é não ajudar a ofensiva do PCP e do BE. Para outras jornadas ficará uma decisão efectiva sobre o assunto.
Aliás, o post de Vital Moreira chama-se "especulação prematura". Interroga-se o leitor: Quando é que as especulações não são prematuras? Quando se tornam factos.
Ficamos à espera dos desmentidos. Daqueles que se percebem.
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5 comentários:
O tacticismo é tudo menos ideológico. O PS não pode obrigar os militantes a votar às escuras...
A estratégia do PS obviamente vai ser a de pedir a maioria absoluta aos portugueses tentando-se desmarcar desse tipo de cenários embaraçosos.
Revelador e interessante é ver o PSD a fazer-se ao bife nesta fase, naturalmente por causa da sova histórica que levaram nas últimas legislativas e, por outro lado também em termos de políticas será fácil de estabelecer algumas alianças de conveniência caso se dê esse cenário.
PCP e BE hão-de subir, não só por ser essa a tendência dos anos recentes, mas também por causa deste panorama que vivemos.
Para nós comunistas e bloquistas o bloco central é algo de bom que aconteça, pois será mais identificável e reconhecível ao longo desse mandato, que PS e PSD não são futuro para Portugal, seria um suicídio político para esses dois partidos.
A alternativa poderá passar por um aumento abismal da abstenção daqui a cinco anos e nada realmente se alterar, ou por outro lado, o meu partido e o bloco, num cenário mais fantasioso se quiserem, poderão e deverão saber aproveitar tal situação privilegiada para se mostrarem aos portugueses como uma solução efectiva de governo.
E acreditem que isto não é assim tão fantasioso, na medida que estas são as fantasias que actualmente constituem os medos primários das gentes dos Pê Esses e Pê Esse Dês. Basta repararem nos comentários recentes de políticos como os Sócrates e os outros, que chamaram comunas aos professores em manifestação.
Quando o comunismo (esse grande saco onde direita mete tudo o que é minimamente de esquerda) deixa de ser visto como mera curiosidade histórica e passa a ter esse estatuto e capacidade real de ser levado como ameaça séria, isto é muito animador.
Sloterdijk dizia que o Comunismo tinha perdido há muito tempo essa capacidade de meter medo que ainda impunha algum respeito
Não é por acaso que o manifesto comunista começa assim: "Anda um espectro pela Europa - o espectro do Comunismo. Todos os poderes da velha Europa se aliaram para uma santa caçada a este espectro"
É curiosamente este o ponto em que vivemos aqui em Portugal.
Senão acreditam dou o exemplo local de Santo Tirso, o concelho com mais desemprego em Portugal: há um blog chamado Tirso ao Alvo (http://tirsoaoalvo.blogspot.com/2008/09/duas-verses-ou-vises-sobre-uma.html), com gentes de PSD's e outros "independentes", que usaram fotos do PS para tentar mostrar uma manifestação organizada pelo PCP em Santo Tirso, como tendo sido uma dúzia de pessoas, em contraponto com uma do PCP em que se vê algo mais do que isso.
Quando vemos este tipo de alianças "anti-comunas" isto é um bom sinal!
Tenhamos todos os "comunas" (professores, bloco e PCP, tudo junto na visão "deles"), capacidade de realmente usarmos esse estatuto que nos dão.
Paulo Pedroso agrada a Gregos e Troianos
Estranheza!
Paulo Pedroso, chegou inclusive a afirmar que José Sócrates deveria considerar uma participação activa no executivo de nomes como Ana Gomes e Manuel Alegre. Creio que, apesar de estar no seu pleno direito de intervir nos assuntos que entender da vida pública, Paulo Pedroso não acertou nem no Timming nem no conteúdo. Foi um "fleurt" pouco subtil, quer à esquerda quer à direita. Não se compreende, sobre tudo, que Paulo Pedroso, apenas a 1 ano de eleições, tenha falado em Coligações de uma forma tão inusitada e extemporânea. Terá Paulo Pedroso perdido sensibilidade Politica ou, pelo contrário, estas declarações fazem parte de uma agenda oculta que se engendra nos bastidores Socialistas?! Só o tempo dirá.
Ao lançar esta ideia sem a menor relutância, PP mostra o que toda a gente já sabe: que não existe qualquer clivagem entre esses dois partidos. Tudo se resume a preocupações de Fidalgotes e de “Altos Funcionários”, cuja maior preocupação é disporem de um Estado e de um sector empresarial público às suas medidas. Estabilidade na governação e no país, são aquelas tretas que soam bem ao mais incauto…como se o país ainda se pudesse vir a tornar numa velha Albânia.
É deveras deprimente ver Vital Moreira a defender o indefensável- a iniquidade Neo-Ultraliberal deste Governo - cujas consequências são desastrosas em todo o mundo e também em Portugal.
Vital Moreira, á semelhança de Durão Barroso (do MRPP), mudou igualmente de campo embora não para Comissário da UE mas para comissário do PS.
É mesmo deprimente.
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