terça-feira, 9 de setembro de 2008
O Tanque
"Estavam lá todos. Quase o pleno dos membros do Governo, muitos deputados, alguns históricos socialistas. Ninguém quis faltar ao acto oficial de apresentação da Fundação Res Publica, o grupo de reflexão que é uma espécie de "think tank" (instituição de debate e reflexão) socialista. Na nova instituição, caberão todas as esquerdas." Público
"Eu não tenho dúvidas. São atitudes como estas dos partidos políticos, e esforços como estes, que credibilizam a política em Portugal. É o esforço de tanta gente, que quer dar o seu melhor para procurar novas ideias e novos projectos, que credibiliza e dá confiança à política no nosso país. Do que eu não tenho dúvidas é que o que não dá credibilidade à politica é o discurso do negativismo, é o discurso da maledicência, é o discurso do pessimismo, é o discurso do bota-abaixo, é o discurso de que “nada é possível fazer no nosso país”. Não. Esse é um discurso medíocre, que nada tem a oferecer ao país, e que só convida à desistência e ao conformismo". José Sócrates, 8 Setembro 2008, no lançamento da fundação Respública.
Na apresentação de um Grupo de Reflexão à Esquerda, o PS apresenta os porta-vozes do costume, Sócrates atira-se à oposição (Externa e Interna). Lavagem de roupa suja, portanto. Quanto às ideias sobre o que deve ser uma governação à esquerda, ao balanço crítico da políticas, ao debate com cépticos e opositores do Governo, vão ter de esperar, que agora é tempo de propaganda.
Este discurso do "Abaixo o bota-abaixo", aliás, tem muita história nos governos portugueses. Todos, mais tarde ou mais cedo, acabam a resmungá-lo em diferentes versões, desde as forças de bloqueio até aos profetas da desgraça. Bem dizia há uns anos António Guterres, sobre o executivo de Cavaco Silva: "Nós não temos um Governo, temos uma oposição à oposição."
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