quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Vemos, ouvimos e lemos

«Sou médica e regressei recentemente do Mediterrâneo Central onde me juntei aos esforços da sociedade civil nas missões de resgate e salvamento. Espero que as minhas perguntas vos sejam de resposta tão fácil como a facilidade com que votaram: Sabem quanto tempo demora um dinghy/bote de borracha a desinsuflar? Uma pessoa a afogar? Um coração a deixar de bater? Sabem quão assustador é assistir à voz a perder-se? O corpo a deixar de lutar? O mar a engolir o que resta? O silêncio a substituir os gritos, a morte a substituir a vida? (...) Sabem quão escuro pode ser o mar à noite? Quão solitário? Quão doloroso o abandono? Quão doloroso o silêncio do mundo que assiste inerte? Sabem qual é a sensação de tirar uma pessoa da água? Salvá-la como se estivesse salva para sempre? Sabem qual é a sensação de fazer isso e haver vozes que te tentam convencer que o que fizeste é um crime, errado, punível? Sabem o que é estar desesperado a tentar retirar da água o maior número de pessoas possível enquanto a milícia (também chamada por alguns de guarda-costeira) líbia aponta armas de fogo na tua direcção? Sabem quem pagou essas armas? Esses barcos? Essa “solução"?»

Ana Paula Cruz, Carta aos eurodeputados Nuno Melo, Álvaro Amaro e José Manuel Fernandes

«Quando se tranca a porta de um contentor frigorífico, as pessoas que lá estejam dentro correm o risco de morrer em poucas horas, de frio se a refrigeração estiver ligada, ou sufocadas se não estiver. Do mesmo modo, quando dezenas de pessoas embarcam num bote de borracha sobrelotado e com pouco combustível, correm sérios riscos de não chegar ao destino ou de acabar atiradas ao mar. (...) O que é incompreensível é a abordagem da Europa ao fenómeno. A UE não adere ao espírito dos protocolos da ONU e não separa claramente o tráfico de seres humanos da ajuda humanitária a pessoas traficadas. A Directiva 2002/90/CE do Conselho, de 28 de Novembro de 2002, usa um conceito que nos envergonha e permite criminalizar não apenas o crime organizado e o tráfico mas até a ação humanitária. (...) Para 24 países da União Europeia (até ao Brexit) salvar uma pessoa da morte no mar e entregá-la em terra por razões humanitárias é um crime equiparável a atirá-la para ganhar dinheiro para um camião ou um barco da morte. Há coisas em que a Europa nos envergonha.»

Paulo Pedroso, Os camiões e os barcos da morte. Há coisas em que a Europa nos envergonha

«Poucas votações me ficaram tão presas na pele como esta que hoje, quinta-feira, decorreu no plenário em Estrasburgo. Tratou-se do voto sobre a criação de mecanismos europeus de protecção de vidas no Mediterrâneo. Foi uma negociação longa que colmatou numa votação também ela longa e muito dividida. Quando todas as emendas ao texto proposto já tinham ido a votos e chegámos ao voto final, aconteceu o impensável na minha cabeça. A proposta de salvar vidas foi chumbada por dois votos, 290 contra 288. Um murro no estômago, um nó na garganta. Pensei para comigo: há mesmo uma maioria de representantes que quer que continuem a morrer pessoas no Mediterrâneo? Ainda não recomposta, a bancada da extrema-direita celebrou e gritou entusiasticamente o resultado final. Do outro lado do hemiciclo, silêncio e impotência. A maioria tinha mesmo decidido que quem se faz ao Mediterrâneo não deve ter acesso a salvamento ou resgate, que nenhuma das vidas perdidas contou.»

Marisa Matias, As vidas dos outros

«É uma atitude muito cristã, esta de deixar morrer pessoas no Mediterrâneo. Nuno Melo acha que se os refugiados fossem pessoas com boas intenções sabiam andar sobre a água. Só falta arranjar um barco do CDS para batizar as pessoas enquanto se afogam. Imagino que o Nuno Melo tenha um esgotamento se vir uma mulher grávida num bote. É contra a interrupção da gravidez, mas não ao ponto de salvar a senhora de morrer afogada. Provavelmente é deixá-la afogar-se e depois levá-la a tribunal. É gente que vai às manifestações pró-vida, mas só de fetos. O embrião é vida; o refugiado é demasiado grande para eles terem pena. Uma coisa é o que se vê numa ecografia; outra o que não vemos porque está lá em alto-mar.»

Bruno Nogueira, Melos aos refugiados

30 comentários:

João Pimentel Ferreira disse...

O cartoon está muito giro, mas perde a piada porque não corresponde à verdade. Qual a culpa da Europa na guerra da Síria? Não deveríamos antes culpar a Rússia, o regime sírio, a Turquia ou os EUA? Se há bloco mais humanista nesta questão é a UE, que não tendo nada a ver com a guerra, recebe os seus refugiados.

Nuno Serra disse...

E do Iraque, momento-chave da desestabilização da região, lembra-se, João Pimentel Ferreira?

Manuel Galvão disse...

João Pimentel Ferreira, está na hora de ler o livro "A Ideia Perigosa de Darwin" de Daniel Dennett (se ainda não leu).

Viriato disse...

O senhor anda muito mal informado. Essa é a versão que lhe ofereceu a Comunicação Social. Se quiser saber a verdade veja o Link. http://viriatoapedrada.blogspot.com/2016/12/a-guerra-na-siria-ii.html

Daniel Ferreira disse...

1. Foram várias as propostas sujeitas a votação e não apenas uma, com o mesmo objectivo.
2. O PPE apresentou uma proposta com o mesmíssimo fim - entre outras coisas, cuidar do resgate e salvamento de pessoas em risco no Mediterrâneo -, proposta esta que foi chumbada. (proposta de resolução B9-0132/2019)
3. O mesmo destino, de resto, tiveram outras propostas, da autoria dos grupos políticos ECR e ID.
4. Ou seja, significa isto que não foi apenas a proposta do relator socialista (B9-0154/2019) que foi chumbada com votos da direita. Foram todas propostas, nomeadamente as referidas, com votos da esquerda.
5. Houve eurodeputados de todos os partidos, socialistas e do grupo de extrema-esquerda em que se inserem BE e PCP também -, que votaram contra a proposta socialista. Houve até um eurodeputado do BE que nem sequer votou.
6. Para que conste, as razões do voto contra à proposta socialista foram:
- A recusa da distinção entre refugiados e migrantes, sabendo-se que a uns e outros se aplicam leis diferentes, e recursos sempre escassos;
- A tentativa de instrumentalização política do fenómeno, atribuindo-se a algumas ONGs o tratamento
quase equivalente a Estados, coisa que obviamente não são.
- A recusa da necessidade da cooperação com países terceiros, por forma a combater as causas que levam tantos a deixar os seus países de origem;
- A ausência de resposta para pôr fim ao modelo de negócios perpetuado pelos traficantes e grupos criminosos que têm em mãos a vida de pessoas vulneráveis.


Além da declarada sanha contra a "direita", há algum objectivo em contar apenas metade da história?!

Geringonço disse...

E depois dizem que a extrema direita só agora chegou ao parlamento!

Têm andado muito distraídos...

Paulo Rodrigues disse...

Quando os europeus empreenderem o novo êxodo, debaixo de fogo dos novos stukas, vamos lembrar aqueles que morreram no mediterrâneo, a tentar chegar à europa.
Acham que não é possível?
Esperem para ver.
Estão cá todos os ingredientes que tornaram possível 1940.

Anónimo disse...

Bastaram apenas cinquenta anos para que os portugueses perdessem a memoria! A odisseia da emigração a "salto" para a Europa já se desvanesceu. Atravessar a fronteira com a Espanha ( será que devo escrever Hespanha!) sob as balas da Guarda Fiscal e da Guardia Civil e atravessar o rio Bidassoa a vau no Inverno e ser levado pela corrente devido à hipotermia, são imagens que já não fazem parte do imaginario português! Porra, já somos cidadãos europeus! É o que dizem os lusos-franceses que militam na FN. É o que dizem os Nunos Melos e quejandos da direita. Mas nessa altura já eramos europeus e, mesmo assim, vistos como cidadãos de segunda, sem direitos e discriminados.

Mas, agora, ver deputados portugueses da União Europeia, transfigurados em salazaristas tacanhos, dá-me dó e envergonha-me. Que o Nosso Senhor tenha piedade deles.

Jose disse...

Quanto à nora, sempre exprime o mesmo conceito: demoniza a fonte e faz o farelo vítima.

Mas o que faz girar a nora: o sectarismo religioso, uma cultura que a equivalente na Europa mereceu ser designada pela Idade das Trevas, o tribalismo, o nepotismo extremo; tudo isso é matéria a tratar com a mesura de quem aí não vê o inimigo principal.

Sob a capa de um multiculturalismo tolerado, defende-se uma só crença, uma só fé.
Fé de seita, culturalmente cega à evidência, da classe fazendo tribo, una na defesa do pasto público.

Anónimo disse...

Ê um farsante este Pimentel Ferreira. Além de mentiroso ê um farsante. Então e as bombas de alguns da Nato a choverem sobre a Líbia, a Síria e o Iraque?

Este pensa que isto ê um sítio mal frequentado como as casernas que replicam nicks falsos

Anónimo disse...

Galvão é outro nick do pimentel Ferreira.
A dialogar consigo próprio e a dar mostras que a sua cultura filosófica está ao nível dos seus conhecimentos em Platão

Está na hora está na hora de colocar um ponto final na governança neoliberal

Anónimo disse...

Estão mesmo todos os ingredientes que propiciaram o avanço do nazi fascismo

Como os racistas abjectos como o Pedro Pimentel Ferreira Paulo Rodrigues multinick

Ou como os que serviram de quinta coluna aos nazis.. com a assumpcao de identidades e de nicks falsos

Como o multinick pimentel Ferreira Paulo Rodrigues etcetcetc

JE disse...

Daniel Ferreira mostra como se manipula.

Assim de mansinho, de fininho, como quem não quer a coisa

Assim do género de direita pseudo-civilizada para esconder o que de facto é o PPE

E a tentarem justificar o injustificável.

A proposta original, que desencadeou a apresentação de outras propostas alternativas, foi apresentada pelo espanhol Juan Fernando López Aguilar, membro do grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, em nome da comissão Libe "Exorta os Estados-Membros a evacuarem rapidamente os centros de detenção na Líbia e a transferirem migrantes, incluindo para a UE" e "instando-os (...) a manterem os seus portos abertos a navios de ONG".

"Insta os Estados-Membros da UE a reforçarem as operações de busca e salvamento proativas, disponibilizando navios e equipamento suficientes especificamente dedicados às operações de busca e salvamento e pessoal, ao longo das rotas em que possam contribuir eficazmente para a preservação de vidas, quer sob a égide de uma operação coordenada pela Frontex, quer ao abrigo de operações internacionais ou de operações nacionais ou regionais independentes, de preferência de carácter civil", levando a maior parte da direita parlamentar a considerar que o texto não só "equipara ONG a Estados", ao mesmo tempo que "insta a Comissão a apoiar política e financeiramente estas iniciativas".

JE disse...

Na proposta consolidada - com votos nominais - votaram a favor todos os deputados do Partido Socialista, do Bloco de Esquerda - com excepção de José Gusmão, ausente por razões familiares -, os do PCP e o do PAN. No PSD, Paulo Rangel, Cláudia Monteiro de Aguiar e Lídia Pereira votaram a favor, ao passo que Álvaro Amaro e Graça Carvalho - inadvertidamente - votaram contra. Nuno Melo, do CDS, também se opôs. E, o social-democrata José Manuel Fernandes absteve-se.

Para que conste, as razões do voto contra à proposta socialista apresentadas por daniel ferreira são as razões apontadas por uma ala ainda mais à direita que Paulo Rangel

Uma ala de pulhices. Provavelmente de pulhas

JE disse...

Há mais?

Parece que sim

Apesar de ignorar aspectos cruciais, como a ingerência nos países de origem daqueles que acabam por jazer no mar, a resolução condenava, entre outras, a criminalização das organizações não governamentais (ONG) que assumiram a tarefa de salvar vidas, bem como as violações do direito internacional na busca e salvamento de pessoas em risco e no encaminhamento para procedimentos de asilo.

No documento são igualmente identificadas falhas ao Frontex, designadamente a ausência de operações nacionais dos Estados-membros de busca e resgate nas suas águas, por orientação da UE, a par da ausência de cooperação entre estados para o estabelecimento de operações em rotas de travessia conhecidas.

Admitindo que os migrantes «têm sido uma actividade rentável» para os passadores e traficantes, a resolução realçava a importância de a UE intensificar a luta contra a introdução clandestina dos que fogem da guerra e da fome.

Denunciava ainda o apoio dado a autoridades líbias, aproveitando para recordar que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) considera que a Líbia «não cumpre os critérios para ser designada como um local seguro para efeitos de desembarque, na sequência de um salvamento no mar».

A tudo isto o ppe votou como votou. Com argumentos assim tão fofinhos como " a tentativa de instrumentalização política do fenómeno" "mais a recusa da necessidade da cooperação com países terceiros" mais "a ausência de resposta para pôr fim ao modelo de negócios"

A hipocrisia é uma coisa tramada. Na proposta consolidada denunciava-se o tal "modelo de negócios", a falta de cooperação entre os países, mais o apoio dado a coisas como a Líbia que se tornou naquilo que todos sabemos desde o assalto a este país pela NATO e amigos

Pelo que os "argumentos" dados pelo ferreira não são mais do que os nuno melo, um candidato a cumprir tirocínio para se assumir à frente do leme daquilo que se sabe

O lixo ao lixo. Fica para a história

João Pimentel Ferreira disse...

E a Terceira Cruzada, esqueceu-se o Nuno Serra? E a Primeira Cruzada a mando do papa Urbano II? Desde então que há instabilidade naquela zona.

João Pimentel Ferreira disse...

Porque motivo a Rússia, cuja aviação bombardeia edifícios civis, não acolhe refugiados?

Porque motivo os estados árabes ricos, na sua magna solidariedade islâmica, não recebem refugiados?

Porque motivo os EUA, que até há pouco tempo tinham 1000 homens no Curdistão sírio, não acolhe refugiados?

Anónimo disse...

Caro Pimentel Ferreira, este link poderá ajudá-lo a compreender a culpa da Europa na guerra na Síria
https://www.newsweek.com/europe-limit-us-saudi-weapons-sales-went-isis-1215758

A culpa da Europa na guerra na Síria passa por 1) manter a exportação de armas 2) ter apoiado direta e indiretamente os grupos terroristas (ou rebeldes na média mainstream) que pretendiam derrubar Assad.
Este tipo de política já tinha sido levado a cabo pelos países ocidentais no Iraque, Líbia, Egipto, Tunísia derrubando ditadores de forma mais direta ou menos direta, consoante o caso, levando a uma diminuição muito grande da qualidade de vida e da liberdade nestes países para o cidadão médio

Anónimo disse...

Quão idiota é um tipo que se levanta a bramar pelas cruzadas?

Agora quer empurrar com o ventre a culpa para as cruzadas?

Será que a culpa do genocídio praticado por Israel cabe na jumentice de quem invoca as cruzadas?

Como é possível que um tipo tenha a lata de tentar deturpar a história desta forma tão imbecil como cretina?

Tinha razão a outra por não querer mais abortos

Anónimo disse...

Pimentel ferreira,aquele tipo que nos olha aí com a cara que Deus lhe deu há um ror de anos, acha que todos nós temos cara de engolir as suas tontices?

Fala nos "estados árabes ricos"...aqueles que perfilham o fundamentalismo religioso que os leva a pactuar com os EUA e com israel?

Aqueles que tentaram destruir a Síria e que são apoiados por países europeus,contrariando um idiota que por anda a falar na Pax Europeia?

JE disse...

João pimentel ferreira, mister multinick, tem por aí um escrito que é um manifesto racista. Assim ao jeito dum tipo do Ku Klux Klan travestido de neoliberal hodierno.

Percebe-se que na sua apologia ao métier, fale nessa coisa de "magna solidariedade islâmica"

Esquece-se que essa estoria é para contar aos pimpolhos paridos nas camas dos Ku Klux Klan. A solidariedade islâmica não vale nada quando é convocada a solidariedade do dinheiro, dos negócios sujos, dos crimes e do horror.

Assim ao jeito da solidariedade entre Israel e a Arábia Saudita. Mais os EUA. Junto com as potências europeias envolvidas até à medula na "instabilidade da zona", que nesciamente alguém quer empurrar para as cruzadas

A pergunta impõe-se. Pimentel ferreira quer ultrapassar-se a si próprio em cada post que posta?

JE disse...

pimentel ferreira multinick não está todavia só.

Jose reivindica o seu lugar

Deixemos para lá a nora do jose. (Terá nora? Mas o que é que isso interessa? )

Jose fala no sectarismo religioso... estará a falar no estado dito judaido, pela certa. Uma espécie de cultura que a equivalente na Europa mereceu ser designada pela Idade das Trevas, o tribalismo, o nepotismo extremo.

Ou então no fascismo islâmico,no tal que deu novas bombas às bombas da Nato e dos States para aniquilar os países árabes mais seculares. E para afundar nas trevas esses mesmos países

Ou então, claro, é uma referência assim para o tonto ao fundamentalismo de um bolsonaro...ou de uma seita fundamentalista religiosa americana

JE disse...

Há no entanto uma afirmação de jose que ultrapassa também a sua proverbial demonstração do que é:

Diz jose:
"Sob a capa de um multiculturalismo tolerado, defende-se uma só crença, uma só fé"

Isto só mesmo saído de uma mente perturbada, fundamentalista, habituada a pregar estas coisas no púlpito de um templo ou na sala de tortura de um seu oficiante

A asneira é tão grande que pensamos que estamos diante dum daqueles bispos de Bolsonaro

A testemunhar fé de seita, culturalmente cega à evidência, da classe fazendo tribo, una na defesa do pasto público.

É de facto obra, tão pouca pastagem para tanta ruminação

João Pimentel Ferreira disse...

Qual país europeu andou a apoiar terroristas na Síria?

Anónimo disse...

Quando o ministro francês Laurent Fabius disse em 2012 que a "Frente Al Nusra" faz um bom trabalho na Síria, revelava muito mais do que quereria.

Revelava que a França apoiava os yihadistas

Anónimo disse...

Hollande admite haber entregado armas letales a los rebeldes sirios a pesar del embargo

El presidente galo ha admitido a un periodista que Francia entregó armas letales a los rebeldes sirios en 2012 a pesar de embargo existente. Es la primera vez que Hollande revela esta información ya que anteriormente afirmaba únicamente haber distribuido armas no letales.

Hollande admite haber entregado armas a los rebeldes sirios a pesar del embargo / Reuters / Reuters

El presidente francés François Hollande ha admitido la entrega de armas en una entrevista para un libro del periodista especializado en cuestiones diplomáticas y militares Xavier Panon, informa el canal Zee News. La obra,es titulada 'En los pasillos de la diplomacia francesa'
Según los datos revelados por el periodista, París entregó a los rebeldes sirios en 2012 de sistemas de artillería, ametralladoras, lanzacohetes y misiles antitanques. Durante este tiempo había en vigor una prohibición de la UE a la entrega de las armas a Siria que fue levantada en mayo de 2013.

JE disse...

Já poucos duvidam da autêntica farsa

A Wikileaks revela relatórios da OPCW (Organisation for the Prohibition of Chemical Weapons) falsificados com o objectivo de culpar o governo sírio ao invés dos jihadistas apoiados pelo ocidente!

As revelações – cuidadosamente ignoradas pelos grandes media – lançaram uma luz sobre a teia emaranhada tecida pelos media cúmplices e pela hipocrisia descarada do Ocidente, envolvendo a OPCW, a Wikileaks e a detenção ilegal Julian Assange.

Um denunciante da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) entregou à Wikileaks documentos autênticos relativos às investigações do bombardeio de Douma na Síria em 2018.

Estes documentos confirmaram o que muitos escreviam há meses, ou seja, que as investigações e conclusões da OPCW foram fabricadas a fim de alcançar um resultado premeditado que era desfavorável ao Exército Árabe da Síria e em consonância com os objectivos da política externa de Washington, Tel Aviv, Riad, Paris, Ancara, Doha e Londres.

Os EUA anteriormente utilizaram exactamente esta mesma fórmula, sob o pretexto de R2P (Responsibility to Protect, Responsabilidade de Proteger), para justificar o bombardeio de um país.

Um ataque químico a ser atribuído ao exército sírio parecia o meio mais directo de desencadear a R2P e alcançar os desejados objectivos de política externa. No entanto, o que sabemos agora através dos documentos publicados pela Wikileaks é que a organização internacional que supostamente deveria garantir imparcialidade e objectividade falsificou relatórios e procedimentos.

Nas palavras de José Bustani, o primeiro director-geral da OPCW e ex-embaixador do Brasil no Reino Unido e na França:

"A evidência convincente de comportamento irregular na investigação da OPCW do alegado ataque químico de Douma confirma as dúvidas e suspeitas que eu já tinha.

Eu não conseguia entender o que estava lendo na imprensa internacional. Mesmo relatórios oficiais de investigações pareciam incoerentes, na melhor das hipóteses.

O quadro certamente agora está mais claro, embora seja muito perturbador. Sempre esperei que a OPCW fosse um verdadeiro paradigma de multilateralismo. Minha esperança é que as preocupações expressas publicamente pelo Painel, em sua declaração conjunta de consenso, catalisarão um processo pelo qual a Organização possa ressuscitar para se tornar o órgão independente e não discriminatório que costumava ser".

JE disse...

O órgão que deveria garantir imparcialidade conluiou-se para enquadrar Damasco por um crime que ele não cometeu, só para que o Ocidente tivesse desculpa para efectuar uma campanha de bombardeamento contra a Síria.

Neste mecanismo perverso, qualquer testemunho fora do roteiro dos sírios no terreno, jornalistas estrangeiros independentes ou quaisquer outras fontes não aprovadas foram sumariamente rejeitados pela imprensa europeia e americana como enviesados e não confiáveis.

Estas revelações do Wikileaks são uma rara oportunidade de olhar por trás da cortina e entender os mecanismos que levam a milhões de mortes, destruição de países e perda de gerações. Já vimos no passado como um poder hegemónico como os Estados Unidos actua, fabricando pretextos como "armas de destruição em massa", está disposto a tentar manter sua posição de domínio a qualquer preço numa região estratégica como o Médio Oriente.

Podemos perceber no ataque químico de Douma um ataque de bandeira falsa perpetrado por militantes da Al-Qaeda (retratados pelo Ocidente como rebeldes moderados a lutarem bravamente contra Assad), a OPCW a apresentar-se como árbitro imparcial e os grandes media a ampliarem as mentiras produzidas por este organismo supostamente imparcial, condicionando a opinião pública no processo a aceitar a utilização da força para pôr fim ao sofrimento na Síria, alegadamente perpetrado pelas forças de Assad.

A legitimidade estendida à Al-Qaeda e suas afiliadas permitiu que terroristas realizassem ataques civis na Síria usando armas químicas com o objectivo de culpar as tropas do governo, justificando assim um apoio internacional aberto de outros como EUA, o Reino Unido e a França. Para garantir o êxito desta conspiração, os relatórios fraudulentos da OPCW destinavam-se a fornecer a justificativa humanitária para a intervenção internacional.

Todo este assunto é ainda mais perturbador quando consideramos a questão da ética jornalística. Os jornalistas poderiam muito bem ter feito seu trabalho adequadamente e investigado o ataque químico de Douma, colectando depoimentos de testemunhas de civis e gravando imagens. Em vez disso, os media papaguearam a propaganda ocidental, ampliando a informação comprometidas da OPCW.

Foi relegado à Wikileaks exercer o jornalismo adequado, publicando as informações verificadas do denunciante da OPCW e, no processo, revelando um enorme escândalo que mina a credibilidade das proclamações altissonante do Ocidente.

Esta é a razão porque Assange está atrás das grades, enquanto os âncoras dos grandes media ganham milhões de dólares a transmitirem a propaganda oficialmente aprovada para o público. A Wikileaks conta a verdade com seu trabalho, revelando como as potências ocidentais estão dispostas a fazer tudo o que podem para iniciar novas guerras e prosseguir sua agenda imperialista.

Vemos nesta revelação da Wikileaks o que levou a actual ordem mundial a ser tão instável e a origem de tanta guerra e miséria. A máquina de propaganda ocidental conseguiu comprometer um organismo antes respeitado pela sua probidade, com o objectivo de infligir o máximo possível de danos à Síria.

Este escândalo é o exemplo mais recente de como os políticos ocidentais, os grandes media e as organizações internacionais são meras ferramentas imperialistas empregadas para ataques a oponentes geopolíticos.

Jose disse...

Vemos, não ouvimos e lê quem quer...uma overdose JE/Anónimo!

JE disse...

Uma só crença e uma só fé! Pela primeira, segunda e terceira cruzada

É esta deprimente incompetência/ impotência que rasga os céus do neoliberalismo com pinta de salazarento saudosismo. Ou vice-versa, tanto faz


Mas por favor, fitas a armar em vítima queixinhas choramingona, não. Para argumentos idiotas já tivemos a dose. A mediocridade, a incapacidade e a pusilanimidade têm limites ( ou deviam ter)