sexta-feira, 25 de outubro de 2019

"Avança connosco"

A impotência geral dos cidadãos para mudar o que está mal, a abstenção geral, devia ter uma voz política de movimento social. E não há muitas forças políticas capazes de a organizar.

Dias depois das eleições, o Partido Comunista Português (PCP) divulgou um vídeo. O João Rodrigues já escreveu sobre ele.

Mesmo sendo propaganda, é uma forma elegante de relativizar o seu resultado eleitoral, a descida lenta mas continuada desde 1980, e de valorizar a importância da generosidade quotidiana dos comunistas, que é por isso mesmo - como já se disse - imprescindível.

Imprescindível, a preserverança - seja ela um sonho acordado, uma utopia ou apenas vontade de mudar o que está mal - de tentar uma outra forma de organizar a sociedade, mais humana e solidária, menos egoísta e desigual, menos predadora e mais desenvolvida, menos escrava e mais emancipada. Foi com essas utopias que o mundo foi avançando. E na sua ausência, recuando.

Essa elegância não pode, contudo, fazer perder de vista as razões da descida de votos que pode reflectir uma redução da influência política do PCP junto da população.

Em 1979, o PCP - então já com 58 anos de vida - chegou a ter 1,1 milhões de votos, correspondente a 18,8% dos votos. É verdade que tinham passado apenas cinco anos desde o 25 de Abril. O PCP tinha saído do fascismo como a força respeitada que resistira teimosamente a todos os ataques da ditadura. A sensação de poder transformar a sociedade era ainda muito viva, mesmo depois do 25/11/1975, da primeira entrada do FMI (com o seu primeiro programa de austeridade) pela mão do PS de Mário Soares empurrado pela social-democracia alemã (ver da pág. 159 a 207); e de se viver um forte antagonismo de forças conservadoras que tinham criado uma violenta e terrorista rede bombista de direita.

Revista da Legião Portuguesa, Fev 1948
O PCP era uma organização participada, influente, com um forte sector intelectual, plena de quadros em todos os sectores de actividade, criador de um pensamento enriquecido e com um forte peso sindical, agregando a si quadros e cidadãos não comunistas, realizando conferências nacionais alargadas sobre os temas nacionais e sectoriais, como foi o caso da Saúde em que teve forte presença na criação do Serviço Nacional de Saúde. Influenciou de 1976 a 1990 um jornal de circulação nacional - O Diário. Havia uma capacidade de mobilizar ao lado da organização, muito no seguimento da experiência política durante o fascismo.

A unidade era - umas vezes bem outras vezes mal - objecto de trabalho político organizado do PCP. E por isso havia a ousadia do lema importado de França: eu sou comunista, porque não tu?.


Fruto de muitas causas - que importa aos comunistas analisar e articular com uma visão para o país (de modo a não caírem nas sucessivas cascas de banana que se lhes colocam) - o certo é que a redução da expressão eleitoral parece ter justificado há algum tempo uma centralização, própria das organizações que visam salvaguardar-se.

Já houve casos semelhantes na História do PCP que foram criticados internamente por ter conduzido a uma sectarização da organização e que foram resolvidos com a mudança de orientação no plano da unidade, invertendo-se a tendência para um fecho em si mesmo (que auto-alimenta essa preocupação de autodefesa e recuo). Pugnou-se então por um contacto estratégico, intenso e continuado a outros sectores sociais e políticos da sociedade, capaz de gerar uma dinâmica social incontornável no plano político. Foi o caso do MUNAF, não foi o caso do MUD no seu início, mas foi no seu final até à sua ilegalização, tendo transbordado para o forte apoio popular à candidatura de Humberto Delgado; foi o caso do MUD Juvenil que, mesmo extinto judicialmente em 1957 - sob o argumento de ser uma ramificação do PCP -, reflectiu-se na crise académica de 1961/62 que, por sua vez, se repercutiu noutras vagas de revolta ao fascismo e forneceu muitos quadros no pós-25 de Abril.

A importância do trabalho de unidade é esse: formar as novas gerações na vontade de mudar, que acabam por prolongar no tempo a sua influência, à medida que essas gerações vão envelhecendo. Não criar gerações novas é condenar o futuro.

Revista da Legião Portuguesa, Fev 1947
Durante o fascismo, o inimigo era claro e - lendo por exemplos a revista da Legião Portuguesa - também era claro para o fascismo quem era o seu principal inimigo a abater. Mas nem por isso se tornou mais fácil o trabalho de unidade.

Hoje, quando se perpetuam condições económicas e sociais gravosas para os trabalhadores e para os jovens, quando se desarticula durante décadas um SNS de qualidade e se sente a falta de uma política coerente de habitação, sem que se consiga ver uma solução estratégica que inverta esta dinâmica neoliberal; parece haver condições para uma discussão profunda sobre a escolha de soluções que impeçam este marasmo político e económico no país.

Ora, os documentos do PCP saídos das eleições - e o próprio video - enfatizam "uma intensa e prolongada operação de que foi alvo, sustentada na mentira, na difamação e na promoção de preconceitos". Isso apesar de Jerónimo de Sousa, no comício de 11/10/2019 acentuar que o PCP não pretende encontrar" bodes expiatórios para explicar a redução verificada, nem tão pouco esconder as nossas insuficiências e debilidades de natureza diversa que importa avaliar, corrigir e superar".

É verdade que o desgaste mediático é cada vez mais sofisticado, maciço e influente, porque harmonizado internacionalmente e televisivo. Mas esse foi e será sempre um dado do problema para os comunistas, já que, lutando por uma sociedade diferente da capitalista, é normal que haja reacção. Não vale a pena fazer disso um argumento político. Pior é o facto de a mediatização da sociedade e a concorrência na comunicação social obrigarem a um enorme desgaste no acompanhamento do seu ritmo, que - tal como acontece já na actividade jornalística - arrisca-se a que a vida militante se impregne da fúria de ratos que pedalam uma roda que não sai do mesmo sítio. Só que agitação não é movimento.

Revista da Legião Portuguesa, Dez 1948
Mais relevante que isso é a ausência de um trabalho organizado na criação da unidade - em torno de problemas concretos, transversais e a diversos níveis - cheio de paciência e calma, sem pressas, auscultando e debatendo, visando encontrar plataformas comuns, englobando-as nos objectivos do PCP, definidos de forma clara e estratégica, como se fossem governo no dia seguinte.

Porque é a força das propostas, articuladas numa visão para o país - e não dispersas - que torna forte qualquer movimento ou partido. E ao mesmo tempo, tenderá a esvaziar outros movimentos - inclusive de extrema-direita - que já se encontram no terreno e poderão canalizar para si - e mal dirigir - o descontentamento das pessoas com a vida que levam. Vivem-se tempos perigosos.

Muitas pessoas preocupadas com a evolução eleitoral do PCP foram votar na CDU tentando contribuir de alguma forma. Mas não bastou. E não bastará, se tudo se mantiver igual.

O PCP - porque é um partido com fortes tradições de organização na luta - pode ainda ter um papel organizador, ampliar as suas possibilidades de influência, ganhar mais pessoas para causas comuns e colectivas, engrossar o que hoje parece um esvaimento de quadros, militantes ou apoios, uma impotência geral, uma incapacidade de mudar a realidade, para benefício de um rolo compressor de desigualdade, mesmo na ausência da troica ou de uma maioria de direita.

Esse é um trabalho penoso, mas também imprescindível. Porque é desse trabalho que se faz o lema "avança connosco" com que o video fecha.

40 comentários:

Jose disse...

Do 'fascismo' o povo sabia o que era uma classe dirigente autoritária mas no essencial não corrupta (para além das áreas da ´confiança política' e da pequena corrupção de funcionários). Desse 'saber' beneficiou o PCP, que era mais do mesmo com distribuição abundante e aparente poder para os 'pequenos'.

Depois de 45 anos, sabe-se o quão corrupto é o poder distribuído a filiados de partido (e as autarquias do PCO bem tratam os seus filiados), e o quanto o autoritarismo é penalizado em democracia 'burguesa'. E sabe-se ainda o quanto custa pagar as distribuições abundantes.

E depois sempre se diz comunista! Será utopia, mas que caminho tão penoso para lugar nenhum...

Anónimo disse...

Estive quase a votar no PCP nas legislativas. Tinha votado nas europeias. Gostei de terem dado prioridade à proposta de creches gratuitas que na minha opinião é uma prioridade. O SNS pode ter problemas mas existe. Uma rede nacional de creches publicas nem sequer existe e na minha opinião é um dos principais fatores da baixa natalidade. Países de leste supostamente menos desenvolvidos do que nós têm redes de creches publicas muito mais desenvolvidas.

acabei por não votar no PCP por outra das áreas que eu achei prioritárias, a Justiça, não ter na minha opinião propostas que me convencessem. Outra razão para não votar foram as pessimas prestações do Jeronimo nos debates e o sentimento com que fiquei de o PCP não ter defendido devidamente os interesses dos motoristas de materias perigosas. Inclusivamente fiquei com a impressao que estes motoristas foram prejudicados no acordo assinado inicialmente pela FECTRANS o sinidicato associado ao PCP.


Rogério V. Pereira disse...

Uma visão, de fora. A ser apreciada, cá (lá) dentro

É este o título que dou ao texto que publico no meu espaço e onde enquadro e cito este seu.

Para a reflexão deu um excelente contributo

Contudo, chamo a atenção para uma questão que não tenho visto em nenhuma análise. De que forma o Partido sofre com a redução dramática do peso dos postos de trabalho na indústria? Note-se que em relação ao volume total do emprego, o peso em 1990 era de de 42% e em 2017 rondava os tão só os 18%. Em valor absoluto a indústria perdeu 30% dos postos de trabalho e essa queda associada a profundas alterações do aparelho produtivo não deixou de se traduzir no enfraquecimento da militância e da organização.

Ou dizendo de outro modo, a destruição do aparelho produtivo do País não teve apenas reflexos no endividamento da nossa economia, ela enfraqueceu decisivamente a base de apoio do PCP que tem (tinha) na classe operária a sua própria sustentação e força...

catarro disse...

Comentário de enorme capacidade analítica, lúcido e objectivo. Subscrevo sem grandes reservas mas coloco duas notas sobre a mesa que me parecem mais complementares do que divergentes.
A primeira delas respeita ao papel fundamental do combate ideológico, cada vez mais desigual, cada vez mais perverso, cada vez mais difícil, em que a academia e o pensamento foram capturados a níveis sem precedentes. Veja-se exemplificativamente a Fundação Francisco Manuel dos Santos e o seu papel e fica-se com uma ideia clara das fichas que são jogadas nesse tabuleiro, vejam-se também os financiamentos externos da Universidade Nova de Lisboa ou vejam-se ainda os programas de comentário - explícito e subliminar - de que o PCP é cirurgicamente afastado e fica-se com uma ideia clara da dimensão deste monstro. Por conseguinte, não me parece ser possível afirmar sem mais que para o PCP este estado de coisas não pode ou deve ser também (sublinho: também) um elemento explicativo central da sua dificuldade de penetração no tecido social, no que toca à expressão eleitoral dessa influência.
A segunda nota prende-se com uma frase que é quase discreta no conjunto do artigo: vivemos tempos perigosos. Creio que são dramaticamente perigosos e que tais perigos tenderão a agravar-se na proporção directa do aprofundamento da crise sistémica do sistema capitalista internacional, que é inevitável, que, tudo o indica, está próxima numa sua nova expressão (provavelmente de carácter monetário ou financeiro) e em que tenderão a ser indicadas como portas de saída (cada vez mais estreitas, diga-se) o aprofundamento da exploração do trabalho e, no limite, a promoção da guerra e do fascismo, se tal for necessário à imperiosa destruição massiva de capital que possa gerar um novo ciclo de crescimento, imprescindível à realização da mais-valia, que a cada dia que passa e para fracções crescentes do capital, se revela mais difícil e complexa.
A construção de uma verdadeira unidade de esquerda coloca-se nestes patamares de dificuldade e complexidade, sendo por isso um exercício que tem tanto de ambicioso como de necessário, mas que carece como condição elementar para o seu sucesso, da mobilização de forças e vontades que estão do lado de dentro mas também do lado de fora do espaço político de um Partido que tem que ser cada vez mais, um Partido com paredes de vidro.

Anónimo disse...

Uma excelente reflexão

João Pimentel Ferreira disse...

Um partido cujo ideal assenta na repressão das liberdades individuais, na expropriação e confisco da propriedade alheia muita da qual obtida com legítimo trabalho, na ditadura do proletariado e que apoia regimes tirânicos pelo mundo cuja plebe passa fome, deve apenas, e bem, ter o gradual desprezo do eleitorado, que felizmente, é cada vez mais letrado e instruído.

catarro disse...

O João Ferreira desculpa a franqueza, mas não percebeu o nível a que a discussão está a ser travada. Sabe é que isto de ser letrado e instruído, sobretudo quando passamos o patamar da vulgaridade, tem que se lhe diga. Mas não desista: se a foto for actual, ainda é um jovem e impetuoso cidadão deste país, portanto vá fazendo um esforço e talvez um dia lá chegue.

Rogério G.V. Pereira disse...

Por lapso o meu comentário acima apareceu mal identificado...

João Ramos de Almeida disse...

Antes de responder aos outros leitores, apenas uma palavra para João Pimentel Ferreira,

Haveria tanto para dizer e, no entanto, escolheu apenas clichés e mentiras. E enviesado sobretudo num momento em que a América Latina explode de revolta contra o resultado das políticas neoliberais.

Geringonço disse...

Clichés, mentiras e uma multitude de nicknames, estas são as especialidades de João Pimentel Ferreira!

Anónimo disse...

João de Almeida, o caro camarada João Ferreira, como qualquer neoliberal, confunde liberdades do capital com liberdades individuais. Acha que desde que o dinheiro possa tudo, não interessa na prática que algumas pessoas sejam obrigadas a recorrer a trabalhar na caixa do McDonalds uma vida toda porque vieram de famílias que nada têm e assim continuarão enquanto outras podem não mexer uma palha desde o dia que nasceram porque tiveram a sorte de nascer num berço de ouro. A meritocracia só existe quando partirmos todos de um ponto equivalente, - ou acha o J. Ferreira que de facto a diferença entre homens e mulheres em posições de topo é porque as mulheres não têm capacidades? Porque afinal, como vemos quando impusemos quotas nos partidos políticos, afinal até não é porque as mulheres prefiram estar em casa a cuidar dos filhos, há delas quem tenha interesse e algumas delas levam os seus partidos ao crescimento (como o BE) e outros ao decrescimento (como o CDS-PP), tal qual os homens.

Jose disse...

« a América Latina explode de revolta contra o resultado das políticas neoliberais»

O resultado das políticas neoliberais é o crescimento económico
A revolta explode quando o povo quer maior participação nessa riqueza

Nenhuma destas acções são possíveis, em nível comparável, em regimes socialistas

João Pimentel Ferreira disse...

Caro João Ramos de Almeida, o Chile tem o salário médio mais alto da América Latina já em Paridade Poder de Compra e está na média no índice de Gini, o tal índice que mede as desigualdades. Aliás tem valores próximos da Venezuela e menor desigualdades que Brasil, Paraguai ou Colômbia.

Fonte:
https://www.indexmundi.com/facts/indicators/SI.POV.GINI/map/south-america

João Pimentel Ferreira disse...

O salário médio do Chile em Paridade Poder de Compra além de ser o mais alto da América Latina é ainda superior ao de Portugal, dados aqui

https://en.m.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_average_wage



João Pimentel Ferreira disse...

Nos regimes que o PCP defende e nos quais o seu ideal assenta, não só as liberdades económicas como também as liberdades pessoais (liberdade de expressão, liberdade de opinião política, liberdade artística, liberdade de imprensa, etc.), estão por norma interditadas pelo regime. E nos referidos regimes também há empregos mal pagos na restauração.

Anónimo disse...

Eu sei que o aonio pimentel Ferreira esteve quase a votar Fez mal. Votou a Nadia. E votou ao lado dos motoristas.

Este pensa que somos tontos

João Pimentel Ferreira disse...

O Chile tem o salário médio mais alto da América do Sul, mesmo já considerando Paridade Poder de Compra, isto é, considerando o custo de vida do cidadão comum. No índice de Gini, que mede as desigualdades, o Chile aparece na média, e bem atrás do Brasil ou do Paraguai que são mais desiguais. O capitalismo gera muita riqueza, e é normal que aqueles que não são bem fadados pela mesma, queiram também a sua quota parte do bolo. Mas não se entusiasmem em demasia, pois a Venezuela é um bom exemplo, no qual as situações podem facilmente descambar caso adotem medidas demasiadamente socializantes.

Anónimo disse...

Atrapalhado este tipo. A defender os bois e o Pinera. Pior, Pinochet mais a sua obra

Pinera já reconheceu que algo está podre. O Ferreira multinick continua a fazer a saudação da ordem

Anónimo disse...

O resultado das políticas neoliberais é o assalto à riqueza

E os povos explodem um dia

Anónimo disse...

O resultado da máfia também é o assalto à riqueza.

Nas palavras de jose, é criação de riqueza. Para os mafiosos e seus Capo

Até que um dia...

Anónimo disse...

Os media em Portugal estão calados

Na Argentina a tralha neoliberal, responsável pelo fosso onde esta se encontra, deu um tombo

O FMI ronda como um abutre e levanta as garras, a pedido da tralha

Parece que os argentinos estão fartos da canalhada

Anónimo disse...

Urine, o sinistro extremista da Colômbia, com a droga, os EUA e os assassinos contratados como apoio, também deu um tombo nas eleições na Colômbia

Quando a América Latina acordar...

João Ramos de Almeida disse...

Caro JPF,
É isso e as revoltas não estão a existir...

Anónimo disse...

Pobre pimentel Ferreira

Está numa de defesa a todo o custo da dupla boys de Chicago/ Pinochet

O que fazer quando a Geni , perdão, o Ginii lhe dá uma parada desta forma tão indecorosa? Tentar fugir para a calúnia simples a ver se afugenta uns quantos?

Quem não se lembra deste tipo a elogiar a obra social de Hitler e a ser tão abjectamente racista que fez o Ventura tentar apropriar-se do seu comentário?

João Pimentel Ferreira disse...

Apenas para que fique claro pois não quero mal-entendidos: Pinochet foi um ditador facínora. Como o foram tantos outros comunistas como Mao ou Pol Pot.

Resenha estórica do dia, a propósito do PCP:

Nascido em uma família rica de fazendeiros em Prek Sbauv, no Protetorado Francês do Camboja, Pol Pot foi educado nas escolas de elite do país. Na década de 1940, ele se mudou para Paris, onde se juntou ao Partido Comunista Francês, adotando uma visão mais extrema do marxismo-leninismo, particularmente através de trabalhos literários sobre Joseph Stalin e Mao Zedong. Retornando para o Camboja em 1953, ele se filiou a organização socialista Khmer Việt Minh na sua luta de guerrilha contra o rei Norodom Sihanouk, logo após a independência do país. Após a retirada do Khmer Việt Minh do país, em 1954, em direção ao Vietnã do Norte (também comunista), Pol Pot retornou para Phnom Penh, trabalhando como professor enquanto se mantinha um membro central do movimento marxista-leninista no Camboja. Em 1959, ele converteu o movimento para o Partido Trabalhista do Kampuchea, mais tarde formalmente o renomeando de Partido Comunista. Em 1960, Pol Pot tomou o controle do partido como seu Secretário-Geral. Para evitar uma reação negativa do governo central, ele se realocou para um acampamento Việt Cộng na floresta, em 1962, antes de visitar Hanói e Pequim, apoiando a China durante a ruptura sino-soviética. Em 1968, Pol Pot reiniciou a guerra contra o governo cambojano. Apoiado pelos norte-vietnamitas, as forças de Pol Pot avançaram e, em 1975, assumiram o controle de todo o Camboja.

Pol Pot reformou completamente o Camboja, renomeando o país como Kampuchea Democrático, com um sistema político de unipartidarismo. Buscando criar uma sociedade socialista agrária, seu governo forçou milhares de pessoas a abandonar as cidades e se mudarem para as zonas rurais para trabalhar em fazendas coletivas. Todos aqueles que eram vistos como inimigos do Estado ou que esboçavam qualquer voz de dissidência eram sumariamente executados. As mortes patrocinadas pelo governo comunista de Pol Pot, aliado a desnutrição generalizada, condições ruins de trabalho e um sistema de saúde muito ruim, acabaram gerando a morte de 1,5 a 2 milhões de pessoas, ou quase um-quarto da população cambojana, no que ficou conhecido internacionalmente como "genocídio cambojano". O desgoverno de Pol Pot acabou gerando uma grande oposição dentro do movimento marxista-leninista local e regional, com os dissidentes socialistas do governo do Khmer Vermelho exortando o Vietnã a intervir militarmente no país. Após Pol Pot atacar vários vilarejos vietnamitas na fronteira, forças militares do Vietnã invadiram o Camboja em dezembro de 1978, com apoio do Mundo Comunista. Sob enorme pressão, o governo de Pol Pot acabou sendo derrubado em 1979. Os vietnamitas instalaram no poder um grupo de marxistas rivais do Khmer Vermelho, que formaram um Comitê de Salvação Nacional e o país foi formalmente renomeado República Popular do Kampuchea. Pol Pot e seus apoiadores fugiram para a floresta perto da fronteira tailandesa. Até 1993, eles formaram uma coalizão que foi reconhecida internacionalmente como o governo legítimo do Camboja. Em 1997, a facção de Ta Mok prendeu Pol Pot e o colocou sob prisão domiciliar. Ele faleceu em 1998, possivelmente de suicídio.

Anónimo disse...

Pobre pimentel Ferreira

Que desespero a deste pimentel multinick Ferreira

Desmascarado o pobre coitado vai de dar uma resenha histórica. A mostrar que está danado. Convoca o PC e pol pot.

Nada diz sobre si próprio e sobre a sua postura ética. Nem da sua ideologia criminosa. E nem pio agora sobre os boys de Chicago que tenta esconder das tetas de Pinochet.

( lembrar-se-á dos seus poemas)

Anónimo disse...

Pobre pimentel multinick Ferreira

O pobre coitado nem se apercebe desta sua figurinha.

Que impotência tramada

Não é que esta coisa se esqueceu que andou a fazer propaganda do estado social dos nazis?

E de teorias racistas abjectas?

Pobre pimentel Ferreira. Que impotência a deste pobre coitado. A memória, a sua falta, é uma coisa tramada.

Que inquieto está multinick Ferreira

Anónimo disse...

O melhor de tudo está para vir

E não é que pol por foi combatido pelo PC? Como inimigo e como aliado dos americanos

E pol pot foi corrido pelo Vietnam. Que já tinha derrotado os seus aliados. Os americanos

Os tais dos boys de Chicago. Os tais amigos de Pinochet. Os tais comparsas do multinick pimentel Ferreira

Que grande galo hein ó pimentel multinick Ferreira.?

Que grande impotência ó pimentel multinik ferreira?

JE disse...

"Para que fique claro" diz o multinick joão pimentel ferreira

E pospega um copy paste de uma wikipedia ranhosa. Curiosamente omitindo algumas coisas do próprio texto original da referida fonte

E sintomaticamente permitindo ver que esta coisa da wikipedia tem muito que se lhe diga. E que também é por aqui que o assalto das hordas neoliberais se reflectem na visão que se dá das coisas


Como é possível que um aldrabão desonesto como joão pimentel ferreira, com os seus centos de nicks, seja um activo colaborador da dita wiki?

JE disse...

Claro que o que o que "fique claro" de pimentel multinick "esquece" que ainda não ficou bem claro a forma de agir dum trafulha como pimentel ferreira. Prefere deixar claro o seu silêncio sobre estas coisas que não lhe afectam directamente o bolsar da sua ideologia

Claro que pimentel etcetc se esforça por apagar a ligação profunda entre os seus boys e Pinochet

Claro que pimentel etcetc prefere fugir do tema e num toca e foge característico da tralha neoliberal esconder o fio condutor que une uns e o outro

E que se refugie numa contra ode a pol pot. A propósito do PC.

Tem azar o dito. Mostra ignorância e mostra medo. Mostra cabotinice de cobarde.

Ignorante e mentiroso. O criminoso e sanguinário regime de Pol-Pot sempre foi criticado pelo PCP. Não sabe que os chamados «khmers vermelhos» desde que conquistaram o poder sempre foram apoiados pelas sucessivas administrações dos EUA. Não sabe que o seu derrube só foi possível pela intervenção militar do Vietname com o apoio da URSS.

Prefere colocar aquele texto aí em cima da wikipedia. Sem o querer chama a atenção para o modo de funcionamento da matriz informativa que nos é fornecida. E para a qualidade dos sacanas que deturpam a realidade e a informação

JE disse...

O que é notável na cobertura da wikipedia ( trazida aqui por um "kolaborador da dita) sobre pol pot é a omissão da cumplicidade americana em sua ascensão ao poder, uma cumplicidade que o sustentou por quase duas décadas. Pois a verdade é que Pol Pot e o Khmer Vermelho teriam passado à história se Washington não os tivesse ajudado a levá-los ao poder e os governos dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, China e Tailândia não os tivessem apoiado, armado, sustentado e restaurado. Por outras palavras, as imagens icónicas das pilhas de caveiras deveriam incluir como responsáveis aquelas que, muitas vezes distantes em distância e cultura, eram kolaboradores de Pol Pot e parceiros para fins de seus próprios imperativos imperiais.

“To hear Henry Kissinger deny that the United States and especially the Nixon Administration bore any responsibility for Cambodia’s horror was to hear truth denigrated and our intelligence insulted. For Cambodia’s nightmare did not begin with Year Zero but on the eve of the U.S. land invasion of neutral Cambodia in 1970. The invasion provided a small group of extreme ethnic nationalists with Maoist pretensions, the Khmer Rouge, with a catalyst for a revolution that had no popular base among the Cambodian people. Between 1969 and 1973, U.S. bombers killed perhaps three-quarters of a million Cambodian peasants in an attempt to destroy North Vietnamese supply bases, many of which did not exist. During one six-month period in 1973, B-52s dropped more bombs on Cambodians, living mostly in straw huts, than were dropped on Japan during all of World War II, the equivalent of five Hiroshimas. Evidence from U.S. official documents, declassified in 1987, leaves no doubt that this U.S. terror was critical in Pol Pot’s drive for power. “They are using [the bombing] as the main theme of the propaganda,” reported the C.l.A. Director of Operations on May 2, 1973. “This approach has resulted in the successful recruitment of a number of young men [and] the propaganda has been most effective among refugees subjected to B-52 strikes.”

E depois de uma forma directa e activa:

“What Kissinger and Nixon began, Pol Pot completed. Had the United States and China allowed it, Cambodia’s suffering could have stopped when the Vietnamese finally responded to years of Khmer Rouge attacks across their border and liberated the country in January 1979. But almost immediately the United States began secretly backing Pol Pot in exile. Direct contact was made between the Reagan White House and the Khmer Rouge when Dr. Ray Cline, a former deputy director of the C.I.A., made a clandestine visit to Pol Pot’s operational base inside Cambodia in November 1980. Cline was then a foreign policy adviser to President-elect Reagan. Within a year some fifty C.l.A. and other intelligence agents were running Washington’s secret war against Cambodia from the U.S. Embassy in Bangkok and along the Thai-Cambodian border. The aim was to appease China, the great Soviet foe and Pol Pot’s most enduring backer, and to rehabilitate and use the Khmer Rouge to bring pressure on the source of recent U. S. humiliation in the region: the Vietnamese. Cambodia was now America’s “last battle of the Vietnam War,” as one U.S. official put it, “so that we can achieve a better result.”

The Friends of Pol Pot de John Pilger

JE disse...

Todas as referências apontando para as cumplicidades entre pol pot e os americanos foram "apagadas" da wikipedia. Nem uma única referência. Um "editor" apagou-as convenientemente por se tratarem de "teorias de conspiração"

Curiosamente joão pimentel ferreira trabalha sob pseudónimo para a dita

Esqueceram-se de dizer que Americanos e Ingleses (e mais alguém) estiveram envolvidos com Pol Pot desde 1975 ( desforra da derrota no Vietnam)? Que reconheceram o regime dos Khmer vermelhos até 1985 Que as suas bases de apoio se situavam na Tailândia Que financiaram a coligação formada por vários grupos armadas (Pol Pot, Ieng Sary, Khieu Samphan) que lutavam contra o governo de Hun Sen que com a ajuda dos Vietnamitas derrubaram Pol Pot

Estiveram tão envolvidos que George Shultz em Julho de 1985 visitou os santuários da coligação da guerrilha na fronteira da Tailândia.

Há algo parecido com o apoio que os states deram aos extremistas islâmicos na guerra contra a Síria

Sem o querer e graças à sua proverbial ignorância, pimentel multinick ferreira deu um tiro no pé. O a "propósito do PCP" revelou-se de tal forma idiota que contribui ainda mais para desmascarar um modo de acção e um monte de esterco

Voltemos aos bois, perdão, aos boys de chicago e a pinochet

JE disse...

Milton Friedman, personagem sombrio, sinistra figura, pautou-se pela defesa de um modelo económico catastrófico para a humanidade (que não para os que Friedman servia).
Ele marcou a agenda do movimento neo-conservador:
“Em primeiro lugar, os governos deveriam abolir todas as regras e regulamentações que se interpunham no caminho da acumulação de lucros. Em segundo, deveriam vender todos os activos que possuíam e que podiam ser administrados pelas corporações, com fins lucrativos.E em terceiro, precisavam cortar dramaticamente os fundos destinados aos programas sociais.Dentro dessa fórmula tripartida de desregulamentação, privatização e cortes, Friedman ainda oferecia especificações.Os impostos, no caso de precisarem existir, deveriam ser baixos,taxando ricos e pobres na mesma importância fixa. As corporações deveriam ser livres para vender seus produtos em qualquer lugar do mundo, e os governos deveriam ser impedidos de proteger as propriedades e as indústrias locais.Todos os preços, inclusive o preço do trabalho,seriam definidos pelo mercado. O salário mínimo deveria ser abolido. Para as privatizações,Friedman oferecia actividades como os cuidados com a saúde, o serviço de correios, a educação, as aposentadorias e até mesmo os parques nacionais .
A contra-revolução da Escola de Chicago pretendia eliminar todas as formas de protecção que os trabalhadores haviam conquistado e todos os serviços públicos que o Estado oferecia com o objectivo de aparar as arestas do mercado.”
“A visão de Friedman coincidia exatamente com os interesses das grandes multinacionais,cujo apetite natural ansiava por novos mercados desregulados. No primeiro estágio da expansão capitalista, esse tipo de crescimento voraz era propiciado pelo colonialismo– por meio da “descoberta” de novos territórios e da apropriação da terra sem precisar
pagar por ela, e depois pela extracção de suas riquezas sem oferecer recompensas às populações nativas. A guerra que Friedman travou contra o “Estado de bem-estar” e o “grande governo” acenava com a promessa de nova fonte de riquezas – só que desta vez não era pela conquista de novos territórios, mas pela transformação do próprio Estado numa nova fronteira, leiloando seus serviços públicos e activos por um preço muito abaixo de seu real valor.”
(cont)

JE disse...

Friedman apostou na formação de”economistas” chilenos na sua escola.Tal projecto começou em ..1956!Em 1965 o projecto foi ampliado para incluir estudantes de toda a América Latina,em especial provenientes do Brasil,México e Argentina.
“Os alunos que se submeteram ao programa, em Chicago ou na franquia que funcionava em Santiago, ficaram conhecidos em toda a região como os “rapazes de Chicago”.
Com mais financiamentos da USAID, os rapazes de Chicago do Chile viraram embaixadores do “neoliberalismo”…”A educação desses chilenos decorreu de um projecto específico arquitectado nos anos 1950 para influenciar o desenvolvimento do pensamento económico no Chile.”
Mas “o projecto” não estava funcionando.”Foi no Chile – o epicentro do experimento de Chicago – que a derrota na batalha das ideias se tornou mais evidente. Na histórica eleição de 1970, o país tinha avançado para a esquerda de tal forma que os três maiores partidos políticos eram a favor da nacionalização da principal fonte de renda do país: as minas de cobre então controladas pelas grandes mineradoras dos Estados Unidos . ” Por outras palavras, o Projecto Chile,da escola de Chicago era um fiasco muito caro. Como guerreiros ideológicos que travavam uma batalha de ideias contra os adversários de esquerda, os Rapazes de Chicago falharam na sua missão.Não só o debate económico continuava a tender para a esquerda, como os rapazes de Chicago tinham-se tornado tão marginalizados que não conseguiam sequer um registo no espectro eleitoral chileno.
Isso poderia ter terminado assim, com o Projecto Chile sendo apenas uma pequena nota de rodapé na história, mas algo aconteceu para tirar os rapazes de Chicago da obscuridade: Richard Nixon foi eleito presidente dos Estados Unidos. Friedman logo se entusiasmou: Nixon ” tem uma política externa imaginativa e efectiva no conjunto”.

Em nenhum outro lugar ela foi mais imaginativa do que no Chile.

A democracia tinha se tornado inóspita para os rapazes de Chicago, no Chile; a ditadura seria mais conveniente.”
(excertos de THE SHOCK DOCTRINE: THE RISE OF DISASTER CAFITALISM
2007 by Naomi Klein)

JE disse...

Em 1973, ex-alunos chilenos de Friedman em Chicago entraram de imediato ao serviço de Pinochet logo logo no dia seguinte à sangrenta tomada do poder pelo general. Depois, em Abril de 1975, já o regime fascista de Pinochet teria averbado uma sinistra conta de um sem número de assassinatos e número indeterminado de prisioneiros políticos, escrevia o ídolo de Vítor Gaspar ( o tal milton friedman) ao protagonista deste mar de sangue, o general Pinochet:

"Permita-me antes de mais que lhe diga o quanto, eu e a minha mulher, estamos agradecidos pela calorosa hospitalidade com que nos brindaram tantos chilenos durante a nossa breve visita ao país; sentimo-nos como se realmente estivéssemos na nossa própria casa".

Portanto, sentia-se Friedman, aí, numa casa ensanguentada, como se estivesse no seu próprio lar.

Na citada carta, depois de salamaleques e mais salamaleques, prossegue Milton Friedman com oito conselhos (numerados) económicos para o general tendentes a destruir toda e qualquer réstia de “socialismo” (de que festeja a “morte” em Setembro de 1973), elevando a coisas sagradas a desestatização acelerada, a desregulamentação económica e as privatizações, receita “infalível” contra a inflação com sucesso em poucos meses (fazendo lembrar aqueles charlatães que prometem a um tipo com trombose que jogará futebol na próxima semana).

O documento preparado pelos ex-alunos chilenos de Friedman (que este certamente não desconhecia, nem desconhecia a finalidade nem o início da sua provável aplicação), documento que logo a 12 de Setembro de 1973 (um dia depois do golpe) já estaria em cima da mesa dos generais, documento intitulado “El Ladrillo”.

JE disse...

Os neoliberais da Escola de Chicago, participaram, activamente, na preparação do golpe de estado fascista de Pinochet, contra a Democracia no Chile, contra a Liberdade, contra os Direitos Humanos.

«O Chile foi o primeiro país do mundo a adoptar o neoliberalismo. As privatizações no Chile de Pinochet foram anteriores às da Grã-Bretanha de Thatcher Em 1973, quando o golpe militar derrubou Allende, o governo já assumiu com um plano económico debaixo do braço. Esse documento era conhecido como “El ladrillo” e fora elaborado, secretamente, pelos economistas opositores do governo da Unidade Popular poucos meses antes do golpe de estado de 11 de Setembro e estava nos gabinetes dos Generais golpistas vitoriosos, já no dia 12 de Setembro de 1973.
O General Augusto Pinochet se baseou em “El ladrillo” e na estreita colaboração de economistas chilenos, principalmente os graduados na Universidade de Chicago, os chamados Chicago Boys, para levar adiante sua reforma da economia.»

A sua trágica e criminosa reformada economia

João Pimentel Ferreira disse...

Caro João Ramos de Almeida, tomara o Botswana ter os ingredientes sociais e políticos que levaram à revolta dos coletes amarelos em França.

JE disse...

João pimentel ferreira, o sujeito multinick, cúmplice e amante dos boys de chicago, volta para falar em coletes amarelos

E no botswana


Com meio de fuga ultrapassa a sua pusilanimidade usual

Como idiotice traz a sua assinatura.

JE disse...

João pimentel ferreira, o tal sujeito multinick que jurara não mais voltar a este sítio, onde lhe desmascararam as manhas e a desonestidade, cala-se.

O amigo pinochet que afinal não o era, parece que afinal o é.

O pol pot, a propósito do PC, não o é. A referência ao PC é apenas uma ( mais uma) confirmação da aldrabice e da má fé deste tipo.

O que sobra para além do botswana e dos coletes?

Aquele laço de qualidade a unir pinochet,os boys de chicago e joão pimentel ferreira

É obra

JE disse...

Pois é.

Uma pena mesmo mas não é o Botswana que está a arder. Nem tão pouco Paris

É o milagre do neoliberalismo no Chile

Um pequeno video, excelente, que tritura toda a propaganda idiota, crapulosa e falsa sobre o tal milagre.

Que dá cabo do sorriso néscio dos néscios defensores de Pinochet e dos boys de chicago

https://www.youtube.com/watch?time_continue=16&v=CM-SAZTroWU

Entretanto no Chile: 23 mortos e 1 300 feridos