quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

A questão europeia

Fonte: INE, Contas Nacional
Se há coisa em que a esquerda tomaria a dianteira à "cultura de compromisso" à direita, era começar a olhar para as contas externas. Para as contas da Balança de Transações Correntes, mas mais em particular para a Balança Comercial.

Por facilidade, os gráficos apenas abordam essa realidade a partir de 1995. Já nessa altura, a economia portuguesa estava entrosada no Sistema Monetário Europeu, com toda a política macroeconómica subordinada à política cambial-monetária europeia, decidida pelo Governo Cavaco Silva e prolongada pelo Governo Guterres, mantendo o escudo português indexado ao marco alemão. Foi a opção europeia. Nessa altura, a nossa Balança de Bens já era largamente deficitária. E assim continuou após a criação do euro em 2000, até 2010, sem que o saldo positivo da balança de serviços - onde se encontram as receitas de turismo - tivesse evitado essa tendência.

Fonte: INE, Contas Nacionais
A partir de 2010, "miraculosamente", o défice comercial atenua-se. E assim continuou até 2013. Foi o período de intervenção externa, com o devido apoio ideológico do Governo PSD/CDS, de Pedro Passos Coelho/Paulo Portas, tendo Assunção Cristas como ministra. O défice atenuou-se porque o consumo privado foi asfixiado e o investimento privado sofreu a maior queda de que há conhecimento na História recente de Portugal. Mas mal a retoma se iniciou em 2013, os problemas voltaram a revelar-se. Apenas a avalanche de turistas tem compensado o agravamento do défice comercial. E já começa a revelar-se insuficiente...

Se a preços correntes (primeiro grafico), o saldo da Balança Comercial se mostra positiva (Paulo Portas mostrou-se felissíssimo na campanha eleitoral de 2015 com esses escassos valores), já a situação das transações em volume (segundo gráfico) parece revelar melhor as fragilidades presentes.

Há causas para esta situação.

A par de diversos choques externos verificados no início do século passado - aumento das taxas de juro do BCE (1999/2002), rebentamento da bolha dot.com (2000), entrada da China para a OMC (2001), desmantelamento alfandegário da UE face ao exterior (2004), forte apreciação do euro (até 2008), crise internacional..., há uma causa de fundo. E ela está na política seguida desde o início dos anos 90 com a liberalização dos movimentos de capitais, a desregulamentação das actividades financeiras e a privatização das empresas públicas.

Relembro o que se escreveu no livro "A Crise, a Troika e as alternativas" (Tinta da China, Agosto de 2013), de vários autores, alguns deles deste blogue:

Essas opções tenderam "a atrair, de facto, montantes elevados de capital estrangeiro. O grande afluxo de capitais cria condições propícias ao aumento do investimento e do consumo, o que contribui para estimular a economia nacional e atrair mais capitais. Inicia-se, deste modo, um período de rápido crescimento, que se reflecte normalmente num aumento geral dos preços e, nesse sentido, em perda de competitividade dos produtos nacionais nos mercados internacionais. A perda de competitividade deveria conduzir à desvalorização da moeda nacional, permitindo então recuperar alguma competitividade da procura interna face ao exterior. No entanto, as autoridades nacionais estão comprometidas com a política de estabilidade cambial, como parte da sua estratégia de atracção de capitais externos. Assim, estando os preços internos a aumentar e a taxa de câmbio inalterada, os produtores nacionais vão perdendo capacidade de enfrentar a concorrência externa".

A consequência foi a transladação de investimentos para os sectores não transacionáveis (supostamente protegidos), a desvalorização  dos activos nacionais (que são adquiridos ao desbarato e procedendo-se a uma concentração internacional) e a subida da dívida externa, com as consequências que se viu na chamada "crise da dívidas soberanas" (que teve associado um programa cujos efeitos prolongou ainda mais a entrada de capitais externos).

E é isto. Como resolver este constrangimento? De cada vez que se cresce, afunda-se o défice externo. Para o resolver, a solução não está no ajustamento salarial. Não é panaceia e não pode estar em nome da nossa sobrevivência como povo que tenderá a emigrar. E a definhar.

Este devia ser o debate nacional. 

126 comentários:

Anónimo disse...

De acordo com a própria figura, em 2010 o défice comercial ainda aumentou. Foi a partir de 2011, e não 2010, que o défice comercial se atenua.

Anónimo disse...

Não estarão esses dados desatualizados?

Paulo Marques disse...

Só há três hipóteses. Aceitar o empobrecimento permanente para obter em troca umas violações favoráveis dos tratados, como o QE, o PEC espanhol ou o défice francês; enfiar a cabeça na areia e rezar para que a eurolândia perceba o que os números lhe gritam antes que a coisa caia de podre; ou fazer-se à vida, de preferência com mútuo acordo, e estar preparado para atacar o colapso das correntes bolhas através de forte investimento, a começar no emprego. Infelizmente, este último não dá tachos em Bruxelas.

Jose disse...

Onde estão os benefícios do aumento do consumo interno no meio de tudo isso?

E há alguma viabilidade de o consumo interno potenciar a produção nacional em qualquer patamar aproximado às qualificações/ remunerações que são as bandeiras da esquerda?

A panaceia dos câmbios são tão só o ambiente de autarcia em que a esquerda sempre se vê a operar, o que não a distingue do que conhecemos durante 48 anos, excepção feita à ausência de um Império, o que só acresce ao ridículo, para dizer o menos.

José Neves disse...

Completamente de acordo.

Esta é uma das questões mais importantes a ser debatida pelo conjunto da esquerda. Um debate que deve ser feito sem preconceitos, nem receitas de partida.

Só não concordo quando infere que o ciclo económico que agora iniciamos é necessariamente um regresso aos défices da balança comercial e da balança corrente do período de 2000-2010. Isso não é necessariamente assim, o mercado de trabalho de hoje é muito mais qualificado que o do passado e por consequência a qualidade dos produtos e serviços exportados já reflecte essa diferença. Estamos mais competitivos e os números provam-no.

Do meu ponto de vista, a resposta à pergunta, é: melhorar a produtividade pela maior incorporação de valor no produtos e serviços.
Desse modo melhorar vamos aumentar a competitividade. Isto só é possível continuando a melhorar as qualificações e desenvolver melhor as competências de design e marketing, que ainda estão muito aquém do necessário.

Geringonço disse...

Ferro Rodrigues sobre Passos: "Merece o respeito de todas as bancadas"

https://ionline.sapo.pt/artigo/602391/ferro-rodrigues-sobre-passos-merece-o-respeito-de-todas-as-bancadas?seccao=Portugal_i


Cultura de compromisso...

Anónimo disse...

Há pormenores que não enganam

Percebemos que para os joses desta vida, as suas bandeiras sejam os cortes salariais e o depauperamento do mundo laboral

Percebemos também que a venda da alma ao diabo justifica tudo. Até este pretenso afastamento do que "conhecemos durante 48 anos" .

É preciso que jose "agora" tape as suas invocações elogiosas e basbaques às "balls" e ao "carácter" de salazar. E atafulhar os "discursos claros e lúcidos" do ditador, em qualquer sítio que não seja perceptível pelo diabo


Esta fixação no diabo por parte do jose emparelha com a do passos coelho. Se acresce o ridículo ou não, para dizer o menos ou o mais, já é uma questão completamente secundária

Lowlander disse...

Jose,
Ignorar que e o consumo interno e nao as exportacoes que conta para a atracao de investimento e criacao de clusters industriais produtivos apenas atesta o grave estado actual da direita portuguesa em termos de literacia economica.
Mas fazer de conta que a taxa de cambio de um pais e alguma especie de ferramenta anacronica face as guerras cambiais que pululam pelo mundo fora so se compreende no contexto de uma indisfarsavel subserviencia aos ditames imperialistas alemaes. Alternativamente, alcoolismo cronico pode tambem resultar em sintomas semelhantes.

Parecer:
O Jose nao passa de um John Cleese num papel de Reg a perguntar no Vida de Brian "All right... all right... but apart from better sanitation and medicine and education and irrigation and public health and roads and a freshwater system and baths and public order... what have the Romans done for us?

Despacho:
Pergunte-se ao Jose, "Quantos paises, no registo historico, desenvolveram economias avancadas sem a alavanca do consumo interno, proteccionismo de sectores industriais chave e cambios determinados internamente?"

Jaime Santos disse...

Inclua, se faz favor, os números desde 1976, pelo menos. Quanto ao debate nacional, o que acaba de dizer é algo que, pasme-se, toda a gente sabe. O que ninguém sabe, porque ninguém se aventurou a calcular, são os custos de uma saída do Euro, em perda de poder de compra, perdas para os depositantes, falências de empresas e por aí a fora. Ninguém exceto talvez o Jorge Bateira, num 'Goldilocks scenario' em que conseguimos manter o atual superavit da balança comercial depois da saída da moeda única (e mesmo assim, nunca o vi a mostrar as contas).

Pode pedir aos santinhos (ou talvez seja melhor pedir a Belzebu) uma crise que acabe com o Euro, porque enquanto os defensores da 'soberania' não forem capazes de enumerar as políticas, os custos e sacrifícios necessários para que possamos sair da UEM, podem fazer todos os debates que quiserem, que não conseguem votos para nos meterem em aventuras.

O problema dessa atitude é que ela não é original, tem direitos de autor e o seu criador dá pelo nome de Pedro Passos Coelho...

Tenha ao invés a coragem de explicar que o readquirir da soberania que foi exportada para Bruxelas (pela vontade soberana da maioria do povo português, note-se, a não ser que vá sugerir que as eleições ganhas de 1976 até agora por PS ou PSD foram manipuladas) tem custos, tal como tem custos (diferidos no tempo) a atual situação. Mas isso não dá para ganhar votos, não é?

Anónimo disse...

Há aí um sujeito que marra contra os efeitos que o aumento do consumo interno provocou na economia.

Percebe-se porquê. Porque ele andou a pregar o processo austeritário, os despedimentos, os roubos de salários e pensões, o empobrecimento do país and so on.

E a realidade é tão forte que chega a renegar os seus 48 anos de.

Pudera. Tem que encontrar uma saída justificativa para que de patrioteiro colonialista assuma a bandeira agora duma Europa federalista a falar em alemão.


Falemos no ano de 2017:

"INE confirma efeito da reposição de rendimentos no crescimento económico

O crescimento anual da economia portuguesa em 2017 foi o maior desde 2000, confirmou esta manhã o INE. No entanto, a economia ainda não recuperou totalmente da recessão que fez o produto interno bruto (PIB) encolher em 2009 e entre 2011 e 2013.

Em termos absolutos, o consumo deu o maior contributo para o desempenho económico de 2017, apesar de, percentualmente, o investimento ter crescido a um ritmo mais acelerado, particularmente no sector da construção."



Anónimo disse...

Enquanto o sujeito aí em cima mostra que ainda se não recompôs do fracasso do processo austeritário da tralha neoliberal sob a comandita externa da troika e interna de Passos, Portas, Cristas e Albuquerque , importa todavia salientar duas coisas:

- O papel decisivo do aumento do consumo interno, com a reversão necessária de muitas das políticas austeritárias criminosas. Ainda ecoa a versalhada insuportável sobre a vinda inexorável do Diabo resultante de tais políticas

- Os problemas estruturais com que nos continuamos a deparar. Não, não são as "reformas estruturais" da tralha neoliberal

Dizia José Alberto Lourenço no final de 2017:

"Os avanços conseguidos no corrente ano não permitem no entanto ultrapassar os problemas estruturais que a nossa economia enfrenta e que resultaram de décadas de políticas de destruição e alienação do nosso aparelho produtivo aos interesses privados e estrangeiros.

A evolução da nossa balança de mercadorias com um agravamento de perto de 30% entre Janeiro e Outubro de 2017, comparativamente com igual período de 2016 e com reflexos na balança de bens intermédios e na balança de bens de consumo, espelha bem como a aceleração do ritmo de crescimento da nossa economia pode induzir de imediato desequilíbrios na nossa balança comercial e consequentemente problemas no seu financiamento.

Só com uma política económica que promova o investimento público, invertendo uma tendência que se arrasta há anos e anos de desinvestimento, que incentive a substituição de importações por produção nacional e que promova o crescimento de exportações de elevado valor acrescentado nacional poderá impedir que, sempre que a nossa economia cresça a um ritmo um pouco superior, o nosso país corra o risco de entrar num novo período de desequilíbrio da nossa Balança Corrente.

Este é o risco mais significativo que a nossa economia, num ano com alguns avanços conseguidos, vai ter de enfrentar nos tempos mais próximos".

Anónimo disse...

Não basta de facto aumentar o consumo interno.
É necessário aumentar a nossa produção e limitar as importações, nomeadamente de produtos supérfluos. Produtos tão queridos às nossas elites.
A UE, o euro, a Alemanha, Cavaco deram cabo das nossas pescas, agricultura, indústria pesada. É necessário reanimar estes sectores. É necessário mesmo uma lista do que deve e não deve ser consumido pela população.

Esperando que não sejam necessários muitos sais de fruto para a nossa burguesia muito cosmopolita.

Anónimo disse...

No dia em que os €-fanáticos abrirem os olhos, será tarde demais. Já teria sido tarde em 1992, quando se assinou o que nunca se devia ter assinado em Maastricht.

E quando a próxima crise vier, chama-se novamente a troika, e manda-se mais um "sócrates" para a prisão. Diz-se que a culpa é dos totós que ganham 600 € de salário, e toca a empobrecer novamente.

Ou então os €-fanáticos ganham vergonha na cara, e perante a óbvia impossibilidade de reforma do €, juntam-se a quem acertou nestas contas desde o início, e prepara-se o regresso da soberania: o novo Escudo.

Jose disse...

Ultrapassa a minha compreensão a parvalheira de pensar que um mercado de uns 10 milhões, empobrecidos, envelhecidos, assistidos pelo Estado do berço à tumba, seja base de atratividade para investimento nas condições qualificações/ remunerações que a esquerdalhada tenta vender.

Os amantes do desenvolvimento pelo consumo só exprimem a sua ambição pessoal de mais mamas e mais consumo. Dar a essa ambição a cobertura de política económica recomendável só revela aquilo que os move, e o pressuposto de crescimento ignorando a dívida que os informa há quase 44 anos.

Anónimo disse...

Este é de facto o cerne do problema.

Há que salientar que o problema é insidioso porque, embora tenha reflexos na vida de todos os dias, não é perceptível senão quando o cidadão já tem uma certa bagagem de teoria económica.

Qual é o cidadão eleitor que, perante um artigo de consumo importado se interroga por que é que esse artigo aparece ali em substituição do artigo nacional equivalente?

Este aspecto insidioso impede que o eleitor faça escolhas conscientes das suas implicações à boca das urnas de voto. Teóricamente seriam os partidos a mediar essas escolhas, mas a falta de literacia económica estende-se aos quadros partidários, e é particularmente aflitiva nos partidos de centro e direita.

Se Portugal tivesse verdadeiramente elites esclarecidas, caber-lhes-ia discutir e debater esta e outras questões numa perspectiva cosmopolita mas que não alienasse o seu centramento nos interesses deste POVO, desta NAÇÃO e deste PAÍS.

Factores de Poder Nacional

Quando insisto num alinhamento interclassista de âmbito nacional não é por nacionalismo bacoco e bairrista, mas por perceber que todas as alternativas que conheço são lesivas dos interesses de longo prazo de TODOS os extratos económicos que pretendam de facto viver neste país. Os interesses de curto prazo das classes possidentes são contrários aos de longo prazo, e asua miopia acabará por ditar o seu declinio e a sua irrelevância a prazo.

Os exemplos de outros países deveriam pôr-nos de sobreaviso em relação aos problemas da "integração" e da "internacionalizaão".
É o caso da Polónia que agora reconhece "We have sold pretty much all of our economy.", ou seja "Vendemos quase toda a nossa economia", diz o PM Mateusz Morawiecki neste artigo:

https://www.bloomberg.com/view/articles/2018-02-23/poland-s-economic-experiment-starring-thomas-piketty

Até que ponto é relevante a nacionalidade daqueles que controlam as empresas de um país?
Para o assalariado, mais exploração, menos exploração, a nacionalidade do patrão acaba por não ser muito significativa.

Já para os empresários nacionais não é tão simples. Um banco estrangeiro terá menor sensibilidade às necessidades de financiamento do empresariado nacional se NÃo CONHECER o mercado e os seus agentes.
De um modo geral os empresários podem acabar discriminados no seu próprio país se grande parte das empresas de topo fôr detida por estrangeiros. E o dinheiro da venda? Será que quem vende uma empresa portuguesa vai investir o produto da venda em algo de maior rentabilidade?

Para a coesão nacional a venda do tecido empresarial ao estrangeiro pode ser catastrófica:
Perda de controle de recursos tecnologicos, pilhagem de recursos naturais, exploração de mão de obra cuja formação foi paga com o erário público, enquistamento de rentismo estrangeiro nos serviços públicos, etc.
Mas o pior é a constante sangria de capital sob a forma de dividendos pagos ao exterior que equivalem a uma dívida que nunca mais acabará.
(Cont.)
S.T.

Anónimo disse...

De um modo geral, a integração em zonas de comércio livre é suposta trazer vantagens e desenvolvimento.

Na prática a teoria é outra. Como já tive ocasião de fazer referência algures noutro comentário, um país só abre à concorrencia externa sectores onde nada tenha a temer ou caso a isso seja obrigado por uma potência imperial.
O artigo que referi na altura é este:

https://www.nytimes.com/2018/02/07/magazine/the-rise-of-china-and-the-fall-of-the-free-trade-myth.html

O caso português da adesão ao Euro é atipico porque derivou de um misto de imcompetência de análise económica, viciamento em subsídios, falsas promessa de convergência, novo-riquismo de "pertencer ao pelotão da frente", uma omnipresente propaganda europeísta em toda a comunicação social e a enorme estupidez dos dirigentes partidários do "centrão" da altura.

A verdadeira solução só pode passar por uma saída do Euro ou pela sua dissolução controlada e negociada.

Uma falsa solução seria a atribuição de subsídios compensatórios em que os países económicamente beneficiados pela arquitectura do Euro ajudassem numa base permanente e contínua os estados que monetáriomente são pelo Euro prejudicados. A esta solução já o governo alemão repetidamente disse NEIN!

Haveria uma terceira possibilidade, mas tão herética que suponho que nunca será considerada.
Consistiria na suspensão parcial do princípio da não discriminação fiscal. Isto é, permitir que Portugal taxasse de forma diferenciada as mercadorias consoante a sua origem.

O impasse persiste pelas vantagens injustas de que a mercantilista e neo-colonialista Alemanha aufere da corrente situação.
Para isso invoca um obscurantismo económico de que os ignóbeis capatazes europeístas locais se fazem eco.
S.T.

Anónimo disse...

Entretanto, como nota humoristica, tenho a anunciar-vos que Olivier Blanchard, ex economista chefe do FMI descobriu a "pólvora".

Sim, sim, o bom do cavalheiro descobriu que a concertação social é a "terceira perna" da construção europeia. LOL

https://piie.com/blogs/realtime-economic-issues-watch/missing-third-leg-euro-architecture-national-wage-negotiations

Eu diria que para "perna" é assim como que mais curta do que as outras, e aconselharia os franceses a não se baixarem...

Entre as "reformas" de Macron e a "terceira perna" de Blanchard com os constrangimentos que ele pré-define, venha o diabo e escolha.
S.T.

Lowlander disse...

@Jose,
Escapar a argumentos e/ou perguntas com recurso a tentativas desimaginativas de insulto imberbe sao o ultimo recurso dos incompetentes.

Parecer:
A atitude e pouco surpreendente e, infelizmente, nao-especifica. Assim sendo, a duvida aeriormente levantada, nomeadamente, subserviencia vs alcoolismo cronico, permanece nao esclarecida.

Despacho:
Remeter para despacho antecedente.

Jose disse...

Nem uma palavra para a dívida nem para os fundos estruturais.

Ouvem-se vozes vindas de cavernas encerradas desde há 60 anos, e tótós que nunca souberam o que é pôr um produto no mercado peroram dando-se ares de sábios.

João Pimentel Ferreira disse...

Incrível a demagogia barata desta gente.

Os dados, que sapientemente recolhe (parabéns por tal facto, não ironizo), apontam claramente para a tese de que as políticas de austeridade foram positivas para equilibrar as contas externas, e que conclusão tira o autor perante as evidências defronte da sua face? A culpa é do Euro, da Europa e de Passos Coelho.

Haja paciência para tanto malabarismo ideológico! Este blogue é uma fraude! É uma fraude perigosa, porque induz constantemente à falácia. Obtém dados corretos, bem trabalhados, os factos estão certo, mas conclusões completamente fraudulentas. Os Gregos são homens; Sócrates é homem, logo Sócrates é Grego. Parabéns LdB pelos recorrentes e fraudulentos sofismas.

João Pimentel Ferreira disse...

Em relação ao Euro, já escrevi em sede própria
https://www.veraveritas.eu/2017/12/o-euro-uma-leitura-de-esquerda.html


O gráfico (ver hiperligação acima) apresenta o Salário Mínimo Nacional mensal a preços constantes (IPC), desde 1974 até 2016. De salientar que o índice que aqui se usa para calcular o Salário Mínimo a preços constantes, ou seja, descontando a inflação, tratando-se assim do poder de compra real desses assalariados, não se trata do índice que mede o PIB, mas o Índice de Preços no Consumidor (IPC) que considera os serviços, produtos e bens de consumo que a grande maioria dessas pessoas utiliza e consome. A seguir à revolução de Abril e com a introdução de um salário mínimo, considerado por muitos, demasiado elevado para a capacidade económica e industrial do país de então, denota-se que houve um acerto desse valor, levado a cabo pela desvalorização cambial, imposta pelo FMI das duas vezes que esteve em Portugal por essa altura. O que é mais interessante de observar, é que na terceira intervenção do FMI em 2011, não só o decréscimo do valor real do salário mínimo foi residual, como foi muito inferior ao das intervenções precedentes. O valor que o salário mínimo real tem em 2017 (€535, acerto IPC, base 2011), é 26 porcento superior ao valor real que tinha em 2002 (€424, acerto IPC, base 2011), data da entrada na moeda única; já o salário mínimo real em 2002 (€424), data da entrada na moeda única, é 21 porcento inferior ao valor real que tinha em 1975 (€535, IPC, base 2011). E qual a diferença entre estes dois períodos? A divisa!

Sempre que foi necessário fazer equilíbrio das contas externas ou das contas públicas, que o país, quer por opção própria, quer por imposição dos credores, usou o mecanismo monetário para desvalorizar a moeda, tornando assim a nossa economia mais competitiva para com o exterior, melhorando por conseguinte os indicadores da indústria e do patronato exportadores. Não esquecer que a soberania monetária é um excelente estabilizador automático para fazer recuperar a competitividade de uma economia. Mas esses ganhos de competitividade foram sempre alcançados com a desvalorização cambial e com a consequente perda de poder de compra da classe média e das classes menos favorecidas, em relação ao exterior. Eu não nego que a soberania monetária não traga vantagens económicas ao potencial de crescimento. Todavia fico perplexo com alguns economistas, pois àquilo que denominam de "instrumentos para regular a balança de pagamentos", chama-se de facto empobrecimento externo. São eufemismos políticos, tais e quais os mesmos, que Pedro Passos Coelho utilizava, quando denominava de "políticas de ajustamento orçamental", o corte de salários e de pensões. E ao contrário do que referem muitos, não se trata apenas de automóveis provindos da Alemanha, vai de coisas tão banais como telemóveis, máquinas de barbear, autocarros, comboios, aviões da TAP, equipamento médico, medicamentos dos hospitais, lâmpadas, frigoríficos, máquinas de lavar roupa e toda uma série de produtos e serviços que hoje consideramos banais para nos providenciar qualidade de vida. Há outros produtos que diria que são mesmo essenciais, como equipamento médico ou medicamentos. Obviamente que todos estes produtos não nos são dados, precisamos de exportar produtos nossos, para os poder adquirir, e diria que precisamos de exportar milhares de rolhas e de litros de vinho, para poder importar um único Mercedes. Todavia há outro mecanismo para evitar a importação de automóveis e combustíveis, que perfazem 1/4 das nossas importações de bens, mecanismo esses muito usado em países como Holanda ou Dinamarca, sendo que esse mecanismo é também um excelente estabilizador automático. Esse mecanismo é a fiscalidade.

João Pimentel Ferreira disse...

Reparemos em acréscimo, que o grande capital já tem os seus ativos financeiros no estrangeiro, numa moeda que lhe confere confiança e previsibilidade. E mesmo os ativos financeiros que tem em Portugal, perante uma redenominação da divisa, poderia transferi-los imediatamente para outros países que não saíssem do Euro, tal como fez o grande capital grego durante a crise das dívidas soberanas. Ademais, o grande capital, após uma transição para o Escudo, e depois de ter os seus euros assegurados no estrangeiro, o que faria certamente, seria após a desvalorização do Escudo, voltar a reconverter os euros em escudos, lucrando assim de forma especulativa como nunca antes visto com as flutuações cambiais. Não esquecer ainda que a moeda única findou na Eurozona com uma certa classe de parasitas financeiros, fenómeno que hoje deixámos de dar valor, neste caso, os cambistas. Os cambistas são aquele grupo de indivíduos, que sem propriamente produzirem nada de tangível, lucram apenas com a conversão das divisas. Sair do Euro, seria novamente voltar a dar de ganhar a essa classe de parasitas, dentro da Eurozona, tal como a afamada Western Union, que ganha milhões anualmente apenas nas taxas de conversão das moedas.

É evidente que a riqueza ou pobreza das nações não reside nas cotações das dividas, que são uma consequência, mas sim na capacidade de produzir mercadorias e serviços que sejam atrativas para outros países. Ou seja, ninguém fica mais rico ou mais pobre apenas por mudar de métrica, neste caso, a divisa que mensura a referida riqueza. Se no cômputo geral a riqueza do país não se altera em função da divisa, tal já não é verdade com referência à sua distribuição. Não nos podemos esquecer, que os assalariados, classe média e pensionistas têm um determinado valor de rendimentos fixos e previsíveis, quer do estado sob diversas formas, quer do patronato; assim como ativos financeiros nos bancos como por exemplo poupanças, que estão cotados em euros. Converter para uma moeda que desvalorizaria de imediato, significaria o empobrecimento da classe média e proletária em relação ao exterior, em benefício do patronato que exporta e das contas públicas. De facto, sair do Euro e mudar para um Escudo que deprecie, significa uma transferência de riqueza da classe média para o patronato, em nome de contas externas equilibradas e da competitividade da nossa economia nos mercados internacionais. Conclui-se que os dados da inflação, do valor do salário mínimo nacional e da distribuição da riqueza entre o grande capital e os assalariados, não deixam quaisquer dúvidas. Se juntarmos a estes factos que o grande capital tem os seus ativos financeiros no estrangeiro, o princípio axiomático que qualquer pessoa de esquerda não pode jamais olvidar é muito simples: sair do Euro, para uma moeda que desvalorize, significaria obrigatoriamente uma transferência de riqueza da classe média para o grande capital.

João Pimentel Ferreira disse...

O ST defende portanto o "orgulhosamente sós"! Não há diferença económica entre a esquerda radical e os salazaristas, uma economia "protegida" do exterior. Já lhe disse que 1/4 das nossas importações de bens são carros e combustíveis, e para esses items há taxação especial e autónoma (IA e ISP). Aumentem-nos e a nossa balança de bens corrige. No tempo da troika a balança de bens foi corrigida, não pelos motivos que o autor aponta, mas porque foi a maior crise que o setor automóvel atravessou em Portugal nas últimas décadas, em termos de unidades vendidas.

http://www.cockpitautomovel.com/2014/04/o-mercado-automovel-nacional-continua.html

João Pimentel Ferreira disse...

Questiono-me ainda, porque motivo o Burkina Faso, com moeda própria e soberania económica e cambial, não é um portento económico.

Unabomber disse...

Concordo absolutamente com o João R.Almeida: como resolver o constrangimento do défice externo (em vez do sacrosanto défice publico) deveria ser o principal debate nacional.
....
Posto isto, da leitura do Post, parece-me importante o seguinte:

- Relativamente aos choques externos que causaram a degradação da balança comercial no presente milénio faltou ao João R.Almeida indicar o contributo do brutal aumento do preço do barril de petróleo, o qual segundo alguém já disse contribuiu com 30% do aumento da divida externa (não sei será assim tanto), e faltou também indicar o alargamento da UE em 2004: com a entrada de 10 países do leste na UE.

- Com excepção no período decorrido durante a segunda guerra mundial, julgo que nos ultimos 100 anos a nossa balança comercial foi sempre negativa - ou seja, muito antes de existir o euro, a UE e a globalização, já havia problemas de competividade externa da economia portuguesa.
Mais, saliente-se que, durante a maior parte desses 100 anos, o regime do Estado Novo, com o orgulhosamente sós, aplicou as politicas soberanistas e de protecionismo económico que muitos agora dizem que são a solução para o problema.

Anónimo disse...

Quem não tem dúvidas é o novo diretor do Instituto Max Planck em Colônia para Pesquisa Empresarial:
"O novo diretor do Instituto Max Planck em Colônia para Pesquisa Empresarial, italiano, afirma na FAZ que a Itália DEVE negociar a saída do euro o mais rápido possível."

Artigo em italiano aqui:

https://scenarieconomici.it/max-planck-institut-italia-esca-dalleuro/

Também Jacques Sapir revela em novo post no blog "Les Crises", que recomendamos, que de acordo com os estudos do FMI a taxa de câmbio inplicita (aquela que corresponde aos fundamentais das economias, haja ou não moeda própria) entre a Alemanha e os países do Sul aumenta ainda mais. Lamentávelmente não fornece os valores para Portugal.

https://www.les-crises.fr/russeurope-en-exil-productivite-competitivite-externe-et-taux-de-change-par-jacques-sapir/

Boa leitura!
S.T.

Anónimo disse...

Ahahahah

" não é original, tem direitos de autor e o seu criador dá pelo nome de Pedro Passos Coelho... "

Um pouco de pudor. Ou de seriedade no debate. Senão, caro Jaime Santos, ninguém o pode levar a sério.

Porque a demagogia tem limites e as anedotas também

Anónimo disse...

Ultrapassa a compreensão do jose...

Não é difícil...

Anónimo disse...

"um mercado de uns 10 milhões, empobrecidos, envelhecidos"

Não, não somos apenas um "mercado". Este paleio é dos que mercantilizam tudo e todos. Dos que aviltam a vida e a dignidade humana


"empobrecidos, envelhecidos"...

ou de como se extrapola do umbigo próprio para todos os demais. Dito de outro modo, de como das "balls" de salazar e do seu "carácter", se quer generalizar e torná-los universais.

O que é apenas estrume e pó

Anónimo disse...

" assistidos pelo Estado do berço à tumba"

Esta forma de crismar como "assistência" tem muito que se lhe diga.

Mas compreende-se. Jose prefere a lei da selva e o direito do mais forte ao saque. E desata neste destrambelhamento quando. Que diacho, um home é um home e um home num chora. Só pelo fascismo derrotado em 1974

Anónimo disse...

"a esquerdalhada tenta vender"

Ainda não lhe passou a azia pelo 25 de abril

E se continua, jose falará inevitavelmente da "geringonça".
Também não lhe passou pelo afastamento democrático e higiénico da governação de Passos Coelho

Anónimo disse...

E depois da "esquerdalhada" e da "geringonça" vem o quê?

As inevitáveis "mamas", revelando o estreitamento vocabular que acompanha o estreitamento ideológico do jose.

Mas para além destas alarvidades, o que resta é a desonestidade pura e dura de jose.

Porque se nega a realidade dos factos - o papel do consumo interno no crescimento económico.
Porque o que se expõe e defende é que não basta de facto aumentar o consumo interno

Anónimo disse...

" ignorando a dívida que os informa há quase 44 anos."

Ah, que saudades que herr jose tem pelos tempos em que salazar mandava matar e morrer em África

E em que a miséria e a fome rondavam as populações, alimentadas pelo álcool, pelo subdesenvolvimento, pela iliteracia, pela falta de cuidados de saúde e de segurança social

Anónimo disse...

Nem mais caro ST

Anónimo disse...

Os cambistas são aquele grupo de "parasitas" que afina a economia de qualquer nação com soberania económica.

Eu cá até acho estranho que países como a Suécia, o UK, os USA e o Japão dêmm trabalho a tamanho grupo de "parasitas" LOL (Sarcasmo grátis incluído).

Não vou voltar a explicar ao JPF que as desvalorizações cambiais não representam enpobrecimento e são mecanismos essenciais de regulação da competitividade porque já o fiz longamente ao "José". Digamos só que tal argumento é falso e falacioso.

Tal como é falso que "para uma moeda que desvalorize, significaria obrigatoriamente uma transferência de riqueza da classe média para o grande capital".

Mais uma vez, já explicámos longamente ao "José" os mecanismos envolvidos e não temos intenção de repetir cada vez que uma outra cabeça da Hydra neoliberal aparece.

O que eu acho mais caricato é que pretensos "liberais" estejam contra o mercado cambial enquanto forma de ajustamento das trocas entre países. Será porque na falta de ajustamento cambial o ajuste acaba por ser feito por deflação salarial com prejuízo para os assalariados?

Quanto à solução "mágica" da fiscalidade automóvel também já demos para esse peditório.
Lembremos só a "zona morta" de venda de combustiveis ao longo da fronteira com Espanha. Quanto maior for o diferencial de preço mais extensa é essa "zona morta".
S.T.

Lowlander disse...

@Jose / Jose Pires Cruz.
Se ha coisa que qualquer bronco mediano sabe mostrar, e, para alem de incompetencia cognitiva, copioso desdem para com a sabedoria alheia. Quanto a producao, relembra la a malta o que e tu produzes exactamente?

Parecer:
Nada a acrescentar de momento.

Despacho:
Remeta-se, uma vez mais, para despacho antecedente.

Anónimo disse...

Graças ao milagre do copy-paste aqui está a resposta à falácia do "empobrecimento" devido à desvalorização cambial.

"Por que não metem de uma vez por todas na cabeça que uma moeda livremente flutuante estabelece o seu equilibrio cambial no mercado internacional de divisas?
Muita confusão me faz que pretensos mas muito falsos liberais neguem as virtudes dos mercados, neste caso monetários.

A variação de cotação de uma moeda, ao espelhar a procura e a oferta dessa divisa é a forma mais simples e eficaz de criar um equilíbrio económico saudável com os parceiros comerciais de qualquer país.
É aquilo que se chama um estabilizador automático.

As anomalias como o Euro em que utilizamos uma moeda sobreavaliada em relação à fraqueza da nossa economia é que distorcem o mercado e roubam competitividade às nossas empresas exportadoras.

Para Espanha e Itália o problema coloca-se exactamente da mesma maneira, apenas de maneira menos premente que para Portugal porque as suas RER (Real Exchange Rate) não estão tão desfasadas do valor do Euro.

Como é óbvio, qualquer país com dificuldades na sua balança comercial procurará desvalorizar a sua moeda porque é a forma mais simples de conquistar competitividade para as suas indústrias exportadoras.

Portanto a desvalorização não é um drama. É um instrumento normal de politica económica e já seria tempo de parar com as cretinices a esse respeito.

10 de dezembro de 2017 às 15:28"

"...A competitividade obtida por "desvalorização interna" é muito mais danosa para a economia interna porque ao desvalorizar o trabalho diminui brutalmente a procura interna. Além disso gera-se deflação que como deve saber é ruinosa para as empresas visto que, desvalorizando os stocks de matérias primas e dos produtos manufacturados reduz-lhes drásticamente a rentabilidade. Se juntarmos a isso a quebra de procura criada pelo desemprego e baixa do poder de compra temos a receita perfeita para a destruição do tecido produtivo e consequente desemprego."

11 de dezembro de 2017 às 09:13
S.T.

Lowlander disse...

@Joao Pimentel Teixeira,
Descreves que a desvalorizacao cambial levaria a fluxos de investimento para o interior de Portugal dinamizando a economia, impulsionando a producao nacional e aumentado a inflacao, poderoso incentivo para que recursos actualmente inactivos simplesmente a circularem na economia financeira de casino sejam mobilizados para investimento produtivo. Ou seja, descreves basicamente que a soberania cambial e factor essencial, mas nao suficiente para a economia portuguesa se poder desenvolver para um patamar superior proporcionando vidas mais decentes para todos - como alias, tantas vezes repetido neste blog por diversos autores.
Mas isso e mau porque...?
Ah sim os cambistas, esses parasitas. OK.

Parecer:
Mais um estafado exemplo da "sabedoria convencional".

Despacho:
Sorria-se com condescendencia.

Lowlander disse...

@Joao Pimentel Ferreira
"Questiono-me ainda, porque motivo o Burkina Faso, com moeda própria e soberania económica e cambial, não é um portento económico."

Azar dos azares, nem para fazer sofismas, fazes uma pesquisa decente. O Burkina Faso e precisamente um exemplo acabado de um pais sem soberania economica ou cambial.

https://en.wikipedia.org/wiki/CFA_franc

Parecer:
Temos pena...

Despacho:
Gargalhe-se.

Anónimo disse...

Reparo agora que o anónimo interlocutor do debate de Dezembro passado era nem mais nem menos que o Aónio Eliphis/João Pimentel Ferreira, pelo que se não compreendeu à primeira se duvida que perceba à segunda.

A discussão está aqui, mais vale fazer REPLAY:

https://www.blogger.com/comment.g?blogID=4018985866499281301&postID=2332741814025312856&bpli=1

De facto o LdB tem um problema de "Maldição dos Mortos Vivos Europeístas".

São sempre os mesmos argumentos zombies que voltam pelo teclado de trolls, verdadeiros Mortos-Vivos de um repugnante europeísmo serôdio e explorador.
S.T.

Anónimo disse...

Como pode uma fraude dizer que este blog é uma fraude se ela própria é uma fraude, como se demonstra aqui?

A repetição dos debates, dos argumentos, das velhas rábulas, por interpostas pessoas que não passam da mesma pessoa cansa. O Replay de facto é a atitude mais higiénica. E já tem sido muitas vezes utilizada face e este pimentel aonio vitor ferreira eliphis.

Mas há outra circunstância constante no modo de agir de pimentel ferreira. É que aldraba de modo intencional

Por exemplo a 21 de Fevereiro pimentel ferreira dizia
"facilmente desmonta o embuste que Passos Coelho fez subir a dívida. Aliás este gráfico é claro como a água!"

http://2.bp.blogspot.com/-daDaCUcj7ZA/VfiW1JhbcKI/AAAAAAAAH2A/tAheAHOa0O8/s1600/Varia%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bda%2BDivida%2BValores%2BAbsolutos%2B1992-2015.png

De forma grosseira pimentel remete-nos para um gráfico da sua autoria ( mas desta vez esconde a sua origem), baseado segundo ele no Pordata/INE. Não vale a pena inquirir o rigor da construção de tal gráfico , sendo pimentel ferreira especialista em aldrabices do género.

Mas o que é de realçar é que o que pimentel faz é mostrar a velocidade de crescimento da dívida pública. Não mostra rigorosamente nada que Passos Coelho não tenha subido a dívida pública. Não mostra, esconde, tapa o crescimento da dívida pública. Esconde assim o crescimento da dívida pública sob as ordens da tralha neoliberal

Pimentel mente.Pimentel faz exercícios de malabarismo. De forma vergonhosa e abjecta.

Anónimo disse...

Citando

"Questiono-me ainda, porque motivo o Burkina Faso, com moeda própria e soberania económica e cambial, não é um portento económico."

Azar dos azares, nem para fazer sofismas, fazes uma pesquisa decente. O Burkina Faso e precisamente um exemplo acabado de um pais sem soberania economica ou cambial.

https://en.wikipedia.org/wiki/CFA_franc

Fim de citação

Justamente, para quem não saiba a bela m**da que é o franco CFA, eis um artigo de Jacques Sapir que explica o mecanismo predatório a que são sujeitos os países ex-colónias de França que o usam.

https://www.les-crises.fr/russeurope-en-exil-macron-le-franc-cfa-et-ses-contradictions-par-jacques-sapir/

Ao

"Despacho:
Gargalhe-se."

Só tenho a acrescentar:

Je plussoie! Avec plaisir!
S.T.

Anónimo disse...

JPF protesta contra o blog LdB. Classifica-o mesmo de "perigoso".

O blog incomoda-o. Desmonta os mantras neoliberais. Desconstrói as falácias austeritárias. Arruína-lhe a reputação. A dele e a de Passos Coelho...

Mas ele encontrou o Santo Graal da austeridade. Permitiu "equilibrar as contas externas."

"O consumo privado foi asfixiado e o investimento privado sofreu a maior queda de que há conhecimento na História recente de Portugal". Foi esmagado o consumo interno e a actividade produtiva.

E as consequências estão à vista de todos. O cotejo de miséria e de empobrecimento. O desemprego. Os cortes salariais e as pensões. A emigração forçada. As funções sociais do estado a emagrecerem na exacta medida em que são transpostas para a engorda do interesse privado de alguns. Um Portugal mais desigual e mais pobre. Um Portugal que regista uma queda brutal no seu PIB.

Esta é a solução encontrada pelo JPF para o equilíbrio das contas externas. Um método não original, já que tem a marca indelével da tralha neoliberal. E um produto servido precisamente pela troika, por esta UE, pelo directório europeu e por Passos Coelho.

A solução é portanto cortar o oxigénio. Para que se morra mais depressa,

Esta é a "sensibilidade social" destas coisas

Anónimo disse...

Entregar o controlo da economia e das políticas sociais aos "mercados" e a instituições internacionais ao seu serviço é desistir do seu país. É preciso um planeamento que permita eliminar a incerteza e a insegurança dos trabalhadores quanto ao seu salário e nível de vida. O planeamento económico é a única forma de estabelecer formas de procura e investimento adequadas ao desenvolvimento, conseguir o pleno emprego, o equilíbrio da Balança de Pagamentos e reduzir a dependência da dívida.

Anónimo disse...

A Balança de Transações Correntes de um país inclui a sua Balança Comercial (importações
e exportações de bens e serviços) e a sua Balança de Rendimentos. O saldo da Balança de Transacções correntes da Alemanha, de Portugal e da Grécia após a criação da Zona Euro.

Antes da criação da Zona Euro em 2002, Alemanha, Grécia e Portugal apresentavam saldos negativos na Balança de Transacções Correntes. Após a sua criação, a Alemanha passou para uma situação altamente positiva e vantajosa, enquanto Portugal e a Grécia se afundaram com saldos negativos cada vez maiores que determinaram grandes desequilíbrios e elevado endividamento externos, tendo sido interrompidos apenas com o início da política de austeridade recessiva, que determinou uma redução brutal no poder de compra da população e, consequentemente, no consumo e também no investimento, o que determinou uma quebra significativa nas importações. Mas as condições estruturais que determinaram a evolução verificada depois da entrada para o euro -destruição da agricultura, pescas e industrias, etc. – não foram alteradas; agravaram-se com a destruição do aparelho produtivo do país o que determina que, qualquer indício de recuperação, cause um aumento das importações. No período 2002-2015, a Alemanha acumulou um gigantesco saldo positivo na sua Balança de Transacções Corrente de 2.030.800 milhões €, enquanto a Grécia teve um saldo negativo de 279.300 mil milhões €, e Portugal também um saldo negativo de 162.100 milhões €. É evidente
que a criação do euro foi altamente vantajosa para a Alemanha, que viu as suasexportações e rendimentos “explodirem”, mas para a Grécia e Portugal foi ruinosa.

João Pimentel Ferreira disse...

Lowlander

aplica a comparação à Coreia do Norte ou Venezuela! Talvez te digam mais qualquer coisa. Não têm a Venezuela e a Coreia do Norte soberania cambial?

A grande maioria das pessoas que comenta neste blogue padece de xenofobia, ou seja, etimologicamente do Grego, medo aos estrangeiros. Mas neste caso, os estrangeiros não são nem romenos nem sírios, são alemães ou finlandeses, de preferência endinheirados. Mas é na mesma xenofobia, crua e pura. Exatamente o mesmo tipo de sentimento que o alemão comum sentia contra os judeus em 1938.

João Pimentel Ferreira disse...

ST

e os pobres, já não lhe dizem nada? E os assalariados, já não lhe dizem nada? E quem recebe o SMN, já não lhe diz nada? Os argumentos que usa para defender a saída do Euro, são exatamente os mesmos que são usados pelos austeritários para defender as medidas da troika para o equilíbrio das contas externas.

Este gráfico do INE não deveria esclarecer a questão?

João Pimentel Ferreira disse...

Saliento:

O que é mais interessante de observar, é que na terceira intervenção do FMI em 2011, não só o decréscimo do valor real do salário mínimo foi residual, como foi muito inferior ao das intervenções precedentes. O valor que o salário mínimo real tem em 2017 (€535, acerto IPC, base 2011), é 26 porcento superior ao valor real que tinha em 2002 (€424, acerto IPC, base 2011), data da entrada na moeda única; já o salário mínimo real em 2002 (€424), data da entrada na moeda única, é 21 porcento inferior ao valor real que tinha em 1975 (€535, IPC, base 2011). E qual a diferença entre estes dois períodos? A divisa!

Onde está agora, caro ST e cucos da praxe, a vossa "sensibilidade social"?

João Pimentel Ferreira disse...

Lowlander

eu não disse que a saída do Euro é má por causa dos cambistas. Eu disse que é má, porque a desvalorização cambial arrasaria poupanças, empobreceria os mais desfavorecidos que têm os seus rendimentos fixos em Euros, como pensionistas, beneficiários de apoios sociais e assalariados, e porque beneficiaria largamente o grande capital, que colocaria imediatamente o seu dinheiro no estrangeiro em Euros (como fez o grande capital grego durante a crise), e após a desvalorização, voltaria a convertê-lo para escudos, ganhando milhões especulativamente apenas na variação cambial, ou seja, em táticas de casino.

E quais as vantagens da saída do Euro? Beneficiar a competitividade do país através da desvalorização dos salários em relação ao exterior, e beneficiar o patronato exportador. Isto vindo da esquerda, deixa-me perplexo e arrepiado. A sério, vê este gráfico com referência ao SMN a preços constantes

https://1.bp.blogspot.com/-LpaRbYwT-Pg/WjkPLnVgwFI/AAAAAAACTyw/twTPLj5PSy0hs25T069KH6SUctFL63lCQCLcBGAs/s1600/Screenshot%2Bfrom%2B2017-12-19%2B14-07-25.png

João Pimentel Ferreira disse...

ST

"O que eu acho mais caricato é que pretensos "liberais" estejam contra o mercado cambial enquanto forma de ajustamento das trocas entre países."

Admito que é um paradoxo. Mas admitirá que é um paradoxo também, ver a esquerda a defender a competitividade da economia, pela via da desvalorização salarial de toda a gente, para que se beneficie apenas o grande capital e o patronato exportador. E se refletir bem, a saída do Euro representaria, de facto, a transferência de ativos financeiros da classe média para o grande capital e para o patronato exportador. Quer pela via da competitividade da economia através da desvalorização dos salários em relação às outras divisas, quer pelo facto do grande capital usar mecanismos especulativos e transfronteiriços, para fugir à referida desvalorização cambial, da mesma forma, que não encontra nenhum milionário venezuelano que tenha as suas fortunas financeiras em bolívares. Da mesma forma, que o grande capital grego, fugiu imediatamente com os seus ativos, durante a crise das dívidas soberanas.

Unabomber disse...

Para o ST:

"Recorde-se que nas duas intervenções anteriores do FMI, em que se teve também de DESVALORIZAR muito o escudo para aumentar a competitividade das exportações portuguesas, e assim aumentar as exportações, foram os períodos em que os trabalhadores e pensionistas perderam mais poder de compra.
Entre 1977 e 1979, 1º período de intervenção do FMI, os preços aumentaram 93%, o salário mínimo subiu 87% e a pensão média da Segurança Social aumentou a
penas 58%.
Entre 1982 e 1984, período de 2ª intervenção do FMI, os preços subiram 98%, o salario mínimo nacional aumentou 54%, e a pensão média da Segurança Social subiu 71%.
Nestes dois períodos, a perda de poder de compra acumulada do SMN foi de 27%!!! e da pensão média de 29%!!!!!.
Foi também nestes dois períodos em que a parte dos SALÁRIOS no PIB mais DESCEU: 1º período: - 13,1% (queda de 6,7 pontos percentuais); 2º período: - 16,9% (redução de 7,4 pontos percentuais).
E tenha-se presente que não se teve de fazer desvalorizações da moeda de 30%".

de Eug.Rosa

Anónimo disse...

Acho que Pimentel ferreira ainda não percebeu e ainda não percebeu muitas coisas.

Não estamos aqui a ouvir piadas de mau-gosto e a retomar sistematicamente os mesmos temas e os mesmos debates.

Não se admite que o mesmo personagem assuma quantas vezes no mesmo post nicks diferentes.

Não se admitem as palhaçadas acusando este blog de perigoso e de fraude. Se o sente como tal é porque incomoda a versão oficial da tralha neoliberal, porque desmonta as narrativas das vias de sentido único, porque faz em fanicos a austeridade uberalles que uns criminosos andaram a implementar.

E Pimentel aonio que faz é tentar alimentar a chama parida aí nessa direita carcomida e nauseabunda. Não hesitanto em mentir e deturpar

Anónimo disse...

Antes de prosseguir continuo à espera que justifique esta afirmação espantosa:

Passos Coelho não fez subir a dívida.
E que esclareça o gráfico "claro como a água" que indicou. Tapando a fonte, escondendo o que mostra e mentindo vergonhosamente

Enquanto não o fizer faz sentido olhar para os seus dotes de versejador. O algodão não engana

Anónimo disse...

A desonestidade argumentativa continua.

Quem citou o Burkina Faso foi o Pimentel vitor ferreira:
"Questiono-me ainda, porque motivo o Burkina Faso, com moeda própria e soberania económica e cambial, não é um portento económico."

"Azar dos azares o Burkina Faso e precisamente um exemplo acabado de um pais sem soberania economica ou cambial".

A resposta foi uma gargalhada geral. Mas em vez de assumir as suas asnices, aonio ferreira chuta a bola para o lado: salta para a Coreia do Norte ou Venezuela.

Ora bem, O exemplo dado foi o do próprio aonio. Triste, ridículo ou idiota. Que os tenha no sítio para se confrontar com a sua imagem e se assuma nem que seja só um bocadinho

Mas aonio Pimentel ferreira parte para uma falácia que já usara e que não fora desmontada pelo enorme disparate da referência ao Burkina Faso. Em vez de tentar fazer piadas grosseiras com os gregos e com os homens e com Sócrates devia antes perceber que condições necessárias não são condições suficientes.

Por exemplo podemos dizer que é necessário que Pimentel ferreira seja honesto. Isto todavia não é suficiente para fazer passar o chorrilho de asneiras que debita.

Anónimo disse...

E algumas das asneiras não são só asneiras, são também insultos.

Veja-se a forma desonesta, atamancada e idiota ( porque tenta fazer os outros de idiotas) como Pimentel se refere à xenofobia da "grande maioria das pessoas que frequentam este blog".

Deixemos para lá a infantilidade de explicar etimologicamente a palavra. (Pimentel foge para aí sistematicamente para esconder o odre vazio). O que não se pode aceitar é esta tentativa suja e reles de responsabilizar as vítimas ( todos os que não concordam com Pimentel, neste caso) pelas atitudes, palavras ou ideias do próprio Pimentel.
( A responsabilização das vítimas foi uma estratégia aplicada de forma continuada pelos nazis, recorde-se)

Ou seja, é preciso que Pimentel ferreira prove que há xenofobia perante os alemães e finlandeses. Sobretudo os endinheirados, acrescenta sôfrego, registe-se.


A idiotia está nisto: desmontar os mantras neoliberais agora é xenofobia. Indicar quem é o criminoso e quem lucra com o crime é Xenofobia. Dizer que há quem se aproveite das condições da criação do euro para enriquecer é xenofobia. Dizer que o jogo está viciado à partida é xenofobia

Pimentel quer que, de forma nua e crua, nos calemos perante as enormidades que se passam no nosso mundo. Porque senão somos "xenófobos", já que estes são alemães e finlandeses endinheirados e estes também têm o direto de não serem alvo do medo só por serem "estrangeiros".

A mesma cena do Burkina Faso?

O que quer Pimentel que se faça? Que nos calemos perante a realidade?
Que só por serem aquilo que são, nos curvemos subservientes face aos endinheirados?

Mas repare-se que o combate nem sequer é com estas pessoas individualmente. É contra uma situação que tem que ser corrigida. É contra um sistema injusto e predador. Que ainda por cima tem "pessoas" individualmente que não são nem alemães nem finlandesas. Mas que se assumem como "alemães ou finlandesas" naquele seu jeitinho que Pimentel está a dar.

O que quer Pimentel ?

Que os colonizados não possam criticar os colonizadores, sob pena de serem apelidados de "xenófobos"?

Anónimo disse...

O Sr JPF canta muito bem mas não me alegra.

O mecanismo para o capital aproveitar uma saída do Euro, se bem se lembra, até fui eu que lha apontei, ou ao seu heterónimo Aónio.

Como lhe expliquei, os "ricos" ao exportarem os capitais antes da redenominação estão a aumentar o saldo negativo Target2 do BbP em relação ao BCE. Como esses saldos estão já em valores abissais devido à exportação de capitais que tem sido feita ao longo dos anos de vigência do Euro, seria impossível ao BdP saldar essa conta, (além de estar por demonstrar que seja justo fazê-lo).

Note-se que a exportação de capitais de que falo acima não é só devida a "ricos" porem o seu dinheirinho a salvo. Corresponde também a pagamentos ao exterior, quer por um BMW quer pela exportação de lucros de empresas alemães em Portugal.

Agora vem a parte picante da questão. É que se o BdP não puder liquidar esses saldos ao ECB isso representa um "prejuízo" para o ECB. Ora como o maior accionista do ECB é o Bundesbank, seria o estado alemão a suportar esse "prejuízo" contabilistico. E aí percebo a "dor" dos interesses que o JPF defende. LOL

Só que nós sabemos como essa "contabilidade" é abstracta e deletérea. Quando eu comprei o BMW não o paguei? A Bayerische Motoren Werke alemã não recebeu o dinheiro? Porque haveria o BdP de ter que liquidar o saldo Target2 de um artigo que foi pago ao produtor alemão?
Então não existe uma união monetária? Não existe liberdade de circulação de capitais?

Tudo isto para demonstrar como a um certo nível os fluxos financeiros são uma formalidade que é regulada por um rabisco de um político num pedaço de papel que nem para limpar o ...(inserir aqui o símbolo quimico do COBRE)... serve.

Portanto não venha tentar ensinar o padre nosso ao cura!

Sabemos perfeitamente os interesses que serve e que a sua função é impedir que o conhecimento dos prejuízos que o Euro causa a este país sejam divulgados.

Também expliquei como os gregos tentaram proteger as suas pequenas poupanças, e que havia lições a tirar do caso grego.
S.T.
(Continua)

Anónimo disse...

(Continuação)

Os rendimentos fixos de que fala são actualizáveis. Que eu saiba os valores de que fala não estão inscritos na pedra dos dez mandamentos.
A falsidade do seu argumento reside em tentar escamotear que não é possível o país prosperar na presente situação de protectorado sem soberania monetária. Ou se enfrenta a situação confrontando os (como diria o José!) "mamões" alemães e holandeses ou nunca sairemos da cepa torta. Tentar convencer que os ganhos de uma saída do euro seriam para o capital é uma mentira muito rasteirinha.
Já expliquei ao seu heterónimo que o problema para o capital é a inflação que deprecia os activos líquidos.

A desvalorização do trabalho em relação ao exterior é um espantalho que o cavalheiro agita mas é perfeitamente irrelevante por várias razões:
Primeiro porque só se aplica a produtos importados, e quem mais consome produtos importados são as classes mais endinheiradas.
Segundo porque em caso de redenominação o valor das componentes de preço nacionais não se alteram.

A taxa de câmbio de uma moeda nacional representa o ponto de equilíbrio entre o poder de compra dos cidadãos desse país em relação aos cidadãos dos outros países com quem há comércio. Se essa relação é falseada como no caso do Euro geram-se distorções.

A distorção mais evidente e relevante para o caso português é que ao ter uma RER (Real Exchange Rate) abaixo do equilíbrio, isto é, se tem uma moeda sobreavaliada, se está a privilegiar o consumo em relação ao investimento. O resultado para Portugal é que torna menos rentável produzir bens para consumo e exportação. E torna muito mais baratas as importações.

Mas não é possivel passar a vida só a consumir. A longo prazo destrói-se a capacidade produtiva do país em proveito dos países exportadores que seguem uma política mercantilista na Zona Euro.

É falso o que afirma: "a saída do Euro representaria, de facto, a transferência de ativos financeiros da classe média para o grande capital e para o patronato exportador"
E desafio-o a demonstrá-lo.

No entanto tomáramos nós portugueses ter um vasto "patronato exportador", porque se assim fosse não teríamos o problema de Balança de Transacções Correntes que temos. E teríamos mais emprego, melhores salários e sobretudo a possibilidade de empreender e prosperar que o Euro nos nega.
S.T.

Anónimo disse...

Pimentel ferreira insulta os demais

Porquê acusar de insultuso o pimentel ferreira?

Pelas suas referências ao carácter perigoso do Blog. Mas também pelo apelidar como xenófobo quem não veste a sua doutrina.

A ignorância do termo "xenófobo" e a sua incapacidade de o saber usar correctamente não permitem pactuar com tais tipos de atitude.

Mas pimentel ainda vai mais longe. Tenta contaminar o debate invocando os judeus."O mesmo tipo de sentimento que o alemão comum sentia contra os judeus em 1938" escreve de forma definitiva.

Deixemos para lá a ignorância de confinar ao ano de 1938 o anti-semitismo do "alemão vulgar" Baboseiras da treta não cabem aqui.

Mas o essencial não passa.

Não se trata no presente caso de xenofobia. (E o português vulgar está provavelmente contaminado com a vulgata neoliberal, tal foi e é o ai-Jesus dos media e dos rapazes que pululam nos blogs).

O tipo de sentimento dos nazis face aos judeus, a outras minorias, aos comunas, etc, etc etc tinham uma outra base e resultaram noutro tipo de coisas. Bem mais sinistras como pimentel tenta esconder.
Insulta do mesmo passo as vítimas dos carrascos e menoriza as consequências dos actos criminosos

É feio. É sujo. É à pimentel

João Pimentel Ferreira disse...

Unabomber

esses dados que cita estão claramente plasmados neste gráfico do PORDATA/INE, que apresenta o SMN a preços constantes IPC, ou seja, índice de preço ao consumidor. O SMN nacional apenas começou a subir de forma real, a partir de 1986, quando o país começou a fixar a divisa ao marco, e o crescimento apesar de abrandar, continuou a partir de 2002.

Anónimo disse...

Com a serenidade do rigor da afirmação repete-se que Pimentel é um aldrabão.
Não há quase uma sua frase em que não deixe o registo de tal

Mesmo nas aparentemente mais inócuas:

"Este gráfico do INE não deveria esclarecer a questão?" afirma a certo passo

https://1.bp.blogspot.com/-LpaRbYwT-Pg/WjkPLnVgwFI/AAAAAAACTyw/twTPLj5PSy0hs25T069KH6SUctFL63lCQCLcBGAs/s1600/Screenshot%2Bfrom%2B2017-12-19%2B14-07-25.png

Este gráfico não é do INE. Este gráfico foi parido pelo pimentel ferreira e apresentado pelo mesmo numa daquelas suas cronicazinhas idiotas e manipuladoras com que se entretém a espalhar a (sua) boa nova.

No artigo onde foi buscar este gráfico ( tal como das suas outras sandices aqui replicadas) pimentel ferreira nem cita o INE como sua fonte. Utiliza dados do DGERT | Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da Pordata.
Mistura-os e remistura-os. Nem sequer indica o que representa o eixo das ordenadas. Oculta que está a trabalhar com índices de preços no consumidor...

O gráfico, que não é do INE, não esclarece de todo as afirmações de Pimentel, que assim passam a poder ser classificadas como desonestas.

E pese o desgosto pela dureza das palavras:

Pimentel é de facto um aldrabão.E uma fraude

Anónimo disse...

A "sensibilidade social" do pimentel aonio repousa assim numa curva em que ele, pimentel demonstra que o SMN tinha o seu valor mais alto....em 1975

Descuidos do rapazote

Já agora esta actividade frenética em torno do SMN é comovente

Eis como Pimentel ferreira "acarinhava" o dito Salário Mínimo Nacional, à medida do seu dicionário ético-legal:

"Ora reparai a título de exemplo neste sofisma ético-legal gritante, com a dicotomia entre prostituição e o salário mínimo. De acordo com o legislador, trabalhar por 400€ euros por mês é indigno e por conseguinte ilegal, mesmo que alguém o queira fazer por livre vontade, ou seja, mesmo que alguém queira livremente trabalhar por 400€ por mês, o legislador não o permite, a bem da dignidade da pessoa humana, como diria o prof. Louçã; já praticar o coito anal a troco de dinheiro, ou fazer felações diariamente para uma câmara de televisão, não é indigno, e por conseguinte, é legal!"

Bravo pimentel ferreira.

Foi daqui que passou para as ditas cujas da sua amiga Matilde?

Anónimo disse...

"Perplexo e arrepiado" pimentel ferreira remete-nos para um "gráfico". A partir deste tenta:

-defender a permanência no euro
-defender que os argumentos para a saída do euro são "exactamente os mesmos que são usados pelos austeritários para defender as medidas da troika para o equilíbrio das contas externas", -questionar a "sensibilidade dos demais"
-demonstrar que a saída do euro é "beneficiar a competitividade do país através da desvalorização dos salários em relação ao exterior, e beneficiar o patronato exportador".

Ah e que a 3ª intervenção do FMI (?) foi uma coisa boa

Mais uma classificação nosológica para o Pimentel. Pensa que somos todos deficientes mentais

Anónimo disse...

@JPF

As contas externas existem e não podemos fechar os olhos a essa realidade.

A saída do Euro criaria as condições para se resolver o problema das contas externas.

É falso que o ajustamento cambial equivalha ao ajustamento "austeritário".

Qualquer alminha com dois dedos de testa de economia percebe que a deflação salarial imposta pela troika foi ruinosa sobretudo para os assalariados. Mais do que isso, todos os que a viveram sabem muito bem porque sentiram no pelo os seus efeitos.

Já o ajustamento cambial atinge quem mais consome produtos importados, e que me conste não são proletários o grosso dos compradores de BMW, Mercedes e Audi.

Mas se quiser continuar a debitar tretas faça favor... :)
Cá estaremos para explicar porque são tretas e porque é que o JPF está ao serviço de interesses estrangeiros contra o interesse nacional.
S.T.

João Pimentel Ferreira disse...

ST

Continua à insistir nos BMW, mas poderia ter mencionado autocarros da Carris, medicamentos ou equipamentos médicos.

Além disso apresenta a teoria, em abstracto. A prática histórica está no gráfico que apresentei. Os assalariados perderam poder de compra realizada durante o escudo e ganharam-no durante o euro. Além disso o gráfico que apresentei faz a correção dos salários não em relação ao PIB, mas em relação ao índice de preços ao consumidor e o INE não considera BMW no seu IPC.

Ademais, como já por várias vezes mencionei, os automóveis têm fiscalidade autónoma e a fiscalidade é também um excelente estabilizador automático. Aqui na Holanda, com a indústria automóvel alemã mesmo ao lado na zona do Ruhr, ter carro tem custos proibitivos. Essa é também uma das razões porque muitos holandeses usam a bicicleta no quotidiano.





Anónimo disse...

(O gráfico do Aonio é agora apresentado como do Pordata/INE).

Aonio tenta várias coisas como por exemplo:

-vender os benefícios da governação da troika (usa de vez em quando a segunda derivada para o efeito).
-apregoar uberalles os benefícios do euro.
-defender a submissão ao directório alemão.
-apregoar a venda do país e o seu desaparecimento como desígnio nacional
-impingir a ideia que são o Capital e os grandes interesses económicos os que mais ganham com a recuperação da soberania económica do país.

Há muitos outros objectivos do Aonio. Estes são apenas alguns

Anónimo disse...

Citemos estudos de Eugénio rosa que demonstram que a UE e o euro serviram para enriquecer a Alemanha

https://www.eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2015/4-2015-AlemanhaUE.pdf

O quadro 1,construído com dados oficiais da Comissão Europeia, mostra de uma forma clara e sintética os resultados para três países - Alemanha, Grécia e Portugal - da criação da União Europeia e, nomeadamente, da Zona do Euro em 2002.
Para que os dados do quadro sejam mais claros interessa ter presente o significado dos conceitos que são utilizados nele: (1) PIB, ou seja, o Produto Interno Bruto,corresponde ao valor da riqueza criada em cada país em cada ano pelos que residem nesse país; (2) PNB, ou seja, Produto Nacional Bruto, corresponde à riqueza que os habitantes de cada país dispõem em cada ano que pode ser maior do que a produzida no país (no caso da transferência de riqueza do exterior ser superior à riqueza produzida no país em cada ano transferida para o exterior) ou então pode ser menor que a produzida no país (no caso de uma parte da riqueza produzida no país ser transferida para o exterior e não ser compensada pela que recebe do exterior).

E como os próprios dados divulgados pela Comissão Europeia mostram, antes da entrar para a União Europeia, o PIB alemão era superior ao PNB, o que significava que uma parte da riqueza criada na Alemanha era transferida para o exterior beneficiando os habitantes de outros países. No entanto, após a entrada para a União Europeia, o PNB alemão passou a ser superior ao PIB alemão. Isto significa que a riqueza que os alemães passaram a dispor após a criação da União Europeia, e nomeadamente da Zona Europassou a ser muito superior ao valor da riqueza produzida no próprio país, o que é só
possível por meio da transferência da riqueza criada pelos trabalhadores dos outros países para a Alemanha. Na Grécia e em Portugal aconteceu precisamente o contrário.

Anónimo disse...

Recorde-se mais uma vez o seguinte: PIB é o valor da riqueza criada anualmente no país; o PNB é o valor da riqueza que o país tem ao seu dispor em cada ano.São duas coisas diferentes E quais as conclusões que se tiram dos dados da Comissão Europeia constantes do quadro 1?
Comecemos pela Alemanha. Até 2002, o PNB alemão era inferior ao PIB alemão, o que significava que uma parcela da riqueza criada na Alemanha ia beneficiar os habitantes de outros países. A partir da criação da Zona Euro em 2002, a situação inverte-se rapidamente: o PNB alemão passa a ser superior ao PIB alemão, ou seja, superior ao valor da riqueza criada na Alemanha. Isto significa que uma parcela da riqueza criada em outros países é transferida para a Alemanha indo beneficiar os habitantes deste país. Só
no período 2003-2015 estima-se que a riqueza criada em outros países que foi transferida para Alemanha, indo beneficiar os seus habitantes, atingiu 677.945 milhões €, ou seja, o correspondente a 3,8 vezes o PIB português.

Na Grécia e em Portugal aconteceu precisamente o contrário como mostram os dados da Comissão Europeia. Na Grécia até 2001, o PNB grego (a riqueza que o país dispunha anualmente) era superior ao PIB (o que era produzido no pais). No entanto, a partir de 2002, com a criação da Zona Euro, começa a verificar-se precisamente o contrário. Uma parcela da riqueza criada na Grécia é transferida para o exterior indo beneficiar os habitantes dos outros países. Em Portugal aconteceu o mesmo mas logo após a entrada
para a União Europeia em 1996.

Como revelam os dados da Comissão Europeia constantes do quadro 1, se
consideramos o período que vai desde a criação da Zona do Euro (2002-2015) a riqueza criada na Grécia que foi transferida para o exterior, indo beneficiar os habitantes de outros países, já atinge 48.760 milhões €. Isto só até 2015

Anónimo disse...

Recorde-se mais uma vez o seguinte: PIB é o valor da riqueza criada anualmente no país; o PNB é o valor da riqueza que o país tem ao seu dispor em cada ano.São duas coisas diferentes E quais as conclusões que se tiram dos dados da Comissão Europeia constantes do quadro 1?
Comecemos pela Alemanha. Até 2002, o PNB alemão era inferior ao PIB alemão, o que significava que uma parcela da riqueza criada na Alemanha ia beneficiar os habitantes de outros países. A partir da criação da Zona Euro em 2002, a situação inverte-se rapidamente: o PNB alemão passa a ser superior ao PIB alemão, ou seja, superior ao valor da riqueza criada na Alemanha. Isto significa que uma parcela da riqueza criada em outros países é transferida para a Alemanha indo beneficiar os habitantes deste país. Só
no período 2003-2015 estima-se que a riqueza criada em outros países que foi transferida para Alemanha, indo beneficiar os seus habitantes, atingiu 677.945 milhões €, ou seja, o correspondente a 3,8 vezes o PIB português.

Na Grécia e em Portugal aconteceu precisamente o contrário como mostram os dados da Comissão Europeia. Na Grécia até 2001, o PNB grego (a riqueza que o país dispunha anualmente) era superior ao PIB (o que era produzido no pais). No entanto, a partir de 2002, com a criação da Zona Euro, começa a verificar-se precisamente o contrário. Uma parcela da riqueza criada na Grécia é transferida para o exterior indo beneficiar os habitantes dos outros países. Em Portugal aconteceu o mesmo mas logo após a entrada
para a União Europeia em 1996.

Como revelam os dados da Comissão Europeia constantes do quadro 1, se
consideramos o período que vai desde a criação da Zona do Euro (2002-2015) a riqueza criada na Grécia que foi transferida para o exterior, indo beneficiar os habitantes de outros países, já atinge 48.760 milhões €. Isto só até 2015

Anónimo disse...

Em Portugal tal situação começou poucos anos depois de entrar para a União Europeia. Em 1995, o PNB português, ou seja, a riqueza que o país dispôs nesse ano ainda era superior ao PIB, ou seja, à riqueza criada nesse ano em Portugal, em 353 milhões €. A partir de 1996, o PIB passou a ser superior ao PNB, ou seja, uma parte crescente da riqueza criada em Portugal começou a ser transferida para o exterior indo beneficiar os habitantes de outros países. No período 1996-2015, o valor do PIB deste período (20 anos) é superior ao valor do PNB deste período em 70.751 milhões €. Tal é o montante de riqueza liquida criada em Portugal que foi transferida para o exterior indo beneficiar os habitantes de outros países, incluindo os da Alemanha. E como mostram também os dados do quadro 1, após a entrada de Portugal na Zona Euro em 2002, a transferência da riqueza criada em Portugal para outros países aumentou ainda mais (só no período da
“troika” e do governo PSD/CDS a transferência liquida de riqueza para o exterior que foi beneficiar os habitantes de outros países atingiu 20.807 milhões €).

Afirmar como fazem os defensores em Portugal da Sra. Merkel e dos burocratas de Bruxelas que é a Alemanha que financia tudo, é não compreender os mecanismos actuais de funcionamento da economia mundial e da economia da U.E.; é, no fundo, mostrar grande ignorância; é mentir.

Anónimo disse...

"Criou-se a nível europeu o mito, propagandeado quer pelos burocratas de Bruxelas quer pelos defensores da Alemanha nos media e nos governos da U.E. que é a Alemanha que financia a União Europeia e, segundo eles, “quem paga manda”. Confrontemos essa mentira que, de tão repetida, passa como verdadeira junto de opinião pública, com a verdade objectiva dos números oficiais. Comecemos pelo chamado “Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira” (MEEF) agora responsável pelo apoio europeu aos países da U.E. em dificuldade. A quota (contribuição) da Alemanha neste mecanismo é apenas de 27,14%. A quota da França, Itália e Espanha juntas somam 59,19%, ou seja, mais do dobro da Alemanha. No BCE a quota da Alemanha é apenas 17,99%, e no FMI é de 13%. Apesar de ter uma quota minoritária nestas instituições, a Alemanha tem na União Europeia um poder totalmente desproporcionado à sua contribuição. No passado, a Alemanha tentou por duas vezes, utilizando a força das armas, submeter os países da Europa. Agora, utilizando mecanismos mais subtis, que são os financeiros, procura alcançar aquilo que antes não conseguiu com as armas. E faz isso, utilizando mecanismos que fazem lembrar o do BES/GES: com uma pequena percentagem de capital (contribuição) domina os outros países, cuja contribuição é várias vezes superior. E isto apesar de existir no próprio Tratado de Funcionamento da U.E. (artº 20º e 328º e segts.) um instrumento que os outros Estados podiam utilizar para fazer frente a esta pretensão hegemónica da Alemanha, que é a “cooperação reforçada”. Só a fraqueza e o espirito de vassalagem perante a Alemanha dos outros governos impede isso.

A Alemanha aproveita-se desse domínio consentido pelos outros países, que se colocam numa posição submissa, para os espoliar. Um ex., é o caso de Portugal. A U.E. emprestou a Portugal, através do MEEF/FEEP, 48.700 milhões €. A Alemanha contribuiu com um valor igual à sua quota (27,14%), ou seja, só com 13.217 milhões €. Fruto da situação vantajosa alcançada pela Alemanha após a criação da Zona Euro, a Alemanha financiou-se nos chamados “mercados” a uma taxa que ronda 1%. E depois emprestou a Portugal, através do MEEF, a uma taxa de juro média ponderada de 2,54%, ou seja, 2,5 vezes mais. É um bom negócio para a Alemanha com lucro de muitos milhões € à custa dos portugueses, já que o governo PSD/CDS para poder pagar tais juros aumentou impostos e cortou nas despesas, cujas consequências são visíveis para todos no SNS, na Segurança Social e na Educação. Em relação ao empréstimo do FMI (25.600 milhões €), a situação é ainda pior já que Portugal está a pagar uma taxa de juro de 3,7%. No período 2011-2015, Portugal pagou só de juros relativamente à sua divida total (45% é à U.E. e FMI), mais de 37.000 milhões €. É um valor impressionante, trágico para os portugueses, já que são eles que o pagam à custa de muitos sacrifícios.

Anónimo disse...

Mais uma vez pimentel ferreita tenta recuperar outros debates tidos já com o próprio embora travestido de outra coisa.

No que respeita ao consumo privado (feito pelo conjunto dos indivíduos e famílias portuguesas), é clara a diferença entre bens duradouros e não-duradouros. Cerca de metade dos primeiros – onde se incluem automóveis, produtos electrónicos, electrodomésticos, etc. – é produzida fora do país. Isto significa que o aumento do seu consumo tem efeitos moderados na actividade económica e no emprego em Portugal. Por contraste, só 1/5 dos bens não-duradouros consumidos vêm do exterior."

Não foi por nada que nos pagaram peanuts para darmos cabo da nossa indústria pesada.
Cavaco foi um excelente ponta-de-lança.A Europa do centro pagou para depois fazer a festa à nossa custa

Por aí há quem diga que não devemos retomar a nossa actividade industrial para não tirar o pão da boca dos alemães que dele se apropriaram

Quanto ao consumo dos bens não duradouros ...tudo fizeram para ficarmos a depender ainda mais deles. Lembram-se da ruína em que tentaram transformar a nossa agricultura e pescas?

Anónimo disse...

A defesa da indústria automóvel da Alemanha tem adeptos vários.

E fala-se de automóveis alemães e do seu consumo, com este tom despiciente de quem acha que são coisas por demais vulgares e adquiridas.

Num país em que há cerca de 2 milhões de pessoas a viverem na pobreza, as prioridades do desenvolvimento económico não devem estar voltadas para uma pequena elite privilegiada que continua a sonhar com Mercedes, viagens a resorts de luxo e importação de produtos sofisticados para as tias e tios de Cascais e afins

Anónimo disse...

Não basta de facto aumentar o consumo interno.
É necessário aumentar a nossa produção e limitar as importações, nomeadamente de produtos supérfluos. Produtos tão queridos às nossas elites.
A UE, o euro, a Alemanha, Cavaco deram cabo das nossas pescas, agricultura, indústria pesada. É necessário reanimar estes sectores. É necessário mesmo uma lista do que deve e não deve ser consumido pela população.

Esperando que não sejam necessários muitos sais de fruto para a nossa burguesia muito cosmopolita.

Anónimo disse...

@JPF

Há muitas maneiras de fazer as contas para as fazer coincidir com o discurso.
Fazer as contas do salário a um IPC pode não refletir a realidade mais vasta, por exemplo da média da Zona Euro.
Isto é, se os salários com o Euro podem ter comprado mais produtos, isso não significa grande melhoria por duas ordens de razões:

Primeiro, porque em relação ao conjunto da Zona Euro os salários em Portugal baixaram.
Isto significa que ao invés da convergência que nos tinha sido prometida, o fosso em relação aos países do centro da Europa aumentou.

http://2.bp.blogspot.com/-aRqUaZGDNIU/UjA_MqoXWrI/AAAAAAAAAkU/KX3hlxdG6W0/s1600/Conv_03.JPG

Segundo, o relativo aumento de poder de compra deveu-se nesse período ao aumento brutal de importação de produtos chineses a preços da uva mijona.

Isso foi ótimo para o consumo mas péssimo para as manufacturas nacionais que perderam negócio ou faliram.

E porque eram tão baratos os produtos chineses? Porque a divisa chinesa estava artificialmente baixa, favorecendo espectacularmente as exportações chinesas para a Europa.

Isso era sustentável? Claro que não, mas foi o suficiente para rebentar com muitas empresas portuguesas. Sabemos agora que esses produtos chineses eram altamente subsidiados com enormes volumes de crédito estatal, e no entanto a EU não levantou qualquer objecção.

E já agora, desde quando é que a fiscalidade automóvel é um estabilizador automático? Homem, não diga disparates!
S.T.

Unabomber disse...

Novamente para o ST:

Será que para o ST o que o Eugenio Rosa escreveu também está errado:

"Recorde-se que nas duas intervenções anteriores do FMI, em que se teve também de DESVALORIZAR muito o escudo para aumentar a competitividade das exportações portuguesas, e assim aumentar as exportações, foram os períodos em que os trabalhadores e pensionistas PERDERAM MAIS poder de compra.
Entre 1977 e 1979, 1º período de intervenção do FMI, os preços aumentaram 93%, o salário mínimo subiu 87% e a pensão média da Segurança Social aumentou a
penas 58%.
Entre 1982 e 1984, período de 2ª intervenção do FMI, os preços subiram 98%, o salario mínimo nacional aumentou 54%, e a pensão média da Segurança Social subiu 71%.
Nestes dois períodos, a perda de poder de compra acumulada do SMN foi de 27%!!! e da pensão média de 29%!!!!!.
Foi também nestes dois períodos em que a parte dos SALÁRIOS no PIB mais DESCEU: 1º período: - 13,1% (queda de 6,7 pontos percentuais); 2º período: - 16,9% (redução de 7,4 pontos percentuais).
E tenha-se presente que não se teve de fazer desvalorizações da moeda de 30%".

de Eug.Rosa

Unabomber disse...

Já que o João Pimentel Ferreira parece voltar a estar atento aos meus comentários, deixo aqui novamente as questões (não respondidas) no ultimo comentário de 26 Fevereiro:

" Para o João Pimentel Ferreira

a) Será assim tão dificil perceber isto:
- "Mas,ao contrário do que o amigo João pensa, não é por isso que o Japão não está na falência: pois, se a divida publica Japonesa (que é emitida em Yenes) fosse comprada em 90% por estrangeiros, era sempre possível, no limite, a mesma ser paga por "novos" yenes "fabricados" pelo Banco central do Japão"

- Amigo João Pimentel, os países não vão á falência por dividas em moeda nacional, só o vão por dividas em moeda estrangeira.

b) - Onde foi o amigo descobrir (no google?) o aumento de cinco mil milhões das despesas sociais?
- E, já que o amigo sugere que este aumento de cinco mil milhões se deveu a razões eleitorais, então pergunto: porque é que, a seguir, o governo do Passos não cortou com o mesmo? - porque é que Passos não reduziu as despesas socias nos mesmos cinco mil milhões?

.....

d) Para esta sua afirmação no dia 21: "A nosa crise económica que afetou Portugal foi essencialmente estrutural, devido ao excesso de despesa pública, e de excesso de crédito e dívida (...)", repito a pergunta:
- Se, em vez de défices,a economia portuguesa tivesse tido anualmente superávits na Balança Comercial na ordem dos 10% do PIB, durante os anos de 2001 a 2010, teria sido necessário (nesta situação) chamar a troika em 2011?

26 de fevereiro de 2018 às 02:32"

(está aqui:https://www.blogger.com/comment.g?blogID=4018985866499281301&postID=3467409881856363153&bpli=1)

Anónimo disse...

Como se resolvem (ou não...) os déficits comerciais.

https://www.zerohedge.com/news/2018-03-03/trump-threatens-europe-we-will-apply-retaliatory-tax-their-cars

"
More importantly, Trump followed that tweet with an explicit threat aimed at Europe, saying that "If the E.U. wants to further increase their already massive tariffs and barriers on U.S. companies doing business there, we will simply apply a Tax on their Cars which freely pour into the U.S. They make it impossible for our cars (and more) to sell there. Big trade imbalance!"
"

Ora o maior fabricante automóvel da EU é...

Pass the popcorn, please.
S,T.

Anónimo disse...

@Unabomber

As intervenções passadas do FMI estão longe de corresponder às melhores práticas da teoria económica. Estão enfeudadas à escola de Chicago e como tal a receita é chapa 10

Disciplina fiscal
Tributação incidindo na base da pirâmide de rendimentos
Taxas de juro flutuantes
Taxas de câmbio competitivas
Liberalização comercial com baixas de taxas alfandegárias
Liberalização do investimento estrangeiro
Privatizações
Desregulamentação
Garantia de direitos de propriedade

Ora, nem tudo joga a favor da recuperação de uma economia em dificuldades e endividada.
Por exemplo se as desvalorizações cumprem a sua função, como a Itália tão bem demonstrou durante décadas, já a desprotecção aduaneira deveria ser ponderada mais cuidadosamente.
E sobretudo as formas de implementação deste "consenso de Washington" levantaram sérias reservas de economistas como Joseph Stiglitz.

Por exemplo

https://www8.gsb.columbia.edu/faculty/jstiglitz/sites/jstiglitz/files/Dont_Trust_Technocrats.pdf

Ou:

"Stiglitz argues that many of the complaints voiced by protesters in recent years--that IMF structural adjustment programs have caused widespread suffering; that free-trade agreements mainly benefit the rich; that privatization has proved disastrous in many countries--have a solid basis in fact. Unless the rules of global capitalism are radically altered, he warns, the gap between the world's rich and poor, and hence the social conditions that have fueled instability in places like Pakistan, will not go away anytime soon.

(https://www.globalpolicy.org/component/content/article/209/42771.html)

Essas crises estão também relacionadas com as consequências que os choques petrolíferos tiveram numa economia extremamente dependente energéticamente como a portuguesa.

Portanto, apenas posso enfatizar que é melhor negociar enquanto a situação ainda é sustentável e antes que a a crise se agudize.

Por isso vejo com preocupação que falta ao PS a compreensão profunda das implicações de uma permanência no Euro e uma abjecta resignação à presente situação de protectorado.
S.T.

Anónimo disse...

"A Balança de Transacções Correntes de um país inclui a sua Balança Comercial (importações e exportações de bens e serviços) e a sua Balança de Rendimentos.

Antes da criação da Zona Euro em 2002, Alemanha, Grécia e Portugal apresentavam saldos negativos na Balança de Transações Correntes. Após a sua criação, a Alemanha passou para uma situação altamente positiva e vantajosa, enquanto Portugal e a Grécia se afundaram com saldos negativos cada vez maiores que determinaram grandes desequilíbrios e elevado endividamento externos, tendo sido interrompidos apenas com o início da política de austeridade recessiva, que determinou uma redução brutal no poder de compra da população e, consequentemente, no consumo e também no investimento, o que determinou uma quebra significativa nas importações. Mas as condições estruturais que determinaram a evolução verificada depois da entrada para o euro – destruição da agricultura, pescas e industrias, etc. – não foram alteradas; agravaram-se com a destruição do aparelho produtivo do país o que determina que, qualquer indício de recuperação, cause um aumento das importações. No período 2002-2015 (q.1), a Alemanha acumulou um gigantesco saldo positivo na sua Balança de Transações Corrente de 2.030.800 milhões €, enquanto a Grécia teve um saldo negativo de 279.300 mil milhões €, e Portugal também um saldo negativo de 162.100 milhões €. É evidente que a criação do euro foi altamente vantajosa para a Alemanha, que viu as suas exportações e rendimentos “explodirem”, mas para a Grécia e Portugal foi ruinosa."

Anónimo disse...

"A situação vantajosa alcançada pela Alemanha criou profundos desequilíbrios e desigualdades no seio da própria U.E. No lugar de um desenvolvimento equilibrado que fomentasse a coesão económica e social prometido, assistiu a um desenvolvimento desigual em que os países mais fortes se aproveitaram dos mais fracos para os espoliar, o que agravou as desigualdades e o descontentamento, criando assim as condições que levarão, se não forem rapidamente invertidas, à implosão do chamado “projeto europeu”. Nos próprios regulamentos e tratados existem disposições que visam combater os desequilíbrios macroeconómicos, como os que resultam de elevados excedentes nuns países e de grandes défices em outros fruto das relações comerciais. No entanto essas disposições têm sido ignoradas pela Comissão Europeia, porque não interessa à Alemanha, preocupando-se apenas com os “défices excessivos”, agravando a situação dos países mais frágeis.

É importante ter presente que, para um país exportar mais do que importa, ou seja, para ter um saldo positivo na sua Balança Comercial, é preciso que outro ou outros países importem mais do que exportem, ou seja, que tenham saldos negativos nas suas Balanças Comerciais. O saldo positivo de um país é obtido à custa de saldos negativos de outros países, pois as relações comerciais são uma soma de saldo nulo.
E o que revelam os dados da própria Comissão Europeia constantes do quadro 2? Entre 1996 e 2015, a Alemanha nas suas relações comerciais dentro da União Europeia acumulou um gigantesco saldo positivo (excedente) de 1.293.600 milhões €, enquanto a Grécia acumulou um saldo negativo de 300.200 milhões €, e Portugal acumulou também um saldo negativo de 230.900 milhões € nas suas relações comerciais dentro da União Europeia. Portanto, a Alemanha foi altamente beneficiada com as relações comerciais dentro da União Europeia, enquanto a Grécia e Portugal foram altamente prejudicados, agravando ainda mais as desigualdades existentes entre os diversos países. A riqueza alemã e o emprego alemão foram conseguidos à custa do emprego grego e português, que se endividaram para comprar produtos da Alemanha. Tudo isto está provocar profundos desequilíbrios a nível europeu e mundial e agravar a crise na Europa e mundo, o que levou o próprio FMI e Obama a aconselharem Merkel a mudar a sua política económica, fomentando o consumo e o investimento interno e, consequentemente as importações, o que ela tem recusado."

Anónimo disse...

As relações comerciais de Portugal com a Alemanha entre 1995- 2014 foram altamente desfavoráveis para Portugal, como mostram os dados do INE constantes do quadro

https://aviagemdosargonautasdotcom.files.wordpress.com/2015/02/alemanha-vi.jpg?w=710&h=565

Em 1995, o saldo das relações de Portugal com a Alemanha era negativo mas apenas de 43 milhões €. A partir desse ano cresceu vertiginosamente atingindo, em 2008, 3.641 milhões €, ou seja, 84,6 vezes mais. É precisamente este comércio desigual que contribui para o elevado endividamento externo de muitos países da U.E. e, em particular, de Portugal. Parafraseando o ministro de Finanças alemão podemos dizer que o excedente alemão é não só, sob o ponto de vista da sua sustentabilidade, irrealista como imoral"

(Eugénio Rosa)

João Pimentel Ferreira disse...

O ST a defender o modelo económico chinês, na desvalorização da divisa e dos rendimentos, para a promoção das exportações. Estamos conversados portanto a esse propósito.

Desde quando não houve convergência com a Europa em valor real dos salários IPC desde que entrámos na UE? Quer comparar porventura Portugal durante o estado novo, com a RFA? O diferencial hoje é muito menor. É não só em salários mas também habitação com acesso a saneamento, escolaridade ou acessos a cuidados de saúde.

E sim, a fiscalidade é um dos estabilizadores automáticos existentes. Estranho que não o saiba.

João Pimentel Ferreira disse...

Unabomber

Eu respondi é esse tópico na altura, mas a moderação não é automática. Por certo recusaram o meu comentário por erro.

Lowlander disse...

@Joao Pimentel Ferreira,

"Azar dos azares, nem para fazer sofismas, fazes uma pesquisa decente. O Burkina Faso e precisamente um exemplo acabado de um pais sem soberania economica ou cambial."
Lowlander, 02-03-2018 11h22

"aplica a comparação à Coreia do Norte ou Venezuela! Talvez te digam mais qualquer coisa. Não têm a Venezuela e a Coreia do Norte soberania cambial?"
Joao Pimentel Teixeira, 02-03-2018 21h32

Sabes que tanto eu, como diversos outros comentadores e autores neste blogue ja disseram e repetiram, varias vezes, que a soberania cambial e condicao necessaria mas nao suficiente? Certo?

"A grande maioria das pessoas que comenta neste blogue padece de xenofobia, ou seja, etimologicamente do Grego, medo aos estrangeiros."

LOL

Parecer:
1 - Aponta-se para a Lua (o sofisma), os tolos entretem-se a analisar a pele do dedo indicador...
2 - Como habitual, qualquer interlocutor da direita "moderna" que veja a sua iliteracia economica minimamente confrontada logo reverte para ladainhas infantis em que a Venezuela e a Coreia do Norte aparecem proeminentes...
3 - E uma vez mais, uma fraca tentativa de insulto como pueril forma de desargumentar, o ultimo recurso dos incompetentes.

Despacho:
1 - Continue-se a apontar para a Lua.
2 - Relembre-se ao Joao Pimentel Ferreira que lhe falta o Zimbabwe para compor o ramalhete.
3 - Pergunte-se ao Joao Pimentel Teixeira qual a origem etimologica da palavra "sofisma".

Lowlander disse...

@ Joao Pimentel Ferreira,
"eu não disse que a saída do Euro é má por causa dos cambistas. Eu disse que é má, porque a desvalorização cambial arrasaria poupanças, empobreceria os mais desfavorecidos que têm os seus rendimentos fixos em Euros, como pensionistas, beneficiários de apoios sociais e assalariados, e porque beneficiaria largamente o grande capital, que colocaria imediatamente o seu dinheiro no estrangeiro em Euros (como fez o grande capital grego durante a crise), e após a desvalorização, voltaria a convertê-lo para escudos, ganhando milhões especulativamente apenas na variação cambial, ou seja, em táticas de casino."

A unica coisa de realmente inovador e assim sendo, digna de relevo, muito mais pelo teor comico que pela peso argumentativo era referencia aos cambistas...

Porque, quanto ao resto do teu rame-rame das duas tres:
a) ou descreves custos de ajustamento que ninguem aqui alguma vez negou num cenario de recuperacao de soberania cambial, alias, ja houve ate posts a indicarem algumas das medidas de mitigacao necessarias;
b) ou escamoteias o facto de que os custos da desvalorizacao cambial e inflacao incidiriam de forma muito mais alargada na sociedade portuguesa, portanto o peso do ajustamento seria repartido mais justamente, provavelmente ate, com classes consumidoras de produtos importados, tendencialmente mais ricas a arcarem em termos relativos com mais custos, ao contrario da actual austeridade ou "desvalorizacao interna" permanente que incide sempre sobre as classes desfavorecidas;
c) ou simplesmente inventas fabulas economicas.

Parecer:
Estamos perante um convite para uma partida de xadrez. O remetente e um pombo.

Despacho:
Decline-se o convite.

Anónimo disse...

@JPF

Estávamos a falar de fiscalidade automóvel. E eu frisei isso mesmo.
Em que medida é que a fiscalidade automóvel pode ter um papel de absorção de um choque económico?
Trocar de carro de 5 em 5 anos em vez de 2 em 2? Isso é simplesmente corte de consumo, não absorção de choque e não é obra da fiscalidade automóvel.

Note-se que não estamos a falar de impostos progressivos sobre o rendimento e muito menos de protecções sociais que essas sim, têm um papel marcadamente contracíclico.

Quanto ao modelo económico chinês de que diz (vá-se lá saber porquê!) que eu advogo, tem proporcionado até agora crescimentos anuais do PIB a dois dígitos durante anos e anos seguidos. Nada mau comparando com os crescimentos anémicos da Zona Euro.
Quem nos dera taxas de crescimento acima de 10%! Com a quarta parte disso já gozas!

Quanto à divergência dos salários portugueses em relação à média da Zona Euro, qual é a parte do gráfico do Prof Bagnai que não percebe?
É que eu vejo convergência até 1992, estagnação a seguir até 1998 e divergência em seguida. O efeito negativo do Euro é nítido.
O post está aqui e compara a convergência de rendimentos per capita entre os estados dos USA e a (falta de) convergência entre estados da Zona Euro.

http://goofynomics.blogspot.pt/2013/09/convergiamo-in-tanto-tempo-forse-ci.html
S.T.

Anónimo disse...

Como eu já disse noutro lado a Alemanha "anda a cutucar onça com vara curta".

Goste-se ou não de Trump, suspeito que a Alemanha encontrou um "bully" à sua altura.

http://www.businessinsider.com/trump-tariff-on-steel-aluminum-response-eu-canada-china-2018-3

Estará a preparar.se a hora do juízo final para a mercantilista Alemanha?

Também ficámos a saber que aquele senhor com nome de esquentador não gosta nem de Harley Davidson, nem de jeans e estranhamente nem de bourbon 8)
Motas e jeans ainda posso compreender porque é velho, mas bourbon?
S.T.

João Pimentel Ferreira disse...

@Lowlander

Não sei jogar Xadrez, mas sei argumentar, e tenho pena que aches que as duas coisas sejam equivalentes. E os Factos não dependem de resultados de partidas de Xadrez. A Dialética nem sempre é o caminho para a Verdade.

Percebe que o gráfico que postei, compara o valor real do salário mínimo nacional indexado ao IPC. O Índice de preços ao consumidor é uma medida do preço médio necessário para comprar bens de consumo e serviços. O índice, calculado por institutos nacionais de estatística, é usado para observar tendências de inflação. A variação percentual do preço num determinado período é uma das medidas da inflação. O índice mede as mudanças de preços de uma cesta básica de consumo (que pode variar entre os países) representando os custos de vida num período e numa região definida. Ou seja, ao contrário do que é dito, de BMWs produtos importados de luxo, o gráfico que apresentei mede o valor real dos salários para a grande maioria dos cidadãos e assalariados pois o IPC baseia-se no cabaz básico de consumo. E antes da entrada na UE, o valor real dos salários IPC desceu, depois da entrada da UE e Euro, subiu quase sempre.

@ST

Veja este gráfico que em tempos fiz para a wikimédia. Limitei-me a a recolher os dados do Eurostat e a fazer uma regressão linear. Veja também os gráficos que coloco nesta publicação (limite-se aos gráficos, pois sei que discordará do conteúdo).

Repare que carros mais combustíveis (usados maioritariamente para locomover carros) representam cerca de 1/4 das importações de bens, um autêntico estrondo na nossa balança de pagamentos. Já para não mencionar outras externalidades, como sinistralidade rodoviária, poluição do ar ou ruído. Aumentar a fiscalidade sobre o automóvel, mormente IUC e ISP (aqui na Holanda estes dois têm preços proibitivos), faz, pela elasticidade do preço da procura, baixar o uso do carro e estimular mais o uso dos transportes coletivos. Ademais, na Holanda é IUC é ao peso, e por norma os carros mais pesados consomem mais, ou seja, também estimulam assim a menor importação de combustíveis. E mesmo que muitos o posso fazer, consumir mais e usar mais o carro, pagam bem mais, fazendo com que o estado recebe receitas que pode usar noutras áreas. Daí muitos especialistas considerarem que este tipo de fiscalidade também é um estabilizador automático. Se houver mais importações, mais receita fiscal, se os impostos forem dependentes do consumo/importações, mais receita fiscal e/ou menos importações pela via do decréscimo do consumo através da elasticidade preço na procura.

Anónimo disse...

Tem a palavra o Sr Peter Navarro, conselheiro do Sr Trump:

"
...Germany, which continues to exploit other countries in the EU as well as the US with an ‘implicit Deutsche Mark’ that is grossly undervalued,” Mr Navarro said. “The German structural imbalance in trade with the rest of the EU and the US underscores the economic heterogeneity [diversity] within the EU...

https://www.ft.com/content/57f104d2-e742-11e6-893c-082c54a7f539

S.T.

Anónimo disse...

Embora não traga nenhuma novidade, sempre é bom saber que alguns dos maiores vultos da economia mundial estão de acordo.

"The Euro Is A Disaster - Stiglitz, Krugman, Milton Friedman And James Tobin Agree"

In Forbes

https://www.forbes.com/sites/timworstall/2016/09/11/the-euro-is-a-disaster-stiglitz-krugman-milton-friedman-and-james-tobin-agree/#cec47ca6063d

"The structure of the euro insists upon the most difficult, the method with the greatest human suffering, way of adapting economies to such asymmetric shocks. Which is, of course, why it is a disaster. For inflicting human misery isn't notably thought of as being a desirable object of public policy - rather the opposite in fact, alleviating it is."
S.T.

João Pimentel Ferreira disse...

O ST já defendeu a política económica chinesa da desvalorização salarial para a promoção das exportações, agora cita alegremente os conselheiros de um governo não só quase anarcocapitalista, racista, como ultraliberal e imperialista. Assim se revela a verdeira "raça eurofóbica".






Anónimo disse...

Que paleio o deste Pimentel Ferreira. Agoora ê a dialéctica mais a verdade.

E o gráfico zito vai mudando de paternidade. Quase tanto como os nicks do Pimentel

Anónimo disse...

Blop JPF

As receitas da fiscalidade automóvel variam na razão directa do consumo. Portanto na minha humilde opinião não podem qualificar-se como estabilizador automático.
Estabilizador automático é por exemplo o subsídio de desemprego que ao fornecer recursos aos desempregados numa crise estabiliza a procura interna.
Deixe-se de tretas.
Grandes "especialistas" esses... LOL
S.T.

Anónimo disse...

"O ST já defendeu a política económica chinesa da desvalorização salarial para a promoção das exportações..."

Pela mesma razão, como elogiei as desvalorizações da Itália pré-Euro devo ser Democrata-Cristão.
LOL

O que vale é que já ninguém o leva a sério.
S.T.

João Pimentel Ferreira disse...

O facto de variar na relação direta do consumo não invalida a tese, pois falamos de um imposto que incide unicamente sobre um bem 100% importado, e, pela elasticidade do preço na procura, faz com que o aumento do imposto implique a diminuição das importações, melhorando o saldo comercial. Ademais, se o imposto depender do peso, que por sua vez depende do consumo de combustível, como é aqui na Holanda, faz com que um eventual excesso de compras e uso de carros, pois carros e combustíveis são bens unicamente importados, promovam a ainda maior receita fiscal, estabilizando os desequilíbrios externos com receitas no orçamento de estado. É por isso que alguns especialistas consideram que a taxação autónoma de certos produtos unicamente importados, são estabilizadores automáticos. E o IUC em Portugal tem um preço ridiculamente baixo, mesmo em paridade poder de compra. Veja esta tabela.

Anónimo disse...

Aprendi uma coisa todavia com pimentel ferreira.

Wikimedia? A evitar, se alberga aldrabões deste teor.

Anónimo disse...

Não há mesmo pachorra para aturar este aonio pimentel ferreira, mais os seus impropérios ao Salário mínimo nacional a que depois adiciona os seus "gráficos" cambiantes perpetuamente.

A pergunta impõe-se. Ao convidar-nos para ver os seus textos inenarráveis e as suas tabelas da treta pimentel ferreira quer aumentar o número de visitas aos seus blogs? Ganhará algo com isso ?

A sua frequência dum blog perigoso como este dar-lhe-á pontos suplementares?

Os seus dotes de versejador-declamador serão um seu estimado estabilizador-automático?

https://www.youtube.com/watch?v=1KvlJHinE_M


Anónimo disse...

Vejamos se conseguimos seguir o raciocínio de JPF.

Se perante uma crise , aumentarmos, (por decisão certa ou errada, para o caso é irrelevante) o Imposto Automóvel reduzimos a procura, aumentamos a receita fiscal e diminuimos as importações.

Muito bem, e onde está o "automático"? Nas transmissões dos carros?
E os "estabilizadores"? Nas suspensões?
LOL

Já o caso do aumento do IUC, ao reduzir as disponibilidades de dinheiro para consumir é contrário ao efeito pretendido, que seria fornecer liquidez ao mercado, agrava a depressão.

Repare, por princípio nada tenho contra o aumento da fiscalidade automóvel, mas qualificar uma medida que tem um propósito específico de "estabilizador automático" parece-me abusivo.
S.T.

Jose disse...

Entre cucos, despachantes e totós, há que destacar a paciência do Pimentel!
Discussões teem-se com quem preza argumentos, não com quem os distorce para os acomodar à sua mediocridade.

João Pimentel Ferreira disse...

ST

Tem razão, pelo que expõe, aparenta não ser de facto um estabilizador automático, mas apenas uma taxação autónoma de um bem unicamente importado. De valor, em qualquer caso, considerando que fazemos parte da OMC e do mercado único, sendo por conseguinte uma excelente ferramenta para evitar o sobre-consumo desses bens importados.

Anónimo disse...

Ahahah

Pimentel acaba como sempre. A fugir para um sítio qualquer e a dizer que de facto a razão está no outro.

Mas que ele também tem razão, embora agora afirme o oposto do que dissera

Brilhante

Anónimo disse...

Também brilhante é o conforto oferecido pelo jose. Chega a ser comovente. Adivinha-se até a garra adunca a encavalitar-se na mão do pimentel e a acomodar-se nos seus argumentos

Tanta frustração esta. Tanta impotência medíocre



Jose disse...

«aumentarmos, (por decisão certa ou errada, para o caso é irrelevante) o Imposto Automóvel reduzimos a procura, aumentamos a receita fiscal e diminuimos as importações.»
Se reduzimos a procura aumentando o imposto ...talvez se reduza a receita fiscal.
A prolixidade sempre se deu mal com a ciência.

Parece uma competição de comentários. Já vai em mais de 100 ...

João Pimentel Ferreira disse...

José, depende do ponto da curva de Laffer, onde estejamos. Há um ponto a partir do qual isso é verdade. Mas estamos longe.

Anónimo disse...

José está afectado. Bastante. E preocupado.

E sai mais um comentario seu em que nada diz, para além de fazer como aquele idiota do príncipe que dizia que as composições de Mozart tinham notas a mais.

Pouco compreensível para as suas posses e para a sua “ ciência “

A sua impotência tambem passa por aqui.

João Pimentel Ferreira disse...

Como eu sei que o cuco gosta de vasculhar todos os vídeos na minha página (é verdadeiro Amor não correspondido, deve doer), aqui vai um, como achega:
https://www.youtube.com/watch?v=4BPXsNayLz0

Boa semana!

Anónimo disse...

O ponto que eu gostaria de salientar é que a fiscalidade automóvel embora não se qualifique como estabilizador automático pode ter um papel a desempenhar no remediar da triste situação em que o país se encontra.

Como se mostrou, essa fiscalidade tem efeitos recessivos, e o seu efeito é precisamente esse de desincentivar o consumo de um bem de consumo que na sua esmagadora maioria é importado.

Isso remete-nos para o tema original do post que é que com os constrangimentos que o Euro nos impõe não há soluções fáceis que impeçam o défice da Balança de Transacções Correntes de aumentar quando se afrouxa o garrote ao consumo.

A fiscalidade selectiva é um subterfúgio para resolver um problema que seria muito mais fácil de resolver com instrumentos normais de política monetária.

Relembro o excerto que inseri num comentário acima:

"A estrutura do Euro insiste no método mais difícil e com maior sofrimento humano de ajustar a economia a tais choques assimétricos. É por isso que o Euro é um desastre. Porque infligir miséria humana não é suposto ser o objectivo desejável de uma política pública. De facto é o oposto, o objectivo da política deve ser o alívio da miséria humana."

A insistência na observância dos tratados esconde interesses ilegítimos e tenta fazer esquecer que históricamente um tratado só é observado enquanto isso é conveniente para os signatários envolvidos e não se conhece nenhum tratado que seja eterno.

Alguns tratados já estavam a ser violados antes da tinta das assinaturas secar!

Prova disso é a presente ofensiva do Sr Trump para resolver justamente o problema da Balança de Transacções americana.
E a retórica dos comentadores não engana:
"We're Not Starting A 'Trade War' - We're Revoking Prior Agreements Of Preordained Surrender"
"Não estamos a iniciar uma 'Guerra Comercial'. Estamos a Revogar Acordos Prévios de Rendição Pré-Estabelecida"

E já agora traduzamos também a frase do Sr Navarro:

"A Alemanha continua a explorar outros países da UE tal como os USA com um 'Marco Alemão implícito' que está enormemente subavaliado"
S.T.

Lowlander disse...

1) "Não sei jogar Xadrez,"

Ninguem e perfeito.

2) "mas sei argumentar,"

Os elementos are agora recolhidos nao suportam essa assercao.

3) "A Dialética nem sempre é o caminho para a Verdade."

Um caminho que evite baboseiras e tretas avulsas ja nao era nada mau...

4) "Percebe que o gráfico que postei, compara o valor real do salário mínimo nacional indexado ao IPC. O Índice de preços ao consumidor é uma medida do preço médio necessário para comprar bens de consumo e serviços. (...) E antes da entrada na UE, o valor real dos salários IPC desceu, depois da entrada da UE e Euro, subiu quase sempre."

E quem disse que a entrada para a CEE nao foi, grosso modo, benefica para a economia portuguesa? Se eu, o ST e os autores deste blogue focam a sua analise e criticas no processo de adesao ao Euro e pertenca desde entao ao mesmo, porque e que os teus textos so se focam em aspectos laterais da discussao?

Parecer:
Os elementos recolhidos nos pontos 1), 2) e 3) sao consistentes com um diagnostico de efeito Dunning-Krueger.
Em relacao a falacia do espantalho, tambem conhecido por falacia do homem-de-palha detectada no ponto 4), trata-se de uma simples continuacao da argumentacao capciosa empregue pelo JPF ate agora.

Despacho:
1) Indique-se clubes de xadrez na area de residencia do JPF.
2) e 3) Sorria-se com condescendencia.
4) Assinale-se as falacias argumentativas e evite-se desperdicio de recursos a confrontar-las.

Lowlander disse...

@JPF

"Tem razão, pelo que expõe, aparenta não ser de facto um estabilizador automático, mas apenas uma taxação autónoma de um bem unicamente importado. De valor, em qualquer caso, considerando que fazemos parte da OMC e do mercado único, sendo por conseguinte uma excelente ferramenta para evitar o sobre-consumo desses bens importados."

Ate que enfim...

Parecer:
Um raro e interessante caso de aprendizagem numa caixa de comentarios.

Despacho:
1) Louve-se o esforco do ST.
2) Louve-se, com igual energia, a abertura cognitiva demonstrada pelo JPF

Lowlander disse...

@Jose / Jose Joao Pires Cruz
"Se reduzimos a procura aumentando o imposto ...talvez se reduza a receita fiscal.
A prolixidade sempre se deu mal com a ciência."

Confundir variacoes nos elementos de fluxo de caixa com o demonstrativo de resultados e uma inanidade que, escolho acreditar, so alguem inebriado se atreveria a achar boa ideia reproduzir...
Quanto a prolixidade vs ciencia, concordo plenamente. Tu es uma demonstracao diaria aqui, no dia-a-dia.

Parecer:
Os picos de consumo de alcool estao positivamente associados com crises de verborreia.

Despacho:
Recomende-se ao Jose / Jose Joao Pires Cruz que largue o vinho.

Anónimo disse...

Gostaria de notar as declarações do italiano Sr Salvini da Lega:

“The common currency system is bound to come to an end,” Salvini said. “Not because Salvini wants that but because that’s what facts, good sense and the real economy say. So, we want to be prepared when the moment comes.”

"O sistema da moeda comum está condenado a um fim," disse Salvini. "Não porque Salvini o quer mas porque os factos, o bom senso e a economia o dizem. Por isso queremos estar preparados quando o momento chegar."

Ao que eu acrescentaria que numa perspectiva de frentismo anti-euro a discussão esquerda direita não é dispiciente mas é secundária.

E como soe dizer-se, "quem não tem cão caça com gato!"
S.T.

Anónimo disse...

Caro Pimentel ferreira.

Não sei verdadeiramente se o seu amor é a Matilde. E se lhe dói ou não Mas francamente vir lastimar-se da sua vida afectiva é de mau tom. Para a próxima trate melhor a sua amiga Matilde.

Vamos. Faça um esforço e tente aprender. O resumo de ST às 11 e 28 é precioso

Anónimo disse...

Ah e estou de acordo com o frentismo anti-euro. Por todas é mais algumas razões

João Pimentel Ferreira disse...

@Lowlander
"Louve-se, com igual energia, a abertura cognitiva demonstrada pelo JPF"

Parecer: Não há reciprocidade na tua abertura cognitiva, dada a manifesta arrogância e limitação intelectuais.

Despacho: escreve com diacríticos e sê mais modesto. Ah, e hoje é segunda, por isso, vai produzir.

@ST
o ST já defendeu o modelo chinês na desvalorização da divisa e já defendeu o governo de Trump porque havia criticado o modelo da UE, por isso, estamos conversados sobre a massa que molda os verdadeiros eurofóbicos. Concordamos portanto em discordar! Nada a fazer! Ainda veremos este blogue a defender a Aurora Dourada na Grécia, o UKIP, o os neonazis na Polónia. Fazem parte da mesma tralha xenófoba.

@José
Maravilhas do capitalismo. Já reparou onde é que esta trupe e este coio de anarco-comunistas e ociosos, por certo parasitas do erário público, destila a sua raiva anti-sistema? Repare no maravilhoso detalhe: no serviço blogger, nos servidores do Google, uma grande multinacional americana. E porque é que os camaradas não foram pedir servidores HTTP ao estado, ao sindicato, ao PCP ou ao Pravda? Porque o Google, sendo uma empresa privada, presta serviço público. E os camaradas confirmam-no, porque usam este serviço gratuito que custa zero euros aos contribuintes lusos. As maravilhas do capitalismo liberal. Vê ST, como uma empresa privada presta serviço público. É você próprio que o confirma com as suas ações!

Camaradas, deixo a partir de agora de seguir este debate. Bom trabalho!

Anónimo disse...

Oh

E eu pensava que aparecia um anónimo a cantar loas aos textos de Pimentel aonio. Como despedida, terminando com um habitual “ eu não leio comentários por isso é inútil responderem-me”

Pois é Na sua despedida ( provisória) Ferreira aonio eliphis mostra uma outra sua qualidade:
A desonestidade

É desta massa que é feita a tralha neoliberal O seu poema à Matilde ja revelava o traste que era

Lowlander disse...

Voa voa pombinho!

Anónimo disse...

@JPF

Prontos! Lá desceu o JPF mais uns pontos na minha consideração. Por este andar a minha consideração por si desce por aí abaixo e acaba em órbita... sobre a Nova Zelândia! LOL

Sempre pensei que um engenheiro como o Sr percebesse o modelo de negócio da Google e que não há almoços (nem serviços!) grátis!

Terminemos com o Sérgio

Mais vale ser um cão raivoso
do que um carneiro
a dizer que sim ao pastor
o dia inteiro
e a dar-lhe de lã e da carne e da vida
e do traseiro
mais vale ser diferente do carneiro
um cão raivoso que sabe onde ferra
olhos atentos e patas na terra.

Viva o cão raivoso
tem o pelo eriçado
seu dente é guloso
e o seu faro ajustado
Cão raivoso, cão raivoso, cuidado.

Mais vale ser um cão raivoso
que um caranguejo
que avança e recua e depois
solta um bocejo
e que quando fala só se houve a garganta
no gargarejo
mais vale não ser como o caranguejo
um cão raivoso que sabe onde ferra
olhos atentos e patas na terra.

Viva o cão raivoso
tem o pelo eriçado
seu dente é guloso
e o seu faro ajustado
Cão raivoso, cão raivoso, cuidado.

Mais vale ser um cão raivoso
que uma sardinha
metida, entalada na lata
educadinha
pronta a ser comida, engolida, digerida
e cagadinha

Mais vale ser diferente da sardinha
um cão raivoso que sabe onde ferra
ferra fascistas e chama-lhe um figo
olhos atentos e patas na terra.

Viva o cão raivoso
tem o pelo eriçado
seu dente é guloso
e o seu faro ajustado
Cão raivoso, cão raivoso, cuidado.

Mais vale ser um cão raivoso
dentes à mostra
estar sempre pronto a morder
e a dar resposta
a toda e qualquer podridão escondida
dentro da crosta
dentro da crosta das belas ideias
gato escondido de rabo de fora
dentro da crosta das belas ideias
gato escondido de rabo de fora.

https://www.youtube.com/watch?v=xxGLWy4FNTU
S.T.

Anónimo disse...

Só "inocentes" como o JPF acreditam que os serviços da Google são de borla.

Se a Google presta serviços de borla porque raio é que a EU quer taxá-los?

https://www.theregister.co.uk/2018/03/05/europe_plans_special_tax_for_google_apple_facebook_and_amazon/
S.T.

Jose disse...

Pimentel,
Boa decisão!

Anónimo disse...

"trupe e este coio de anarco-comunistas e ociosos, por certo parasitas do erário público, destila a sua raiva anti-sistema"

Um ponto alto no discurso de quem faz assim este discurso.
A fotografia, desactualizada, ficou mais nítida. E, francamente, é um asco

Podia-se devolver os qualificativos a quem assim procede. Não vale a pena. Há coisas que caem por si.Este é um deles.

Os Estados Unidos não inventaram a escrita; as beneméritas invenções são transaccionáveis, vendem-se e compram-se; a indústria farmacêutica não cabe numa frase. A idiotice de tentar amigalhar-se com a google vai de par com a própria face do Pimentel Ferreira

Então porque devemos tanto à racionalidade grega (o conceito de democracia, o conceito de verdade, o individualismo de Aristóteles contra o comunitarismo de Platão), porque, em suma, devemos tudo à Grécia (e não aos EUA, pois que merda de raciocínio é esse?), então, nesse caso deveria haver um governo grego planetário. A quem pagaríamos pelo usufruto ou a quem ficaríamos eternamente agradecidos pelo seu uso gratuito?

Grande multinacional americana?

A mediocridade tem destas coisas. A cupidez também. Não percebeu que o conhecimento é uma conquista da humanidade,em que muitos e muitos deram o seu contributo essencial e vital,entre os quais de certeza muitos e muitos norte-americanos?

Mas que provincianismo bacoco este?
Ainda não sabe que os avanços do Homem não se compaginam com esta visão acanhada,um pouco oleosa,sobretudo um pouco ridícula, muito xenófoba, descrita no comentário acima?

Que visão mais Tea Party do prodígio americano… Que visão de trampa do que é património da humanidade e do modo como se processam as coisas.

E depois sai a publicidade ao serviço "público" prestado pela google?

Mas onde este sujeito pensa que está? Serviço "público" a valer quantos milhares de milhões de euros? E a receita publicitária arrecadada pela google? E as fraudes em que esta está metida obrigada ao pagamento de multa milionária?

Que miserável racista este, a proclamar uma superioridade qualquer, baseada ou no produto made in America ou no produto made in empresa privada

”Todas as maravilhas da ciência e as conquistas da cultura pertencem-nos como um todo.”

É preciso mesmo uma nova sociedade.
Em que as riquezas da Humanidade,todas as suas riquezas, sejam património da Humanidade.

Impedir que a tralha neoliberal tente até fazer-nos pagar pelo ar que respiramos.

Ou pelas idiotices que eles próprios debitam

Anónimo disse...

Com um pouco de sorte o José ainda vai ser o próximo tema dos versinhos do Pimentel.

Ou vice-versa.

Amor correspondido ou não correspondido?

Com dor ou sem dor?

Unabomber disse...

Para o ST:

Com excepção das taxas de câmbio competitivas a recita "chapa 10" do FMI também foi aplicada em 2011 - antes tinha-o sido em 1979 e 1983.
E, segundo o Eugénio Rosa, a perda de poder de compra foi maior em 1979 e 1983 (com desvalorização da moeda):

"Recorde-se que nas duas intervenções anteriores do FMI, em que se teve também de DESVALORIZAR muito o escudo para aumentar a competitividade das exportações portuguesas, e assim aumentar as exportações, foram os períodos em que os trabalhadores e pensionistas PERDERAM MAIS poder de compra."
(...)
E tenha-se presente que não se teve de fazer desvalorizações da moeda de 30%".
De E.Rosa

Unabomber disse...

Para o João Pimentel F.

Nas suas contas e nos seus gráficos parece-me que falta entrar em linha de conta com o valor dos combustíveis exportados.
Não obstante, é um facto que o continuo aumento do preço do barril de petróleo, de menos de 20 USD na década de 90, para mais de 100 USD em 2007/2008, teve um forte impacto na balança comercial.

Anónimo disse...

@Unabomber

A correlação que aponta entre a maior perda de poder de compra nas crises que menciona o a desvalorização de moeda pode não ser significativa e muito provávelmente não o é, até porque se tratou de situações diferentes.

Nunca é demais lembrar que correlação não é causalidade. Especialmente se o nível de análise é assim tão grosseiro.

Para começar, a perda de poder de compra na intervenção de 2011 foi travada por vários factores.

Por exemplo, no seguimento de 2011 o Tribunal Constitucional recusou alguns cortes de salários e pensões, o que não aconteceu em 1979 e 1983. Também, de um modo geral os processos de desvalorização interna são mais lentos porque enfrentam aquilo que se chama "rigidez de preços" nos salários.

Se comparar os gráficos de perda de poder de compra de Portugal com a Islândia observa que após a crise, com o uso da desvalorização cambial a Islândia cai muito rápidamente mas também recupera muito mais rápidamente e com muito maior vigor.

Além disso há a considerar a questão da eficiência: No ajuste cambial opera-se sobre um preço. Na desvalorização interna actua-se sobre milhares e milhares de preços. Quer método mais ineficiente?

Mas a enooooorme vantagem da taxa cambial em relação à desvalorização interma é que não destrói empresas nem cria o desemprego que a desvalorização interna necessita para forçar a baixa de salários. Portanto não existem tantas perdas de horas trabalhadas a nível nacional e a economia continua a funcionar mais perto do seu máximo potencial.

Repito a citação porque tem a ver com o método da desvalorização interna:
"The Euro Is A Disaster - Stiglitz, Krugman, Milton Friedman And James Tobin Agree"

https://www.forbes.com/sites/timworstall/2016/09/11/the-euro-is-a-disaster-stiglitz-krugman-milton-friedman-and-james-tobin-agree/#cec47ca6063d

"The structure of the euro insists upon the most difficult, the method with the greatest human suffering, way of adapting economies to such asymmetric shocks. Which is, of course, why it is a disaster. For inflicting human misery isn't notably thought of as being a desirable object of public policy - rather the opposite in fact, alleviating it is."

Se as desvalorizações cambiais fossem a causa maior da perda de poder de compra os tempos da lira que se desvalorizava continuamente deveriam ter sido terríveis, e no entanto foram períodos de crescimento e aumento de poder de compra para os italianos. Em contrapartida desde a adopção do Euro a economia e o poder de compra dos italianos não sai da cepa torta.
S.T.

Anónimo disse...

Há mais um elemento a considerar acerca da intervenção de 2011 em relação quer às intervenções anteriores de 1979 e 1983 quer ao caso da Islândia.

É que nos casos anteriores os desequilíbrios resolveram-se e Portugal retomou um ritmo normal de crescimento com instrumentos para gerir as suas contas. Idem para a Islândia que já está acima em termos de PIB dos valores pré-crise.

Na presente situação portuguesa, não só a causa do desequilíbrio persiste como continuamos sem meios para a resolver. De facto, apesar das desvalorizações salariais impostas, a taxa de câmbio implícita (RER, Real Exchange Rate) em relação à Alemanha, não só não diminuiu como se ampliou, pelo que NADA de fundamental foi resolvido.
S.T.

Anónimo disse...

As lições a tirar do que se passa são a cada dia que passa mais claras. Há é que continuar a insistir no esclarecimento das pessoas.

As nossas ditas elites, nos períodos de crise, persistem em se passarem para o outro lado. Para Castela, Espanha, Alemanha. É agora despiciente aprofundar o motivo. Mas os factos aí estão de forma concreta e irrecusável

A Alemanha quer por outra via, conseguir aquilo que não obteve pela guerra. O que nos devemos perguntar é como é possível deixarmos arrastar a situação, sem alargar o debate à sociedade, continuando em carreirinha a seguir os mandamentos do sacro império. Uma das perguntas impõe-se. É por cegueira ou por pura traição? Não se trata de tomar uma atitude definitiva. Mas ao menos a discussão da situação e a assumpção de planos alternativos, estudados e disponíveis para a sua aplicação.

Os decisores políticos têm que ser responsabilizados. Começa a haver demasiadas fissuras nos paraísos prometidos e os rombos são evidentes. Continuar assim é condenar-nos a vegetar pelos caminhos do empobrecimento sem qualquer perspectiva.