domingo, 25 de fevereiro de 2018

Marxistas de ontem, marxistas de hoje


Espero que a influência política da crónica de Rui Tavares, apostado em mobilizar o pobre Marx para a sua perdida causa europeísta, esteja ao nível da seriedade intelectual da pergunta que colocou na sexta-feira, tanto mais que se trata de um historiador: acreditaria Marx nos marxistas de hoje?

Tudo por causa da forma como os marxistas actuais, nomeadamente os comunistas portugueses, que parecem ser o alvo por mencionar, abordam a questão nacional, ao mesmo tempo que assinalam os duzentos anos do nascimento de Marx.

Tavares limita-se basicamente a repetir uma série de magníficos slogans conhecidos do Manifesto do Partido Comunista, escrito por Marx e Engels há 170 anos, e depois elabora uma narrativa que passa por cima de tudo o que de mais importante ocorreu na história do marxismo e da questão nacional.

Comecemos então por abrir e ler esse brilhante e aberto texto que é o Manifesto, indo para lá do slogan e parando em quatro momentos onde a questão nacional surge, baralhando as certezas algo a-históricas de Tavares.

Em primeiro lugar, note-se no que diz Engels no prefácio à edição polaca: “A restauração de uma Polónia forte e independente, porém, é uma causa que não diz respeito só aos Polacos — diz-nos respeito a todos. Uma colaboração internacional sincera das nações europeias só é possível se cada uma destas nações for, em sua casa, perfeitamente autónoma.”

Em segundo lugar, é verdade que “os operários não têm pátria”. Mas logo a seguir Marx e Engels esclarecem: “Não se lhes pode tirar o que não têm. Na medida em que o proletariado tem primeiro de conquistar para si a dominação política, de se elevar a classe nacional, de se constituir a si próprio como nação, ele próprio é ainda nacional, mas de modo nenhum no sentido da burguesia.”

Em terceiro lugar, afirmam o seguinte: “Pela forma, embora não pelo conteúdo, a luta do proletariado contra a burguesia começa por ser uma luta nacional. O proletariado de cada um dos países tem naturalmente de começar por resolver os problemas com a sua própria burguesia.”

Em quarto lugar, quando elencam dez medidas gerais para os “países mais avançados”, não deixam de sublinhar previamente que “estas medidas serão naturalmente diversas consoante os diversos países”, valorizando a especificidade e diversidade da escala nacional também no conteúdo. Já agora, entre essas medidas estava a “centralização do crédito nas mãos do Estado, através de um banco nacional com capital de Estado e monopólio exclusivo.”


Seja como for, qualquer discussão sobre esta matéria tem de partir, julgo eu, da constatação feita pelo insuspeito Michel Lowy (trotsquista), que talvez seja, dados os seus trabalhos, um dos que melhor conhece a história da relação do marxismo com a questão nacional: “Marx não ofereceu uma teoria sistemática da questão nacional, uma definição precisa do conceito de nação, nem uma estratégia política para o proletariado nesta área”. No mesmo texto, denuncia logo de entrada o economicismo e o livre-cambismo, tão evidentes quanto equivocados historicamente, presentes em certas passagens do Manifesto, sobre as bases materiais para o desaparecimento das nações, de resto eventualmente em tensão com outras passagens já aqui assinaladas.

Não se pode pedir tudo a Marx e a Engels, até porque o mais importante está lá, bem para lá das conclusões: um método de análise do modo de produção capitalista, sofisticado e aberto a análises históricas concretas de formações sociais concretas, com um intuito transformador.

Não é aliás por acaso que a questão nacional ocuparia na teoria e na prática as melhores mentes da Segunda e Terceira Internacionais, até dada a sua resiliência. De alguma forma, creio que a chave, em termos de história da economia política, está na teoria do novo imperialismo, política externa do capital financeiro oriundo dos países mais poderosos do sistema internacional. Diga-se que este é um tema que Rui Tavares nunca aborda, reduzindo o imperialismo a uma sobrevivência conservadora de antigo regime, o que é típico sobretudo das abordagens conservadoras ao assunto, diga-se, e tem implicações, por exemplo, na identificação das origens da Primeira Guerra Mundial.

As abordagens marxistas ao imperialismo permitiram uma articulação entre uma actualização de economia política internacional, enfatizando os processos de concentração e centralização do capital e os seus efeitos externos numa economia mundial brutalmente hierarquizada, uma mais clara ideia sobre a importância política das nações oprimidas, da sua autodeterminação e das formas institucionais variadas de que esta se podia revestir, para além de permitir uma fidelidade renovada ao ideal internacionalista da solidariedade com as classes exploradas e os povos oprimidos (esta última categoria passa a ser muito importante).

Não é aliás por acaso que um dos primeiros decretos do poder soviético - o da paz, o que apela ao fim de uma guerra tão fratricida quanto produto das rivalidades imperialistas (França, Grã-Bretanha e Alemanha são destacadas, naturalmente) - articula a questão da classe com um grande enfoque na questão nacional, na autodeterminação das nações (creio que é a palavra mais vezes repetida neste documento), ponto caro, por exemplo, a Lenine.

A Internacional Comunista, sobretudo depois da viragem para as frentes populares nos anos trinta, haveria de destacar a importância da liderança nacional, mas já antes tinha feito da luta contra o imperialismo e o colonialismo uma das suas bandeiras. A questão nacional era aliás também um ponto caro a um leninista chamado Gramsci, por exemplo, o da formação da vontade geral nacional e popular. Para lá da Europa, os movimentos anti-coloniais de inspiração marxista e teorias marxistas como a da dependência fariam o resto, também em matéria de defesa de uma certa ideia de desconexão económica num contexto de tarefas novas de desenvolvimento.

Sim, o marxismo, como qualquer tradição viva e plural, evoluiu e mudou muito desde Marx. Hoje, sem cair nos extremos da teoria da dependência, temos de defender a capacidade dos países para decidirem soberanamente as conexões e as desconexões, económicas e outras, internacionais que melhor servem os interesses dos seus povos.

Entretanto, em Portugal, uma certa tradição marxista teve no século XX em Álvaro Cunhal o seu principal cultor. Se atentarmos no melhor trabalho que conheço sobre esta história em Portugal, Comunismo e Nacionalismo em Portugal, da autoria do historiador José Neves, constatamos o investimento intelectual, cultural e político colectivo que foi feito, nas mais duras condições, para imaginar uma outra nação, em oposição à nação do fascismo. As posições do PCP sobre a questão nacional vêm de longe. E é preciso dizer que os comunistas têm acertado mais do que outros quando analisam a economia política da integração europeia e os seus efeitos. Talvez isto se deva a uma certa fidelidade a uma certa tradição marxista, de resto tão fiel e infiel a Marx como qualquer outra.

32 comentários:

Anónimo disse...

Proletários de todos os países uni-vos, entra em clara contradição com visões nacionalistas e patrioteiras , tão do agrado de alguns partidos.

Anónimo disse...

Excelente texto.
Mas é pena que o caro das 2 e 41 não tenha percebido patavina. Até parece aquele tipo dos muitos nicks que também não dá uma para a caixa

Paulo Marques disse...

Defender a EMU é um exercício de colaboracionismo, não vai haver reformas que não empobreçam mais os trabalhadores.
A Tunísia que sirva de aviso.

Anónimo disse...

Marxismo: um método de análise do modo de produção capitalista, sofisticado e aberto a análises históricas concretas de formações sociais concretas, com um intuito transformador.

Nem mais.

esteves,ayres disse...

VIVA O CENTENÁRIO DA REVOLUÇAO DE OUTUBRO!

Os revisionistas e social-fascistas fazem de tudo para denegrir, o Manifesto do Partido Comunista, uma obra conjunta de Karl Marx e de Friedrich Engels, escrita quando ambos eram ainda jovens com 29 e 27 anos de idade, respectivamente, e destinada a servir de programa teórico e prático da liga dos comunistas, Associação Internacional de Trabalhadores, na altura secreta,
O que é absolutamente notável neste autêntico hino á liberdade do proletariado e ao comunismo é que os fundamentos científicos de todas as teses essenciais do manifesto já existiam na mente dos jovens Marx e Engels, embora só viessem s ser concretamente demostrados muitos ano mais tarde, sobretudo depois da publicação dos estudos económico se, designadamente, do I Livro do Capital em 1867, quase vinte anos depois da primeira edição do Manifesto.
Dá bem a ideia do atraso do desenvolvimento da industria capitalista e do proletariado em Portugal o facto de que o Manifesto do Partido Comunista só tenha sido publicado no nosso País e na nossa língua em Maio de 1975, pela Editora Vento de Leste, 127 anos depois da sua primeira publicação em Londres , na língua alemã, em finais de Fevereiro de 1948.
Para os menos atentos, e aquele que tem um ódio de morte aos militantes, simpatizantes e amigos do MRPP, o Partido Comunistas Português, fundado em 1921, só editou o manifesto em fins de 1975, muito depois do MRPP, fundado apenas em 1970.

PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS!


Mas se alguém estiver interessado em saber mais sobre o Marxismo, junto o local:
Av. do Brasil, 200 A Lisboa
Telefone 218 050 600

Anónimo disse...

Av. do Brasil?
E é a versão do usurpador Arnaldo Matos ou a versão do usurpado Garcia Pereira?
É que ódio de morte parece que tem o primeiro pelo segundo
Av do Brasil é um óptimo sítio para saber mais sobre o que quer que seja

Jose disse...

Do fim para o princípio percebe-se melhor:
Em cada país o proletariado, chegado ao poder, trata da saúde da sua burguesia à sua maneira nacional;
Tendo em conta que a nação dos proletários não é a mesma nação dos burgueses do seu país;
A sua nação é só deles, mas não é uma pátria, porque os proletários não têm Pátria:
Mas na Não-Pátria de todos os proletários cada um apresenta-se como Nação para que se crie uma Inter-Nacional.

Anónimo disse...

Publicar o Manifesto antes de Abril de 74?

Esta malta bebe ou fuma maconha?

Apesar de somente nascido em 1970 produziram alguns bons espécimes de qualidade, como Durão Barroso ou Arnaldo Matos.
E a tradução saída em Maio de 75 era tão boa,tão boa que tinha um prefácio maior do que a obra. Começava logo por dizer que a primeira versão original tinha sido publicada em 1948

Anónimo disse...

Brilhante o comentário do tal jose.
Há qualquer coisa de travesti na forma como aborda a situação. E porquê?
Porque de patrioteiro nacionalista e colonialista, serve agora ao serviço de um interesse maior. O dos interesses dos rentistas e dos agiotas.Como se sabe bem instalados no directório europeu.

Mas porque de travesti?

Porque esses interesses são no fundo os que defendia no tempo da outra senhora. Os interesses serão os mesmos, os protagonistas é que mudam

Mas isso tem um nome?

Tem, mas é muito feio para agora ser aqui escarrapachado

Anónimo disse...

É exactamente por isso que percebe melhor do fim para o princípio. Porque percebe que o tempo do Salazar ( de quem conhecia as balls e o carácter, na exacta medida das mentiras e tretas aflitivas que debita acerca daqueles) teve um fim. Pelo menos até hoje, se bem que tenha sonhado com o seu reflorescimento nos anos de chumbo da governação de Coelho, Portas e Cristas

Há assim qualquer coisa de fora de tom, de fora de época. Para além do que não se contesta,que os interesses de quem explora são antagónicos de quem é explorado, a prova que está fora de tom vem neste pequeno registo:

"Mas na Não-Pátria de todos os proletários cada um apresenta-se como Nação para que se crie uma Inter-Nacional".

Introduz-se um pensamento Marshall, perdão original, a não-pátria ( para jose há o dinheiro e o não-dinheiro, and so on). De como deste conceito idiota surge cada um a apresentar-se como nação é um mistério eclesiástico.

De como se parte para a inter-nacional é apenas uma bizarria, que todavia denota algum rancor por coisas como a Inter. Mas que sobretudo demonstra aquele seu velho ódio ao "ideal internacionalista da solidariedade com as classes exploradas e os povos oprimidos"

esteves,ayres disse...

Não é normal da minha parte responder aos anónimos e provocadores ("Publicar o Manifesto antes de Abril de 74") Mas em consideração que tenho por este blogue e pessoas, vou responder:
Provavelmente pelo tipo de linguagem que emprega, não tem conhecimento dos movimentos em Portugal antes do 25 de Abril de 74. Lamento!
E fico por aqui.
Quanto a outro tipo de provocações, já estou habituado, mas tb vos digo, já estou a ficar velho para responder a uns tantos antidemocráticos e agentes infiltrados, que se passei (pelas redes sociais/blogues) por estes lados.
Até sempre!

António Pedro Pereira disse...

Caros posteiros do LdB:
Frequento o blogue desde há muitos anos.
Era um espaço de pluralidade e publicava muitos posts interessantes, concordasse-se ou não com os conteúdos.
Cada vez mais foi perdendo a riqueza que a diversidade de opiniões confere.
Hoje está transformado num espaço árido e ideias nos posts que publica.
E a caixa de comentários está a transformar-se na do Observador - embora de sinal político contrário.
Foi tomada por um pequeno grupo de militantes partidários (com excepção do troll imbecil direitolas que se auto-nomeia José,mas esse está a cumprir a tarefa de que o incumbiram) os quais se desdobram em vários pseudónimos para parecerem muitos e difundirem a sua brilhante e bem sucedida mensagem que os levou a passarem de um pouco mais de 700 mil votos em 1975, com cerca de 6 milhões de eleitores, para um pouco mais de 400 mil votos nas últimas eleições comparáveis, com um pouco mais de 9 milhões de eleitores.
Um sucesso, como se pode constatar.
Continuem que a extinção estará assegurada a médio prazo.
E o LdB continue até ter a sorte do Arrastão: o encerramento.
Por mim, se já pouco o frequento, cada vez será menos.
E não faço falta nenhuma, certamente terão visitantes mais fiéis à homilia (laica) que se tornou dominante.

P. S. Que é feito do Ricardo Paes Mamede ou do Alexandre Abreu, por exemplo, que eram uma lufada de ar fresco quando postavam?
Será por acaso que se afastaram?

Anónimo disse...

Ó sr Manuel Silva que desespero esse.

De cada vez que ouve falar de Marx fica assim nesse estado? Embora desta vez nos tenha poupado aos seus pesados adjectivos.

Não se preocupe que o pluralismo é isto também, com várias vozes consonantes e dissonantes

Depois, quando se acalmar verá que isso parece uma fita num copo de água, provavelmente atamancada por um secreto desejo anti-democrático de cercear opiniões outras que não as suas.

Anónimo disse...

Uma breve nota:

Essa de apreciar as coisas e as ideias em função do número de votos é mau sinal. Ninguém está aqui a fazer proselitismo e quem escreve e lê este blog sabe que estamos num outro plano.

Sabe o que dizia uma figura maior das nossas letras?

"Uma voz chega para enfrentar o mundo e ter razão". E acrescentava: "A morte está sozinha contra a vida inteira, e é verdade"

Miguel Torga, conhece?

Anónimo disse...

https://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2018/02/jose-afonso-traz-outro-amigo-tambem.html

Jose disse...

Terei contribuído para a depressão do Manelzinho?
Fica-me esta angustiante dúvida.

Anónimo disse...

Provavelmente não tem conhecimento dos movimentos antes de 25 de Abril?

Precisamente pelo facto de os ter é que é uma historieta da carochinha querer ver publicado o Manifesto em pleno Estado Novo. Talvez em fascículos no Luta popular?

https://visao.sapo.pt/actualidade/portugal/2017-05-24-Garcia-Pereira-quebra-o-silencio

E até já

Jose disse...

Li agora o ler mais,,,
De trás para a frente e da frente para trás, não conclui nada.
Veremos de da direita para a esquerda, se tiver tempo...

Anónimo disse...

Jose leu agora "o ler mais,,,"?

Mas o que é isto?

E agora lastima-se que de trás para a frente e de frente para trás, não concluiu nada?

Há dois dias dizia que "do fim para o princípio percebe-se melhor". Agora este atestado sabe-se lá o quê, metendo os pés pelas mãos, de trás para a frente e de frente para trás.

Mas sinceramente não são estas dificuldades do jose que estão em discussão.

Fala-se no marxismo e nos marxistas. Lastima-se que jose esteja reduzido a este espectáculo, mas este facto não deve levar à condescendência do desvio do assunto que se debate

João Pimentel Ferreira disse...

Rui Tavares tem razão. Marx era internacionalista. A neo-esquerda é isolacionista e "patriótica", quando foram exatamente esses sentimentos nacionalistas e patrióticos que levaram às grandes guerras desde o final do século XIX!

PS: Daniel Oliveira, faccioso e demagogo como é, diz que não é nacionalista, é patriótico. Semântica portanto! Ah, não, ele refere que a diferença está na não discriminação por etnia. Logo a sua grande referência é Salazar, para quem, Portugueses havia em Lisboa, Luanda ou Dili.

Jose disse...

O Pimentel invocou Salazar?
Tem garantida a atenção do Cuco, que se sente gente insultando Salazar.

Anónimo disse...

Infelizmente não basta ao Vitor aonio eliphis pimentel ferreira vir proclamar que Rui tavares tem razão.

É preciso provar o que diz. E o que diz, mais uma vez, é uma colecção de disparates, do género daquele pobre coitado ( não era o pimentel ferreira?) que dizia que Passos Coelho não tinha feito crescer a dívida pública.

Quando confrontado com o facto meteu o rabinho entre as pernas e partiu para parte mais segura. A desonestidade tem limites


Rui Tavares não tem razão. Marx era internacionalista. E o aonio pimnetel ferreira limita-se a repetir, tal como tavares, um chavão barato. Pimentel ferreira que teimava em afirmar a existência de países comunistas, não pode ser também ser levado a sério nestas questões, porque a ignorância também tem limites

Anónimo disse...

A "neo-esquerda" (o que é isto? Há uma esquerda neo? e outra não neo? Então a esquerda neo já não é esquerda ou pelo contrário ainda é esquerda?) segundo pimentel ferreira é isolacionista e "patriótica".

Que seja patriótica e não vá nas fitas da tralha neoliberal é provavelmente um bem.

Que seja isolacionista, só na cabeça tonta do pimentel ferreira

Voltemos aos clássicos e depois à esquerda dos dias de hoje ( que não tem vergonha de se assumir como esquerda, enquanto há por aí uns neoliberais que se escondem atrás dum "social-liberal", tão pusilâmine como mistificador)

E não é preciso ir muito longe. Basta sublinhar o já dito por João Rodrigues. Algo que parece necessário, dada a incapacidade de compreensão do texto que pimentel exibe. A questão é tão idiota que se pergunta se este leu mesmo o texto.

Engels: "Uma colaboração internacional sincera das nações europeias só é possível se cada uma destas nações for, em sua casa, perfeitamente autónoma".

O internacionalismo cumpre-se na medida em que as nações são autónomas. Porque se consideram iguais e lutam pelo reconhecimento dessa igualdade para todos os demais
( quando pimentel ferreira não perceber, que o diga, que se explica mais devagarinho)

Anónimo disse...

“os operários não têm pátria”. “Não se lhes pode tirar o que não têm. Na medida em que o proletariado tem primeiro de conquistar para si a dominação política, de se elevar a classe nacional, de se constituir a si próprio como nação, ele próprio é ainda nacional, mas de modo nenhum no sentido da burguesia.”

E ao ser nacional, no sentido contrário ao da burguesia, é eminentemente internacionalista. Porque os proletários de todo o mundo sabem que é a sua condição de explorados que os unifica e que os deve levar a uma luta que tem objectivos comuns.

Ao lutar-se pela independência dos povos,ao assumir-se a luta contra o colonialismo e o imperialismo está-se a lutar pelas independências nacionais, está-se a afirmar o primado da vontade geral nacional e popular. Mas está-se a lutar directamente contra a cabeça do polvo, a lutar contra a besta do imperialismo, por uma outra correlação de forças. Está-se a fazer o trabalho de casa dentro de cada nação, sabendo que os que do outro lado lutam pelos mesmos objectivos são nossos irmãos e que os seus êxitos serão os nossos êxitos e vice-versa.Mas não só. Os seus sucessos serão sucessos no sentido de uma libertação da humanidade e da dignidade da condição humana,mas também contribuirão para o nosso próprio sucesso.
E vice-versa

Anónimo disse...

Em relação à referência ao dito por Daniel Oliveira, francamente não se percebe nada, para além duma invocação semântica assim para o cabotino

Saia aí um dicionário para o Pimentel aonio.

E nem vale a pena perder tempo com mais idiotices, seja em Lisboa.Luanda ou Dili

Anónimo disse...

(Quem será o cuco que obriga o pobre do jose a vir aqui tão esforçado com a mão no peito e salazar na boca?)

Que ternura tão ternurenta esta do pobre jose, por este espécimen que mandava matar e morrer em África e para o qual andou ainda há bem pouco a elogiar-lhe as balls e o carácter?

Após a desmontagem dos seus pobres devaneios jose apesar de tudo ficou mais rico. Rico porque o ridículo o enriqueceu e teve que engolir em seco os disparates de tontinho em relação a Salazar, às suas balls e ao seu carácter.

Mas a lógica continua de pé e ternurenta. Tão ternurenta perante esta ternura, quase a raiar a pieguice e a lágrima fácil por Salazar.

João Pimentel Ferreira disse...

"Ao lutar-se pela independência dos povos,ao assumir-se a luta contra o colonialismo e o imperialismo está-se a lutar pelas independências nacionais, está-se a afirmar o primado da vontade geral nacional e popular."

Como encara esta frase, perante a ação da URSS, primado do comunismo, no período entre as duas grandes guerras? Veja-se até, que a Wehrmacht quando iniciou a operação Barbarossa, era por norma sempre recebida como libertadora nos países do Leste. Os Ucranianos em 1941, por exemplo, preferiram os nazis aos russos. Não acha tal facto real contraditório com a frase idílica que cita?

Anónimo disse...

Pimentel não está bom da cabeça.

A sua idiotia vai ao ponto da demência? Já tinha citado a seu favor Goebbels, relembra-se...

Agora fala naquele tom entusiasta na operação barbarossa recebida por norma como "libertadora"?

E depois pimentel dá como "norma" o exemplo dos ucranianos?

Pimentel ferreira não esconde aqui a sua admiração pelos nazis libertadores. Nem pela wehrmacht. Mas não basta

E enquanto esperamos que o pobre pimentel, de candeia na mão, nos prove esse tal acolhimento do exército nazi como libertador, relembra-se ao pimentel que a derrota dos seus libertadores se deveu em primeiro lugar à luta tenaz do povo soviético.

Galo pimentel.

Anónimo disse...

Facto real do pimentel:

"URSS, primado do comunismo".

Confundir um partido com um país tem destas coisas. Pimentel é hora de voltar para a escola.

Anónimo disse...

""Ao lutar-se pela independência dos povos,ao assumir-se a luta contra o colonialismo e o imperialismo está-se a lutar pelas independências nacionais, está-se a afirmar o primado da vontade geral nacional e popular."

Esta transcrição de pimentel será um pedido de ajuda para que se explique o seu conteúdo?

O que tem pimentel a dizer a isto?
Que se deve aceitar o colonialismo? O imperialismo? Que a vontade dos povos não deve ser respeitada? E ao lutar contra o colonialismo não se está a contribuir para derrubar o monstro que governa o mundo? Que não se deve lutar contra o imperialismo? Porque podemos ser chamados de Xenófobos ou outras idiotices paridas por uma fraude?

E nesta proclamação de princípios de pimentel, assim tão pura, aonde foram parar as idiotices sobre o nacionalismo e o isolacionismo? Semântica? Ou a fuga cobarde para os braços da tropa nazi para justificar o que não tem justificação?

Anónimo disse...

De repente sumiu a neo- esquerda. Sumiram as referências a Marx. Sumiram o nacionalismo e o isolacionismo.

Ficou apenas a outra face de Pimentel, sem os disfarces de defensor da honra perdida de Tavares e das citações apressadas e ignorantes de Marx.

Tão deliciosamente revelador

Anónimo disse...

Proponho que releia o texto que comenta e terá a resposta às suas dúvidas. O facto de acreditar que o nacionalismo salazarista não era étnico, só porque a patranha lusotropicalista deu jeito quando o Império começou a tremer, ajuda a explicar a forma como lê o marxismo: dá mais importância à cartilha da propaganda, do que ao conteúdo político e ideológico dos movimentos políticos. Há tanta relação entre o patriotismo que reclamo para mim (por acaso eu comecei por usar a expressão "soberanismo", que está ligada à ideia de soberania popular que apenas se conhece no espaço do Estado-Nação) e o nacionalismo a que se refere como há entre o internacionalismo marxista e o europeísmo hoje dominante, à esquerda e à direita. Num e noutro caso são os exatos opostos. O facto de não concordar comigo não faz de mim nem faccioso, nem demagogo. O facto de para discordar de mim ter de usar estes insultos faz de sim as duas coisas. Daniel Oliveira.