terça-feira, 4 de outubro de 2016
Manifesto: Workshops e debates do Fórum de Outono (7 e 8 de outubro)
Três workshops e debates complementam o programa do próximo Fórum de Outono da Manifesto, que tem como tema «Uma esquerda para tempos de incerteza»:
● Neoliberalismo e serviços públicos em Portugal
Nuno Serra e Manuela Silva
A Escola Pública e o Serviço Nacional de Saúde são instrumentos fundamentais para alcançar padrões de equidade, bem-estar e qualificação que permitam ao país desenvolver-se, gerar riqueza e fortalecer a coesão social. As políticas e a agenda ideológica a que Portugal esteve sujeito nos últimos anos tinham um propósito claro: enfraquecer os serviços públicos de Saúde e Educação - descaraterizando as políticas públicas - e criar mercados, reforçando a oferta privada nestes dois domínios. O que queremos para o nosso país nestas áreas, qual é a situação atual e quais as principais ameaças e desafios?
[8 de outubro, 10h30-12h30]
● Banca e sistema financeiro em Portugal
Nuno Teles
A fragilidade dos bancos em Portugal continua a ser um dos principais lastros da economia portuguesa e um dos seus principais riscos futuros. Nesta sessão procurar-se-á dar conta da trajetória passada da banca portuguesa e seu futuro, questionando, mais a montante, qual pode e deve ser o papel da banca e do sistema de crédito enquanto instrumento de progresso económico e social.
[8 de outubro, 14h00-15h30]
● O refluxo das esquerdas na América Latina
Mário Olivares (apresentação e moderação de Margarida Santos)
A América Latina vive um período de mudanças políticas, depois de mais de uma década de governos de centro esquerda. As opções desses governos nunca se divorciaram do modelo imposto nos anos 90 pelos credores da crise financeira – a desigualdade manteve-se e as economias não se desenvolveram numa rota industrial, pois isso iria contra imposições das multinacionais. Talvez seja esta a capitulação que se está a pagar agora: os eleitorados deixaram de ser clientelas sociais submissas e têm expectativas de progresso e bem-estar.
[8 de outubro, 16h00-17h30]
O fórum realiza-se na próxima sexta e sábado em Lisboa, na Pousada da Juventude do Parque das Nações. A entrada é livre (e as inscrições podem ser feitas aqui). Estão todos convidados.
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3 comentários:
Se os eleitorados deixaram de ser clientelas submissas é também pelo que foi feito pelo Centro-Esquerda ao nível de políticas sociais. Mas eu chamaria a atenção que há pelo menos um País que optou, pelo menos ao nível retórico, pela via de um petro-populismo mais ou menos democrático, em tons nacionalistas, a Venezuela, e olhem como está a sua Economia e a sua Sociedade hoje. E não vale a pena insistir que se trata só de um problema de 'capitalist encirclement'. Trata-se de um problema de falência do modelo e de incompetência política em alto grau. Quando a Direita regressar ao Poder, o pós-madurismo terá concerteza todos os tiques da oligarquia pré-Chavez, a não ser claro que Maduro subverta a democracia que resta na Venezuela, como Chavez quis fazer em tempos, lembram-se? Se a Esquerda da Esquerda temperasse a ética das convicções com o pouco de ética da responsabilidade (o que não funciona não é moral), era capaz de meter menos a pata na poça...
Petro-populismo em tons nacionalistas. Eis a Venezuela,assim arrumada por um que arrumava o Brexit nas suas contas de subtracção.
Que vai ao ponto de também tentar arrumar com Chavez (lembram-se? dirá de forma soez, como já o tentou fazer com Corbyn)
Nem a Venezuela é aquilo que Jaime Santos diz (nem um farol para o mundo) nem o Brexit foi aquilo que Jaime Santos andou por aí a vender.
Pelo que a pata na poça se aplica antes de mais a Jaime Santos. A sua ética da responsabilidade vai até ao inaceitável e aos namoros com Schauble. No fundo pretextos para a rendição e submissão. Agora e mais uma vez escondida atrás da Venezuela
Quanto aos eleitorados deixarem de serem clientelas submissas mercê das políticas sociais do centro-esquerda....
Que dizer de tal afirmação? Como se pode ser cego a este ponto ou deturpar a realidade a este nível?
Os eleitorados estão a deixar de ser pasto fiel para o centrão e para os partidos do poder - conservadores e sociais-democratas - porque a agenda neoliberal é que manda, qualquer que seja o partido que esteja no poder.
E a resposta à traição da dita social-democracia aí está, por parte dum eleitorado que já percebeu que quem vende direitos, que quem corta no estado social , que quem trafica poderes e influências não merece mais o seu voto.
E é vê-los lentamente a esboroar-se, seja o Pasok seja o PSOE, seja o partido de Hollande.
(E o Brexit a mostrar a admiração que se tem por esta UE das políticas sociais de trampa)
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