quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Et tu, Christine?

Christine Lagarde foi, enquanto Ministra das Finanças francesa, uma das inspiradoras da austeridade europeia generalizada, mas com muito especial incidência na periferia. Era a famosa ficção da consolidação orçamental expansionista para aplacar mercados e entreter elites pacóvias e subalternas.

Agora que as consequências da austeridade estão a chegar ao centro, e segura no FMI, Lagarde faz o pino, certamente ajudada pelas experiências na selecção francesa de natação sincronizada e na advocacia de grandes negócios globais, defendendo, em artigo no Financial Times de terça-feira, que “os mercados gostam pouco de dívida elevada, mas gostam ainda menos de falta de crescimento”. Sempre a pensar nos mercados. Preocupada com as suas propriedades auto-destrutivas? Seja como for, é preciso, diz Lagarde, que alguns Estados implementem de novo políticas de estímulo económico no “curto prazo”, o que conta, já que austeridade parece ser, olha a surpresa, perigosamente recessiva.

A lição realista de economia política internacional que Lagarde nos dá é a mesma de sempre: o impulso keynesiano, mesmo que abastardado pela ausência de controlos sobre o capital financeiro ou de preocupações com os efeitos nocivos da desigualdade excessiva, é bom, mas só para quem tem poder. E quem tem poder é quem tem soberania, onde se inclui o controlo sobre a moeda em que o Estado se endivida. E na Zona Euro como vai ser?

5 comentários:

P.A. Lerma disse...

Qual zona euro?

Isto é um novo 2008 que começou o ano passado e se agravou desde o início de Agosto, assi como em 2008 vamos deixando chegar a Outubro até qualquer coisa estalar.

Por enquanto parece que temos 180 mil tones de trigo e cevada
(dá 18 quilos por português para bolos macarrão e cerveja

a pior desde as secas de 95

acho que pra pão não vai dar

ora 18 quilos para 200 dias
dá 9 gramas por dia...

e ainda sobram 165 dias de jejum
(ou 2012 é bissexto?)

comam brioche se não houver crédito
pra comprar trigo

P.A. Lerma disse...

comprem farinha Branca de Neve prás filhós, não se metam na farinha alemã)

Diogo disse...

«os mercados gostam pouco de dívida elevada, mas gostam ainda menos de falta de crescimento”

Como é possível, os meus amigos, Ladrões de Bicicletas, serem tão ingénuos? Acabaram o liceu, foram para economia, licenciaram-se, doutoraram-se numa universidade qualquer, leram várias dezenas de obras de teoria económica, deram aulas numa universidade algures e expõem aqui o seu «saber»…


Thomas Jefferson: "If the American people ever allow private banks to control the issue of their currency, first by inflation, then by deflation, the banks and corporations that will grow up around them will deprive the people of all property until their children wake up homeless on the continent their Fathers conquered."


E quem pensam os meus amigos que controla o BCE? O tal que empresta aos bancos comerciais a 1%, que depois empresta aos Estados a 5, 6, 7 e etc. por cento?

Está tudo parvo?

P.A. Lerma disse...

não sei....

mas o surfismo profissional afecta profundamente o cérebro....

Se calhar eram disse...

os sufistas seriam surfistas?