quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Regras e ficções

O presidente checo, em artigo que o Ricardo já aqui divulgou, defende um aligeiramento dos standards nas áreas ambientais, laborais ou de saúde. Assim se prova que o mercado livre é a ficção que os neoliberais alimentam para mascarar a sua aposta no incremento deliberado da discricionariedade do poder empresarial privado, ou seja, da sua capacidade para transferir uma série de custos para a sociedade em geral e para os trabalhadores em particular. A dupla crise - económica e ecológica - ou a compressão dos salários, que contribuiu para o sobrendividamento das famílias em muitos países e para a crise financeira, são algumas das reais consequências de se tentar moldar a sociedade à imagem de uma ficção. Apesar de alguma retórica, o neoliberalismo é uma engenharia política utópica. Hoje, os neoliberais, limitam-se a negar a evidência científica que não cessa de se acumular sobre as alterações climáticas e sobre o fracasso rotundo da globalização financeira. Uma impostura intelectual. Uma impostura que ainda detém demasiados recursos e poder.

3 comentários:

Rui Fonseca disse...

"o neoliberalismo é uma engenharia política utópica"

Discordo completamente.

Na produção e distribuição de produtos financeiros tóxicos houve (ainda haverá?)utopia ou crime de abuso de confiança concretizado em roubo global?

Anónimo disse...

hmmm, o Rui parece um pouco confuso na relação causa/efeito ...

Rui Fonseca disse...

"confuso na relação causa/efeito ..."

Croky,

Foi o roubo que potenciou a crise ou foi a crise que permitiu o roubo?

As bolsas caem na Índia 86% porque o CEO da quarta maior empresa de software falsificou as contas.

Culpa da crise ou mais uma acha (e que acha!) para a fogueira que aquece a crise?