terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O fundo da crise

Não percebo estas críticas aos Fundo de Investimento Imobiliário em Arrendamento Habitacional (FIIAH). O argumento da continuada descida da taxa de juro e consequente diminuição das prestações não colhe. Sendo o endividamento para comprar casa um fenómeno que abarca a quase totalidade da sociedade portuguesa, é natural que muitas da famílias endividadas caiam numa situação de sobreendividamento devido à queda do seu rendimento e ao aumento do desemprego. Um cenário "norte-americano" de incumprimento maciço nos pagamentos não é uma hipótese a afastar.

A criação deste tipo de fundos parece-me uma medida acertada de resposta à crise. Através deste mecanismo as sobreendividadas famílias portuguesas poderão transformar os suas onerosas prestações em rendas mais baratas, ficando com a opção de compra do imóvel. Ao mesmo tempo que se apoiam as familias mais fragilizadas pela crise, criou-se assim uma rede da protecção de toda a economia face à crise, em particular dos sectores imobiliário e financeiro. É verdade que o risco é maior para os bancos, mas é também para isso que serve o nosso banco público, a Caixa Geral de Depósitos. Espero, aliás, que este seja um primeiro passo para uma nova abordagem política ao sector da habitação, um direito essencial, cujos destinos têm sido entregues aos desvarios do mercado. Pena é que seja preciso uma crise profunda para tal acontecer...

2 comentários:

Anónimo disse...

Discordo da sua opinião. Embora os pormenores do processo ainda não sejam bem conhecidos.
Acho que das duas uma: ou isto é mais uma negociata para encher os cofres dos bancos à custa do Zé Povinho ou será, como diz, uma forma de ajudar as famílias e os bancos, nesse caso, vão pôr-se a léguas.

Anónimo disse...

Karl Marx Hof, já não via á tantos anos!