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Um dos efeitos do domínio das ficções de mercado é a ofuscação do papel activo que o Estado teve e continua a ter nos processos de desenvolvimento económico bem sucedidos. Convém alimentar a ilusão de que é tudo resultado de processos «espontâneos» que se limitam a libertar as energias empreendedoras dos «indivíduos». Curiosamente os governos dos países que prosperam têm um poderoso interesse em alimentar mitos deste tipo: ninguém gosta de ver as suas «receitas» copiadas. Controlos de capitais na China? Desconheço. Bancos públicos na Alemanha a suportar a máquina exportadora? Nunca vi. Barreiras alfandegárias, explicitas ou implícitas, que protegem industrias emergentes ou asseguram o domínio de sectores considerados estratégicos? Nunca ouvi falar disso. Política industrial? Já ninguém usa. E depois há alguns países que parecem cair na esparrela. Em Portugal, a esmagadora maioria dos «fazedores de opinião» nesta área comprou integralmente o romance do mercado aberto de concorrência tanto quanto possível perfeita. Talvez isto explique parte do actual «mal-estar». É que a opinião tem sempre consequências políticas. Infelizes consequências neste caso.
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