quarta-feira, 27 de junho de 2007

Socialismo moderno

«Os limites de horários diários vão deixar de existir (...) A comissão vai ainda mais longe na flexibilidade horária, propondo aquilo a que chama de 'horários concentrados', que se traduz na existência de 'dois ou três dias de horário prolongado, seguidos de dois ou três dias de descanso, respectivamente'».

As novas propostas do governo bem escrutinadas no Diário de Notícias. Os trabalhadores cada vez mais sujeitos ao arbítrio patronal. Vidas cada vez mais desestruturadas pelas «exigências do mercado». Já agora, quem é que fica com as crianças?

6 comentários:

Samir Machel disse...

Entre televisao, playstation e epedófilos é escolher (se se puder dar a esse luxo)...

Sem sociedade, já nem a tribo nos salva. Só mesmo os familiares que tiverem (e puderem) nos aturar.

Diogo disse...

«quem é que fica com as crianças»

Crianças? Que crianças? Com infantários a 50 contos, ATLs a 20, colégios a 80, universidades privadas a 60, quem é que pode ter filhos? Já para não falar no preço dos jogos de gameboy.

June disse...

Para mim, que optei por ter horário flexível na Instituição onde trabalho, foi sem dúvida um benefício. Para os meus colegas também. Porque quando há trabalho para fazer (picos de trabalho), ficaríamos de qualquer forma... Quase todos os empregados que lidam com prazos e são dedicados qb, acabam por fazer esse sacríficio. E com horário flexível, podemos sair muito mais cedo nos outros dias em que temos pouco trabalho (e sem ter horário flexível, isso não seria possível).

Se achas que a partir da aplicação de tal lei será o mercado a ditar a vida das pessoas, estás um pouco atrasado, porque isso já acontece hoje na maior parte dos casos dos empregados que têm picos de trabalho (já trabalhei também em instituições públicas).

O problema das crianças, é outro. É não ter instituições públicas que fiquem com as crianças até ao final do dia. Porque quem tem crianças, esse já é um drama actual! Mesmo não ficando a trabalhar até mais tarde, com os transportes que muitos trabalhadores têm que apanhar, só podem ir buscar os miudos no final do dia. Solução encontrada: creches e colégios privados.

Ó joão, andas muito provocatório...

June

patsp disse...

toda esta suposta modernização só levará ao limite das exigências feitas aos trabalhadores. os filhos deles? que se lixem... afinal já é isso que o ministério da educação está a dizer neste país a essas mesmas família.

Metralhinha disse...

«quem é que fica com as crianças»

As crianças vão passear para as grandes superfícies agora em vias de abrirem todo o domingo e num futuro próximo 24/7, ainda mais se a mãe for caixa e o pai segurança.

A alternativa é deixar de as fazer.

Ricardo G. Francisco disse...

"Ó joão, andas muito provocatório..."

O João não anda provocatório...vive ainda no mundo da literatura do PC..

Muita luta de classes pouca realidade.