terça-feira, 7 de outubro de 2025

Cada vez mais à frente, no pelotão da frente da UE

O Eurostat atualizou o Indíce de Preços da Habitação (IPH) para o 2º trimestre de 2025, tendo Portugal registado a maior subida em termos homólogos (17,2%), entre 26 Estados membros, seguido da Bulgária (15,5%) e da Hungria (15,1%), com a a média europeia situada em 5,1%. A divergência em relação à UE não é de hoje, mas a aceleração do ritmo de aumento dos preços em Portugal desde o início de 2024 é indisfarçável. Isto é, desde que o governo da AD apresentou as suas propostas para o setor (incluindo a subsidiação desenfreada da procura) e entrou em funções.


Esta aceleração do aumento dos preços da habitação, fomentada pelas medidas do governo, torna-se ainda mais clara quando se estima a variação homóloga anual em valores absolutos (considerando para o efeito a série com referência a 2015 como base 100). De facto, e depois de um período de abrandamento entre 2022 e 2023, na sequência da pandemia e da crise inflacionária, mais significativo na UE, Portugal regressa em força a ritmos intensos - e sem precedentes - de aumento dos preços. Bem acima do que se passa à escala da UE.


Além da imagem de Portugal como um «Oásis» no deserto europeu, de Braga de Macedo, vem também à memória a metáfora do «pelotão da frente» na Europa, de Cavaco Silva, ora para se autocongratular com os alegados sucessos da sua governação, ora para exigir o regresso a essa dianteira a governos do PS. Pois bem, cá estamos nós, graças ao impulso dado pela AD, ainda mais à frente no pelotão da frente, ampliando a distância à Europa na crise de habitação.

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