sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

É o medo que sustenta a UE


A UE está num impasse e não sabe como enfrentar a próxima recessão. Não é possível avançar para um Estado federal, nem sequer para mecanismos de redistribuição do rendimento em montantes significativos, ... e o regresso às moedas nacionais é tabu.
O medo é essencial à estratégia de governação do euro. Aliás, é o medo que sustenta a UE.

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu gostava de perguntar ao Professor Jorge Bateira o seguinte:
Em caso de saída da moeda única e de instauração de uma nova moeda nacional em circulação por parte de Portugal, quais as restrições que existem em termos de emissão de dívida denominada em moeda nacional (versus dólares ou euros)? Onde é que estão escritas as regras internacionais relativas a restrições sobre a denominação da dívida emitida?

R's Rue disse...

Great post. Thanks.

Jaime Santos disse...

Tem toda a razão, desde logo o medo relativamente aos críticos do Euro que desejam o seu fim e não mostram a mão. Não é aos governos da zona Euro, Jorge Bateira, que cabe o ónus de conceber um plano para a saída do Euro. É a pessoas como o Jorge que cabe tal responsabilidade.

Para quebrar o tabu, é preciso ir a jogo e mostrar o jogo. Ora de tal coisa, ainda não vimos mais do que considerações gerais que podem estar muito certas, mas servem para pouco. Do que nós precisamos é de um programa de Governo...

Anónimo disse...

O que se assiste aqui são as repetidas tentativas de Jaime Santos de desacreditar a dissidência da doutrina oficial do europeísmo. "ir a jogo e mostrar o jogo" é que ele diz, mas sempre rejeitando as soluções apresentadas, por serem "incomportáveis". "Do que nós precisamos é de um programa de Governo...", como se a resolução negociada de uma solução insustentável a longo termo e altamente lesiva dos interesses dos portugueses fosse passível de calendarização e programa.

Além disso há o precedente do programa de Salónica, aprovado pelo Syriza em congresso e sistemáticamente sabotado pelos poderes "de facto".

Qualquer idiota sabe que em diplomacia e quando se joga poker se devem manter as cartas junto ao peito. Quanto mais não seja pelos erros tácticos de parte a parte na negociação do Brexit tal demonstra como a tentativa de supressão da dissidência, neste caso num bloco económico, pode ser funesta.

Outro exemplo foi a descolonização que foi muito menos traumática para os países que não tentaram eternizar situações de subjugação injusta. Quem fez a descolonização sob pressão fê-lo em muito piores condições, para não falar no sofrimento humano envolvido.

Mas esta tentativa de denegrir e suprimir a dissidência em relação à doutrina europeísta encerra perigos que são óbvios para quem conhece as dinâmicas sociais envolvidas. O enquistamento em posições insustentáveis a longo prazo determina que as forças reprimidas encontrarão formas, por vezes pouco óbvias mas muito mais violentas e desestabilizadoras de fazer evoluir um sistema esclerosado.

Isto é, em vez de ouvir, adaptar e fazer evoluir o sistema prefere chegar ao ponto de dizer "Não têm pão? Comam brioches!"
O equivalente europeísta é: "São as regras e nenhuma votação democrática pode mudá-las" Isto é, a negação da adaptação e o primado da esclerose. E as formas de impedir que a mudança passe por votações democráticas começa com a exclusão dos mass media e redes sociais das ideias dissidentes em relação aos interesses das elites instaladas.

As consequências são conhecidas...

Artiguinhos:

https://charleshughsmith.blogspot.com/2019/12/suppressing-dissent-guarantees-disorder.html

https://www.zerohedge.com/geopolitical/germany-rotten-heart-europe

E já agora alertar para o facto de já haver traders que aventam a possibilidade de se vir a assistir a uma gigantesca operação de estímulo fiscal e especulam como lucrar num tal mercado.
Dir-se-ia que os traders têm um maior sentido da realidade que os políticos.

Anónimo disse...

Está mesmo a perguntar se há limite para o que se possa pedir emprestado? Sonsice! Não ser sonso è perguntar se vale a pena pedir emprestado! Pedir emprestado, no Euro, é como beber água por um copo furado: tapar os furos implica controlo de capitais, repressão financeira, fronteiras, soberania monetária!

Anónimo disse...

Controlo de capitais, repressão financeira, fronteira para os aplicar; soberania!