Um país sem banco central é um país refém dos mercados financeiros e dos interesses que aí operam. Após a crise de 2008, para salvar o euro, o BCE passou a intervir nos mercados secundários. Mas compra a dívida de um país apenas se este se comportar nos termos que a sua administração entende adequados, segundo a sua interpretação dos Tratados. Ou seja, um poder que não está sujeito ao controlo democrático tutela os governos e parlamentos dos Estados-membros da zona euro. E ainda dizem que vivemos em democracia.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2019
O euro é uma moeda estrangeira
Um país sem banco central é um país refém dos mercados financeiros e dos interesses que aí operam. Após a crise de 2008, para salvar o euro, o BCE passou a intervir nos mercados secundários. Mas compra a dívida de um país apenas se este se comportar nos termos que a sua administração entende adequados, segundo a sua interpretação dos Tratados. Ou seja, um poder que não está sujeito ao controlo democrático tutela os governos e parlamentos dos Estados-membros da zona euro. E ainda dizem que vivemos em democracia.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
11 comentários:
"Não vivemos em democracia"
Esta é a verdade incomoda que uma larga maioria insiste em ocultar.
A propaganda pró-Euro tem muitos interesses e interessados, nomedamente catrefas de sem vergonha.
A TV até diz que o Euro é bom !.
Com um governo de esquerda haveria democracia ?
Com a censura que fazem nas caixas de comentários de blogs como este faz-me duvidar.
O Euro não é bom mas podia ser bom. E o mesmo para o BCE. E eu continuo a pensar e por maior paradoxo, que num mundo global em que o que globalizou foi sobretudo o capital num mundo completamente desregulado, ainda é mais viável mudar a UE que o regresso à soberania. E ninguém defende mais o direito à diferença que eu. Primeiro, porque não se faz revolução nenhuma e nomeadamente a que é preciso na Europa sem o povo na rua. Logo à partida um grande handicap português e não era preciso assistir outra vez aos protestos em França. Segundo, porque os anseios do povo português não são diferentes dos anseios doutros povos da UE. Por fim, se a UE fez o que fez a Portugal membro de pleno direito... Está na altura da UE começar a pensar mais nos diferentes povos europeus. Com ou sem união bancária. De certeza sem a que está aí a chegar mas até a união bancária pode ser pensada para o bem de todos. Onde eu não consigo ver futuro nenhum é no regresso ao orgulhosamente sós.
"Vitor" exprime a pseudo-ingenuidade de quem confunde alhos com bugalhos, tentando colar a soberania monetária ao "orgulhosamente sós" do Estado Novo. Vergonhoso!
Como deve ser óbvio para quem tenha um mínimo de inteligência as suas piedosas intenções são uma tentativa de branquear situações de exploração neo-colonial por parte da Alemanha e outros estados do centro das EU sobre os estados da periferia.
"Mudar" a EU é conversa para boi dormir, porque a estrutura decisional da EU está concebida precisamente para ser impermeável à vontade democráticamente expressa dos cidadãos. Foi Junker quem o definiu muito bem. "There can be no democratic choice against the European treaties." Lembram-se?
E quanto aos anseios dos povos podem ser semelhantes, mas de certeza que as condições objectivas dos diferentes povos são diferentes. E por conseguinte as necessidades de cada país em matéria monetária são óbviamente diferentes.
A crise era suposto ter ensinado isso até aos faux-naifs como o o "vitor".
S.T.
É ingenue achar que um país como Portugal, sem moeda própria a circular, consegue sair do espartilho que é o Euro numa condição que permita o mínimo de decência. A unilateralidade vai acontecer, se nada for feito de diferente. A Europa é dos europeus nunca se esqueça disso.
Como todas as conjuras, não deve ser anunciada na TV. A moeda é um detalhe insignificante. Fabrica-se num instante se necessário fôr. Quanto tempo demora a imprimir umas séries de raspadinhas? LOL
Sozinhos contra a chantagem infame do BCE e da CE pouco podemos. A Grécia é a prova mais morta que viva disso mesmo. No entanto, se a porta fôr aberta por outrem, bem burros seremos de ficarmos na prisão.
E não, a Europa não é dos europeus. Aliás, não sei o que é isso de ser europeu. A Europa de quem é proprietário do que quer que seja nos países que compõem o continente europeu. Independentemente de ser alemão, brasileiro, espanhol ou abexim.
S.T.
Ainda bem que tens tantas certezas. Ainda bem para ti. Infelizmente não tens é memória. Vê lá tu que o projecto europeu já foi completamente diferente. Ainda ninguém conhecia o Junker. Fora da taberna.
Uma gralha tornou incompreensível uma frase no meu comentário anterior.
Assim, deve ler-se:
"A Europa é de quem é proprietário do que quer que seja nos países que compõem o continente europeu. Independentemente de ser alemão, brasileiro, espanhol ou abexim."
Isto é, a pertença é cada vez mais definida materialmente pela propriedade, lamentávelmente.
A pertença a colectivos cada vez mais vastos é outra questão.
Acho graça a quem diaboliza o sentimento de pertença a uma nação e enaltece a pertença a uma entidade artificial amorfa e com tiques neo-coloniais.
https://www.youtube.com/watch?v=WDXNHPeRB0k
E já agora reforço que não há uma pertença colectiva europeia. O "povo" europeu é uma falsificação histórica, como o triste episódio da subjugação e emiseração do povo grego veio demonstrar.
Que houve um abastardamento neoliberal das instituições da EU já nós sabemos. Qual é a novidade?
S.T.
A desregulação não ocorreu só na Europa mas no Mundo depois da dupla Reagan/Thatcher que tanto trabalhou para isso. E é o que urge mudar! E não há novidade nenhuma mas simplesmente a constatação que aquilo que já foi pode voltar a ser. Nomeadamente um projecto europeu mais solidário. E como os movimentos têm que começar nalgum lado parece óbvio que o bloco de países do sul da Europa já se devia ter mexido mais nesse sentido. Ou pelo menos fazer mais que a obediência cega. E a Grécia foi sem dúvida nenhuma uma oportunidade perdida. No sentido que foi inadmissível o que se fez ao povo grego. Infelizmente no Parlamento português poucos foram os que levantaram a voz. Na altura foi mais importante acentuar as diferenças. Ridículo!
Não vivemos hoje , nem vivemos antes, nem viveremos. De qualquer forma sempre se contam os mortos de Hitler e os de Stalin, por mais diferentes que sejam, nunca se contam os da Comuna de Paris nem da Primeira Guerra Mundial. Cada dia que passa vejo mais claramente que é tudo a mesme coisa. A democracia só é doce para os ricos e meia dúzia de capachos. De resto o homem anda sempre de faca na mão, pronto da eliminar o próximo, mais ou menos às claras.
Enviar um comentário