quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Ecos do passado

Numa altura em que José António Vieira da Silva era vice-presidente da assembleia geral da IPSS Raríssimas, o ministro da Solidariedade do CDS - partido que protagonizou anteontem o ataque mais violento no Parlamento ao actual ministro, acusando-o de favorecer a instituição - Pedro Mota Soares, aproveitou uma visita à mesma IPSS para anunciar um reforço de 50 milhões de euros para a rede de instituições sociais.

A foto é do Mário Cruz da Lusa, mas pu-la em pequeno porque não quero ser acusado de estar a piratear uma foto, ainda por cima num assunto que não merece. Tudo pode ser encontrado no Observador, aqui.

Após a reportagem da TVI que demonificou a presidente da instituição e apontou as luzes sobre o ministro, a direita começou por usar a utilização do cargo social detido por Vieira da Silva de 2013 a 2015 como uma prova de ligação entre a instituição e o político. Depois, usou a cronologia das denúncias de irregularidades - nunca as especificando - para mostrar que o Ministério actuou tarde ou sem eficácia, deixando no ar se não teria sido por causa dessa ligação, dando gás à denúncia de favorecimento. Ora, as ligações são possíveis de traçar a partir de outras imagens. Esta é a de Pedro Mota Soares - como há outras já a correr na internet - que, na sua visita à IPSS, poderia ter visto na instituição o BMW da presidente e nada fez. Aliás, o Ministério de Pedro Mota Soares foi ao encontro das pretensões da IPSS no alargamento do número de camas. Haverá uma ligação? Haverá um favorecimento?

Fazer política assim é fácil quando não se têm ideias para conseguir a convergência do rendimento nacional com o comunitário. Aliás, tinha-se. Foi durante o mandato 2011-15 e deu o que deu. Mais de 1,5 milhões de desempregados e inactivos desencorajados, de uma emigração histórica.

9 comentários:

Anónimo disse...

Boa malha

Jose disse...

Tudo sem interesse excepto o último parágrafo.
...« quando não se têm ideias para conseguir a convergência do rendimento nacional com o comunitário...» presume-se que competia cumprir o programa acordado entre os socialistas e a troika e convergir com a Europa do centro!
E, se bem me lembro, este ano piraram uns 100,000 do paraíso geringonço...diz-se que entre eles não se contam funcionários públicos, o que é seguramente um sinal de que o país tem grande futuro.

Anónimo disse...

Toda a razão, João Ramos de Almeida.
Em 2011 o PSD recebeu um país próspero, em crescimento vigoroso e deixou-nos na mais abjecta ruína, com milhões de desempregados e emigrantes.
Bem haja

Miguel D

Anónimo disse...

E a emigração histórica foi por culpa de quem??? Do senhor Sócrates... Como dizia presidente da raríssima, mais coisa menos coisa, "com o Delgado ia entrar dinheiro a todos, porque ele era um homem do correia de campos e o pS assaltaria em breve o poder e a raríssimas ficaria na ml de cima"...
Isto diz muito sobre o dinheiro que o lambretas lhe dava e sobre o que iria receber quando o PS pusesse as garras no governo.

João Ramos de Almeida disse...

Caro anónimo,
Eu diria mais: em 2002 o PSD/CDS recebeu um país que cresceu até 2000, mas que viu, desde 2001, o desemprego começou a subir. O PS aplicara as mesmas políticas monetário-cambiais que a direita aplicara antes de si, e como continuou a aplicar depois. Foram efectivamente duas décadas. Foi um sucesso desde então.

A emigração verificou-se quando, estando o país a travar, a política assumida como boa foi ainda travar mais rapidamente, de tal forma que expulsou pessoas do mercado de trabalho e do país.

Se quer discutir Histõria, convém sermos mais rigorosos e não nos ficarmos pela espuma das coisas. E pela conversa de café.

Anónimo disse...

Muito boa resposta caríssimo João. Ao Miguel D, um fanático da coisa pafista que se esqueceu de acrescentar que a emigração foi saudada por Passos Coelho daquele jeito caceteiro próprio dos neoliberais do género.

A memória é uma coisa lixada, mas tentar reescrever a História deste jeito, não passa

Quanto ao coitado das 15 e 14...é apenas mais um coitado que nem sequer merece um esgar de compaixão. Precisa de aprender a comportar-se, a saber melhor a lição e a expressar-se com um mínimo de.

Anónimo disse...

E lá está o sujeito que se assina como jose com aquele vocabulário assim para o chungoso, a fazer lembrar a proverbial mediocridade do patronato português:
" piraram uns 100,000"

A pesporrência do Passos e dos seus convites à emigração encontram sempre seguidores à altura.

Depois posta juras de amor eterno e de voto agradecido ao tipo da Tecnoforma.


Anónimo disse...

Quanto à assinatura do programa acordado entre os socialistas e a troika.

É bom não deixar passar nem estas tretas nem estes treteiros:

O Memorando de Entendimento também foi assinado pelo PSD e CDS. Mais, o famoso economista Eduardo Catroga que negociou com o PS em nome do PSD, que chegou a declarar que o memorando foi praticamente da sua responsabilidade e da do PSD

https://www.youtube.com/watch?v=V4UaXkJV0IY

E como se sabe foi um rotundo fracasso. Um rotundo e criminoso fracasso.

Menos para as rendas habituais, para os bolsos de uns tais e para os que depositaram os seus cheques em paraísos fiscais

Grande Núncio e grande Passos

Anónimo disse...

Emigração em 2016 atingiu o valor mais baixo em cinco anos.

E ainda não há dados validados deste ano, motivo pelo qual os números apontados só na cabeça de tristes ressabiados

Entretanto na apresentação do relatório da OCDE “Perspectivas da Migração – 2017”, o professor Jorge Malheiros, do Instituto de Geografia e de Ordenamento do Território, disse acreditar que a emigração em Portugal vai abrandar ainda mais, porém não para aqueles que têm maior grau académico.

“Fuga de cérebros” representa 40% da emigração portuguesa anual, estima académico
Na apresentação do relatório da OCDE “Perspectivas da Migração – 2017”, o professor Jorge Malheiros, do Instituto de Geografia e de Ordenamento do Território, disse acreditar que a emigração em Portugal vai abrandar ainda mais, porém não para aqueles que têm maior grau académico.professor.

Dádiva dos anos de chumbo da governação troikista-passista. E da condição subalterna do país. E da malfadada legislação laboral que só permite a engorda dum patronato medíocre e sem escrúpulos que mesmo para o salário mínimo de farta de berrar duma forma inqualificável