quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Ainda Centeno. Lido

A zona Euro celebra a eleição do seu primeiro presidente do Eurogrupo do sul da Europa. Para alguns, a nomeação de Portugal do centro-esquerda Mário Centeno sinaliza uma vitória contra as políticas de austeridade numa instituição no centro das decisões cruciais no euro durante os últimos sete anos.

Dar o trabalho a um ministro proveniente de uma economia anteriormente resgatada e a um partido Socialista anti-austeridade tem, seguramente, uma enorme carga simbólica. Afinal de contas, o Eurogrupo é, há muito, acusado pelos seus críticos de um preconceito institucional que favorece a punição económica e de estar cativo dos interesses dos seus maiores credores da Europa do Norte (Alemanha, França. Holanda e restantes). (...)


No que diz respeito ao Sr. Centeno, as suas credenciais anti-austeridade também devem ser avaliadas com bastante cautela. O ministro das finanças de Portugal com tendências de esquerda superintendeu um esforço de consolidação orçamental que orgulharia a maioria dos alemães. Ao ganhar a presidência, o inexperiente político salientou que o seu trabalho consistia em assumir um papel neutral nas discussões que aí vêm - integração da zona euro e reestruturação da dívida grega - ao invés de promover as causas tradicionais da esquerda. (...)

Aqueles que esperam uma revolução no Eurogrupo não devem ainda suster a respiração.

Mehreen Khan, FT Brussels Briefing.

15 comentários:

Anónimo disse...

Alguns podem fazer-se passar por aquilo que não são mas nunca dura muito. Centeno é um liberal que se viu obrigado a negociar e a aplicar políticas de esquerda porque o seu programa com o PS não foi o mais votado, e ainda bem. Quem não se lembra que para ele o salário mínimo valia zer0, ou seja, os mercados que decidam.

O presidente que o precede no eurogrupo também era neutral mas só quando estava calado. Cá estaremos para observar o facies e ouvir Centeno já a propósito da Grécia e das prioridades que a Alemanha o vai incumbir a 13 de Janeiro.

Jaime Santos disse...

Mas as pessoas pensam que aqueles que se alegram com a eleição de Centeno são assim tão ingénuos ou mesmo burros (a mim assusta-me a falta que ele fará cá dentro, sobretudo)? Claro que não fará grande diferença, porque a arquitetura da UEM é a que é e não será Portugal que a será capaz de mudar sozinho. Mas o que defendem em alternativa? Uma nulidade austeritária como o Sr. Dijsselbloem? Se calhar até defendem, que é para ver se a UEM rebenta mais depressa e que se lixem as pessoas comuns quando isso acontecer...

Sabe Paulo Coimbra, os seres humanos são sujeitos da História e por vezes sem eles ela seria bastante diferente (normalmente para melhor, seguramente que estaríamos melhor hoje se Robespierre, Napoleão, Lenine, Hitler ou Estaline não tivessem existido). Esperemos pois que Mário Centeno possa dar uma contribuição para tornar as coisas um pouco melhores. Não muito, mas um pouco...

Anónimo disse...

"Robespierre, Napoleão, Lenine, Hitler ou Estaline"

Eis a pandilha do caríssimo Jaime Santos.Uma espécie de sua colecção particular, que traduz mais do que os seus medos ou pesadelos, os medos e pesadelos que quer incutir aos demais.

Já fora a Venezuela e o Zimbabué. Agora é este cocktail, assim escolhido a preceito.Nem a grande Revolução Francesa, que abriu o mundo para a nossa época contemporânea, lhe serve.

Citará Napoleão, esquecendo-se que este combateu as ideias da Revolução Francesa e de Robespierre.
Misturará Hitler com Lenine provavelmente porque este, antes da revolução de 1917, disse que os dez milhões de mortos (hoje sabemos que rondou os vinte milhões de mortos) e vinte milhões de estropiados da I Guerra Mundial, que apenas favoreceu os interesses dos negociantes de canhões, serão vistos pela burguesia como algo de perfeitamente normal e como um sacrifício inteiramente legítimo, mas se se registarem algumas centenas de mortos durante uma revolução, dir-se-á que foi um massacre bárbaro provocado por bárbaros.

Já percebemos que o mundo melhor de Jaime Santos repousará noutras áreas.
Precisamente no absolutismo monárquico ou na nobreza predadora. Nos que causaram milhões de mortes em guerras de pilhagem e coloniais. Ainda hoje. Ainda contemporâneas. E que merecem este nobre piscar de olhos escamoteador de JS

Alice disse...

Para esses lugares só vai gente com capacidade...

Com capacidade de ser obediente, submissa, de não levantar ondas, de não questionar.

Anónimo disse...

A esquerda critica Salazar mas não passam de nacionalistas salazaro-marxistas! Nunca saíram do burgo e os outros povos europeus causam-vos repulsa! Padecem da mesma xenofobia que qualquer membro da estrema-direita. Este blogue está repleto de germanófobos, uma patologia social grave que afeta toda a esquerda europeia: germanofobia. Ninguém escapa daquela cultura. Tenho para mim que até Beethoven deveria ser ordoliberal!

Anónimo disse...

"Com capacidade de ser obediente, submissa, de não levantar ondas, de não questionar."

Um pouco como o comité central do PCP. Há um estudo muito interessante de cidadãos sobre a decisão de voto de cada deputado na AR, e o único partido onde não houve um único voto dissonante em relação aos ditâmes do partido, foi o partido que diz defender a Liberdade.

Anónimo disse...

Objectivamente, quer se queira quer não, a Europa tem um "problema alemão".
Esteve adormecido quando a Alemanha estava dividida e enquanto as gerações que viveram a guerra mantiveram a memória dos maus resultados do nazismo, mas é óbvio que o monstro volta a mostrar a cabeça. Não sob a forma militar, mas como agora é moda e produz os mesmos efeitos com muito menos sangue e cabeças partidas, sob a forma de imperialismo financeiro.
Pode-se tratar o assunto com mais ou menos punhos de renda e lacinhos, mas o resultado final é o mesmo: A subjugação de um país aos ditames e interesses de outro.

Bem sabemos que há uma casta do que técnicamente se chama "elites compradoras" cujos interesses divergem dos da maioria dos portugueses e que despudoradamente defendem interesses estrangeiros da mesma forma que havia uma parte da nobreza em 1640 que era pró-filipina, mas esses são claramente inimigos do Estado Português.

A defesa dos interesses nacionais não pode ser de forma alguma confundida com xenofobia e bem sabemos que essa é uma das confusões que os vendidos que circulam nas franjas e vivem das prebendas da UE gostam de criar.

Podemos ter uma visão cosmopolita, falar multiplas linguas europeias, conviver, comerciar, ser solidários e até amar outros povos e manter intacto o nosso sentido de justiça e defender os justos interesses do país onde nascemos.

Na minha terra diz-se: "Quem não se sente não é filho de boa gente."

Anónimo disse...

Beethoven? Ordoliberal?
Não, que me conste só era surdo e tinha falta de dinheiro.
Os génios são assim. Desprezados e mal pagos em vida e as suas obras exploradas depois de mortos.

Anónimo disse...

Pelas 23 e 41, com uma réplica 4 minutos mais tarde, surge pela calada o João Pimentel Ferreira, provavelmente um dos poucos exemplares que possui um blog que tem como colegas do dito, sujeitos que não passam do mesmo sujeito

A coragem não é o seu forte mas isso agora não vem ao caso, embora tal deva ser motivo de reflexão. Porque aqui não é só esta questão da cobardia que está em causa.É que este tipo de discurso trazido aqui por Ferreira já foi várias vezes desmontado. Pelo que só resta este assumir de um outro rosto para ver se passa.

A idiotia de comparar a esquerda ( no seu todo, ainda por cima ) com salazar faz lembrar aquele papalvo ignorante que confundia os termos das equações- quer matemáticas, quer dos conceitos.

E para essa história já demos o que tínhamos a dar.

Ainda não há muito tempo o Pimentel esgrimia de forma patética a sua confusão inenarrável quando comparava o nazismo ao socialismo. O seu desnorte levou-o até a citar Goebbels. Desmontado o caso não teve outro remédio senão partir para os braços de outro traste

http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2017/11/permanece-vivo.html

Anónimo disse...

Ninguém no seu perfeito juízo pode invocar tanto disparate junto.

Salazar e os ordoliberais amados. O burgo mais o provincianismo dos cosmopolitas neoliberais. A repulsa e a xenofobia ordoliberal. A extrema-direita germanofila e o anticomunismo encartado. O "ninguém escapa daquela cultura" e o III Reich.

E como pérola em cima do bolo aí temos a suprema idiotice em letra de forma, agora até apresentando Beethoven como se fosse um acanalhado ordoliberal... Como se todos fossem feitos à imagem e semelhança do pobre João Pimentel Ferreira

Até onde vai o desnorte dum tipo que das hossanas a Passos coelho passa para uma espécie de carpideira por conta das virtudes alheias em que não se oculta o ataque às liberdades que abomina.

Anónimo disse...

Indubitavelmente que esta "esquerda" que aqui leio padece de uma grave xenofobia (xenos em Grego significa apenas "estrangeiro"), e em particular germanofobia:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Antigermanismo

Anónimo disse...

Talvez seja mais uma pseudoparvofobia que pode ser definida como uma enorme e visceral aversão a quem se faz de parvo tentando fazer os outros parvos.

Anónimo disse...

Germanofobia? Xenofobia? Ha-Ha-Ha-Ha-Ha-Ha-Ha!
Só se pode responder a essas torpes insinuações com a rábula parafraseada de um comunista e de um socialista, um português e outro francês:
"Olhe que não, olhe que não!"
E
"Gosto tanto da Alemanha que preferia que houvessem duas!"

Anónimo disse...

O João Pimentel ferreira para além de desonesto agora está perturbado.
A imagem de um neoliberal mão sai muito beneficiada.

Vai juntar-se à imagem bem degradada e degradante que o neoliberalismo tem




Anónimo disse...

Às 17 e 38 um comentador fala em xenofobia.

Tal mereceu já, com um humor que se regista e se sublinha, comentários posteriores bem certeiros

Mas há algo ainda a dizer. A que propósito, a propósito da palavra "xenofobia", se tecem considerações como esta?

«xenos em Grego significa apenas "estrangeiro"»

-Do ponto de vista conceptual parece que se está a menorizar o termo

-Do ponto de vista do conhecimento de uma língua trata-se de uma cabotina ignorância

ξένος [xénos]

adjetivo:
estrangeiro; estranho, surpreendente, extraordinário, raro;

como substantivo:
estrangeiro, forasteiro, desconhecido, estranho; refugiado (sob a proteção de);
aquele que manifesta hospitalidade, anfitrião, hospedador.


A pretensa erudição, pedante e despropositada, do "apenas estrangeiro" revela afinal que se está mais uma vez em presença de fogo-fátuo

É mesmo esse tal João Pimentel Ferreira.