Se há uma coisa que a direita faz muito bem é misturar debates e omitir o que não lhe convém. Nesta questão dos táxis e da Uber, os argumentos liberais têm sido os clássicos. E, então quanto aos táxis, até parecem ter toda a imagética do seu lado.
Senão veja-se: quem não prefere chamar um táxi através de um app num telemóvel táctil, receber uma mensagem por sms, a dizer quanto custa o trajecto e qual a duração prevista, esperar um carro bem lavado, de estofos macios, com um motorista engravatado e limpinho, que o trata como se fosse um chefe do FMI que desembarcou em Lisboa? Tudo isto tem um cheiro a modernidade. Mais: este novo mecanismo acaba por pôr em causa poderes fácticos, advindos de um mercado condicionado, que se traduz num negócio sujo de alvarás e corrupção dos poderes administrativos para obter um. Feios, porcos e maus. Ah! bendita Uber, que penetra tão fundo, sem capacidade de reacção.
Paulo Ferreira no Observador fala de tempos únicos que se vivem, em que o caso dos táxis é "um tratado sobre formas distintas de ver o mundo, de estar na vida e de ganhá-la através dos negócios". Helena Garrido - hoje na Antena1 - falava da impossibilidade de deter o progresso e a internet. Os taxistas se queriam concorrer só tinham de encontrar uma app semelhante. E não o disse, mas podia ter acrescentado que, já agora, era bom que se lavassem.
Ora, o problema essencial aqui é outro: há uma actividade que é regulada pelo Estado. Há condições de acesso para ser motorista de táxi. Há condições para obter um táxi. Há um pensamento: o Estado deve ser a entidade que regula o mercado, não passando mais licenças do que aquelas que o mercado comporta. Pode fazê-lo bem ou mal. Mas há uma ideia sobre como regular o mercado. Ora, o que se passa é que surge uma multinacional que acha que pode passar por cima das regras estabelecidas por um Estado soberano e limpar o mercado, contornando as regras. E ainda por cima com a chico-espertice de dizer que não é serviço de táxis, porque são pessoas que partilham o transporte... E por isso nem pagam impostos como tal. E sempre com o argumento de que criam "novas oportunidades para jovens motoristas". O que tem isto de moderno? Aliás, se tem alguma coisa é de bem passadista, quando as corporações dominavam Estados e impunham regras em continentes inteiros.
Questão1: Por que não? Não é melhor para o mercado, para os clientes? A introdução da Uber e de outras companhias similares está a provocar uma guerra de preços nalguns países. E é uma opção possível. Mas então ter-se-á de acabar com os dois pesos e duas medidas. Acabar com a regulamentação para todos. A guerra far-se-á em violência e poluição, género tuk-tuks para o serviço de táxis... Mas o Estado deve ser capaz de dizer qual a opção que adopta. Se deixa o mercado às suas regras e abandona o tabuleiro - e é possível que tudo acabe com uma concentração dos operadores na mão de estrangeiros - ou estabelece fronteiras.
Questão2:E serei eu obrigado a ter um telemóvel táctil? Vamos supor que a Uber ganha tudo: o que acontece a certas pessoas que nem lidam com a internet?
Questão3: Quais as razões para que o Estado não intervenha e não imponha condições a quem, de facto, tem um serviço de táxis a operar? Têm esses senhores alvarás? Têm licença de motorista? Imaginem o que não era os fiscais chamaram um desses "táxis" e começarem a recolher todos os carros, caso não tivessem essas licenças...
E é assim tão disparatado? Da última vez que houve algo assim - e nem se comparava porque nem sequer se pagava por isso - o mercado e os Estados fecharam os concorrentes. Lembram-se daqueles sites de partilhas de músicas, de
filmes, etc.? Onde estavam os liberais nessa altura? Com quem estava a modernidade nesse caso?
E já agora falando de jornalismo: os jornalistas queixam-se de que o seu trabalho é roubado por sites que pura e simples copiam, abastardando o mercado e inviabilizando quem vende informação. Mas porquê? Não é a informação pública? Não escrevem os jornalistas sobre a realidade de todos? Não é esse igualmente o traço da modernidade? Ou aqui já é um roubo?
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34 comentários:
Questão 3: a regulação do Estado deve estar ao serviço dos taxistas ou dos contribuintes?
Questão 4: qual o serviço que o contribuinte prefere? Aquele que é regulado pelo estado com os seus custos de regulação que se traduzem em taxas e custos acrescidos, ou aquele que se auto-regula em que condutores com comportamentos menos corretos são excluídos pelos clientes?
"ou aquele que se auto-regula"
auto-regula!
hahahaha
Tal como a banca privada se auto-regula...
Deixe-se de tretas.
É a obrigação do Estado encontrar uma solução que seja meio termo entre os interesses dos trabalhadores (neste caso taxistas) e os consumidores.
A Uber está-se a marimbar para o bem estar daqueles que trabalham para ela, numa altura de tanto desemprego as Ubers tornam-se das poucas alternativas existentes para ganhar algum €€€. Parece aliciante ao início mas é mais trabalho precário e com tendência para piorar.
E depois da conveniência inicial o próprio serviço ao cliente tende a deteriorar-se.
Tenho experiência em encher os bolsos deste tipo de empresas, empresas que apareceram com o boom da Internet. Não têm dinheiro para aumentar quem contribui para o seu sucesso mas têm dinheiro para alugar parte do Empire State Building para nova sede!!!
HAJA (O MEU) DINHEIRO PARA PAGAR OS LUXOS DE ALGUNS!!!
O serviço disponibilizado pela Uber em Portugal apenas dá acesso ao transporte de passageiros por parte de motoristas profissionais (e devidamente credenciados para dito transporte de passageiros). Este mesmo serviço poderia ser solicitado directamente à empresa onde trabalham os referidos motoristas, mas com a Uber tem-se a facilidade de o fazer através do smartphone, com a vantagem de poder verificar de antemão o custo previsto da viagem.
Ou seja, a modalidade referida pelo autor deste texto (partilha de transporte) não existe (nem nunca existiu) em Portugal. É um argumento que continua ser utilizado, não sei se por desconhecimento ou só porque convém e permite pintar a Uber como "chicos-espertos".
Para o Stadust:
Questão 5: e quando esses que "se auto-regulam" estoirarem com a concorrência e forem um monopólio quem vai defender os clientes dos seus abusos ? AÍ JÁ SE VAI A CORRER CHAMAR O ESTADO para vir cumprir o seu papel ?
Se a "auto-regulação" é uma maravilha para que é que existe a polícia ? e os tribunais ?
Ao abrir portas a´ Uber, com todo o seu poder de açambarcamento, o estado português, como outros estados, abriram mais uma via ao capital internacional. Troca-se um mau monopólio nacional por uma multinacional…
Trata.se, por isso mesmo, de ceder parte do que resta da soberania nacional.
Segundo as regras, a prestação de serviços públicos ou privados tem de obedecer aos princípios da segurança e higiene das máquinas (táxis) e seus condutores. O que e‘ coisa rara ca´ na urbe! De Adelino Silva
Os taxistas gastaram milhares de euros num alvará e num curso de formação... entretanto... é feito tábua rasa para beneficiar uma multinacional.
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Acontece por todo o lado:
- legislação é feita à medida das multinacionais... milhões de empresas familiares vão à falência.
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-» Os 'globalization-lovers', UE-lovers e afins... que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa
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Pelo Direito à Sobrevivência das Identidades Autóctones:
-» http://separatismo--50--50.blogspot.com/
O mercado é um desassossego!
Andam sempre a inventar coisas!
Sempre à procura de tornarem inúteis prestimosos funcionários públicos, diligentes e incorruptíveis fiscais,imaginativos e dedicadíssimos dirigentes políticos, enfim, uma ameaça de caos.
Mas a reacção está atenta e sempre cuida de que não desabe por completo o Velho Regime.
De onde sai o dinheiro (cerca de 100 mil €) pagas para uma licença ? Caiu do ceu ? ninguem vai ter que pagar isso? sai do fundo perdido da antral? (como é logico sai do nossso bolso)
Porque razão se deve aceitar que o "estado" com a sua veia de tomar partido, deve provocar uma regulação que distorce a partida os preços e a concorrencia? Brada aos ceus tanta crença nos amanhas que cantam!!
Um muito bom post de João Ramos de Almeida, a chamar o nome os bois e a fazer sair de debaixo das pedras a pandilha neoliberal mais os seus funcionários privados.
Funcionários privados a fazerem-se passar pelo mercado über alles ( um desassossego mesmo) e por uns amanhãs que cantam o roubo aos nossos bolsos feitos pela quadrilha que grita que lhe estão a assaltar os bolsos.
Nada de novo debaixo dos céus. Mas o desnudar das patifarias ( agora até as licenças servem de pretexto) deixa-os irritados. Já o mesmo acontecera a 25 de Abril ( uma grande prenda de aniversário). Agora um texto que põe a nu a vaca sagrada da moda provoca o mesmo.
Está-lhes na massa do sangue, o saque.
"O mercado é um desassossego" . E não é que andam sempre a inventar coisas"
É nestes termos que se revela a pieguice do das 19 e 54 pelos mercados, enquanto se vê sem surpresa aquela coisa dum branco sujo a sair-lhe dos cantos da boca quando fala nos funcionários públicos.
Mas sinceramente compreende-se os inventos que os mercados andam a inventar e que são tão do agrado do das 20 e 58: O BPN, o BCP, o BES, o Banif, Os Swaps, as PPP, os Espíritos Santo, e demais procedimentos em curso.
Mas a reacção pela pena do das 19 e 54 está atenta e sempre cuida de que não desabe por completo o Velho Regime.
Por exemplo há uma invenção que ele se bate contra tudo e todos, ao lado dos corruptos e da escória da sociedade: é a dos offshores.
Ambrósios de todo o Mundo: uni-vos em torno dos mercados. É o Ambrósio dos offshores aí pelas 19 e 54, que o diz e que vos convoca
«O"estado" com a sua veia de tomar partido, deve provocar uma regulação que distorce a partida os preços e a concorrencia?»
Esta frase podia ter sido subscrita por um Reagan ou por uma Thatcher no seu trajecto para abrir caminho para a crise de 2007/2008, com as consequências de todos conhecidas.
Podia ser subscrita por um qualquer ...do Tea Party, no seu processo de evangelizar os descrentes no poder dos mercados.
Podia mesmo ser subscrita pelo Ricardo Salgado ou pelo Oliveira Costa no seu processo de enriquecimento empreendedor
Quando vêem uma oportunidade de negócio privado que faça crescer os rendimentos dos privados negócios não se coíbem e saltam E continuam a debitar asneiras do género do "dinheiro das licenças".
"Os Estados foram chamados a financiar o colapso da banca, primeiro nos Estados Unidos da América, depois na Europa e resto do mundo, com claras consequências que perduram e perdurarão, mais ou menos conhecidas ou desconhecidas. A orientação do discurso dominante rapidamente foi corrigida. De um discurso assente na perspectiva de que era necessária mais presença do Estado e mais regulação da banca, passa-se gradualmente para um discurso que recupera a perspectiva de retirada completa do Estado e da cada vez maior «independência do regulador» e liberalização da actividade bancária".
É o que faz o Cristóvão, alargando o âmbito da actuação dos interesses privados. Tem graça que quando somos chamados a pagar os desmandos da banca ( da ordem dos milhares de milhões de euros) ele não invoque estas somas abjectas como o faz com as licenças dos taxistas.
O neoliberalismo é um cancro. Perigoso e feio
Raro é o desastre em que o Estado não tenha um papel significativo, maioritáriamente por acção inadequada e muito raramente por ausência.
O Estado é o conjunto de políticos dominantemente incompetentes ou corruptos, e um conjunto de funcionários consistentemente condicionados a cumprir uma burocracia avassaladora e a agirem com um mínimo de discernimento.
Políticos a servir a 'opinião' pública e funcionários a servir regulamentos é o que se chama democracia em tempos que promovem o espírito de rebanho e desprezam a superação individual.
O papel "inadequado" do estado é-o raramente por ausência.
E as mais das vezes desastroso?
Mas isto é um disparate pegado. Não não falo das tretas ressabiadas e ignorantes do segundo parágrafo. Falo agora que assim se mostra ao mundo que um indigente salazarista, pregador do saque , da fé e e das armas em África, está convertido agora ao neoliberalismo uber alles.
Quando textualmente elogiava ” bem fez Salazar, enquanto a História esteve do lado dele, de aplicar o princípio à comunada!" estava a aplaudir com ambas as terminações dos membros superiores o dito papel do estado...
Quando o das 10 e 11 diz iso:
"Às bestas serve-se a força bruta se forem insensíveis a outros meios" ...
Está a convidar o estado a agir com acção adequada? A censurar a rara ausência da acção por parte do estado?
Quando o das 10 e 11 subscreve estas coisas , para comemorar o 25 de Abril:
"Todo o cobarde se armou em opositor ao regime e à política ultramarina.
Todo o filho da puta fez declarações a favor dos turras para mamar mordomias no destino de exílio."
está ter saudades do tempo em que o Estado proporcionava aos turras o tratamento adequado? Ou a manifestar o seu desagrado pela ausência de acção do Estado sobre os "filhos da puta" que opinavam sobre os referidos turras?
Vejamos, o estado é crismado como o conjunto de políticos, dominantemente incompetentes ou corruptos e um conjunto de funcionários etc e tal , a servir a opinião publica...A isto é o que se chama "democracia"?
Como? Isto é (para além dum pieguismo abjecto pelos tempos do fascismo), uma definição da governação da tripla Cavaco, Passos e Portas. Ou se se quiser ser mais rigoroso, dum estado burguês a servir a grande burguesia e a mostrar sempre que serve o poder dominante- o dos grandes interesses económicos no caso em concreto.
Ah! Este espírito de rebanho aqui tão bem patente dos saudosistas do antigamente, convertidos em fanáticos da governança neoliberal mais criminosa, que mantém sempre ontem e hoje a ligação com "os mercados" e com o saque, seja colonial ou bancário, seja terrorista ou caceteiro.
A serpente vai saindo do ovo. O seu "apego democrático" é o que é e está comprovado pela sua acção e pelas suas orações quotidianas.
Utiliza para chamar ao rebanho as mais primitivas e básicas pulsões sobre o conceito do Estado, não hesitando em mentir e aldrabar. O que importa é estabelecer a demagogia pregada pelos seus mestres. E aqui entronca directamente com a "mentira mil vezes repetida" do seu particular ídolo.
Repete as alarvidades escutadas e reproduzidas, amplificadas e apresentadas pelos que detém o poder e os seus media. Repetem ou tentam repetir os anos 30 do século passado sobretudo na Alemanha.
Até mesmo a "superação individual" citada faz lembrar a superação individual, cantada e incensada pelos nazis.
O das 10 e 11 esconde a verdadeira natureza do estado e o seu papel na presente crise em que nos encontramos.
"A crise do sistema capitalista teve repercussões tremendas no sector financeiro, que se traduziram em consequências dramáticas para os povos do mundo, com o comprometimento dos Estados na salvação e resgate de instituições bancárias gigantescas, muitas delas, partes de grupos monopolistas que integravam ou integram componentes financeiras e não financeiras.
O funcionamento do sistema foi sempre camuflado, escondido, mascarado, quer pela banca propriamente dita, quer pelos estados e aparelhos políticos ao seu dispor. Ou seja, não apenas a banca e o sector financeiro em geral se afastaram da percepção pública, realizando um número cada vez maior de operações especulativas, sem qualquer base material ou produtiva; como os estados – por força do controlo político da classe dominante – serviram de instrumento para permitir que a exploração, a especulação e a apropriação de mais-valias crescessem de forma exponencial, garantindo a alimentação da máquina de lucros que faz funcionar o capitalismo".
Ao mesmo tempo que a dívida gerada pelos bancos e pela especulação era transferida para a dívida pública, a tese oficial do capitalismo passou a assentar numa suposta orgia de investimento público insustentável que teria existido durante décadas e que teria endividado os Estados acima das suas possibilidades. Em Portugal sentimos particularmente o peso desse discurso, na medida em que foi a tese política que deu cobertura a uma intervenção estrangeira – a pedido de PS, PSD e CDS – que impôs aos portugueses um rumo de empobrecimento e de agravamento da exploração, com custos no emprego, na fixação dos trabalhadores mais qualificados, na qualidade e no acesso aos serviços públicos de educação, saúde e cultura e na presença do Estado na economia, com as privatizações forçadas contra o interesse nacional.
Os governos ( os estados) de todo o mundo foram chamados a garantir a confiança da banca de duas formas: com uma suposta rede de supervisão e pagando as dívidas da banca quando a supervisão não funciona.
Os sucessivos casos de falências com resgates públicos, por todo o mundo, ilustram bem a forma como o Estado é utilizado ao serviço da acumulação. Portugal é o exemplo mais próximo. BPN, BPP, BES, BANIF e alguns outros bancos foram alvos de intervenções, empréstimos, atribuição de garantias públicas, recapitalizações, resoluções ou falsas nacionalizações, com o comprometimento de milhares de milhões de euros. Só ao abrigo do Pacto de Agressão assinado com o FMI, BCE e UE, foram entregues directamente à banca portuguesa 12 mil milhões de euros para recapitalizações e 35 mil milhões em garantias pessoais do Estado (que também representam custos para o Estado e lucros para bancos nacionais e estrangeiros).
Os casos verificados em Portugal são o exemplo prático de que o Estado foi, no que ao resgate a bancos diz respeito, inteiramente capturado pelos interesses dos grandes grupos económicos. Não só capitalizando as instituições, não para as controlar pelo capital social, mas apara amparar as aventuras e o «empreendedorismo» dos accionistas privados (de que o caso BANIF é gravíssimo e claro exemplo) – tal como sucedia durante o fascismo em boa parte dos grupos monopolistas; mas também utilizando os recursos e a capacidade de endividamento públicos para sanar os balanços dos bancos e os entregar já libertos de problemas a outros grupos económicos. BPN, BANIF, BES foram todos alvos de processos que, sendo diferentes na forma jurídica, correspondem à mesma operação: o accionista privado tira o dinheiro do banco, o Estado mete o dinheiro dos trabalhadores no banco e volta a entregar aos mesmos ou a outros accionistas privados o banco já com o capital público, agora privatizado por apenas uma parte do seu valor.
Há que cumprir a Constituição da República Portuguesa, assumir o controlo público da banca, colocá-la ao serviço do povo e do país e recolocar o Estado ao serviço dos trabalhadores e das camadas exploradas.
O que vivemos hoje são as controversias do tempo presente, e, superalas, tem de se ter em conta que não é possível um mesmo catecismo [em toda a esquerda], mas há interesses comuns, em defesa das conquistas dos trabalhadores, no momento em que a nãoeconomia da direita, diga-se “Uniao Europeia” se autodestroi.
Esta unidade de Esquerda existente em apoio do programa do governo socialista so´ faria sentido se essa “esquerda” fosse toda ela não-integracionista. Não e´ o caso…ate por que este nao deixa de ser um apoio ao sistema vigente.
Por isso acho que, a soluçao e´uma unidade em toda a esquerda anticapitalista tendo em vista “uma frente comum de luta, com capacidade de resistência, unida e erguida”. Ate por que
“Acima da terra, os únicos derrotados são os que deixam de lutar, porque derrota é se sentir impotente. Não estamos derrotados, mas temos que entender que nunca triunfamos definitivamente. Temos que ter humildade estratégica”. Parafraseando Jose Mujica.
De Adelino Silva
Tive a paciência de ler muito do que se escreveu deste o meu último comentário
Para além de não ter verificado falsas citações - o que é um progresso - ficou-me, da experiência deste dia a necessidade de denunciar uma grave ausência do Estado.
Entendo que ao Estado compete assegurar que o cidadão não deva invadir a propriedade privada nem praticar atentados à higiene pública.
Ora o Estado Novo garantia urinóis que asseguravam a liberdade de circulação dos cidadãos e evitavam tais atentados; agora, tais abusos são forçosamente cometidos por ausência de acção adequada por parte do Estado Progressista.
Em resultado disso, e porque sou respeitador da propriedade privada, acabei a beber uma excessiva quantidade de café o que para além de uma irritação por um Estado ausente dos seus deveres, provavelmente me dará uma insónia.
Ahahah
Falsas citações?
Desde que meteu o rabinho entre as pernas com as "falsas citações" e foi obrigado a engolir uma a uma as palavras saídas da sua própria batina (uma delas era "vómito" não era?) tem que ter mais cuidado não é, ó das 23 e 05?
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2016/04/escola-publica-e-igualdade-de.html
Depois de confirmado o choradinho que o das 23 05 tem por Salazar e o carácter patibular que o move (" turras", "filhos da puta" e outros mimos) eis que, para escapar ao que se debate, resolve fugir para os urinóis.
Ahahah!!!!
Desculpem, mas tal é um achado, digno dum processamento analítico mais profundo.
Freud explica
Ahahah
Percebe-se que, feito piegas, chore pelos urinóis do tempo do fascismo( locais bem sórdidos, tal como o fascismo, apregoando a liberdade dos cidadãos naqueles locais (ele lá sabe, mas habitualmente eram os torcionários do regime que dispunham de tal)
Mas não seria mais útil perder um pouco do seu tempo e ir procurar a tese de doutoramento do Ricardo Paes Mamede ( a tal "interessante" mas que o coitado nem sabia onde procurar) ou ler um pouco mais Fernando Rosas para perceber um pouco mais o que era o fascismo, Salazar e os crápulas que o sustentavam?
Não nos deixemos desviar pelas atoardas sobre o Estado feitas pelo das 23 e 05, mesmo que agora estejam escondidas nos urinóis frequentados pelo dito sujeito.
Um outro exemplo paradigmático da submissão do estado aos interesses privados:
"..Durante toda a intervenção da troika estrangeira em Portugal, Miguel Frasquilho, director de um departamento do BES, participava nas reuniões à porta fechada entre a Comissão Parlamentar de Acompanhamento do Programa da troika, pelo Grupo Parlamentar do PSD. Poucos meses antes de o caso BES vir a público, mas já depois de se saber internamente que as contas da ESI estavam falsificadas, curiosamente, Miguel Frasquilho abandona o parlamento para se colocar como Presidente do AICEP - isso sucede em Abril.
Pela mesma altura andava Ricardo Salgado a mandar cartas para quem pudesse estender a corda ao império do Espírito Santo. Arnault, José Luís, ex-ministro de Durão Barroso, deputado e dirigente do PSD fez o que pôde. Durão Barroso já tinha tido um cargo indecifrável no BES - com carro, motorista e remuneração não se sabe para quê, nem a título de quê - e agora Arnault, advogado escolhido pela Goldman Sachs para altos cargos no Banco, faz um jeito e consegue um empréstimo para o BES de 680 milhões de euros.
Arnault que alinhou pelo diapasão de Cavaco Silva ao afirmar que "Ricardo Salgado deixou um banco robusto, com capital e credibilidade"
Mais duas citações do mesmo sujeito, para fechar (ou não) com chave-de-ouro:
"O Estado é o conjunto de políticos dominantemente incompetentes ou corruptos, e um conjunto de funcionário...
30 de Abril de 2016
"Mas dizer mal do Governo e dos políticos é o consolo geral…"
12 de Setembro de 2015
( Na altura, no governo do Estado português, estavam Portas/ Passos / Luís Albuquerque e era necessário este assomo de valentia na defesa dos seus "políticos" mesmo em vésperas do acto eleitoral
Frequentariam os mesmos urinóis ? )
Isto é a sério? É então mesmo verdade
"Todo o cobarde se armou em opositor ao regime e à política ultramarina.
Todo o filho da puta fez declarações a favor dos turras para mamar mordomias no destino de exílio."
"Às bestas serve-se a força bruta se forem insensíveis a outros meios"
"bem fez Salazar, enquanto a História esteve do lado dele, de aplicar o princípio à comunada!"
E isto foi dito com a mão estendida na saudação nazi da ordem ou com o sotaque alemão com que saudou a vinda da troika e a venda do País?
Percebe-se o cheiro fétido que exalava a 25 de Abril proveniente dos fluidos orgânicos incontinentes.
Nada excita mais o das 02:02 dos que os fluidos, o putrefacto, os odores, cabe a Freud explicar...
Mais uma vez os impulsos secretos do das 22 e 44 o traem. Nesse aspecto pobre tipo.
Tínhamos já os urinóis. Antes tínhamos essa estranha linguagem do referido sujeito sobre o "mamar" a torto e a direito. Mais os enfeites sobre os "filhos da puta" com que esconjura os seus ódios particulares.
Provavelmente o "mamar" corresponde às suas mordomias tidas em África pelo saque e pelo massacre.Provavelmente.
Mas agora encontra "excitações" em outrém e atribui tal estado a "fluidos, putrefacto, odores".
Mais uma vez, neste aspecto particular, pobre tipo.
Porque francamente só quem se excita com tais coisas pode achar que alguém se pode excitar assim.
Elementar caro Watson. Os urinóis e as excitações. A força bruta e as bestas. Tudo se conjuga, como num puzzle
Porque o puzzle se vai completando, até com a ajuda dos nossos historiadores. Deixemos para lá o ódio desbragado ao comunismo ou a quem ousou mandar à merda o "para Angola e em força" do velho e (também ele) perverso Salazar.
Fernando Rosas mostra-nos que o salazarismo foi, no essencial, um projecto análogo às outras ditaduras fascistas da época. Faz-se a este respeito uma distinção entre o fascismo enquanto movimento e o fascismo enquanto regime. O primeiro, representado em Portugal pelo MNS e integralismo, seria apenas um dos esteios em que assentou o segundo. Ocasionalmente, inclusive, esse fascismo enquanto movimento entrará em conflito com o Estado Novo feito regime. A detenção e posterior exílio na Espanha do líder integralista Rolão Preto será um exemplo dessa dissidência pela direita.
Quanto ao fascismo feito regime, ele só se pode compreender como uma aliança das diversas direitas em volta de um programa totalitário que visava aumentar as margens de lucro da classe dominante – esmagando, consequentemente, o movimento operário de classe, como já foi referido. Do ponto de vista ideológico, o corporativismo salazarista procurará a sua legitimidade numa reaçcão contra os valores herdados da Revolução Francesa:
Era o programa do novo regime: a recusa do demo-liberalismo, a constatação da falência universal do parlamentarismo, a apologia do nacionalismo orgânico e corporativismo, do Estado Forte, o intervencionismo dirigista na economia, do imperialismo colonial"
'Salazar e o poder' de Fernando Rosas - Joseph Ghanime
Um espelho.Um espelho onde vemos as sombras negras do regime e dos seus apoiantes, E helas, o seu cheiro fétido e putrefacto, para verdadeira excitação de quem andou e anda a gritar os "viva la muerte".
Como é que a direita portuguesa de Salazar e a espanhola de Franco se tornaram fascistas?
Fernando Rosas na apresentação da obra de Manuel Loff " O nosso século é fascista" salientou o «processo ideológico de fascistização das direita portuguesa, espanhola e italiana». «Como é que se dá esse fenómeno em que honrados católicos, republicanos, conservadores respeitáveis, se transformam em apoiantes do nazismo e fascismo, como é que as direitas se rendem à necessidade de liquidar o estado liberal, de reprimir o movimento operário, de acabar com o parlamentarismo do demo-liberalismo, como é que esse processo de reconversão ideológico se dá num quadro da hegemonia das ideias da nova ordem, que se tornam as ideias de um vasto sector da direita unificada»
É ler o livro de Loff e Fernando Rosas. Mas também estar atento aos sinais emanados dos agora escondidos apoiantes do fascismo e do nazismo de outrora, convertidos agora em entusiastas europeístas a cacarejar em alemão e a saudar a Troika como antes saudavam as tropas do eixo
http://irritado.blogs.sapo.pt/inadequacao-814668
Filipe Bastos:
– « Voltando à Uber, a regulação doce estende-se ao costume: aos lucros obscenos que mama de um “simples” software, onde o trabalho é feito por milhares de funcionários voluntários, sem encargos para a Uber, e aos impostos que esta (não) paga.
Os offshores são o corolário, a cereja no bolo desta era. Um mamão paga os impostos que quer. E todos aceitam este estado de coisas, a começar pela carneirada, que encolhe os ombros e descarrega mais uma app.
Depois, lentamente, os condutores da Uber percebem que ganham cada vez menos – pois há cada vez mais – enquanto o lucro da Uber é sagrado. Sempre para paraísos fiscais...»
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