Mais um referendo, mais uma derrota para o europeísmo realmente existente, ou seja, para o imperialismo na versão actualizada de comércio dito livre: o “acordo” UE-Ucrânia foi chumbado na Holanda. Entretanto, o próximo referendo é no Reino Unido e há quem não desista:
“A UE está irreversivelmente comprometida com a privatização, os cortes no Estado social e a erosão dos direitos sindicais. É por causa disto que as forças dominantes do capitalismo britânico e a maioria da elite política são a favor da permanência na UE. A UE está irrevogavelmente comprometida com a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento e com outros acordos comerciais, que representam a maior transferência de poder para o capital a que assistimos numa geração.”
sexta-feira, 8 de abril de 2016
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14 comentários:
"forças dominantes do capitalismo britânico"
João Rodrigues, mas isto não significa que outros capitalistas britanicos vejam com maus olhos a saída do R.U. da UE e aproveitem-se de tal situação para que tudo fique +- na mesma no que diz respeito à causa dos trabalhadores...
Nós (portugueses, britanicos, etc) precisamos de governos que voltem efectivamente a praticar politicas que favoreçam os muitos e não os poucos.
Ola
Eu vivo no Reino Unido e tenho acompanhado que se escreve na BBC e no Guardian acerca do referendo de 23 de Junho. Ha outros jornais muito radicais no que toca a UE, porem estas duas fontes parecem fazer um esforco para dar voz a intervenientes de varios quadrantes politicos.
Os inqueritos mais recentes (nao sao sondagens) apontam para uma preferencia para a saida por parte dos eleitores mais velhos e para uma preferencia dos mais jovens para a permanencia na UE.
Fazer campanha eleitoral para repetir milhares de vezes "Isto esta tudo mal!" e facil, e por isso o "Brexit" parece ter adeptos mais visiveis e audiveis. Ha varios assuntos da ordem do dia no Reino Unido que agora sao pretexto para votar a favor da saida da UE, mesmo quando e visivel que sao falhas e problemas causados pelos sucessivos governos Labour e Conservative, similarmente afectados por decisoes de ideologia, inteligencia e conveniencia duvidosas.
Falta saber da tal maioria silenciosa, que pensarao eles da permanencia/saida da UE. Ate agora, ninguem em posicao de responsabilidade se comprometeu com comentarios serios acerca dos europeus ja legalmente residentes no RU.
Apenas um artigo no Guardian faz referencia a duracao do processo de uma eventual separacao: se a Gronelandia precisou de 3 anos para re-fazer acordos de pescas (o unico tema que lhes tocava), quanto tempo demoraria renegociar a relacao entre a UE e um pais de 60M+ de pessoas e com uma economia fortemente integrada em inumeras industrias.
O QUE ME INCOMODA DE SOBREMANEIRA,
É O DESDÉM
QUE MOSTRA A ATITUDE DOS QUE CAPTURARAM OS CENTROS DE DECISÃO,
AINDA POR CIMA,
COM A BOCA CHEIA DE LIÇÕES DE DEMOCRACIA!
PIOR QUE O DIABO A FUGIR DA CRUZ...
SÓ ESTES VERMES, A FUGIR DA VONTADE DO POVO.
Sabemos bem da capacidade que o ser humano capitalista tem de engendrar artifícios políticos, económicos e sociais para safar a “onça”…E também sabemos da sua dificuldade para engendrar coisa boa…O Sistema Capitalista não da´ espaço de manobra aos seus adversários…A CEE foi criada precisamente para isso, tendo como meta para já – Barragem ao Comunismo--.
Na sublimação, adoptou a sigla UE para a continuação, se possível ainda mais forte, desse mesmo sistema capitalista.
Estando esta UE em vias de extinção e como o capital parado e´ um “Nado Morto” uma nova fórmula de exploração apareceu – P.T.C.I “Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento” . E se os povos de todo o mundo não se virarem contra este sistema capitalista, retornar ao esclavagismo do início desta civilização e´ o objectivo final! De Adelino Silva
Onde a esquerda e a extrema-direita se encontram: só no pequeno isolacionismo podem ambicionar estabelecer a sua autarcia autoritária!
Não, não há qualquer encontro entre a esquerda e a extrema-direita.
Como se pode ver pela distância que separa o das 18 e 06 de qualquer outro comentador
Mas este exercício "pueril" ou senil de comparações néscias e despropositadas são o que resta para responder à acusação que "a UE está irreversivelmente comprometida com a privatização, os cortes no Estado social e a erosão dos direitos sindicais e que è por causa disto que as forças dominantes do capitalismo britânico e a maioria da elite política são a favor da permanência na UE"?
São para esconder o resultado de "mais um referendo, mais uma derrota para o europeísmo realmente existente"?
O resultado de mais este referendo será a "autarcia autoritária" referida acima? Mas como é possível tal disparate?
"Às bestas serve-se a força bruta se forem insensíveis a outros meios" dizia aquele que acusa os demais de autoritarismo.
Tudo dito sobre a enorme diferença,também ética e moral que separa isto dum qualquer outro ser.
A esquerda do tempo das fronteiras e das barreiras aduaneiras era toda ela internacionalista, terceiro-mundista e toda a treta que orquestrava um anti-imperialismo que visava sobretudo os USA e servia a URSS.
Esta última pulsão é mantida em nome de uma coerência que persiste em sublimar o desastre soviético.
Quanto ao restante, com um pé em Cuba e outro a saltar da Bolívia para a Venezuela, o Equador, o Brasil,... saltando - sem que a esqueçam! - sobre a Coreia do Norte, vai a esquerdalhada sendo conduzida à evidência de que o internacionalismo deve manter-se ao nível da treta, que o nivelamento de condições de vida no planeta é obra para o capitalismo e seguramente exclui uma colectânea de burocracias vinculadas ao serviço de clientelas, que é ao que em final se reduz o projecto socialista, como se pode comprovar pela acção geringonçosa.
Como?
"A esquerda do tempo das fronteiras e das barreiras aduaneiras"?
Ah esta visão típica dum eurocentrismo serôdio e ultrapassado.Olha-se para o umbigo e vê-se aí o universo espelhado.
Infelizmente isto nem é o pior.
A incapacidade dum tipo que objectivamente tenta esconder o patrioteirismo rançoso do Estado Novo, com o "isolacionismo" com que procura colar a extrema-direita com a esquerda, é notória.
Pode-se dizer que tal deriva das suas próprias posições ideológicas. O salazarismo apoiava-se no "orgulhosamente sós", porque o colonialismo, vertente nacional, estava irremediavelmente condenado. As posições de colonialista do tipo das 13 e 04 são por demais conhecidas, o que indicia que o "orgulhosamente sós" foi agora travestido nesta comédia,porque a tal interessa ao poder do Capital.Tal como antes interessavam as colónias e o seu saque, agora interessa o produto do saque dos agiotas e dos grandes negócios que continuam a esmifrar os povos e os países.
A traição abjecta e reles à independência nacional está aqui patente. Tão patente que mete pena o estrebuchar argumentativo baseado espante-se em "pulsões e em sublimações". E neste aspecto a converter tal discurso num discurso saído dum divã ( ou sofá ) ) tão tonto como tolo.
Sejamos frontais. A mescla de "pulsões e de sublimações" adornadas convenientemente pelos USA e pela URSS e por Cuba e pela Bolívia e pela Venezuela e Equador e Brasil numa mixórdia tremenda e disparatada tem apenas um objectivo:
- O de esconder a qualidade dum vende-pátrias banal e pusilâmine.
Mas esta nova pele que o sujeito adquire, despindo o seu outrora habito negro ou castanho com que se saudava de mão levantada, esquece-se de várias coisas.
E aqui,com um pedido de desculpas a João Rodrigues, pego nas próprias palavras deste,num post escrito há aproximadamente um ano:
"Quem disse que não se pode ser patriota e internacionalista ao mesmo tempo? Na realidade, acho que não é possível ser consequentemente uma coisa sem ser a outra, até inspirando-me numa certa história do “nacionalismo internacionalista”. De resto, atentem no início do artigo 7.º da Constituição desta República de presidente com p mesmo pequeno ou não fosse há décadas um dos garantes da dependência nacional:
“Portugal rege-se nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional (…) Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos (…) Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência e ao desenvolvimento, bem como o direito à insurreição contra todas as formas de opressão
Apesar de todas as revisões descaracterizadoras, incluindo as destinadas a acomodar nesse mesmo artigo a integração nesta cadeia imperialista que tem no Euro a sua máxima realização, a Constituição continua a ter a marca de uma revolução democrática e nacional realizada poucos dias antes da aprovação na ONU desse projecto do nacionalismo internacionalista no campo dos princípios destinados a serem torpedeados nas décadas seguintes: a nova ordem económica internacional, a tal que proclamava que os Estados devem poder controlar soberanamente as suas economias. Outros tempos, que não chegarão, dizem eles..."
Tal post desencadearia como seria de esperar o reflexo pavloviano de alguém que agora, qual vero lamechas, canta loas aí em cima à obra do capitalismo para nivelar as condições de vida do planeta ( destruindo-o com toda a certeza).
E a tradução de tal reflexo é esta frase dita de imediato,naquele tom castanho ou negro atrás referido:
"Chega de lamúrias que já mamaram muito para além da medida máxima!" Seguir-se-iam ou seriam antecedidas de frases como estas:"Às bestas serve-se a força bruta se forem insensíveis a outros meios" ?
«...vertente nacional, estava irremediavelmente condenado»
A parvoeira esquerdalha vertente nacional, está irremediavelmente condenada, mas, tal como a outra senhora, recusa-se a acreditar nisso!
Ó das 1 e 48.
Contra factos não há argumentos. Percebe-se que a condenação da vertente patrioteira do colonialismo provoque este seu reflexo condicionado em defesa da outra senhora que admirava tanto.E do colonialismo serôdio,criminoso e sem remissão que ambos,a senhora e vossemecê, comungavam nas missas em defesa do saque colonial
Mas quanto a derivativo estamos conversados.
As lamechices repisadas usadas como técnica argumentativa têm pernas curtas. O tema é o referendo, os seus resultados ( a autarcia autoritária e austeritária da direita-extrema a atirar para o lado),a constatação que "as forças dominantes do capitalismo britânico e a maioria da elite política são a favor da permanência na UE" e a denúncia que a UE está irreversivelmente comprometida com a privatização, os cortes no Estado social e a erosão dos direitos sindicais.
E o que sai são "pulsões,sublimações,crenças" e outra conversa fiada parida nos divãs ( no caso particular,nos sofás) dos defensores desta imundície do capitalismo
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