Ou seja, sobre os limites da liberdade e como é frágil a nossa democracia ocidental - e que se reflecte noutras partes do mundo. Como é difícil encontrar os verdadeiros padrões democráticos ou como tudo redunda numa ténue e estranha gama de zonas cinzentas.
Aliás e nem de propósito, há instantes a rádio Multicult.fm Weltkurturradio de Berlim informou que a ZDF já confirmou que o humorista Böhmermann anunciou que vai parar o seu programa humorístico por 4 semanas até 12 de Maio, o tal programa que questionou os limites da liberdade de expressão na Alemanha - ler a crónica do Ricardo Cabral. E o motivo do humorista é o melhor: Decidiu "fazer uma pausa" para permitir que "os cidadãos concentrem a sua atenção nos assuntos importantes, como a que a questão dos refugiados, videos de gatos ou a vida amorosa de Sophia podem concentrar". E diz que vai aproveitar este tempo para trabalhar, para ir à Coreia do Norte para estudar a liberdade da imprensa...
Termino com uma frase muito engraçada e lúcida do Mark Twain: "Se votar fizesse alguma diferença, eles não nos deixavam fazê-lo".
Provocatória? De imediato, lembrei-me do referendo anunciado pelo primeiro-ministro grego Papandreou em 2011, que levou à sua demissão, inspirada pelo G8. E lembrei-me de que Portugal nunca votou entrar para o euro, nunca votou o Tratado Orçamental, nunca votou o semestre europeu. E já nem falo de referendos, mas de programas eleitorais a defender expressamente essas opções. Nenhum dos partidos teve legitimidade para os votar ou decidir.
5 comentários:
A liberdade de expressão na internet traz perigos, sim... mas... a implementação do lápis azul (vulgo censura) na internet TRAZ PERIGOS MUITO MUITO MAIORES!...
Não me recordo de Portugal alguma vez ter votado a sua própria existência, o que é uma grave falha democrática!
O povo nunca votou a entrada de Portugal na Nato...
O povo nunca votou a Guerra do Iraque...
O povo nunca votou os bailouts dos banqueiros/ capitalistas...
Porque é que não tenho direito de voto nestas coisas?
Não serão as guerras e transferência de riqueza colossal dos trabalhadores/ contribuintes/ pessoa comum para os "donos disto tudo" motivo para requerer a minha opinião enquanto cidadão de um suposto Estado democrático?
Porque temem tanto "os donos disto tudo" a minha singela opinião sobre tão pertinentes assuntos?
Enquanto andarmos a brincar às democracias não nos podemos queixar que a democracia esteja tão descredibilizada...
"Se votar fizesse alguma diferença, eles não nos deixavam fazê-lo".
Esta frase de Mark Twain da´ muito que pensar … Ela reflete uma das chaves mestras da burguesia que em Portugal quis impor o voto como ”dever cívico ou de cidadania”.
Dever cívico ou de cidadania que mais de metade do eleitorado português rejeita.
Esta frase marca também o impasse ou o vazio político/social/económico em que temos vivido desde a Revolução Industrial, para não ir mais longe. Esta coisa das ´liberdades´ burguesas que nos são impostas, tem destas coisas - não tem nada a ver com liberdades conquistadas , não passam de ser Nao-Liberdades.
De Adelino Silva
Há aí um tipo que não se recorda da votação da independência nacional.
São uns pobres miseráveis estes traidores. A independência foi conquistada e não necessita de votação. Será inútil dizer a esta espécie de retardado mental que na altura a democracia nem sequer existia.
Mas é sobremaneira cómico ver este tipo à rasca para defender a ausência de legitimação democrática de vários atentados à soberania nacional- "Portugal nunca votou entrar para o euro, nunca votou o Tratado Orçamental, nunca votou o semestre europeu..."
O patrioteirismo familiar de tempos idos agora convertido nesta massa cinzenta, mole, viscosa dum vulgar vende-pátrias. A quem der mais,a quem lhe proporcionar mais lucro, para o aferrolhar em offshores
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