[O] eventual equilíbrio da balança comercial não é sustentado pois não resulta de um aumento da produção substitutiva de importações e incremental das exportações, é basicamente um efeito da recessão e da austeridade. As importações estão em queda livre devido exclusivamente à redução da procura interna. Do consumo, mas também do investimento com efeitos negativos na capacidade produtiva futura. A evolução favorável das exportações é positiva, mas relativa pois no essencial é a recuperação da quebra de 2009. Acresce que do aumento homólogo das exportações, até Maio, cerca de 10% provém de objectos de ouro, das jóias familiares vendidas devido à crise, e 29% de combustíveis cujo valor acrescentado nacional é mínimo. Por aí não vamos lá. E omite-se o que terá sido a causa mais benéfica para as exportações, a desvalorização do euro. Que não depende de nós e poderá ser temporária. Em Portugal, o euro continua tema proibido, embora o debate sobre o assunto seja urgente e essencial.
Octávio Teixeira
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3 comentários:
Marx dizia que a religião era o ópio do povo. Na situação actual em Portugal o Bloco de Esquerda quer ser a canábis do povo?
É que enquanto se ocupa o espaço mediático com estas questões vai-se esquecendo o que o governo faz. Será mais um alinhamento do BE com os interesses dos bancos, como ainda há pouco com as grandes obras à custa de dívida opressiva?
O Partido Socialista está sentado à sombra da bananeira a ver os danados a malhar no milho, quando este estiver feito em pó, vão sair da sombra e colher o fruto...E a restante esquerda está descredibilizada, impotente, completamente incapaz de actuar de forma consitente.
O PS está num beco sem saída pois não há saída para esta crise que não coloque em causa a bondade do Euro e esse é assunto tabu para o PS.
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