quinta-feira, 26 de maio de 2011
Vejo-me grego
A comissária europeia grega decidiu ameaçar o seu país com o cenário de saída do euro no caso de não se aceitar mais uma ronda de austeridade inviável. A comissão europeia e o BCE fazem tudo para adiar a inevitável reestruturação da dívida grega. Segundo o eminente historiador económico Barry Eichengreen, esta terá de envolver uma redução do fardo da dívida de cerca de 40%. Vale tudo para proteger os interesses do sistema financeiro? No entanto, a ameaça europeia não é credível. Toda a gente sabe que a saída do euro implicaria uma reestruturação da dívida mais rápida e em maior escala devido ao aumento do seu fardo pela mudança de moeda e isto geraria ondas de choque por todo o sistema financeiro europeu. Adicionalmente, a desvalorização cambial que se seguiria “vedaria” o mercado grego à produção do centro. Na realidade, espero que o povo grego consiga pressionar o seu subalterno governo a mudar os termos da relação: ou acabam com esta destruidora austeridade ou somos nós que saímos do euro. Esta ameaça seria muito mais credível, até porque começa a ser claro que não há futuro decente para a maioria dos cidadãos das periferias nesta configuração do euro. As reformas que tornarão a zona euro sustentável requerem actos de rebeldia das suas periferias. Quem começa?
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8 comentários:
Talvez seja melhor ninguém fazer bluff e procurar-se antes, de parte a parte, um divórcio amigável... enfim, tão amigável quanto possível...
Há muito tempo que os países da periferia (os seus políticos) deveriam ter-se já unido.
Rebelião, precisa-se.
Almerinda Teixeira
Há movimentos que tardam mas acabam por ter lugar.
Com todas as movimentações de pessoas que começam a surgir pelos países periféricos é uma questão de participar! ou para os que são fãs do zapping ficar em casa no sofá a ver o que isto vai dar.
Certo, certo é se as pessoas não se responsabilizarem pelo estado do país, por exemplo os que votaram neste governo e noutros anteriores - achando que a culpa é dos políticos, esquecendo-se muito convenientemente que alguém os colocou nesse cargos de decisão - não saímos da "cepa torta".
Ainda no Corredor do Poder, há uns tempos, o José Gusmão estava a tentar passar a mensagem de que economistas díspares como Paul Krugman e Joseph Stiglitz estavam de acordo relativamente ao percurso que Portugal deveria tomar e os representantes do PS e PSD quais mentecaptos a tentar refutar o que ele estava a dizer sem quaisquer argumentos válidos. A desinformação que se vive neste país é chocante.
O vosso blog contraria essa tendência nacional. Continuem o bom trabalho :)
Será que não estão dentro dos próprios países periféricos as forças de bloqueio para um resposta clara e inequívoca a esta situação? e se estão porque é que actuam como tal?
Para mim por puro e simples egoísmo.
e os gregos começam a andar em carros com 20 ou 30 anos
daqui a umas décadas?
como os cubanos?
Vale tudo para proteger os interesses do sistema financeiro?
os CDS (nã me refiro ao partido das Portas) estão nas mãos de fundos de pensões de particulares
de empresas
tirar a dívida e honrar os credit defaults que devem ascender a centenas de milhares de milhões
arrombam o sistema financeiro europeu durante décadas
Toda a gente sabe que a saída do euro implicaria uma reestruturação da dívida mais rápida e em maior escala devido ao aumento do seu fardo pela mudança de moeda e isto geraria ondas de choque por todo o sistema financeiro europeu.
e não só tecido produtivo primário e ecundário tamém
Adicionalmente, a desvalorização cambial que se seguiria “vedaria” o mercado grego à produção do centro.
o mercado grego consome quantos milhares de milhões de produtos "centralis"
~se fosse só por isso
resumindo vejo-me turco
e tenho o batatal alagado
e nem o sol da dívida mo seca
cedo ou tarde alguém terá de sair
ou de mudar de estilo de vida
ao estilo haitiano
ou do pessoal do burkina
requerem rebeldia das periferias....
se nem os cidadãos se podem manifestar
nos comícios partidários só se manifesta quem for a favor
ó excelso murcão...
e anda aqui a gente a ler revoltem-se as periferias
mas só nos lugares designados
Rebelião? Lol vão contar essa aos portugueses.
E não se iludam com o Euro. As economias periféricas são irrelevantes para os planos de exportação da Europa Central (basta ver os ritmos normais da globalização para ver onde estão os mercados com potencial - e parece que não é cá).
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