sábado, 28 de maio de 2011

Tempos

O sinistro Olin Rehn afirmou que o tempo da Grécia está a esgotar-se. Na realidade, é o tempo de muitos bancos europeus que pode estar esgotado. A democracia é incompatível com a lógica austeritária em vigor. Como diz o economista grego Yanis Varoufakis, co-autor de uma "modesta proposta" para resolver a crise do euro, a propósito de um plano europeu para gerir a pilhagem dos activos gregos a partir do exterior: "Este é o momento em que a alma democrática da Europa está a ser enterrada. Em Atenas, onde nasceu." A única forma de evitar o esgotamento da soberania democrática é declarar esgotado o tempo da economia da chantagem. É chegado o tempo da reestruturação.

3 comentários:

Exilado disse...

1) Que exagero chamar à reestruturação uma salvação da democracia.

2) Mais facilmente se matam liberdades do que se mudam coisas quem impliquem com os "powers that be".

Bilder disse...

http://senhoresdomundo.blogspot.com/2005_05_01_archive.html vejam a ediologia dos senhores nesse link,lembram-se do consenso de washington??

João Carlos Graça disse...

Acerca da forma como a Grécia foi apropriada selectivamente pelo imaginário "democrático moderno", há palavras magníficas escritas, entre outros, pelo Luciano Canfora, no seu A Democracia - História duma Ideologia, publicado entre nós pela Almedina.
Mistificações "ideológicas" e genealogias míticas à parte (o que é que "os gregos" de hoje terão ainda a ver com "os gregos" da Antiguidade?), o que deve ser dito ao Varoufakis, como forma de o trazer "back to planet Earth", é que a UEM é uma construção não-democrática (ler mesmo: anti-democrática) de raiz...