quarta-feira, 11 de maio de 2011

Reestruturar para mudar

As recentes notícias gregas, da inevitável reestruturação aos rumores sobre saída do euro, mostram, se fosse ainda necessário, o quão disfuncional tem sido a gestão europeia da crise da dívida. A reestruturação é recusada sobretudo porque tal acção implicaria perdas para a banca europeia (com França e Alemanha à cabeça). No entanto, com a insustentabilidade da dívida cada vez mais clara, a União Europeia terá de agir. A voz oficial do sector financeiro internacional, o Financial Times, coloca duas opções: ou se reestrutura a dívida agora, englobando os credores privados na factura, ou o fundo de estabilização assume a dívida grega e intervém no mercado secundário, comprando dívida – a preço de desconto, o que equivale a reestruturação de facto – até conseguir uma situação em que a Grécia consiga voltar aos mercados financeiros. A segunda opção seria assim uma fuga para a frente na governação económica europeia, já que a UE garantiria a dívida de um dos seus membros sem qualquer prazo. Uma solução próxima das propostas das euro-obrigações. É muito questionável se há condições políticas para tal passo, mas sendo a alternativa a imposição de custos elevados ao capital financeiro, a minha aposta vai para medidas que vão neste sentido. No entanto, este enquadramento não resolverá o problema. Como o título do editorial defende – “Atenas tem de ser colocada entre a espada e a parede”, tal enquadramento teria de ter como uma contrapartida a imposição de mais austeridade a um povo exaurido. Enganam-se se pensam que não há limites sociais ao ciclo vicioso de austeridade, recessão e desemprego. Perante este desastre, e perante a sua repetição em Portugal, torna-se cada vez mais urgente a reestruturação da dívida liderada pelos devedores.

2 comentários:

Anónimo disse...

Convinha que estes srs tivessem juizinho e não espremessem demais as classes médias( que são, afinal, aquelas que estão a pagar o grosso da factura).
É que a classe média pode revoltar-se a sério e depois quero vê-los a gritar que eles até são democratas e que estão a favor dos mais desfavorecidos ( mas quais, os que já nada têm ou também aqueles que estão a ser espremidos até ao tutano.!!?).
Cuidado ó Coelho.!
Cuidado ó Sócrates.!
Cuidado ó Portas.!
Depois gritem pela mâezinha.!!!

ANTÓNIO DA CEREJEIRA SALAZAR disse...

Pondo em termos simples

Reestruturação na Argentina

Queda do PIB em 40% em apenas 38meses

tiraram todos os cursos nos anos 80?

ou o ensino nas faculdades portuguesas anda assim tão mau

renegociar prazos e taxas ok

abater pura e simplesmente a dívida

vou ver pornografia é repetitivo
mas sempre tem mais imaginação do que isto