«A Comissão Europeia desvalorizou hoje as preocupações acerca das credenciais democráticas de um programa de austeridade imposto externamente numa negociação entre o FMI-UE e um governo de gestão. "As negociações terão lugar com as autoridades do país em causa", disse um porta-voz da Comissão. "Iremos negociar um programa de ajustamento económico com as autoridades portuguesas. Partimos do princípio de que quando as autoridades se envolvem nas negociações estão mandatadas para tal. É um assunto de política interna." Pois. Eu espero e acredito que o povo português, e outros verdadeiros europeus, não vão engolir esta mentira.»
As palavras (originalmente em inglês - e vale a pena ler o original) são do até agora correspondente do Daily Telegraph em Bruxelas.
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3 comentários:
Claro. A democracia desta gente não comporta ouvir os cidadãos.
Com defensores deste calibre bem pode a Democracia dispensar quaisquer inimigos.
Depois queixem-se que a democracia( á semelhança dos outros direitos, sociais e não só - é o que eles apregoam) afinal não é um direito adquirido.
Enquanto não for desmantelado este sistema económico/politico a pergunta queres democracia ou queres comer?continuará a ser derradeira.
Obrigado pelo link.
É curioso que onde devia prevalecer o princípio do reconhecimento inequívoco dos estados, e das respectivas soberanias, tende antes a impor-se um outro princípio, que alega referir-se aos povos, não aos estados: ver o caso da série ininterrupta das "intervenções humanitárias" (da Bósnia à Líbia "e mais além"), as quais aliás ameaçam com a iminente "somalização" de toda a orla neocolonial do espaço UE-EUA (isto é, da NATO): de Marrocos à Ásia central, e talvez para sul até ao Cabo...
Quando, pelo contrário, devia funcionar um princípio de "nós o povo", como é o caso com a (ir)responsabilidade do BCE face à CE, desta face ao PE, do peso relativo do orçamento "federal" de Bruxelas, etc. - eis que se regressa ao registo do "respeito pela soberania" (de forma interessada, claro, por causa do "pacta sunt servanda"...).
Desculpem lá, mas "isto" está mesmo tudo mal, tudo trocado, tudo ao contrário do que devia estar. De facto, "isto" cada vez me parece mais uma monstruosa impostura, e cada vez mais acho que devíamos sair. Não a saída conservadora dos Brits, claro, mas uma outra saída, que pelo menos impedisse os conservadores Brits de se rirem de nós, dando-nos lições de "serviços mínimos" democráticos...
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