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Bem vistas as coisas, para Cavaco Silva a compaixão com os desempregados traduz-se (em plena crise) na redução imediata do défice público.
Temos pois o Presidente da República a dizer ao Primeiro Ministro que discorda da sua insistência no investimento público e que nesta matéria não há escolhas políticas, apenas é preciso aplicar rapidamente o que a "ciência económica" diz ... e ter coragem política para o fazer.
Tenho pouca informação, e muitas dúvidas, quanto aos efeitos da proposta de Orçamento do Governo sobre o emprego. Mas do que não tenho nenhuma dúvida é que o Presidente da República acabou de fazer uma pressão política muito explícita sobre matéria que é da exclusiva competência do Governo.
Ou seja, politicamente, 2010 começa mesmo mal.
8 comentários:
Gostava de saber que parte(s) do comentário de Cavaco Silva é que considera associadas ao coro neoliberal (ou basta alguém falar no défice e mostrar se preocupado para ficar associado), e onde exactamente se intrometeu ele na competência exclusiva do governo. Que eu saiba fazer o Orçamento é competência da Assembleia, e a execução do Governo.
Fazer o Orçamento é da competência do Governo e do seu Ministro das Finanças.
Daniel, não sabe nada de competências. Ainda bem que há anónimos. Não ouvi uma palavra ao CAvaco que não assentasse na lógica que nos conduziu à crise. Nem uma palavra de arrependimento.
Caro Jorge Bateira,
Eu acho o debate político muito importante para a formação de consensos sociais que orientem, na medida do possível, a via política do nosso país. Mas a verdade é que já não há pachorra para comentários como o seu! Já não há pachorra para comentários popularuchos que podem ser bradados aos céus mas que passaram sempre impunes dado o facto de nunca terem de ser efectivamente postos em prática e, obviamente, falharem..
Num país onde claramente se consome mais do que se produz, e que consequentemente vai aumentando a sua dívida externa, qual é a sua sugestão? "criação de emprego através da colaboração dos vários níveis da administração pública com as instituições particulares de solidariedade social".
Isto não se chama criar empregos, chama-se inventar empregos, chama-se tapar o sol com a peneira...
Para além disso, estes empregos que você pretende "inventar", não poderiam ser temporários, certo? pois você, deduzo, é contra a "precariedade", teriam de ser como todos os empregos públicos não temporários, ou seja, ETERNOS.
Resultado, continuaria-se a afectar mais e mais recursos para sectores que não produzem qualquer riqueza passível de ser exportada por forma a compensar o nível de vida a que nos habituamos, e ainda criaria uma nova fornada de funcionários públicos, cuja a rentabilidade marginal seria dúbia, muito mais o custo de oportunidade de os termos, mais tarde ou mais cedo, no sector produtivo. Esta nova fornada, sustentada por um acréscimo dos impostos às famílias e às empresa, iria impor mais pressão sobre as importações (tal como impomos todos).
Ou seja, se utopicamente você tivesse a possibilidade de por em prática a sua demagogia, o monstro do estado cresceria (sim porque ele existe) e os impostos também, e as famílias e as empresas que já se começam a fartar de alimentar o monstro, aumentariam o ritmo de fuga deste país à beira mar plantado.
Portanto, eu sei que a tentação de tentarmos passar uma imagem melhor do que a que realmente temos, utilizando para isso umas palabritas bonitas e tal, é grande.. mas como diz o povo.. de boas intenções está o inferno cheio.. e portanto deixe-se de debitar esta treta..
Bruno Silva, não há pachorra é para comentários como o seu, sempre pronto a defender a honra dos ladrões (não os de bicicletas)e a pugnar pela incontornável continuidade do roubo. Você a ladrar parece ter cócegas de Medina Carreira, mas o seu produto já não vende. Vá mas é inovar em vez de vir com as tretas do costume!
Se sabe de ladrões vá os denunciar à polícia.. não acha que faz sentido?
é mais útil do que estar para aí a ladrar anonimamente...
Por que motivo diz que os neoliberais estão interessados em espirais deflaccionistas? Qual o sentido disso?
Eu quero é ver quando toda a "morfina" injectada na economia pelos estados começar a gerar inflação, tradicionalmente dois anos após o acto, quando as taxas de juro subirem em flecha para a combater, e quando muita gente começar a ficar com sérias dificuldades para pagar a casa, estes ferrenhos defensores das ditas injecções vão arranjar novas justificações para culpar o neoliberalismo, a banca e o grande capital... como é obvio.. nenhum deles terá certamente a hombridade de dizer que, de facto, este aumento elevado das taxas de juro decorre das intervenções estatais de há dois anos.
Atenção que não estou a dizer que não tivessem sido, em parte, necessárias, estou apenas a evidenciar a vossa atitude mesquinha e ridícula de atribuir ao neoliberalismo todos os males do mundo...
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