quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Contramovimentos

Num momento que o trabalho é cada vez mais uma mercadoria descartável, é de salutar todos os movimentos de base que procuram lutar contra o trabalho sem direitos. Face à exploração e abusos de que os trabalhadores domésticos (normalmente mulheres e imigrantes) são objecto, o apelo da UMAR e da Solidariedade Imigrante, que transcrevo abaixo, é um passo pequeno, mas significativo, para o necessário contra-movimento pela dignidade no trabalho. Tenho, todavia, pena de não ver envolvidos os sindicatos...


GRUPO DE APOIO ÀS MULHERES IMIGRANTES

A Solidariedade Imigrante - Associação para a Defesa dos Direitos d@s Imigrantes e a UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, são duas associações sem fins lucrativos que trabalham em parceria na defesa dos direitos das mulheres imigrantes em Portugal. Dado o elevado número de mulheres imigrantes a trabalharem no serviço doméstico/limpezas - sectores onde frequentemente verificamos graves incumprimentos dos mais elementares direitos laborais – foi constituída uma base de dados que contém a informação necessária sobre o percurso laboral e qualificações de cada uma das nossas candidatas. Sendo que o nosso principal objectivo é ajudar as imigrantes na procura de um trabalho digno evitando, desta forma, o recurso a intermediários/as que cobram uma percentagem muito elevada do seu rendimento, pretendemos criar uma rede de contactos de potenciais empregadores/as. Apostamos, desta forma, numa rede informal e de confiança para ambas as partes interessadas. A maioria das candidatas procura trabalho na área do serviço doméstico/limpezas, mas também noutras áreas (pois contamos com mulheres com experiências e qualificações muito diversas), tendo disponibilidade para trabalhar em regime de tempo integral ou parcial.

Se precisa, ou conhece alguém que precisa de uma pessoa que assegure o cuidado e/ou limpeza da sua casa, loja, café, escritório, consultório… contacte-nos! Precisando de pessoas para trabalharem noutras funções, contacte-nos também!
Telefone: 218 873 005
E-mail: gamilisboa@gmail.com

2 comentários:

antónio m p disse...

Os sindicatos não estão envolvidos ou você não está informado sobre a actividade dos sindicatos mais do que se mostra nos telejornais?

Nuno Teles disse...

Caro António,

O pouco que sei sobre os dois sindicatos onde os trabalhadores domésticos estariam integrados é que de facto eles não são muito activos. Há boas razões para isso: a informalidade das relações laborais no trabalho doméstico; o isolamento em que muitos destes trabalhadores sofrem; a invisibilidade social deste tipo de trabalho, etc.
Por isso esta iniciativa me parece importante como forma de organização colectiva destes trabalhadores.