segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Escola Pública
Segundo o Público, «há cada vez mais pais que não conseguem pagar as mensalidades dos colégios dos filhos a tempo e horas». E que tal a escola pública? Vão ver que não custa nada. Já vai mas é sendo tempo de acabar com os regressivos benefícios fiscais às despesas privadas em educação e com os escandalosos subsídios, que não param de crescer, ao ensino privado. Em tempos de crise, a prioridade tem de ser o reforço da escola pública e dos restantes serviços públicos. Aqui não se constroem novas barreiras de classe e até se podem abater algumas...
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15 comentários:
A perspectiva liquidacionista entra por onde menos se espera .. pela porta do cavalo.. Stiglitz quer deixá-los cair.
http://www.telegraph.co.uk/finance/newsbysector/banksandfinance/4424418/Let-banks-fail-says-Nobel-economist-Joseph-Stiglitz.html
Primeiro o disclaimer: Tenho os meus filhos a frequentar a Escola Pública. Eu sou um orgulhoso produto da Escola Pública ( que infelizmente já não existe).
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"Aqui não se constroem novas barreiras de classe e até se podem abater algumas..."
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Tem a certeza do que escreveu?
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Quando o meu filho fica 2 meses por que a professora mete baixa e ninguém se mexe para a substituir.
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Quando a minha filha me conta como decorrem as aulas, onde professores que não sabem dar as aulas acreditam que vomitar acetatos sobre o livro e obrigar os alunos a fazerem os exercícios do livro é a forma de ensinar Matemática ou Físico-Química.
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E depois diz-me que não se constroem novas barreiras de classe?
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É pena que o catecismo tolde o raciocino.
Mais barato é pegar no dinheiro que os contribuintes (ia escrever o Estado) esbanjam via Min. Educação no Ensino Público e entregá-lo como cheque-ensino às famílias para poderem aplicar efectivamente na escola que quiserem. Só escreve uma barbaridade destas quem não faz ideia de quanto custa um aluno no ensino básico estatal aos cofres do estado. Bem sei que aqui nos larápios de velocípedes sem motor se advoga o renascer da URSS mas, convenhamos, isso é coisa do século passado...
Não concordo. Esbater ou acabar com barreiras de classe tornando todos melhor , ok. Agora transformá-los todos em mediocres como a escola pública anda fazer , não compro.
Mas será que ninguém percebe que os colégios privados só têm melhores resultados porque fazem triagem dos alunos?É óbvio que um colégio com a hipótese de pôr de parte os alunos com fraco aproveitamento consegue depois grandes médias prós rankings e outras coisas mais...
Outra coisa que gostava de lembrar é que se calhar é bom pensar que se calhar os maus professores que alguns falam são apenas a conclusão de algum mau ensino superior que temos neste país..."professores que não sabem dar as aulas acreditam que vomitar acetatos sobre o livro e obrigar os alunos a fazerem os exercícios do livro é a forma de ensinar Matemática ou Físico-Química" é uma excelente frase que pode ser adaptada ao nosso ensino superior...
O problema não está no ensino ser público gratuito ou ser privado, vejam o ainda pior exemplo das nossas universidades privadas (moderna, independente, etc). Tem é de se trabalhar por melhorar o ensino público, fazê-lo gratuito e aberto a todos...e que o ensino superior forme professores de qualidade...
"Mais barato é pegar no dinheiro que os contribuintes (ia escrever o Estado) esbanjam via Min. Educação no Ensino Público e entregá-lo como cheque-ensino às famílias para poderem aplicar efectivamente na escola que quiserem. Só escreve uma barbaridade destas quem não faz ideia de quanto custa um aluno no ensino básico estatal aos cofres do estado. Bem sei que aqui nos larápios de velocípedes sem motor se advoga o renascer da URSS mas, convenhamos, isso é coisa do século passado..."
Só escreve uma barbaridade destas quem não sabe que ao serem introduzidos esses cheques no mercado, o preço da educação dispara e dispersa-se, tratando depois de segregar os alunos consoante o escalão remuneratório dos pais. Seria a "socialização da miséria" para os escalões mais baixos e uma educação caríssima para todos.
Cumprimentos
"Só escreve uma barbaridade destas quem não sabe que ao serem introduzidos esses cheques no mercado, o preço da educação dispara e dispersa-se, tratando depois de segregar os alunos consoante o escalão remuneratório dos pais. Seria a "socialização da miséria" para os escalões mais baixos e uma educação caríssima para todos."
Continuando, só escreve assim quem estiver completamente a leste (literalmente), p.e., do exemplo sueco - sistema descentralizado nos municípios sem distinção entre as escolas municipais e escolas privadas no que concerne ao seu financiamento.
Camarada, estou contigo e não abro! O que tem de acabar é a lógica importada (sueca e estadunidense) de nenhum aluno ficar para trás. Quem tiver de ficar... azar! O pelotão é que não pode andar todo ao ritmo do coxo que vem no fim.
"p.e., do exemplo sueco - sistema descentralizado nos municípios sem distinção entre as escolas municipais e escolas privadas no que concerne ao seu financiamento."
O meu caro teima na asneira porque omite que na Suécia, os sociais-democratas tiveram que remendar o cheque-ensino logo dois anos após ter sido implementado. Tiveram que proibir as escolas de pedir um valor superior ao voucher e obrigá-las também a aceitar todos os alunos por ordem de entrada.
Tivesse sido mantido o sistema inicial, aquele puro e duro capaz de pôr em erecção todo o neoliberalóide de pacotilha, e o appartheid social seria visível no meio escolar. Mas a menos que o objectivo seja esse, não há porque o defender sob a capa hipócrita da "escolha" (de quem?!).
Cumprimentos
No meio de um Darwinismo social suicida lá vêm as teses da escola pública má. A escola pública é má porque é para todos, a escola pública é má porque porque só aí é que se perde tempo a explicar mais que uma vez. Quem ficar para trás...azar, dizem. Mas depois lá ouvimos falar nos problemas estruturais de Portugal, níveis de iliteracia vergonhosos, para não falar da capacidade de ler que não acompanha a capacidade de compreender.
Mas os problemas estruturais resolvem-se com políticas públicas, com estratégias consertadas e não com a selecção artificial das escolas privadas que simplesmente escondem o problema. Azar dos diabos, as universidades públicas são as melhores universidades do país, o mesmo filtro que funciona para o privado funcionou aqui para o público...
Alguém pensa que Portugal vai ser um país de gente altamente qualificada ignorando quem tem dificuldades, ignorando que só no âmbito da escola Pública é possível quebrar as barreiras sociais que precedem a inserção do indivíduo na sociedade produtiva. A via tributiva progressiva, a transparência fiscal e o fim do dinheiro auto-multiplicativo são os meios para podermos sonhar com uma escola Pública com a força de quebrar as assimetrias que se irão perpetuar, caso não se esbatam nesse espaço de aprendizagem.
"(...)os sociais-democratas tiveram que remendar o cheque-ensino logo dois anos após ter sido implementado. Tiveram que proibir as escolas de pedir um valor superior ao voucher e obrigá-las também a aceitar todos os alunos por ordem de entrada."
E depois? Cá não se pode fazer o mesmo? Não se pode aprender com as virtudes e também com os defeitos dos outros? As coisas como estão é que não podem, ou pelo menos, não deviam continuar. Mas há quem ache que tudo vai bem no reino da Dinamarca. A esses (ou melhor, aos filhos desses) só me resta desejar boa sorte. Muitos deles vão precisar. E voltando ao cerne do post, eu só tiraria os meus filhso da escola privada quando não tivesse comida para lhes dar, e antes de isso acontecer há muitas coisas supérfluas que podem desaparecer.
Moral da história:
se quiseres dar uma boa educação emigra para o estrangeiro!
Mas já agora alguém explica o sucesso das escolas publicas superiores? Parece que nesse caso o paradigma privado Vs publico inverte-se.
Só os tótós ou quem acha chique ou não se importa de encher o c........ás escolas privadas podem defende-las.
O ensino público sempre foi é e será melhor ensino do que o privado e desde logo por dar ás crianças uma outra visão do mundo.
Frequentei a escola primária publica, o liceu público e a faculdade pública.
Não frequentei, pois, o Valssassina nem o Colégio Moderno nem o colégio do sagrado coração de Maria, sendo certo que não me fez falta nenhuma e que por serem apenas para "boas familias" isto é, para quem tem dinheiro, eu nunca lá poderia ter entrado.
Não podia estar mais de acordo com o referido pelo João Rodrigues. Há boas escolas públicas.A escola pública, não se orienta por uma lógica de mercado, mas sim por oferecer um bem comum.
Bom texto.
Mas uma escola pública melhor precisa de maior autonomia, qualidade é difícil com professores colocados centralmente(sem ter em conta a sua qualidade), recursos financeiros escassos e com forte dependência do ME.
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