sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Um parágrafo, dois gráficos, algumas palavras.


O parágrafo é da autoria de Domenico Losurdo, em A luta de classes - uma história política e filosófica, editado, em 2015, pela Boitempo no Brasil. Já devia ter sido editado em Portugal, mas, como acontece com o melhor marxismo contemporâneo, não o foi.

Os dois gráficos são da insuspeita revista liberal. Todas as semanas populariza uma ideologia que se quer global, mas que é cada vez mais parcial, com cada vez menor poder explicativo e prescritivo. A República Popular da China representa 90% do investimento na cadeia de valor ligada às energias limpas; investimento que é em parte feito, e totalmente guiado, pelo Estado, como é óbvio. 

A mensagem é clara e é para a decadente esquerda ocidental, para uma certa “teoria crítica” que abandonou a promessa iluminista de crítica radical e de emancipação: parem de alinhar com o imperialismo e olhem para o mundo com olhos de ver, aproveitando para reparar nas várias modernizações necessárias. 

O pessoal é político: no dia a seguir à vitória de Trump, almocei com o meu filho luminoso na esplanada com sombra de um restaurante vegetariano. Parecia verão. Assim que chegou disse com o otimismo que o caracteriza: a China é mesmo o futuro, tenho de ler sobre a China. 

Antes disso, eu tinha desabafado, em modo de provocação, com um amigo: apesar de tudo o que me afasta do modelo político chinês em abstrato, reconhecendo em concreto que o contexto histórico da República Popular é tudo menos geopoliticamente distendido, hoje consegui dormir melhor, porque me apaziguou pensar nos quase cem milhões de militantes do Partido Comunista Chinês e nos dois milhões de soldados do Exército de Libertação Popular. 

Não escolhemos as circunstâncias em que escolhemos o que nos dá segurança.

3 comentários:

Anónimo disse...

se eu fosse a si não confiava assim tanto nos 100 milhões de militantes do pc chinês. Eu já ando cá há uns tempos e vi o que aconteceu aos 20 milhões do pcus... Confio mais nos 2 milhões de militares, mas são poucos para as ameaças que aí estão.

Anónimo disse...

Bloomberg

Zhong Shanshan 53 mm usd
Ma Huateng 47.4
Zhang yiming 43
Colin Huang 41.5
Jack Ma 34.5
He Xiangjian 31.9
William Ding 27.8
Lei Jun 24
...
A Amorim é mesmo uma pelintra.

Anónimo disse...

A Paulinha é pelintra certificada pela Bloomberg?