sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Haja mundo


“Guterres é um dos poucos políticos decentes e sérios do nosso tempo, além de ser um homem livre e que não aceita imposição de narrativas.” Rodrigo Sousa e Castro tem toda a razão. 

Guterres deixou de ser bom aluno de maus mestres há muito e daí mais um ataque dos liberais até dizer chega da IL. Estes apoiantes do genocídio na Palestina, estes negacionistas das alterações climáticas, não lhe perdoam as posições corajosas. 

Obviamente, Guterres fez bem em estar presente na cimeira dos BRICS em Moscovo. Estava lá grande parte do mundo representado e é preciso dialogar com todos, mesmo com quem, como a Rússia, violou o direito internacional. Deixaria de falar com EUA, nesse caso? 

Não, Guterres não alinha nas noções liberais, e logo indisfarçavelmente racistas, de “comunidade internacional” ou de “ordem baseada em regras” à moda dos EUA. A ONU e o direito internacional são outra coisa.

2 comentários:

José M. Sousa disse...

Direito Internacional?! Isso existe? Então e o direito à autodeterminação dos russo-ucranianos? E as provocações? Os precedentes na ex-Jugoslávia, etc.? Países com a Etiópia, Sudão, etc. foram objecto de partição recentemente, não necessariamente pacífica.

Anónimo disse...

António Guterres teve a má sina de nascer num país e no meio de um povo que cultivam com uma multissecular ferocidade a fina arte de transformar verdadeiros pulhas em heróis da pátria, ao mesmo tempo que aviltam com todas as forças que têm aqueles que heroicamente tudo deram pela pátria e pelo bem e a dignidade do povo português mostrando a uma e a outro o que é a honestidade intelectual, a dignidade do pensamento verdadeiramente livre e o trilhar de um caminho que alia a coerência e o sentido de justiça.
Se há coisa neste mundo da qual os portugueses desconhecem de todo o sentido e a serventia, a essa coisa chama-se "gratidão".