terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Os «alunos de Crato», agora no TIMSS de 2019

Foi divulgado o TIMSS 2019 (Trends in International Mathematics and Science Study), com Portugal a registar uma queda no desempenho face a 2015 (de 541 para 525 pontos, permanecendo acima da média) e a direita não resiste a tentar o truque já ensaiado perante os resultados do PISA 2015 e do PISA 2018.

Dedicando-se à análise política deste estudo, Alexandre Homem Cristo, por exemplo, não hesita em afirmar que «estes resultados espelham os efeitos das políticas públicas do PS na educação desde 2015. Não haja qualquer dúvida: os ciclos do TIMSS estão alinhados com ciclos governativos. Em 2015, o TIMSS foi também o teste de algodão das políticas públicas então implementadas (2011-2015)». E sublinhando que «o TIMSS 2019 testa alunos que fizeram o 1º ciclo (2015-2019) sob governo PS», associa estes resultados, sem pestanejar, ao «relaxamento imposto pela eliminação de exames», ao «desvalorizar das metas curriculares de 2012 (criticadas pelo governo desde a 1ª hora)» e às «novas orientações e Aprendizagens Essenciais», que teriam afetado os alunos avaliados «no seu 4º ano».

Sucede, porém, que nada disto se pode deduzir do TIMSS 2019. Como bem lembra o Secretário de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, estes alunos «estudaram até ao final do 1º ciclo com as metas curriculares introduzidas em 2013», tendo «o Perfil dos Alunos e as aprendizagens essenciais, bem como a flexibilidade curricular, entrado em vigor em 17/18 para as escolas piloto e em 18/19 para as restantes, apenas no 1º ano». Ou seja, estamos perante «alunos de Crato» e não supostas vítimas «das políticas públicas do PS na educação desde 2015».


Ao falhar na verificação do calendário da implementação das políticas educativas adotadas pela maioria de direita (2011-2015) e pelo PS e a maioria parlamentar de esquerda (2015-2019), Alexandre Homem Cristo desfaz o chão que sustentava a defesa das metas curriculares e a rejeição da flexibilidade curricular e das aprendizagens essenciais, a par da crítica à ausência de exames no 4º e 6º ano a partir de 2015, chegando a sugerir a sua reintrodução (e esquecendo que, em 2015, Portugal se encontrava «orgulhosamente só» na Europa relativamente à realização de exames até ao 6º ano, sendo apenas parcialmente acompanhado pela Bélgica francófona).

19 comentários:

JE disse...

Curiosamente ( ou talvez não) a direita e Crato andam histéricas com o tema.

Pululam nas caixas de comentários. Com afinco ideológico e com a pesporrência própria dos trauliteiros travestidos

Um travesti de dama de lotação atiçará as suas hostes desde modo inqualificável:

"Nada como um povo acéfalo e ignorante para aceitar pacificamente uma sociedade socialista"

Outras (a)chegas a novas noites de cristal

Anónimo disse...

Noites de cristal???
E o que virá a (ch)eguir?
O abominável homem das neves?
Ah pois, já esquecia: este comentário não será publicado, porque o je é moderador.

Anónimo disse...

Ganda galo

Jose disse...

Importa pouco método ou estrutura curricular.

Adicionem tolerância à balda e o efeito é sempre o mesmo.

Anónimo disse...

Importa pouco?
Claro que estamos perante alunos da era Crato
Mas isso importa pouco
Adicionem isto e aquilo e estamos perante uma equação bem desonesta

Anónimo disse...

As turmas passaram para 30 alunos porque era preciso poupar no público para dar ao privado...elitista com laivos azuis.

Anónimo disse...

Muito bem!!

Anónimo disse...

Certo. Mas mesmo os planos curriculares tendo sido alterados apenas mais tarde, não houve uma suspensão anterior dos exames? Para a direita, esta não é uma questão menor.

Parece-me portanto que a situação é mais complicada, pois há 3 situações:
1 - o plano curricular do Nuno Crato com exames (funcionou um ano?)
2 - o plano curricular do Nuno Crato sem exames e avaliações, abolidas pelo PS
3 - o plano curricular do PS

Estes alunos parecem ter sofrido na pele a opção 2. O Crato pode argumentar, correctamente, que os exames eram parte integrante do plano e que, tendo sido abolidos, o plano foi desvirtuado.

Eu sou relativamente agnóstico nestas coisas, não tenho certezas. Há muita confusão, mas com alterações pelo meio torna-se difícil fazer comparações.

Em minha opinião, os alunos não deviam chumbar no 4º ano, mas sujeitos obrigatoriamente a acompanhamento de recuperação se tivessem notas abaixo de um certo valor em avaliações. Deste modo, avaliava-se, mas desaparecia a espada de Dâmocles do chumbo.

A avaliação faz parte da vida em todas as sociedades de todos os feitios ideológicos. Evitar avaliações até muito tarde torna-as muito provavelmente mais traumatizantes. Portanto sou pela avaliação com carinho e com oportunidades.

PSG

JE disse...

Temos assim que para a direita e para PSG o plano inicial de Crato foi desvirtuado.

Pelo facto de não ter havido exames.

Mas de facto estamos perante «alunos de Crato», como de forma exemplar mostra o autor do post

Ou seja, estes resultados são produto das políticas de Crato.

PSG diz que faltam os exames. Assim a modos que as políticas de Crato eram boas. Os exames é que fizeram a diferença.

E vivam os exames. É isso?

Ora bem. Em 2015 Portugal "encontrava-se «orgulhosamente só» na Europa relativamente à realização de exames até ao 6º ano, sendo apenas parcialmente acompanhado pela Bélgica francófona".

Ou seja, a quase totalidade dos países participantes não tem exame no final do 1º ciclo. Portugal tem uma evolução positiva desde 1995. Até 2012, não houve exames.

As coisas começam a não bater certo com a argumentação dada

Por outro lado os alegados "padrões de exigência" de Crato fizeram baixar os melhores desempenhos. Neste momento, os dados convergem: TIMMS, PIRL e PISA.

Há aqui algo que não joga. Nem a bota nem a perdigota.

Volta a chumbar por má fé esta direita trauliteira que temos

JE disse...

Mas este plano de "recuperação ideológica" de Crato, que envolve as suas políticas e a sua governação, obriga que se revisitem essas mesmas políticas e que se confronte as enormidades pelas quais este foi responsável

Crato rapidamente se transformou no “comandante” de uma verdadeira deriva de ataque ideológico à educação e à escola com o objetivo último da privatização do sistema educativo.

Crato acarinhava uma ideia: a de voltar à educação só para alguns

Começou por desdenhar do trabalho, do rigor, dos currículos, da responsabilidade e da autonomia das escolas, para implementar os seus conceitos. E nesse discurso de ataque ao sistema, a sua voz foi-se juntando a toda uma teoria minimalista para o serviço público de educação: do saber ler, escrever e contar ( tal como Salazar, de resto). Foi enfatizando e implementando a teoria dos que defendem que a educação tem que estar exclusivamente ao serviço das empresas, mais do que ser um elemento estruturante para a formação dos cidadãos. O ministério de Nuno Crato foi dando sinais de que não pensava a educação como um elemento central na luta pela igualdade de oportunidades, mas antes seletiva e reprodutora de exclusão ( quando, por exemplo, os relatórios da UNESCO associam o sucesso a sistemas altamente inclusivos e fortemente integrados).


Mesmo com estas e outras evidências internacionais, mesmo com estudos inequívocos que davam um claro aumento no desempenho dos nossos jovens fruto do investimento dos últimos anos, chamem-se PISA, TIMMS ou PIRLS, nem mesmo isso, fizeram demover Nuno Crato.

Com Nuno Crato o Ministério da Educação passou a ser a “entidade administradora de um sistema que ao longo da sua hierarquia impõe um mecanismo de ordenação, com escolas a serem «geridas» por «gestores» e escolhas programáticas a serem ditadas por imperativos de «gestão», de «empregabilidade» e de «rentabilidade».

E aí foi ele, de-vento-em-popa, no seu rumo. Atacou as artes e a cidadania, aumentou as transferências de verbas para as turmas do privado, criou exames no 4º ano, encheu a boca com o ensino dual e vocacional, numa investida no sentido de promover uma seleção precoce para os alunos, ao invés daquilo que a própria OCDE vem defendendo, a do adiamento da seleção académica.

Crato foi na educação, aquilo que Passos coelho foi para o país. Um desastre e um traste.

Anónimo disse...

Enquanto a esquerda insitir no argumento desonesto, não vai ter razão nem a sua razão vai ser reconhecida.

JE resolveu, desonestamente, transformar as minhas palavras em apoio às políticas de Crato, uma triste mistificação. Com esta razão a priori ideologicamente suportada nunca nenhum debate vai evoluir. Talvez não seja o que certas pessoas pretendem, mas é pena, porque isso só cntribui paa as guerras na educação e quem perde são as crianças.

E, de facto, JE está errado, pois antes da reforma Crato havia provas de aferição - avaliações que não são exames. É bastante claro a quem não esteja toldado por uma qualquer ideologia de pacotilha que era a essas, ou uma variação, a que me referia, já que me declarei contra as reprovações.

Para Crato e Cia, a pedagogia da educação passa em grande pelo tough love do exame que chumba. Portanto se a sua política é amputada do exame, para eles parte fundamental, podem logicamente argumentar que o que aconteceu não foi, numa parte importante, o seu modelo. Consequentemente torna-se difícil atacar o seu modelo, a não ser com muitos mais argumentos e de outra natureza. E não é fácil fazer isso. Os argumentos que acusam ser isto o resultado de Crato torna-se, aos olhos das pessoa normais, pouco credíveis.

Isto não é ideologia, ou auto de fé, é lógica.

Objectivamente o plano de Crato foi deturpado numa parte importante para ele. È natural que não o subscreva e tem alguma razão.

Enquanto não se estudar o problema e avaliar as medidas impostas às crianças com mais cuidado, não se vai conseguir saber o que funciona e o que não funciona. E o problema é bem difícil, não faltam experiências em muitos locais do mundo que ainda não permitiram clarificar completamente quais as melhores opções.

E posições apriorísticas sobre o assunto e mistificações das palavras dos outros não ajudam.

PSG

Anónimo disse...

Já percebemos Um fundamentalista do Crato a tentar passar pelo que não é
Um ideólogo de pacotitilha a fazer lembrar o outro, o holandês voador

Anónimo disse...

Torna/se difícil atacar o seu modelo? Isto ê a sério?
Ahahah
UmTina ao Crato a vender o Tina do Crato

JE disse...

O que dizer desta coisa inenarrável trazida por "PSG"?

Vale a pena perder tempo com um que se desmascara a si próprio, que mete as pernas pelas mãos,que está ideologicamente tão enfeudado à coisa, que se torna risível demonstrar que assim esta coisa não passa, nem mesmo travestido do próprio Crato?

Vejamos:

Enquanto a direita insistir nos argumentos desonestos, trazidos aqui por gente desonesta, não passará daquilo que a direita nos oferece.Um lugar mal frequentado

"JPG" apoia Crato. Gosta de Crato. Ama Crato. Mas não quer mostrar que gosta de Crato. Que o apoia. Que o ama.

"IPG" a mostrar o que não quer mostrar:

"Para a direita, esta não é uma questão menor."
"O Crato pode argumentar, correctamente"
"o plano curricular do Nuno Crato com exames (funcionou um ano?)"
"Enquanto a esquerda insitir no argumento desonesto"
"toldado por uma qualquer ideologia de pacotilha"
"Consequentemente torna-se difícil atacar o seu modelo".
"E não é fácil fazer isso. Os argumentos que acusam ser isto o resultado de Crato torna-se, aos olhos das pessoa normais, pouco credíveis".
"Isto não é ideologia, ou auto de fé, é lógica".

Confirma-se o padrão. Este choradinho hipócrita e tolo cabe por inteiro naquele tipo que passa aqui o tempo inteiro.

Confirma-se que se tratam de "alunos de Crato". Confirma-se que as metas curriculares devem ser imputadas a Crato
Confirma-se que o que falta para estes parlapatões são os exames. Assim a modos que as políticas de Crato eram boas. Os exames é que fizeram a diferença. Para Crato. E para PSG, que apesar de não gostar de chumbos,compreende os chumbos de Crato.

Ora bem Para estas idiotices já demos.

É consultar o já dito, este post de Nuno Serra, o novo post do mesmo autor sobre o mesmo tema. E carimbar como chumbado o coitado que nos tenta vender exames à Crato, mesmo que ele não goste de exames, perdão de chumbos

Porque "antes da reforma Crato havia provas de aferição, avaliações que não são exames". E era a essas, ou uma variação, a que JPF se referia, já que "PSG" se declarou contra as reprovações. Mas Crato em vez de se basear nas suas metas curriculares, faz depender estas dos exames.Daqueles que se chumba. Porque senão não vale. Não podemos validar as metas curriculares de Crato. Apesar de "PSG" estar contra os chumbos.Mas não contra o tough love dos chumbos. É que em muitos locais do mundo ainda não se permitiu clarificar completamente quais as melhores opções.

O que dizer desta indigência intelectual?

JE disse...

"PSG" tenta assim vender-nos o seu peixe.

Mas vai mais longe

Tenta riscar a questão ideológica desta questão. Tenda não só branquear Crato e as suas políticas, como as políticas que nortearam e norteiam Crato.

"Isto não é ideologia", conclama. "Isto não é um auto de fé", repete. "Isto é lógica".

A lógica tem destas coisas.Serve como mulher da vida a usar por cada cabotino que a queira comprar.

PSG, perdão, "PSG" tem azar.Crato foi o executor frio, persistente, fundamentalista, incompetente, presunçoso, untuoso ( para com Passos), arrogante, duma política toda ela virada para o seu projecto neoliberal

Contra factos não há argumentos.

Nem os choradinhos de "PSG" em torno das "crianças" conseguem esconder que a lógica do sujeito anda às arrecuas da lógica, tal como a honestidade anda às arrecuas naquele sujeito que gosta até à segunda derivada de Passos e das "regressões lineares" dos seus muchachos

Anónimo disse...

Neste, como neste noutros campos, é notória o fanatismo e a cegueira ideológica desta esquerda. Tiram as conclusões que pretendem, sem qualquer contraditório, e sempre à posteriori. Salta aos olhos que as alterações feitas pela geringonça deram estes resultados. Como não, se alteraram os pressupostos? Milagres? Esta esquerda vai-se liquidar a si própria. E ainda bem. Impressiona a cegueira, que não vêm o caixote do lixo da História onde foram metidos. E muito bem.
Sempre na diabolização dos que pensam diferente e sem UM, UM SÓ, exemplo de sociedade onde a esmagadora maioria dos portugueses se reveja, onde esteja plasmado o socialismo que defendem. A presunção de superioridade moral e infalibilidade ideológica(que a História renega) fá-los pressupor um papel de "Fuehrer", de "condutieri" do povo. E sabem tanto de tudo. E no entanto, quando chegam ao poder acobardam-se. Sabem que se pugnarem pelo que defendem, serão arredados. Ficam com a satisfação das prebendas ao seu eleitorado travestidas de direitos. Com o discurso dos "direitos" Direitos esses pagos pelo grande capital e pelos impostos aos privados. Curioso, se nesta esquerda, eliminássemos o capitalismo e lhes deixássemos o socialismo, ficavam nuzinhos. Da sola do sapatinho ao shampo passando pelas contas bancárias e produtos financeiros, capital. Puro e duro. E magrinhos, coitados. Enfim, o pcp desce nas sondagens e o CHEGA sobe, sobe até ao nível do be. Curioso, muito curioso.

Anónimo disse...

Chega de novo bem chegado Joäo Pimentel Ferreira De PSG passou a anónimo.
Um travesti holandês

JE disse...

Chega de novo PSG, perdão, "anónimo".

Este "anónimo" de forma curiosa, muito curiosa,gosta da direita. Apoia a direita. Ama a direita.Suspeita-se que tenha inventado, de forma amorosa até, uma segunda derivada para Passos Coelho. Quiçá mesmo uma regressão linear para ventura

Mas não quer mostrar que apoia a direita, Que gosta da direita.Que ama a direita.

JPF, perdão PSG, perdão,este "anónimo" a mostrar o que não quer mostrar:

"o fanatismo e a cegueira ideológica desta esquerda"
" Tiram as conclusões que pretendem, sem qualquer contraditório"
" Salta aos olhos que as alterações feitas pela geringonça deram estes resultados".
" esquerda vai-se liquidar a si própria. E ainda bem"
" Impressiona a cegueira, que não vêm o caixote do lixo da História onde foram metidos. E muito bem"
"o CHEGA sobe, sobe"

Curioso, muito curioso.

Esta é a versão agastada, pesporrenta, enraivecida do paleio do mesmo PSG. Em órbita e em roda livre.Perdido aquele espécie de patuá com que se traveste JPF,perdão PSG, assim para o evangélico a tentar catequizar os demais. De cabeça perdida, sai aí nuzinho e em pelota o verdadeiro "anónimo", perdão PSG, perdão joão pimentel ferreira.

Assumidamente aquilo que é.

JE disse...

Três notas ainda

Por um lado a ausência da noção do ridículo deste comparsa de Passos: "Da sola do sapatinho ao shampo passando pelas contas bancárias e produtos financeiros, capital. Puro e duro"

Só há um sujeitinho que se predispõe a tais figuras de beato em forma de champô


Por outro a solidariedade com o grande capital. Diz JPF ou PSG ou o "anónimo" :"Com o discurso dos "direitos" Direitos esses pagos pelo grande capital"

Só há um sujeito que escorre assim lágrimas pelo grande capital.O coitado (do grande capital) ainda tem que pagar os direitos. Malvados que obrigam o grande capital a pagar o que quer que seja. O grande capital não paga, engorda


Finalmente, a raiva frustrada por ser identificado com esta facilidade. Com as suas conivências com o Fuhrer (era ele que defendia a "obra social" de Hitler) e com as suas simpatias em ver o chega, upa, upa

Só há mesmo um tipo que.

E que cenas faz este tipo para tapar o cheiro que se desprende de um dos ministros queridos de Passos

Curioso? Muito curioso?

Naaaa.Claro como água