Gosto sobretudo da formulação contraditória do "pode garantir" e do sentido equívoco dos "até 4800 euros".
Espero que essas pessoas - poucas está de ver - arranjem por lá trabalho que não seja abaixo do salário mínimo, sem contratação colectiva, sem sindicatos, desprotegido, em que o Estado - como qualquer bom Estado neoliberal - concede uns dinheiros para que o trabalhador se vire no mundo. E se não se virar, foi porque não merecia sobreviver. E deve ser engolido.
Ou então que arranje uma leira de terra que lhes dê umas batatas de umas couves. Porque rapidamente o apoio se esgotará, na enxurrada para o oceano e é provável que os apoiados regressem enrolados nessa lama, de novo, ao ponto de origem.
Mas a ministra está feliz com o seu papel. Vende falsas soluções com o marketing de quem esteve no Turismo.
4 comentários:
Quem diz "marketing" diz "propaganda"...
Mais uma medida poucochinha como aquela de aliciar com migalhas os que fugiram deste país (a não ser para a Banca, aí há logo dinheiro para medidas para lá de poucochinhas)...
Quantos emigrantes voltaram a este país incinerado pelas políticas neoliberais?
Pois é, mais um falhanço a juntar a tantas outras medidas que pouco ou nada mudam de substancial a vida da generalidade da população.
O PS é isto, muito marketing e pouca uva.
Europeísmo, o quanto obrigas...
Os selvagens do interior são perigosíssimos, são mesmo capazes de avaliar os trabalhadores pelo que eles valem.
Uns neoliberais horrorosos, incapazes de se flagelarem a bem da consciência da classe que nos há-de conduzir aos amanhãs que cantam.
Sim, um gesto é tudo
A linguagem gestual
destrói-lhe o discurso
Tudo o resto até pode ser mero ar quente, João Ramos de Almeida, mas num País onde as qualificações da população são ainda fracas, o turismo é que nos põe o pão na boca. Lembra-se do relatório de Michael Porter, nos idos de 80, que nos mandava investir naquilo em que somos fortes e que na altura escandalizou toda a gente?
E, desculpe a provocação, qual é o mal das leiras? As hortas, inclusive nas cidades, são o futuro. Cabe lembrar que na URSS garantiam uma parte substancial da produção agrícola, lembra-se? A sua produtividade era umas oito vezes as das unidades colectivas de produção...
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